Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
EN 1998-3
Portuguesa 2017
ICS HOMOLOGAÇÃO
91.120.25 Termo de Homologação n.º 188/2017, de 2017-09-05
CORRESPONDÊNCIA ELABORAÇÃO
Versão portuguesa da EN 1998-3:2005 + AC:2013 CT 115 (LNEC)
EDIÇÃO
2017-09-15
CÓDIGO DE PREÇO
XEC022
NORME EUROPÉENNE + AC
EUROPEAN STANDARD agosto 2013
Versão portuguesa
Eurocódigo 8: Projeto de estruturas para resistência aos sismos
Parte 3: Avaliação e reabilitação de edifícios
CEN
Comité Europeu de Normalização
Europäisches Komitee für Normung
Comité Européen de Normalisation
European Committee for Standardization
p. 4 de 87
Sumário Página
p. 5 de 87
p. 6 de 87
p. 7 de 87
p. 8 de 87
Preâmbulo
A presente Norma foi elaborada pelo Comité Técnico CEN/TC 250 "Structural Eurocodes", cujo
secretariado é assegurado pela BSI. O CEN/TC 250 é responsável por todos os Eurocódigos Estruturais.
A esta Norma Europeia deve ser atribuído o estatuto de Norma Nacional, seja por publicação de um texto
idêntico, seja por adoção, o mais tardar em dezembro de 2005, e as normas nacionais divergentes devem ser
anuladas o mais tardar em março de 2010.
A presente Norma substitui a ENV 1998-1-4:1996.
De acordo com o Regulamento Interno do CEN/CENELEC, a presente Norma Europeia deve ser
implementada pelos organismos nacionais de normalização dos seguintes países: Alemanha, Áustria,
Bélgica, Chipre, Dinamarca, Eslováquia, Eslovénia, Espanha, Estónia, Finlândia, França, Grécia, Hungria,
Irlanda, Islândia, Itália, Letónia, Lituânia, Luxemburgo, Malta, Noruega, Países Baixos, Polónia, Portugal,
Reino Unido, República Checa, Suécia e Suíça.
1)
Acordo entre a Comissão das Comunidades Europeias e o Comité Europeu de Normalização (CEN) relativo ao trabalho sobre os
Eurocódigos para o projeto de edifícios e de outras obras de engenharia civil (BC/CEN/03/89).
*)
Desde a publicação da EN 1998-3, a legislação comunitária referida foi objeto de diversas alterações, destacando-se a publicação
do Regulamento (UE) N.º 305/2011 do Parlamento Europeu e do Conselho - designado correntemente Regulamento dos Produtos de
Construção (RPC) - que revogou a DPC. Salienta-se contudo que os Requisitos Básicos aplicáveis às obras de construção n.º 1 –
Resistência mecânica e estabilidade e n.° 2 – Segurança contra incêndio, são enunciados de modo idêntico ao descrito nas
Exigências Essenciais n.º 1 e n.º 2 estabelecidas no âmbito da DPC (nota nacional).
NP
EN 1998-3
2017
p. 9 de 87
2)
De acordo com o n.º 3 do artigo 3º da DPC, as exigências essenciais (EE) traduzir-se-ão em documentos interpretativos que
estabelecem as ligações necessárias entre as exigências essenciais e os mandatos para a elaboração de normas europeias (EN)
harmonizadas e guias de aprovação técnica europeia (ETAG), e das próprias aprovações técnicas europeias (ETA).
3)
De acordo com o artigo 12º da DPC, os documentos interpretativos devem:
a) concretizar as exigências essenciais harmonizando a terminologia e as bases técnicas e indicando, sempre que necessário,
classes ou níveis para cada exigência;
b) indicar métodos de correlação entre essas classes ou níveis de exigências e as especificações técnicas, por exemplo, métodos de
cálculo e de ensaio, regras técnicas de conceção de projetos, etc.;
c) servir de referência para o estabelecimento de normas europeias harmonizadas e e de guias de aprovação técnica europeia.
Os Eurocódigos, de facto, desempenham um papel semelhante na área da EE 1 e de uma parte da EE 2.
NP
EN 1998-3
2017
p. 10 de 87
4)
Ver n.º 3 do artigo 3º e artigo 12º da DPC, e também 4.2, 4.3.1, 4.3.2 e 5.2 do Documento Interpretativo n.º 1.
NP
EN 1998-3
2017
p. 11 de 87
p. 12 de 87
1 Generalidades
1.1 Objetivo e campo de aplicação
(1) O objetivo e campo de aplicação do Eurocódigo 8 é definido na EN 1998-1:2004, 1.1.1 e o objetivo e
campo de aplicação da presente Norma é definido em (2), (4) e (5). As Partes adicionais do Eurocódigo 8 são
indicadas na EN 1998-1:2004, 1.1.3.
(2) O objetivo e campo de aplicação da EN 1998-3 é o seguinte:
– estabelecer critérios para a avaliação do desempenho sísmico de edifícios individuais existentes.
– descrever uma abordagem que permita escolher as medidas corretivas necessárias.
– estipular critérios de projeto para as medidas de reabilitação (isto é, conceção, análise estrutural incluindo
as medidas de intervenção, dimensionamento final de componentes da estrutura e das suas ligações aos
elementos estruturais existentes).
NOTA: Para os fins da presente Norma, a reabilitação abrange tanto o reforço das estruturas não danificadas como a reparação
das estruturas danificadas por um sismo.
(3) No projeto de uma intervenção na estrutura com o fim de assegurar a sua resistência adequada às ações
sísmicas, deverão ser igualmente efetuadas verificações em relação às combinações envolvendo as ações não
sísmicas.
(4) Traduzindo os requisitos fundamentais da EN 1998-1:2004, a presente Norma trata da avaliação e da
reabilitação sísmicas de edifícios construídos com materiais de construção correntemente utilizados: betão,
aço e alvenaria.
NOTA: Os Anexos A, B e C informativos contêm informações adicionais relativas à avaliação dos edifícios de betão armado, de aço
ou mistos aço-betão, e de alvenaria, respetivamente, e ao seu reforço quando necessário.
(5) Embora as disposições da presente Norma se apliquem a todas as categorias de edifícios, a avaliação e a
reabilitação sísmicas de monumentos e edifícios históricos requerem com frequência diferentes tipos de
disposições e de abordagens, de acordo com a natureza dos monumentos.
(6) Tendo em conta que as estruturas existentes:
(i) traduzem o estado do conhecimento à data da sua construção;
(ii) são suscetíveis de esconder erros importantes;
(iii) poderão ter sido sujeitas a sismos anteriores ou a outras ações de acidente cujos efeitos são
desconhecidos;
a avaliação estrutural e a eventual intervenção sobre essa mesma estrutura estão geralmente sujeitas a um
nível de incerteza (nível de conhecimento) diferente do nível associado ao projeto de estruturas novas. Por
conseguinte, são necessários conjuntos diferentes de coeficientes de segurança dos materiais e das estruturas,
assim como diferentes métodos de análise, em função da natureza mais ou menos exaustiva e da fiabilidade
das informações disponíveis.
p. 13 de 87
1.3 Pressupostos
(1) Faz-se referência à EN 1998-1:2004, 1.3.
(2) As disposições da presente Norma admitem que a recolha dos dados e os ensaios são efetuados por
pessoal experiente e que o engenheiro responsável pela avaliação, pelo eventual projeto de reabilitação e pela
execução da obra tem uma experiência apropriada ao tipo das estruturas que vão ser reforçadas ou reparadas.
(3) Os procedimentos de inspeção, as listas de controlo e outros procedimentos de recolha de dados deverão
ser documentados e arquivados e deverão ser referidos nos documentos do projeto.
1.5 Definições
(1) Faz-se referência à EN 1998-1:2004, 1.5.
1.6 Símbolos
1.6.1 Generalidades
(1) Faz-se referência à EN 1998-1:2004, 1.6.
(2) Definem-se, nos locais onde aparecem, outros símbolos utilizados na presente Norma.
1.6.2 Símbolos utilizados no Anexo A
b largura das cintas metálicas do encamisamento metálico
bo e ho dimensão do núcleo de betão confinado medido ao eixo das cintas
bi espaçamento entre eixos dos varões longitudinais
c recobrimento das armaduras
d altura útil de uma secção (altura em relação à armadura tracionada)
d’ altura em relação à armadura comprimida
dbL diâmetro da armadura tracionada
fc tensão de rotura do betão à compressão (MPa)
fcc tensão de rotura do betão confinado à compressão
fcd valor de cálculo da tensão de rotura do betão à compressão
fctm valor médio da tensão de rotura do betão à tração
ffdd,e valor de cálculo da resistência efetiva ao descolamento do FRP (polímero reforçado com fibras)
)
No Anexo Nacional NA são indicadas as normas portuguesas equivalentes (nota nacional).
NP
EN 1998-3
2017
p. 14 de 87
ffu,W(R) resistência última de um de um laminado ou de uma manta de FRP que reveste um canto de raio R,
expressão (A.2)
fy valor médio estimado da tensão de cedência do aço
fyd valor de cálculo da tensão de cedência das armaduras (longitudinais)
fyj,d valor de cálculo da tensão de cedência do aço de encamisamento
fyw tensão de cedência da armadura transversal ou de confinamento
h altura de uma secção transversal
p. 15 de 87
p. 16 de 87
p. 17 de 87
Estado limite de danos severos (SD). A estrutura apresenta danos significativos, com alguma resistência e
rigidez laterais residuais, e os elementos verticais são capazes de suportar cargas verticais. Os elementos não
estruturais apresentam danos, se bem que as divisórias e os elementos de enchimento não tenham sofrido rotura
para fora do plano. Observam-se deslocamentos permanentes moderados. A estrutura pode suportar réplicas
sísmicas de intensidade moderada. Uma reparação da estrutura não é, provavelmente, económica.
Estado limite de limitação de dano (DL). A estrutura apresenta apenas danos ligeiros, tendo-se mantido os
seus elementos estruturais sem incursões significativas no regime plástico e conservando as suas
características de resistência e rigidez. Os elementos não estruturais, como as divisórias e os elementos de
enchimento, poderão apresentar fendilhação distribuída, sendo económica uma sua reparação. Os
deslocamentos laterais permanentes são desprezáveis. A estrutura não necessita de qualquer reparação.
NOTA: A definição do estado limite de colapso iminente fornecida na presente Norma é mais próxima do colapso real do edifício do
que a indicada na EN 1998-1:2004 e corresponde à exploração máxima da capacidade de deformação dos elementos estruturais. O
estado limite associado ao requisito de não ocorrência de colapso definido na EN 1998-1:2004 equivale globalmente ao que é aqui
definido como estado limite de danos severos.
(2)P As autoridades nacionais decidem se se deve ou não proceder à verificação conjunta dos três estados
limites, de dois ou apenas de um deles.
NOTA: A escolha dos estados limites, entre os definidos em 2.1(1)P, a verificar num determinado país poderá ser estabelecida no
respetivo Anexo Nacional.
(3)P Os níveis de proteção apropriados são obtidos escolhendo, para cada um dos estados limites, um
período de retorno da ação sísmica.
NOTA: Os períodos de retorno atribuídos aos vários estados limites a verificar num determinado país poderão ser indicados no
respetivo Anexo Nacional. Considera-se que se obtém a proteção geralmente considerada apropriada para os edifícios correntes
novos escolhendo os seguintes valores para os períodos de retorno:
– Estado limite de colapso iminente (NC): 2475 anos, correspondente a uma probabilidade de excedência de 2 % em 50 anos.
– Estado limite de danos severos (SD): 475 anos, correspondente a uma probabilidade de excedência de 10 % em 50 anos.
– Estado limite de limitação de dano (DL): 225 anos, correspondente a uma probabilidade de excedência de 20 % em 50 anos.
2.2.1 Generalidades
(1)P A conformidade com os requisitos de 2.1 é obtida pela escolha da ação sísmica, do método de análise,
dos procedimentos de verificação e pela adoção das disposições construtivas constantes na presente Norma,
apropriados aos diferentes materiais estruturais incluídos no seu âmbito (isto é, betão, aço, alvenaria).
(2)P Exceto quando se utiliza a abordagem por coeficiente de comportamento, q, a conformidade é verificada
recorrendo à ação sísmica total (não reduzida, elástica) como definida em 2.1 e 4.2 para o período de retorno
apropriado.
(3)P Para a verificação dos elementos estruturais, faz-se uma distinção entre os elementos "dúcteis" e os
"frágeis". Exceto na abordagem por coeficiente de comportamento, q, a verificação dos elementos estruturais
dúcteis deve assegurar que as exigências devidas à ação sísmica não excedem as correspondentes
capacidades em termos de deformações. A verificação dos elementos estruturais frágeis deve assegurar que
as exigências não excedem as correspondentes capacidades em termos de resistências.
NOTA: A informação necessária para classificar os elementos/mecanismos como “dúcteis” ou “frágeis” é fornecida nos anexos
relativos aos materiais correspondentes.
(4)P Em alternativa, poderá utilizar-se uma abordagem por coeficiente de comportamento, com uma ação
sísmica reduzida através de um coeficiente de comportamento q, tal como indicado em 4.2(3)P. Nas
verificações da segurança, todos os elementos estruturais devem ser verificados confirmando que as
exigências devidas à ação sísmica reduzida não excedem as correspondentes capacidades em termos de
resistências avaliadas de acordo com (5)P.
NP
EN 1998-3
2017
p. 18 de 87
(5)P Para o cálculo das capacidades dos elementos dúcteis ou frágeis, quando estas serão objeto de uma
comparação com as exigências devidas à ação sísmica nas verificações da segurança de acordo com (3)P e
(4)P, devem ser utilizados os valores médios das propriedades dos materiais existentes tal como diretamente
obtidos a partir de ensaios in situ e de fontes de informação adicionais e divididos pelos coeficientes de
confiança adequados definidos em 3.5, tendo em conta o nível de conhecimento atingido. As propriedades
nominais devem ser utilizadas para os materiais novos ou adicionais.
(6)P Certos elementos estruturais existentes poderão ser designados como elementos “sísmicos secundários”,
de acordo com as definições fornecidas em 4.2.2(1)P, (2) e (3) da EN 1998-1:2004. Os elementos “sísmicos
secundários” devem ser verificados com os mesmos critérios de conformidade dos elementos sísmicos
primários, embora utilizando estimativas da sua capacidade menos conservativas do que para os elementos
considerados como "sísmicos primários".
(7)P No cálculo das capacidades de resistência dos elementos "sísmicos primários" frágeis, as resistências do
material devem ser divididas pelo coeficiente parcial do material.
NOTA: Os valores a atribuir num determinado país aos coeficientes parciais do aço, do betão, do aço estrutural, da alvenaria e de
outros materiais podem ser indicados no Anexo Nacional da presente Norma. As notas de 5.2.4(3), 6.1.3(1), 7.1.3(1) e 9.6(3) da
EN 1998-1:2004 fazem referência aos valores dos coeficientes parciais do aço, do betão, do aço estrutural e da alvenaria destinados
a serem utilizados no projeto de novos edifícios num dado país.
p. 19 de 87
(2)P Exceto na abordagem por coeficiente de comportamento q, as capacidades devem ser avaliadas com
base nas resistências associadas à cedência para todos os elementos estruturais, tanto dúcteis como frágeis.
As capacidades dos elementos de enchimento devem ser avaliadas a partir dos valores médios da capacidade
desses elementos em relação ao deslocamento relativo entre pisos.
(3)P Na abordagem por coeficiente de comportamento q (ver 2.2.1(4)P, 4.2(3)P), as exigências e as
capacidades devem ser comparadas em termos do valor médio do deslocamento relativo entre pisos.
p. 20 de 87
p. 21 de 87
Quadro 3.1 – Níveis de conhecimento e correspondentes métodos de análise (LF: método das forças laterais,
MRS: análise modal por espectro de resposta) e coeficientes de confiança (CF)
Nível de Disposições
Geometria Materiais Análise CF
conhecimento construtivas
Projeto simulado de Valores por defeito
acordo com a de acordo com as
prática de origem normas em vigor à LF- MRS
KL1 e data da construção (coeficiente CFKL1
a partir de uma e q)
inspeção in situ a partir de ensaios
limitada in situ limitados
A partir dos A partir das
desenhos de especificações do
A partir dos pormenor de origem projeto de origem
desenhos de incompletos com com ensaios in situ
dimensionamento uma inspeção in situ limitados Todas as
KL2 CFKL2
geral do projeto e limitada ou análises
de uma inspeção ou a partir de ensaios
visual de uma a partir de uma in situ alargados
amostragem ou a inspeção in situ
partir de uma alargada
inspeção integral
A partir dos A partir dos
desenhos de relatórios de ensaios
pormenor de origem de origem com
com uma ensaios in situ
inspeção in situ limitados Todas as
KL3 CFKL3
limitada ou análises
ou a partir de ensaios
a partir de uma in situ completos
inspeção in situ
completa
NOTA: Os valores a atribuir aos coeficientes de confiança num determinado país poderão ser indicados no respetivo Anexo
Nacional. Os valores recomendados são CFKL1 = 1,35, CFKL2 = 1,20 e CFKL3 = 1,00.
p. 22 de 87
aos elementos mais críticos a fim de verificar se as hipóteses correspondem à situação real. Caso contrário, é
necessária uma inspeção in situ mais alargada.
iii) materiais: não existe informação direta sobre as propriedades mecânicas dos materiais de construção,
seja a partir das especificações do projeto de origem seja a partir dos relatórios de ensaios de origem.
Deverão ser adotados valores por defeito de acordo com as normas vigentes à data da construção,
acompanhando-os por ensaios in situ limitados aos elementos mais críticos.
(2) A informação recolhida deverá ser suficiente para efetuar verificações locais da capacidade dos
elementos e para definir um modelo de análise linear da estrutura.
(3) A avaliação da estrutura deverá ser realizada com base num estado de conhecimento limitado através de
métodos de análise linear, estática ou dinâmica (ver 4.4).
p. 23 de 87
iii) materiais: existe informação sobre as propriedades mecânicas dos materiais de construção, quer a partir
de ensaios in situ completos quer a partir de relatórios de ensaios de origem. Neste último caso, deverão ser
efetuados ensaios in situ limitados.
(2) Aplica-se 3.3.3(2).
(3) Aplica-se 3.3.3(3).
3.4.1 Geometria
p. 24 de 87
3.4.3 Materiais
p. 25 de 87
Quadro 3.2 – Requisitos mínimos recomendados para diferentes níveis de inspeção e de ensaio
Inspeção Ensaios
(das disposições construtivas) (dos materiais)
Para cada tipo de elemento primário (viga, pilar, parede):
Percentagem de elementos cujas
Nível de inspeção e de ensaio disposições construtivas têm que ser Amostras de materiais por piso
verificadas
Limitado 20 1
Alargado 50 2
Completo 80 3
4 Avaliação
4.1 Generalidades
(1) A avaliação é um procedimento quantitativo pelo qual se verifica se um edifício existente, danificado ou
não, satisfaz o estado limite requerido correspondente à ação sísmica considerada, tal como especificada em
2.1.
(2)P A presente Norma destina-se à avaliação de edifícios individuais, com o objetivo de decidir sobre a
necessidade de uma intervenção na estrutura e de elaborar as medidas de reabilitação que poderão ser
necessárias. Não se destina à avaliação da vulnerabilidade de populações ou de grupos de edifícios para
efeitos de determinação do risco sísmico com diversos objetivos (p. ex., para determinar o risco de seguros,
para estabelecer as prioridades de mitigação do risco, etc.).
(3)P A avaliação deve ser efetuada com base nos métodos gerais de análise especificados em 4.3 da
EN 1998-1:2004, com as modificações introduzidas pela presente Norma a fim de responder aos problemas
específicos encontrados na avaliação.
(4) A metodologia usada deverá incorporar sempre que possível a informação recolhida, aquando de sismos
anteriores, sobre o comportamento do mesmo tipo de edifícios ou de edifícios semelhantes.
p. 26 de 87
(3)P Na abordagem por coeficiente de comportamento q (ver 2.2.1(4)P), o espectro de cálculo para a análise
linear é obtido de 3.2.2.5 da EN 1998-1: 2004. Independentemente do tipo da estrutura, poderá ser adotado
um valor de q = 1,5 e 2,0 para as estruturas de betão armado e de aço, respetivamente. Poderão ser adotados
valores mais elevados de q caso sejam devidamente justificados com base na ductilidade local e global
disponível, avaliada de acordo com as disposições pertinentes da EN 1998-1:2004.
(4)P A ação sísmica de cálculo deve ser combinada com as outras ações permanentes e variáveis apropriadas
de acordo com 3.2.4 da EN 1998-1:2004.
4.4.1 Generalidades
(1) Os efeitos da ação sísmica, que devem ser combinados com os efeitos das outras cargas permanentes e
variáveis de acordo com a combinação de ações sísmica definida em 4.2(4)P, poderão ser avaliados
utilizando um dos seguintes métodos:
– análise por forças laterais (linear);
– análise modal por espectro de resposta (linear);
– análise estática não linear (pushover);
– análise dinâmica temporal não linear;
– abordagem por coeficiente de comportamento q.
(2)P Exceto na abordagem por coeficiente de comportamento q de 2.2.1(4)P e 4.2(3)P, a ação sísmica a
considerar deve ser a correspondente ao espectro de resposta elástica (ou seja, não reduzida pelo coeficiente
de comportamento q definido em 3.2.2.2 da EN 1998-1:2004) ou às suas representações alternativas
equivalentes definidas em 3.2.3 da EN 1998-1:2004.
(3)P Na abordagem por coeficiente de comportamento q definida em 2.2.1(4)P, a ação sísmica é definida em 4.2(3)P.
(4) Aplica-se 4.3.3.1(5) da EN 1998-1:2004.
(5) Os métodos de análise acima referidos são aplicáveis no âmbito das condições especificadas em 4.4.2 a
4.4.5, com exceção das estruturas de alvenaria para as quais é necessário utilizar métodos adequados às
particularidades deste tipo de construção.
NP
EN 1998-3
2017
p. 27 de 87
NOTA: O Anexo informativo relativo ao material correspondente poderá fornecer informações complementares sobre estes métodos.
(2)P O método deve ser aplicado conforme descrito em 4.3.3.2.2, 4.3.3.2.3 e 4.3.3.2.4 da EN 1998-1:2004,
com a exceção de o espectro de resposta definido na expressão (4.5) dever ser o espectro elástico, Se(T1), e
não o espectro de cálculo, Sd(T1).
4.4.4.1 Generalidades
(1)P A análise estática não linear (pushover) é uma análise estática não linear sob cargas gravíticas
constantes e cargas horizontais de crescimento monotónico.
(2)P Os edifícios que não cumprem os critérios definidos em 4.3.3.4.2.1(2), (3) da EN 1998-1:2004 para a
sua regularidade em planta devem ser analisados utilizando um modelo espacial.
(3)P Para os edifícios que cumprem os critérios de regularidade de 4.2.3.2 da EN 1998-1:2004, a análise
poderá ser efetuada utilizando dois modelos planos, um para cada direção horizontal principal do edifício.
p. 28 de 87
– uma distribuição “modal”, proporcional às forças laterais correspondentes à distribuição das forças laterais
determinada na análise elástica.
(2) As cargas laterais deverão ser aplicadas na localização das massas no modelo. Deverá ser tomada em
conta a excentricidade acidental.
4.4.4.4 Deslocamento-alvo
(1)P O deslocamento-alvo é definido em 4.3.3.4.2.6(1) da EN 1998-1:2004.
NOTA: O deslocamento-alvo poderá ser determinado de acordo com o Anexo B informativo da EN 1998-1:2004.
4.4.4.5 Procedimento para a estimativa dos efeitos de torção e dos modos de ordem superior
(1)P O procedimento indicado em 4.3.3.4.2.7(1) a (3) da EN 1998-1:2004 aplica-se para a estimativa dos
efeitos de torção.
(2) Nos edifícios que não satisfaçam os critérios de 4.3.3.2.1(2)a) da EN 1998-1:2004, deverá ser tida em
conta a contribuição para a resposta dinâmica, em cada direção principal, dos modos de vibração de ordem
superior ao modo fundamental.
NOTA: O requisito de (2) poderá ser satisfeito quer efetuando uma análise temporal não linear de acordo com 4.4.5, quer através
de versões especiais de métodos de análise estática não linear que tenham em conta os efeitos dos modos de ordem superior sobre as
variáveis globais da resposta (como os deslocamentos entre pisos), permitindo depois estimar as exigências locais em termos de
deformação (como as rotações das rótulas plásticas dos elementos). O Anexo Nacional poderá conter referências a estes métodos
como informações complementares não contraditórias.
p. 29 de 87
4.5.1 Métodos de análise linear (método das forças laterais ou análise modal por espectro de resposta)
(1)P Os elementos/mecanismos "frágeis" devem ser verificados tendo em conta as exigências calculadas a
partir das condições de equilíbrio, com base nos efeitos das ações aplicadas pelos elementos dúcteis ao
elemento/mecanismo frágil. Neste cálculo, cada efeito de uma ação devido a um elemento dúctil aplicado a
um elemento/mecanismo frágil considerado deve ser igual:
(a) ao valor D obtido a partir da análise, se a capacidade C do elemento dúctil, avaliada utilizando os valores
médios das propriedades dos materiais, satisfizer = D/C 1,
(b) à capacidade do elemento dúctil, avaliada utilizando os valores médios das propriedades dos materiais
multiplicados pelos coeficientes de confiança, como definidos em 3.5, tendo em conta o nível de
conhecimento obtido, se = D/C > 1, sendo D e C como definidos em (a) do presente parágrafo.
(2) Em (1)(b) da presente secção, as capacidades das secções das vigas na vizinhança dos nós viga-pilar de betão
deverão ser calculadas a partir da expressão (5.8) da EN 1998-1: 2004 e as das secções dos pilares na vizinhança
desses nós a partir da expressão (5.9), utilizando no segundo membro dessas expressões o valor Rd = 1 e os
valores médios das propriedades dos materiais multiplicados pelos coeficientes de confiança definidos em 3.5.
(3) Para o cálculo das exigências em termos de força aplicáveis ao mecanismo de corte "frágil" das paredes de
betão através de (1)(b) da presente secção, poderá ser aplicada a expressão (5.26) da EN 1998-1: 2004 com
Rd = 1, utilizando para o valor de MRd a capacidade em termos de momento fletor na base, avaliada a partir dos
valores médios das propriedades dos materiais multiplicados pelos coeficientes de confiança definidos em 3.5.
(4) Em (1)P a (3) da presente secção, as capacidades em termos de momento fletor, Ci, dos elementos
verticais poderão calcular-se com o valor do esforço axial devido unicamente às cargas verticais.
(5)P O valor da capacidade dos elementos e mecanismos dúcteis e frágeis a comparar com a exigência, no
âmbito das verificações de segurança, deve ser de acordo com 2.2.1(5)P.
NOTA: A informação para a avaliação da capacidade dos elementos e mecanismos poderá ser fornecida nos Anexos A, B e C
relativos aos materiais correspondentes.
p. 30 de 87
– Os valores das propriedades dos materiais a adotar na avaliação da exigência e das capacidades dos
elementos para todos os tipos de análise.
– Os critérios que devem ser seguidos para a verificação da segurança dos elementos dúcteis e frágeis para
todos os tipos de análise.
Quadro 4.3 – Valores das propriedades dos materiais e critérios para a análise e
as verificações de segurança
Abordagem por coeficiente de
Modelo linear (LM) Modelo não linear
comportamento q
A partir da Em termos de
análise. Utilizar resistência. Em termos de
os valores Utilizar os deformação.
médios das valores médios Utilizar os
propriedades no das valores
modelo. propriedades. médios das
A partir da
Dúctil propriedades
Verificações (se aceite o modelo análise.
divididos
linear LM): pelos
coeficientes
Em termos de de confiança
deformação. CF. Em termos de
Utilizar os valores resistência.
A partir da médios das Utilizar os
análise. propriedades valores
divididos pelos A partir da médios das
coeficientes de análise. propriedades
Tipo de
confiança CF. Utilizar os divididos
elemento ou
valores pelos
mecanismo
médios das coeficientes
(e/m) Verificações (se aceite o modelo propriedades
de confiança
linear LM): no modelo. CF e pelo
coeficiente
Se ρi ≤1: a Em termos de parcial.
partir da resistência.
análise. Utilizar os
valores
Se ρi > 1: a Em termos de
médios das De acordo com
partir do resistência.
propriedades a secção
equilíbrio Utilizar os valores
Frágil divididos aplicável da
introduzindo a médios das
pelos EN 1998-1:
resistência dos propriedades
coeficientes 2004.
e/m dúcteis. divididos pelos
de confiança
Utilizar os coeficientes de
CF e pelo
valores médios confiança CF e
coeficiente
das pelo coeficiente
parcial.
propriedades parcial.
multiplicados
pelos
coeficientes de
confiança CF.
NP
EN 1998-3
2017
p. 31 de 87
5.1.1 Introdução
(1) Em função das conclusões da avaliação da estrutura e/ou da natureza e extensão dos danos, devem ser
tomadas as decisões sobre a intervenção.
NOTA: Tal como no projeto de novas estruturas, as melhores decisões são tomadas tendo em conta os aspetos sociais, tais como a
interrupção da utilização ou da ocupação durante a intervenção.
1)
Este é, por exemplo, o caso quando configurações vulneráveis com pilares com baixa razão do vão de corte ou com mecanismos
plásticos de piso flexível são transformados em configurações mais dúcteis; da mesma forma, é o caso quando irregularidades na
sobrerresistência em elevação ou excentricidades no plano são reduzidas através de uma modificação do sistema estrutural.
NP
EN 1998-3
2017
p. 32 de 87
p. 33 de 87
(4)P Em geral, as verificações de segurança devem ser efetuadas de acordo com 4.5, tanto para os elementos
estruturais existentes ou modificados como para os novos. Para os materiais existentes, na verificação da
segurança devem ser utilizados os valores médios obtidos a partir de ensaios in situ e de fontes de
informação adicionais, modificados pelo coeficiente de confiança CF, tal como especificado em 3.5. No
entanto, no caso de materiais novos ou acrescentados devem ser utilizadas as propriedades nominais sem
modificação pelo coeficiente de confiança CF.
NOTA: A informação sobre as capacidades dos elementos estruturais existentes e novos poderá ser fornecida nos Anexos A, B ou C
relativos aos materiais correspondentes.
(5)P No caso em que o sistema estrutural, constituído tanto por elementos estruturais existentes como novos,
possa ser realizado de forma a respeitar os requisitos da EN 1998-1:2004, as verificações poderão ser
efetuadas de acordo com as disposições nela estabelecidas.
NP
EN 1998-3
2017
p. 34 de 87
Anexo A
(informativo)
Estruturas de betão armado
A.2.2 Geometria
(1) Os dados recolhidos deverão incluir:
i. Identificação dos sistemas de contraventamento nas duas direções.
ii. Orientação das lajes de pavimento armadas numa só direção.
iii. Altura e largura das vigas, dos pilares e das paredes.
iv. Largura dos banzos de vigas em T.
v. Eventuais excentricidades entre os eixos das vigas e dos pilares ao nível das juntas.
A.2.4 Materiais
(1) Os dados recolhidos deverão incluir:
i. Resistência do betão.
NP
EN 1998-3
2017
p. 35 de 87
A.3.2.1 Introdução
(1) A capacidade de deformação das vigas, dos pilares e das paredes, a verificar de acordo com 2.2.2(2)P,
2.2.3(2)P e 2.2.4(2)P, é definida em termos da rotação da corda , ou seja, do ângulo entre a tangente à fibra
média do elemento ao nível da extremidade plastificada e a corda que liga essa extremidade à extremidade
do vão de corte (LV = M/V = momento/esforço transverso na secção de extremidade), isto é, o ponto de
inflexão. A rotação da corda é também igual ao deslocamento relativo, ou seja, a flecha na extremidade do
vão de corte em relação à tangente à fibra média do elemento ao nível da extremidade plastificada, dividida
por esse mesmo vão.
p. 36 de 87
el max(0,01;)
um
f yw
(A.3)
0,35
sx
0, 2 L
f c
f c min 9; V 25
(1,275100 d )
h
em que a rotação da corda na cedência, y, deverá ser calculada de acordo com A.3.2.4, el é igual a 1,8 para
os elementos sísmicos primários e igual a 1,0 para os elementos sísmicos secundários e em que todas as
outras variáveis são definidas como para a expressão (A.1).
No caso de paredes, o valor obtido pela expressão (A.3) é multiplicado por 0,6.
No caso de utilização de aço frágil endurecido a frio, a parte plástica da capacidade de rotação da corda é
dividida por 2.
(3) No caso de elementos sem quaisquer disposições construtivas relativas à resistência aos sismos, os
valores obtidos pelas expressões (A.1) e (A.3) são divididos por 1,2.
(4) (1) e (2) aplicam-se aos elementos com varões longitudinais nervurados (de alta aderência) sem
sobreposição na proximidade da zona de extremidade sujeita a plastificação. Quando a sobreposição das
extremidades retas dos varões de alta aderência começa na secção de extremidade do elemento – o que
acontece frequentemente nos pilares e nas paredes com emendas de sobreposição ao nível do piso – as
expressões (A.1) e (A.3) deverão ser aplicadas com um valor da taxa de armaduras comprimidas, ’, duplo
do valor aplicável fora da emenda. Além disso, se o comprimento de sobreposição, lo, é inferior a lou,min, a
parte plástica da capacidade de rotação da corda indicada em (2) deverá ser multiplicada por lo/lou,min, ao
passo que o valor da rotação da corda na cedência, y, que lhe é adicionado para obter a capacidade total de
rotação da corda, deverá ter em conta a sobreposição de acordo com A.3.2.4(3). O valor de lou,min é igual a
lou,min=dbL fyL/[(1,05+14,5lsxfyw/fc)√fc],
onde:
dbL diâmetro dos varões emendados
NP
EN 1998-3
2017
p. 37 de 87
fyL valor médio da tensão de cedência do aço dos varões emendados (MPa) obtido a partir de ensaios in
situ e de fontes de informação adicionais, multiplicado pelo correspondente coeficiente de confiança,
como definido em 3.5 e no Quadro 3.1, tendo em conta o nível de conhecimento obtido (ver 3.5(2)P)
fc, fyw e sx são definidos em (1)
l = (1-sh /(2bo))(1-sh /(2ho))nrestr /ntot
com:
nrestr número de varões longitudinais sobrepostos travados lateralmente pelo canto de um estribo ou por
uma cinta, e
ntot número total de varões longitudinais sobrepostos ao longo do perímetro da secção transversal
(5) Nos elementos com varões longitudinais lisos sem sobreposição na proximidade da zona de extremidade
sujeita a plastificação, a capacidade total de rotação da corda poderá ser considerada igual ao valor calculado
de acordo com (1) multiplicado por 0,8, enquanto a parte plástica da capacidade de rotação da corda poderá
ser considerada igual à calculada de acordo com (2) multiplicada por 0,75 (incluindo estes fatores o
coeficiente de redução 1,2 de (3), para ter em conta a ausência de disposições construtivas relativas à
resistência aos sismos). Se a sobreposição dos varões longitudinais começar na secção de extremidade do
elemento e se as extremidades desses varões tiverem ganchos normalizados e tiverem um comprimento de
sobreposição lo pelo menos de 15dbL, a capacidade de rotação da corda poderá ser calculada do seguinte
modo:
nas expressões (A.1) e (A.3), o vão de corte LV (relação M/V – momento/esforço transverso – na secção
de extremidade) é reduzido do comprimento de sobreposição lo, uma vez que a condição última é
controlada pela zona imediatamente a seguir à extremidade da sobreposição.
a capacidade total de rotação da corda poderá ser considerada igual ao valor calculado de acordo com (1)
e (3) multiplicado por 0,019 (10 + min(40, lo /dbL)), enquanto a parte plástica da capacidade de rotação da
corda poderá ser considerada igual à calculada de acordo com (2) e (3) multiplicada por
0,019 min(40, lo /dbL).
(6) Para a avaliação da capacidade última de rotação da corda poderá ser utilizada uma expressão alternativa:
1 0,5Lpl
um y (u y )Lpl 1 (A.4)
el LV
onde:
y rotação da corda na cedência como definida pelas expressões (A.10) ou (A.11)
u curvatura última da secção de extremidade
y curvatura na cedência na secção de extremidade
O valor do comprimento Lpl da rótula plástica depende da forma como é tida em conta no cálculo da
curvatura última da secção de extremidade, u, o aumento da resistência e da capacidade de deformação do
betão devido ao confinamento.
(7) Se a curvatura última da secção de extremidade, u, sob carregamento cíclico, é calculada com:
a) a extensão última da armadura longitudinal, εsu, considerada igual:
– aos valores mínimos fornecidos no Quadro C.1 da EN 1992-1-1:2004 para a extensão característica na
força máxima, εuk, para as classes de aço A ou B,
– 6 % para o aço da classe C, e
NP
EN 1998-3
2017
p. 38 de 87
b) o modelo de cintagem definido em 3.1.9 da EN 1992-1-1:2004, com a tensão de cintagem lateral efetiva
2 considerada igual a sxfyw, em que sx, fyw e são definidos em (1),
então, para os elementos com disposições construtivas relativas à resistência aos sismos e sem sobreposição
de varões longitudinais na proximidade da secção sujeita a plastificação, Lpl poderá ser calculado a partir da
seguinte expressão:
d bL f y (MPa)
Lpl 0,1LV 0,17 h 0,24 (A.5)
f c (MPa)
– a extensão à qual se verifica a resistência fcc é considerada como aumentando para além do valor c2 do
betão não confinado segundo a expressão:
f cc
cc c2 1 5 1 (A.7)
fc
– e a extensão última da fibra extrema da zona comprimida é considerada igual a:
sx f yw
cu 0,004 0,5 (A.8)
f cc
onde:
, fyw e sx são definidos em (1) e (7) e fcc é a resistência do betão, melhorada pela cintagem
então, para os elementos com disposições construtivas relativas à resistência aos sismos e sem sobreposição
de varões longitudinais na proximidade da secção sujeita a plastificação, Lpl poderá ser calculado a partir da
seguinte expressão:
LV d bL f y (MPa)
Lpl 0,2h 0 ,11 (A.9)
30 f (MPa)
c
(9) Se o modelo de cintagem definido em 3.1.9 da EN 1992-1-1:2004 for adotado no cálculo da curvatura última
da secção de extremidade, u, e o valor de Lpl obtido pela expressão (A.5) for utilizado na expressão (A.4), então o
coeficiente el aí definido poderá ser considerado igual a 2 para os elementos sísmicos primários e igual a 1,0 para
os elementos sísmicos secundários. Se, em contrapartida, for utilizado o modelo de cintagem definido pelas
expressões (A.6) a (A.8), assim como a expressão (A.9), o valor do coeficiente el poderá ser considerado igual a
1,7 para os elementos sísmicos primários e igual a 1,0 para os elementos sísmicos secundários.
NP
EN 1998-3
2017
p. 39 de 87
NOTA: Os valores da capacidade total de rotação da corda calculada de acordo com (1) e (2) acima (tendo em conta (3) a (5)) são,
em geral, muito semelhantes. A expressão (A.1) é mais adequada quando os cálculos e as exigências se baseiam nas rotações totais
da corda, enquanto a expressão (A.3) é mais apropriada para os casos em que os cálculos e as exigências se baseiam na parte
plástica das rotações da corda. Por outro lado, (4) fornece a capacidade de rotação de elementos com varões longitudinais de alta
aderência e extremidades retas cuja sobreposição começa na secção de extremidade unicamente em termos da expressão (A.3). A
expressão (A.4) com el=1 fornece resultados praticamente semelhantes quando utilizada com (7) ou com (8), mas as diferenças em
relação às estimativas obtidas por (1) ou (2) são maiores. A dispersão dos resultados de ensaios em relação aos da expressão (A.4)
para el=1 utilizado com (8) é menor do que quando é utilizado com (7). Tal traduz-se nos diferentes valores de el especificados em
(1), (2) e (9), para os elementos sísmicos primários, uma vez que el se destina a converter os valores médios em valores médios
menos um desvio padrão. Por último, os efeitos da falta de disposições construtivas para a resistência aos sismos e de emendas por
sobreposição na zona da rótula plástica são especificados em (3) a (5) unicamente com respeito às expressões (A.1) e (A.3).
(10) As paredes existentes que sejam conformes à definição de "paredes de grandes dimensões de betão
fracamente armado" da EN 1998-1:2004, podem ser verificadas de acordo com a EN 1992-1-1:2004.
onde:
y curvatura na cedência da secção de extremidade
aVz translação do diagrama de momentos fletores (ver 9.2.1.3(2) da EN 1992-1-1:2004), com:
z braço do binário das forças interiores, considerado igual a d-d’ em vigas, pilares ou paredes
de secção com abas ou em T, ou a 0,8h em paredes de secção retangular;
NP
EN 1998-3
2017
p. 40 de 87
(3) (1) e (2) aplicam-se aos elementos com varões longitudinais sem sobreposições na proximidade da zona
de extremidade sujeitas a cedência. Se os varões longitudinais são de alta aderência com extremidades retas
cuja sobreposição começa na secção de extremidade do elemento (como no caso de pilares e de paredes com
emendas por sobreposição ao nível do piso), nas expressões (A.10), (A.11) o momento de cedência, My, e a
curvatura na cedência, y, deverão ser calculados com uma taxa de armadura comprimida com um valor
duplo do valor que se aplica fora da sobreposição. Se o comprimento de sobreposição reto, lo, é inferior a
loy,min= 0,3dbL fyL /√fc, em que dbL é o diâmetro dos varões emendados, fyL (em MPa) é o valor médio da tensão
de cedência do aço dos varões emendados, obtido a partir de ensaios in situ e de fontes de informação
adicionais, multiplicado pelo coeficiente de confiança, como definido em 3.5 e no Quadro 3.1, tendo em
conta o nível de conhecimento obtido (ver 3.5(2)P) e fc (em MPa) é como definido pela expressão (A.1),
então:
My e y deverão ser calculados com a tensão de cedência, fy, multiplicada por lo/loy,min;
a extensão de cedência, y, no último termo das expressões (A.10a), (A.11a), deverá ser multiplicada por
lo/loy,min;
o segundo termo das expressões (A.10), (A.11) deverá ser multiplicado pela relação entre o valor do
momento de cedência, My, como modificado para ter em conta as emendas por sobreposição, e o
momento de cedência fora da sobreposição;
a fim de determinar se o termo aVz contribui para o primeiro termo das expressões (A.10), (A.11) com
aV=1, o produto LVVR,c é comparado ao momento de cedência, My, como modificado para ter em conta o
efeito da sobreposição.
(4) (1) e (2) poderão ser considerados como aplicando-se igualmente aos elementos com varões longitudinais
lisos, mesmo quando a sobreposição das suas extremidades, com ganchos normalizados, tem início na secção
de extremidade do elemento (como no caso dos pilares e das paredes com emendas por sobreposição a
começar ao nível do piso), desde que o comprimento de sobreposição, lo, seja pelo menos igual a 15dbL.
(5) Se a verificação for efetuada em termos de deformações, as exigências de deformação deverão ser
obtidos a partir de uma análise baseada num modelo estrutural no qual a rigidez de cada elemento é
considerada igual ao valor médio de My LV /3y, nas duas extremidades do elemento. Neste cálculo, o vão de
corte na secção de extremidade, LV, poderá ser considerado igual a metade do comprimento do elemento.
NP
EN 1998-3
2017
p. 41 de 87
1 h x L
VR minN ; 0,55 Ac f c 1 0,05min5; μpl 0,16 max(0,5; 100 ρtot )1 0,16min 5; V f c Ac Vw (A.12)
el 2LV h
onde:
el igual a 1,15 para os elementos sísmicos primários e a 1,0 para os elementos sísmicos secundários
(como definido em 2.2.1(6)P)
h altura da secção transversal (igual ao diâmetro D para as secções circulares)
x altura da zona comprimida
N esforço axial de compressão (positivo, considerado igual a zero em tração)
LV =M/V, relação momento/esforço transverso na secção de extremidade
Ac área da secção transversal, considerada igual a bwd para uma secção transversal com uma alma
retangular de largura (espessura) bw e uma altura útil d, ou igual a Dc2/4 (em que Dc = D-2c-2dbw é
o diâmetro do núcleo de betão no interior das cintas, com D e c como definidos em b) abaixo e dbw
é o diâmetro das armaduras transversais) para as secções circulares
fc tensão de rotura do betão à compressão, como definida para a expressão (A.1) para os elementos
sísmicos primários, fc deverá ainda ser dividido pelo coeficiente parcial para o betão de acordo com
5.2.4 da EN 1998-1:2004
tot taxa total das armaduras longitudinais
Vw contribuição das armaduras transversais para a resistência ao esforço transverso, considerada igual a:
a) para secções transversais de alma retangular de largura (espessura) bw:
Vw w bw zf yw (A.13)
onde:
w percentagem de armaduras transversais
z braço do binário das forças interiores, tal como especificado em A.3.2.4(2)
fyw tensão de cedência das armaduras transversais, como definida para a expressão (A.1); para os
elementos sísmicos primários, fyw deverá ser ainda dividido por um coeficiente parcial para o aço
de acordo com a 5.2.4 da EN 1998-1:2004,
b) para secções transversais circulares:
NP
EN 1998-3
2017
p. 42 de 87
Asw
Vw f yw ( D 2c ) (A.14)
2 s
onde:
D diâmetro da secção
Asw área da secção transversal de um estribo circular
s espaçamento entre eixos dos estribos
fyw como definido em (a) acima
c recobrimento de betão
(2) A resistência ao esforço transverso de uma parede de betão, VR, não poderá ser considerada superior ao
valor correspondente à rotura por esmagamento da alma, VR,max, que, sob um carregamento cíclico, poderá
ser calculado a partir da seguinte expressão (com as unidades MN e metro):
0,85 1 0,06 min 5; pl 1 1,8 min 0,15; N LV (A.15)
VR,max
1 0,25 max(1,75;100 tot ) 1 0,2 min 2; f c bw z
el Ac f c h
onde el = 1,15 para os elementos sísmicos primários e 1,0 para os elementos sísmicos secundários, fc em
MPa, bw e z em metros e VR,max em MN, e em que todas as outras variáveis são as definidas em (1).
A resistência ao esforço transverso sob um carregamento cíclico, controlada pelo esmagamento da alma
antes da cedência por flexão, é obtida a partir da expressão (A.15) para Δpl =0.
(3) Se, num pilar de betão, a razão do vão de corte, LV/h, calculada na secção de extremidade com o valor
máximo dos dois momentos de extremidade, é inferior ou igual a 2,0, a sua resistência ao esforço transverso,
VR, não deverá ser considerada superior ao valor correspondente à rotura por esmagamento da alma ao longo
da diagonal do pilar após a cedência por flexão, VR,max, que, sob um carregamento cíclico, poderá ser
calculado a partir da seguinte expressão (com as unidades MN e metros):
4 1 0,02min5; pl
N
VR,max 7 1 1,35 1 0,45(100 tot ) min(40; f c )bw z sen 2 (A.16)
el Ac f c
onde:
δ ângulo entre a diagonal e o eixo do pilar (tan δ =h/2LV)
e todas as outras variáveis são definidas em (1).
(4) Na avaliação deverá ser utilizado o valor mínimo da resistência ao esforço transverso calculado de acordo
com a EN 1992-1-1:2004 ou através das expressões (A.12)-(A.16).
(5) Nos cálculos deverão ser utilizados os valores médios das propriedades dos materiais determinados a
partir de ensaios in situ e de fontes de informação adicionais.
(6) No caso de elementos sísmicos primários, os valores médios das resistências dos materiais, além de
divididos pelos coeficientes de confiança apropriados baseados no nível de conhecimento, deverão ser
divididos pelos coeficientes parciais dos materiais, de acordo com 5.2.4 da EN 1998-1:2004.
p. 43 de 87
A.4.2.1 Introdução
(1) Os encamisamentos de betão são aplicados aos pilares e às paredes para todos ou alguns dos seguintes efeitos:
– aumento da capacidade resistente;
– aumento da resistência à flexão e/ou ao esforço transverso;
– aumento da capacidade de deformação;
– melhoria da resistência das emendas por sobreposição deficientes.
(2) A espessura dos encamisamentos deverá permitir a colocação das armaduras tanto longitudinais como
transversais com um recobrimento adequado.
(3) Quando o objetivo do encamisamento é o aumento da resistência à flexão, as armaduras longitudinais
deverão ser prolongadas até ao piso contíguo através de furos na laje, enquanto as cintas horizontais deverão
ser colocadas ao nível dos nós através de furos horizontais executados nas vigas. Poderão não adotar-se
cintas no caso de nós interiores totalmente confinados.
(4) Quando o único objetivo é o aumento da resistência ao esforço transverso e da capacidade de deformação,
eventualmente com uma melhoria das emendas por sobreposição, deverá preservar-se um espaço com cerca de
10 mm entre a extremidade dos encamisamentos (tanto no betão como nas armaduras) e a laje.
NP
EN 1998-3
2017
p. 44 de 87
Para y*:
y 1,05 y (A.19)
Para u*:
u u (A.20)
(3) Os valores de u*, y*, My* do elemento encamisado, a utilizar nas comparações em relação às
exigências nas verificações de segurança, deverão ser calculados com base em: (a) o valor médio da
resistência do aço existente, diretamente obtido a partir de ensaios in situ e de fontes de informação
adicionais, dividido de modo adequado pelo coeficiente de confiança fornecido em 3.5, tendo em conta o
nível de conhecimento obtido; e (b) a resistência nominal do betão adicional e das armaduras adicionais.
(4) O valor de VR* do elemento encamisado, a comparar com a exigência nas verificações de segurança,
deverá ser calculado com base em: (a) o valor médio da resistência do aço existente, como diretamente
obtido a partir de ensaios in situ e de fontes de informação adicionais, dividido de modo adequado pelo
coeficiente de confiança fornecido em 3.5, tendo em conta o nível de conhecimento obtido; e (b) a resistência
nominal do betão adicional e das armaduras adicionais. No caso de elementos sísmicos primários, o valor
médio da resistência do aço existente e a resistência nominal dos materiais adicionais deverão ser divididos
pelos coeficientes parciais para o aço e para o betão, de acordo com 5.2.4 da EN 1998-1:2004.
(5) O valor de My* dos elementos encamisados cujos efeitos das ações se exercem sobre
elementos/mecanismos frágeis, quando 4.5.1(1)P(b) é utilizado, deverá ser calculado com base em: (a) o
valor médio da resistência do aço existente, como diretamente obtido a partir de ensaios in situ e de fontes de
informação adicionais, multiplicado de modo adequado pelo coeficiente de confiança fornecido em 3.5,
tendo em conta o nível de conhecimento obtido; e (b) a resistência nominal do betão adicional e das
armaduras adicionais (ver 3.5(2)P).
NP
EN 1998-3
2017
p. 45 de 87
A.4.3.1 Introdução
(1) Os encamisamentos metálicos são principalmente aplicados aos pilares a fim de aumentar a resistência ao
esforço transverso e melhorar a resistência das emendas por sobreposição deficientes. Poderão igualmente
ser considerados como contribuindo para o aumento da ductilidade pela cintagem.
(2) Os encamisamentos metálicos em torno de pilares retangulares são geralmente constituídos por quatro
cantoneiras às quais são soldadas ou chapas de aço contínuas ou cintas metálicas horizontais descontínuas mais
espessas. As cantoneiras poderão ser coladas ao betão por uma resina epoxi, ou simplesmente aderentes sem
qualquer folga ao betão ao longo de toda a sua altura. As cintas poderão ser pré-aquecidas imediatamente antes
da soldadura, a fim de conferirem posteriormente um certo confinamento positivo ao pilar.
p. 46 de 87
– quando existem emendas na base do pilar, uma das fiadas de parafusos deverá estar localizada na zona
superior da emenda e a outra fiada deverá estar situada a uma distância de 1/3 do comprimento da referida
emenda, contada a partir da base.
A.4.4.1 Introdução
(1) As principais utilizações dos FRP (polímeros reforçados com fibras) colados exteriormente e destinados
ao reforço sísmico de elementos de betão armado existentes são as seguintes:
– Aumento da capacidade resistente ao esforço transverso de pilares e paredes, através da aplicação de FRP
colado exteriormente, estando as fibras dispostas na direção das cintas.
– Aumento da ductilidade disponível ao nível das extremidades dos elementos, através de uma cintagem
adicional sob a forma de encamisamentos de FRP, dispostos com as fibras orientadas ao longo do perímetro.
– Prevenção de qualquer rotura de emendas por sobreposição, através de uma melhor cintagem das emendas,
novamente com as fibras orientadas ao longo do perímetro.
(2) O efeito do revestimento e do encamisamento dos elementos com FRP na resistência à flexão da secção
de extremidade e no valor da rotação da corda na cedência, y, poderá ser desprezado (y poderá ser
calculado de acordo com A.3.2.4(2) a (4), com loy,min considerado igual a 0,2dbLfyL /√fc, em A.3.2.4(4)).
p. 47 de 87
onde:
d altura útil
ângulo de inclinação das escoras
ffdd,e valor de cálculo da resistência efetiva ao descolamento do FRP, que depende da configuração do
reforço de acordo com (5) para o FRP de encamisamento total, ou (6) para o FRP em forma de U,
ou (7) para o FRP colado nos lados
tf espessura do laminado ou manta de FRP (num só lado)
β ângulo entre a direção (resistente) das fibras do laminado ou manta de FRP e o eixo do elemento
wf largura do laminado ou manta de FRP, medida na direção ortogonal à direção (resistente) das fibras
(para as mantas: wf min(0 ,9d ,hw ) sen( ) / sen ) e:
sf espaçamento dos laminados de FRP (= wf para as mantas), medido na direção ortogonal à direção
(resistente) das fibras
(5) No caso de encamisamentos totais (ou seja, fechados) ou devidamente amarrados (na zona comprimida),
o valor de cálculo da resistência efetiva ao descolamento do FRP poderá ser considerado nas expressões
(A.22) e (A.23) igual a:
L sen 1 L sen
f fdd,e, W f fdd 1 k e ( f fu, W ( R ) f fdd ) 1 e (A.24)
2z 2 z
onde:
z = 0,9d braço do binário das forças interiores
2
k 1 , e:
1 Ef f ctm k b
f fdd 0 ,6 (unidades: N, mm) (A.25)
fd tf
onde o termo entre só deverá ser considerado se for positivo e em que o coeficiente R depende do raio do
canto arredondado, R, e da largura da viga, bw, como segue:
NP
EN 1998-3
2017
p. 48 de 87
R R
R 0,2 1,6 0 0 ,5 (A.27)
bw bw
Le comprimento de aderência efetivo:
Ef t f
Le (unidades: N, mm) (A.28)
4 max
com:
max = 1,8 fctm kb = resistência máxima de aderência.
(6) Para os encamisamentos em forma de U (ou seja, abertos), o valor de cálculo da resistência efetiva ao
descolamento do FRP poderá ser considerado nas expressões (A.22) e (A.23) igual a:
L sen
f fdd,e, U f fdd 1 k e (A.29)
z
onde todas as variáveis são definidas em (5).
(7) Para os laminados/mantas colados nos lados, o valor de cálculo da resistência efetiva ao descolamento do
FRP poderá ser considerado nas expressões (A.22), (A.23) igual a:
2
z rid,eq Leq
f fdd,e,S f fdd 1 k (A.30)
z z rid,eq
onde:
u1
z rid,eq z rid Leq , z rid z Le sen , Leq sen (A.31)
fdd
com:
fdd = ffdd/Ef
u1 = kb /3
(8) Para os elementos de secção circular de diâmetro D, a contribuição do FRP é avaliada do seguinte modo:
Vf 0,5 Ac f Ef f,ed (A.32)
onde:
Ac área da secção transversal do pilar
f igual a 4 tf /D é a taxa volumétrica de FRP
f,ed = 0,004.
(9) No caso de elementos em que as zonas de rótula plástica têm um encamisamento total com FRP num
comprimento pelo menos igual à altura h do elemento, a resistência ao esforço transverso cíclico, VR, poderá
ser considerada como decrescente com a parte plástica da exigência de ductilidade de rotação da corda,
calculado na extremidade do elemento: Δpl= -1, de acordo com a expressão (A.12), adicionando a Vw (ou
seja, à contribuição das armaduras transversais para a resistência ao esforço transverso) a resistência
adicional devida ao encamisamento de FRP. A contribuição do encamisamento de FRP para Vw poderá ser
NP
EN 1998-3
2017
p. 49 de 87
calculada admitindo que a tensão do FRP atinge o valor de cálculo da resistência última do FRP, fu,fd, nas
fibras extremas tracionadas e diminui linearmente até zero ao longo da altura útil d:
Vw,f 0,5 f bw z f u,fd (A.33)
onde:
f igual a 2tf /bw é a taxa volumétrica de FRP
z braço do binário das forças interiores, tomado igual a d, e
fu,fd valor de cálculo da resistência última do FRP, igual à resistência última do FRP, fu,f dividida pelo
coeficiente parcial fd do FRP
NOTA: O valor a atribuir a fd num determinado país pode ser indicado no respetivo Anexo Nacional. O valor recomendado é
fd=1,5.
p. 50 de 87
f f,e min f u,f , u,f Ef 1 min 0,5; 0,7 min f u,f , u,f Ef f (A.35)
fc
onde fu,f e Ef são a resistência e o módulo de elasticidade do FRP e u,f é uma extensão limite, igual a 0,015
para o CFRP (polímero reforçado com fibras de carbono) ou o AFRP (polímero reforçado com fibras de
aramida) e a 0,02 para o GFRP (polímero reforçado com fibras de vidro);
(c) , o coeficiente de eficácia do confinamento é obtido por:
1
b 2 R h 2 R
2 2
(A.36)
3bh
onde R é o raio do canto arredondado da secção e b, h as dimensões totais da secção transversal (ver a Figura
A.1).
(7) O parágrafo (6) aplica-se aos elementos com varões longitudinais contínuos nervurados (de alta
aderência) ou lisos, com ou sem disposições construtivas relativas à resistência aos sismos, desde que a zona
de extremidade tenha um encamisamento de FRP até a uma distância em relação à secção de extremidade
suficiente para garantir que o momento de cedência, My, na parte não encamisada não será ultrapassado antes
de ser atingida a resistência à flexão incluindo a sobrerresistência, RdMy, na secção de extremidade. A fim de
ter em conta o aumento da resistência à flexão da secção de extremidade devido ao confinamento conferido
pelo FRP, Rd deverá ser pelo menos igual a 1,3.
Figura A.1 – Superfície de confinamento efetivo de uma secção revestida com FRP
onde sw é a tensão de aperto devida aos estribos com uma extensão de 0,001 (sw = 0,001 ρw Es), ou, quando
for o caso, a pressão ativa devida à injeção de argamassa entre o FRP e o pilar, enquanto 1 representa a
tensão de aperto ao longo do comprimento da sobreposição Ls, obtida por:
As f yL
l (A.38)
p
2n 2(d bL c) Ls
onde:
As área de cada varão longitudinal emendado
NP
EN 1998-3
2017
p. 51 de 87
fyL tensão de cedência das armaduras longitudinais, considerada igual ao valor médio obtido a partir de
ensaios in situ e de fontes de informação adicionais, multiplicada de modo adequado pelo
coeficiente de confiança, CF, indicado no Quadro 3.1 para o nível de conhecimento apropriado (ver
2.2.1(5)P)
p perímetro, medido na secção transversal do pilar, da figura geométrica tangente à face interior das
armaduras longitudinais
n número de varões emendados ao longo do perímetro p
dbL (maior) diâmetro dos varões da armadura longitudinal, e
c espessura do recobrimento de betão
(2) No caso de pilares retangulares, as expressões acima poderão ser utilizadas substituindo D por bw, largura
da secção, e reduzindo a eficácia do encamisamento com FRP através do coeficiente indicado em A.4.4.3(4).
(3) Para os elementos de secção retangular com varões longitudinais sobrepostos num comprimento lo a
partir da secção de extremidade do elemento, uma alternativa a (1) e (2), permitindo determinar o efeito do
encamisamento com FRP disposto ao longo de um comprimento no mínimo 25 % superior ao comprimento
da sobreposição, consiste em aplicar A.3.2.2(4):
a) tendo em conta na expressão (A.3) o confinamento devido unicamente aos varões transversais (expoente
da potência de base 25 que precede o último termo);
b) calculando lou,min como lou,min= dbL fyL/[(1,05+14,5l,f f ff,e /fc)√fc] com base unicamente no FRP, com
l,f = (4/ntot) e f, ff,e, , ntot como definido em A.4.4.3(6) para o FRP.
NP
EN 1998-3
2017
p. 52 de 87
Anexo B
(informativo)
Estruturas metálicas e estruturas mistas
B.2.2 Geometria
(1) Os dados recolhidos deverão incluir:
i. Identificação dos sistemas de contraventamento.
ii. Identificação dos diafragmas horizontais.
iii. Forma e dimensões iniciais da secção transversal.
iv. Área, módulo de flexão, momento de inércia e propriedades de torção nas secções existentes críticas.
B.2.4 Materiais
(1) Os dados recolhidos deverão incluir:
i. Resistência do betão.
ii. Tensão de cedência, módulo de endurecimento, resistência e alongamento últimos do aço.
(2) Deverão ser escolhidas tanto quanto possível, para as inspeções, as áreas de tensão reduzida, tais como as
extremidades dos banzos nos extremos viga-coluna e os bordos exteriores das chapas.
NP
EN 1998-3
2017
p. 53 de 87
(3) A fim de avaliar as propriedades dos materiais, deverão ser retiradas amostras das chapas das almas dos
perfis laminados a quente para os elementos projetados como dissipativos.
(4) Deverão ser utilizados provetes das chapas de banzo a fim de caracterizar as propriedades dos materiais
dos elementos não dissipativos e/ou dos nós.
(5) Uma radiografia gama, um ensaio de ultrassons através dos revestimentos ou uma análise endoscópica
através de furações, constituem outros tantos métodos de ensaio válidos no caso de acessibilidade limitada
ou de elementos mistos.
(6) A sanidade dos materiais de base e de enchimento deverá ser comprovada com base em dados químicos e
metalúrgicos.
(7) Deverão ser utilizados ensaios de tenacidade Charpy a fim de demonstrar que as zonas afetadas pelo
calor, caso existam, e os materiais circundantes têm uma resistência adequada em relação à rotura frágil.
(8) Poderão ser utilizados ensaios destrutivos e/ou não destrutivos (líquido penetrante, magnetoscopia,
emissão acústica) assim como métodos por ultrassons ou tomográficos.
B.3.2 Materiais
(4) A espessura dos elementos deverá obedecer aos requisitos do Quadro 2.1 da EN 1993-1-10:2004, em
função da energia no ensaio Charpy (CVN) e de outros parâmetros relevantes.
(5) Os produtos de soldadura deverão satisfazer os requisitos de 4.2 da EN 1993-1-8:2004.
(6) Em secções com banzos largos, deverão ser retiradas amostras nas zonas de ligação entre o banzo e a
alma. Trata-se de uma zona (área k) de resistência ao entalhe potencialmente reduzida devido ao processo de
arrefecimento lento utilizado no fabrico.
NP
EN 1998-3
2017
p. 54 de 87
B.3.2.3 Betão
(1) O betão adicional dos elementos novos ou reforçados deverá ser conforme a 7.2.1(1) da EN 1998-1:2004.
p. 55 de 87
B.4.2 Pórticos
(1) O comportamento misto entre as vigas de aço e as lajes de betão poderá ser melhorado através de
conectores funcionando ao corte e pela utilização de um revestimento de betão armado das vigas e das
colunas, a fim de aumentar a rigidez global em todos os estados limites.
(2) O comprimento das zonas dissipativas deverá ser consistente com a localização das rótulas indicada na
primeira linha do Quadro B.6.
(3) A reabilitação de estruturas em pórtico poderá ser efetuada através da realização de nós de ligação
semirrígida e/ou de resistência parcial, de aço ou mistos.
(4) O período fundamental dos pórticos com nós de ligações semirrígidas poderá ser calculado do seguinte modo:
0,85m180
T 0,085 H se 5 m 18 (semirrígidas) (B.2)
3
T 0,085 H 4 se m 18 (rígidas) (B.3)
onde H é a altura do pórtico em metros e o parâmetro m é definido do seguinte modo:
K
con
m
L
EI
b
(B.4)
onde:
K rigidez de rotação da ligação
I momento de inércia da viga
L vão da viga
E módulo de elasticidade da viga
(5) Além da distribuição de forças horizontais indicada em 4.3.3.2.3 da EN 1998-1:2004 e em 4.4.4.2(1) da
presente Norma, deverá ser utilizada a seguinte distribuição de forças (Fx,i) na análise (linear) das forças
laterais e na análise estática não linear (pushover) a fim de detetar a ocorrência de todos os estados limites:
Wx,i hx,δ i
Fx,i Fb (B.5)
Wx,i hx,δ i
onde Fb é esforço transverso sísmico na base e é obtido por:
1,0 se T 0,50 s
δ 0,50 T 0,75 se 0 ,50 T 2,50 s (B.6)
2,0 se T 2,50 s
p. 56 de 87
(3) O alumínio ou o aço inoxidável poderão ser utilizados para as zonas dissipativas dos pórticos com
contraventamento centrado, excêntrico ou ligado a um travamento diagonal adicional entre a coluna e a viga,
desde que a sua utilização seja validada por ensaios.
(4) No reforço poderão ser utilizadas paredes de aço, betão e/ou mistas a fim de melhorar o comportamento
dúctil e de evitar a instabilidade viga-coluna. O seu projeto e o da sua ligação com os elementos de aço
deverá obedecer à EN 1998-1:2004.
(5) Os painéis de aço poderão ser de aço de baixo limite de cedência e deverão ser soldados em fábrica e
rebitados in situ.
(6) Nos pórticos poderá incorporar-se um contraventamento a fim de aumentar a sua rigidez lateral.
onde:
Ze módulo plástico efetivo da secção ao nível da rótula plástica, calculado com as dimensões medidas
reais da secção
fyb tensão de cedência do aço da viga; para o aço existente, fyb poderá ser considerado igual ao valor
médio obtido a partir de ensaios in situ ou de fontes de informação adicionais, multiplicado de
modo adequado pelo coeficiente de confiança, CF, fornecido no Quadro 3.1 para o nível de
conhecimento apropriado (ver 3.5(2)P); para o aço adicional, fyb poderá ser considerado igual ao
valor nominal multiplicado pelo coeficiente de sobrerresistência, ov, para o aço da viga,
determinado de acordo com 6.2(3), (4) e (5) da EN 1998-1:2004
(6) A exigência de momento, Mcf,Ed, na secção crítica na face da coluna é avaliada do seguinte modo:
onde:
Mpl,Rd,b momento plástico da viga ao nível da rótula plástica
Vpl,Rd,b esforço transverso ao nível da rótula plástica da viga
e distância entre a rótula plástica da viga e a face da coluna
(7) A exigência de momento, Mcc,Ed, na secção crítica ao eixo da coluna poderá ser calculada do seguinte modo:
NP
EN 1998-3
2017
p. 57 de 87
d
M cc,Ed M pl,Rd,b Vpl,Rd,b e c (B.9)
2
onde dc é a altura da secção da coluna.
Quadro B.1 – Capacidade de rotação plástica na extremidade das vigas ou das colunas com um esforço axial
adimensional, ν, não superior a 0,30
Estado limite
Classe da secção DL SD NC
transversal
1 1,0 y 6,0 y 8,0 y
2 0,25 y 2,0 y 3,0 y
(4) Para os elementos de contraventamento comprimidos, a capacidade de deformação inelástica deverá ser
expressa em termos da deformação axial do elemento de contraventamento, como um valor múltiplo da
deformação axial do elemento de contraventamento solicitado pela carga de encurvadura, c. Para os
elementos de contraventamento comprimidos (exceto para os elementos de contraventamento excêntricos de
pórticos), as capacidades de deformação inelástica nos três estados limites poderão ser consideradas iguais às
indicadas no Quadro B.2.
Quadro B.2 – Capacidade de deformação axial dos elementos de contraventamento comprimidos (exceto
para os elementos de contraventamento excêntricos de pórticos)
Estado limite
Classe da secção
DL SD NC
transversal
1 0,25 c 4,0 c 6,0 c
2 0,25 c 1,0 c 2,0 c
(5) Para os elementos de contraventamento tracionados, a capacidade de deformação inelástica deverá ser
expressa em termos da deformação axial do elemento de contraventamento, como um valor múltiplo da
deformação axial do elemento de contraventamento solicitado pela força de cedência em tração, t. Para os
NP
EN 1998-3
2017
p. 58 de 87
Quadro B.3 – Capacidade de deformação axial dos elementos de contraventamento tracionados (exceto para
os elementos de contraventamento excêntricos de pórticos)
Estado limite
DL SD NC
0,25 t 7,0 t 9,0 t
(6) Para as vigas ou as colunas solicitadas à tração, a capacidade de deformação inelástica deverá ser
expressa em termos da deformação axial do elemento, como um valor múltiplo da sua deformação axial sob
a força de cedência em tração, t. Para as vigas ou as colunas tracionadas (exceto para as de
contraventamento excêntricos de pórticos) de secção transversal das classes 1 ou 2, as capacidades de
deformação inelástica nos três estados limites poderão ser consideradas iguais às indicadas no Quadro B.4.
Quadro B.4 – Capacidade de deformação axial das vigas ou das colunas tracionadas (exceto para as vigas ou
as colunas de pórticos com contraventamento excêntrico)
Estado limite
DL SD NC
0,25 t 3,0 t 5,0 t
B.5.3 Vigas
p. 59 de 87
Quadro B.5 – Capacidade de rotação requerida em secções reduzidas de vigas, RBSs (em radianos)
DL SD NC
0,010 0,025 0,040
(3) As rotações indicadas no Quadro B.5 poderão considerar-se como as obtidas se o cálculo da RBS da viga
seguir o procedimento a seguir descrito:
i. Calcular a distância entre o início da RBS e a face da coluna, a, e o comprimento de redução do banzo, b,
do seguinte modo:
a 0,60 bf (B.10)
b 0,75d b (B.11)
onde:
bf largura do banzo
db altura da viga
ii. Calcular a distância entre a secção da rótula plástica prevista no centro da RBS, s, e a face da coluna do
seguinte modo:
b
sa (B.12)
2
NP
EN 1998-3
2017
p. 60 de 87
Legenda:
A = rótula plástica
Figura B.1 – Geometria da redução dos banzos para uma secção reduzida de viga (RBS)
iii. Determinar a profundidade do corte de cada lado do banzo (g); esta profundidade não deverá ser
superior a 0,25bf. Como primeira tentativa, poderá ser considerada igual a:
g 0,20 bf (B.13)
iv. Calcular o módulo plástico (ZRBS) e o momento plástico (Mpl,Rd,RBS) da secção da rótula plástica no eixo da RBS:
Z RBS Z b 2 g t f d b t f (B.14)
M pl,Rd,b Z b f yb (B.17)
p. 61 de 87
CLRBS W CLRBS
a b b a
Legenda:
w = carga gravítica uniforme na situação de projeto sísmica
L’ = distância entre os centros dos cortes da RBS
L = distância entre os eixos das colunas
Figura B.2 – Subconjunto tipo de uma estrutura com secções reduzidas de vigas (RBS)
viii. Verificar as razões largura-espessura ao nível da RBS a fim de evitar qualquer encurvadura local. A
largura do banzo deverá ser medida nas extremidades dos dois terços centrais da secção reduzida de viga.
ix. Calcular o raio (r) dos cortes nos banzos superiores e inferiores ao longo do comprimento b da RBS da viga:
b 2 4g 2
r (B.18)
8g
x. Verificar se o processo de fabrico assegura uma rugosidade de superfície adequada (ou seja, entre 10 m
e 15 m) para os cortes acabados e se não existem marcas da retificação.
B.5.4 Pilares
p. 62 de 87
0 ,06 f yc bf t f (B.19)
onde:
bf largura do banzo
tf espessura do banzo
fyc tensão de cedência do aço da coluna; para o aço existente, fyc poderá ser considerada igual ao valor
médio obtido a partir de ensaios in situ ou de fontes de informação adicionais, multiplicado pelo
coeficiente de confiança, CF, indicado no Quadro 3.1 para o nível de conhecimento apropriado (ver
3.5(2)P); para o aço adicionado, fyc poderá ser considerada igual ao valor nominal multiplicado pelo
coeficiente de sobrerresistência, ov, para o aço da coluna, determinado de acordo com 6.2(3), (4) e
(5) da EN 1998-1:2004
p. 63 de 87
onde:
Aspl área de cada banzo da emenda
fyd valor de cálculo da tensão de cedência do banzo da emenda
Afl área do banzo mais pequeno das duas colunas ligadas, e
fyc tensão de cedência do material da coluna, tal como definida em B.5.4.1(3)
bf N
1 0,35 0,17 1 0,073 Ed
f cd 0,20 ρ w f yw,d (B.22)
B cr Ag
onde:
NEd esforço axial na situação de projeto sísmica
Ag área bruta da secção mista
fcd valor de cálculo da tensão de rotura à compressão do betão
NP
EN 1998-3
2017
p. 64 de 87
B.5.5 Contraventamentos
p. 65 de 87
(2) O contraventamento deverá ser revestido com um material que permita reduzir a aderência entre o
elemento de aço e o painel de betão armado ou o betão de enchimento do tubo.
(3) Aços de reduzida tensão de cedência são apropriados a contraventamentos de aço; betão reforçado com
fibras de aço poderá ser utilizado como material não aderente.
(4) Os contraventamentos reforçados através de uma sua integração sem aderência em paredes de betão
armado deverão obedecer à seguinte condição:
1 B a
1 B m y 1,30 (B.23)
nE l
onde:
a imperfeição inicial do elemento de contraventamento de aço
l comprimento do elemento contraventamento de aço
m yB parâmetro de resistência adimensional do painel de betão armado:
M yB
m B
y (B.24)
N pl,R l
onde:
5 BS t c2 f ct
M yB (B.26)
6
5 π 2 BS E c t c3
N EB (B.27)
12 l 2
onde:
Ec módulo de elasticidade do betão
BS largura do elemento de contraventamento de aço que tem a forma de uma chapa
tc espessura do painel de betão armado
fct tensão de rotura do betão à tração
Npl,R capacidade plástica do elemento de contraventamento de aço tracionado, calculada com base no
valor médio da tensão de cedência do aço obtido a partir de ensaios in situ e de fontes de
informação adicionais, dividido pelo coeficiente de confiança, CF, indicado no Quadro 3.1 para o
nível de conhecimento apropriado
(6) As armaduras de bordo do painel de betão armado deverão ser convenientemente amarradas a fim de
evitar qualquer rotura por corte.
(7) Os tubos cheios de betão contendo material antiaderente deverão permitir evitar qualquer encurvadura do
contraventamento de aço.
NP
EN 1998-3
2017
p. 66 de 87
B.6.2.1 Generalidades
(1) A reabilitação deverá ter como objetivo afastar a rótula plástica da viga em relação à face da coluna (ver
a primeira linha do Quadro B.6).
(2) As ligações viga-coluna poderão ser reabilitadas pela substituição das soldaduras ou pela aplicação de um
método de enfraquecimento ou de reforço.
(3) A fim de garantir o desenvolvimento de rótulas plásticas nas vigas e não nas colunas, a razão de
momentos coluna-viga (CBMR) deverá satisfazer a seguinte condição:
M Rd,c
CBMR 1,30 (B.28)
M pl,R,b
onde:
N Ed
(a) para as colunas de aço: M Rd,c Z c f yd,c (B.29)
Ac i
onde o somatório inclui as secções da coluna na vizinhança do nó, e:
Zc módulo plástico da secção da coluna, avaliado com base nas propriedades geométricas reais,
quando disponíveis, e tendo em conta os esquadros de reforço, caso existam
NEd esforço axial na coluna na situação de projeto sísmica
Ac área da secção da coluna
fyd,c valor de cálculo da tensão de cedência do aço da coluna, calculado com base no valor médio da
tensão de cedência do aço obtido a partir de ensaios in situ e de fontes de informação adicionais,
dividido pelo coeficiente de confiança, CF, indicado no Quadro 3.1 para o nível de conhecimento
apropriado
(b) M pl,R,b é a soma das resistências à flexão ao nível das rótulas plásticas nas vigas que concorrem no nó
na direção horizontal considerada, tendo em conta a excentricidade em relação ao eixo da coluna:
onde:
Zb módulo plástico da secção da viga no local potencial de formação da rótula plástica, calculado com
base na geometria real
fyb tensão de cedência do aço da viga, tal como definida em B.5.1(5)
NP
EN 1998-3
2017
p. 67 de 87
Mcc,Ed momento adicional ao nível do eixo da coluna devido à excentricidade do esforço transverso na
rótula plástica da viga.
(4) Os requisitos para as vigas e as colunas nas ligações reabilitadas são indicados no Quadro B.6. O mesmo
quadro fornece a capacidade de rotação nos três estados limites que é conferida pela ligação se forem
satisfeitos os requisitos
Legenda:
IWUFCs = Ligações soldadas melhoradas sem reforço dos banzos
WBHCs = Ligações soldadas com esquadros de reforço inferiores
WTBHCs = Ligações soldadas com esquadros superiores e inferiores
WCPFCs = Ligações de banzos com chapas cobre-juntas soldadas
RBSCs = Ligações com secções reduzidas de vigas
dc = altura da secção da coluna
db = altura da viga
lh = comprimento do esquadro de reforço
lcp = comprimento da chapa cobre-junta
a= distância do bordo do recorte à extremidade da viga
b= comprimento do recorte do banzo da viga
NP
EN 1998-3
2017
p. 68 de 87
p. 69 de 87
iii. Verificar a ligação das almas, p. ex. a chapa metálica soldada, em relação ao esforço transverso Vpl,Rd,b
obtido a partir de ii acima.
iv. Verificar se a relação da capacidade de flexão viga-coluna, CBMR, satisfaz a condição:
N Ed
Z c f yd,c
Ac
CBMR 1,20 (B.33)
L dc
Z b f yb
L dc 2 b
onde:
Zb e Zc módulos plásticos das vigas e das colunas, respetivamente
NEd esforço axial na coluna na situação de projeto sísmica
Ac área da secção da coluna
fyb tensão de cedência do aço da viga, tal como definida em B.5.1(5)
fyd,c valor de cálculo da tensão de cedência do aço da coluna, tal como definida em B.6.2.1(3)
v. Determinar a espessura das chapas de continuidade para reforço da alma da coluna ao nível dos banzos
superior e inferior da viga. Esta espessura deverá ser pelo menos igual à do banzo da viga.
vi. Verificar se a resistência e a rigidez da zona do painel de alma são suficientes para que este permaneça
elástico:
f yw,d Z b f yb L dc H db
d wc t wc (B.34)
3 db L dc 2 b H
onde:
dwc altura da alma da coluna
twc espessura da alma da coluna, incluindo as chapas de forro, caso existam
fyw,d valor de cálculo da tensão de cedência da zona do painel de alma
Zb módulo plástico das vigas
NEd esforço axial na coluna na situação de projeto sísmica
Ac área da secção da coluna
fyb tensão de cedência do aço da viga, tal como definida em B.5.1(5)
H altura entre pisos do pórtico
vii. Calcular e pormenorizar as soldaduras entre as partes ligadas.
p. 70 de 87
p. 71 de 87
onde:
Zc módulo de flexão plástico das colunas
fyd,c valor de cálculo da tensão de cedência do aço da coluna, tal como definida em B.6.2.1(3)
NEd esforço axial na coluna na situação de projeto sísmica
Ac área da secção da coluna
Mc soma dos momentos na coluna ao nível das extremidades superior e inferior da zona do painel alargada,
resultante do desenvolvimento do momento na viga, Mpl,R,b, para cada viga concorrente na ligação:
H c db
M c 2M pl,R,b Vpl,Rd,b L L'
(B.39)
Hc
onde:
L distância entre os eixos das colunas
d b altura da viga incluindo o esquadro
Hc altura entre pisos do pórtico
v. Calcular o valor do parâmetro adimensional obtido por:
b 3 L' d 3 a d 3 b L' 4 a b
β (B.40)
a 12 I b 12 I b
3 d 6 b d 4b
2 2
Ab Ahf cos 3 θ
onde Ahf é a área do banzo do esquadro.
vi. Calcular do seguinte modo o valor do parâmetro adimensional min:
M pl, Rd, b Vpl, Rd, b a
0,80 f uw,d
Sx
βmin (B.41)
Vpl, Rd, b a Vpl,Rd, b d 2 I b
Sx I b tanθ 4 Ab
onde:
fuw,d valor de cálculo da tensão de rotura das soldaduras à tração
Sx módulo de elasticidade (segundo o eixo principal) da viga
d altura da viga
Ab e Ib área e momento de inércia da viga, respetivamente
vii. Comparar os valores adimensionais , como acima calculados. Se min, as dimensões do esquadro
são suficientes e deverão ser efetuadas outras verificações locais de acordo com viii abaixo. Se min
a rigidez do banzo do esquadro deverá ser aumentada, ou pelo aumento da área do banzo do esquadro,
Ahf, ou pela modificação da geometria do esquadro.
viii. Verificar a resistência e a estabilidade do banzo do esquadro:
NP
EN 1998-3
2017
p. 72 de 87
Vpl,Rd,b
(resistência) Ahf (B.42)
f yhf,d sen
bhf 235
(estabilidade) 10 (B.43)
t hf f yhf,d
onde:
fyhf,d valor de cálculo da tensão de cedência do banzo do esquadro
bhf e thf respetivamente, largura da parte em consola e espessura dos banzos do esquadro
2 a senθ 235
(estabilidade) 33 (B.45)
thw f yhw,d
onde:
fyhw,d valor de cálculo da tensão de cedência da alma do esquadro
thw espessura da alma
coeficiente de Poisson do aço
x. Verificar a capacidade resistente ao esforço transverso da alma da viga, de acordo com 6.2.6 da
EN 1993-1-8:2004, para um esforço transverso aplicado à alma da viga calculado por:
p. 73 de 87
(5) Não deverão ser utilizadas chapas cobre-juntas compridas em vigas com vãos curtos e esforços
transversos elevados.
(6) Poderá ser aplicado para as ligações por chapas cobre-juntas o seguinte método de cálculo passo a passo.
i. Escolher as dimensões da chapa cobre-junta com base na dimensão da viga:
bcp bbf (B.47)
t cp 1,20 t bf (B.48)
db
lcp (B.49)
2
onde:
bcp largura da chapa cobre-junta
tcp espessura da chapa cobre-junta
bcf largura do banzo da viga
tcf espessura do banzo da viga
lcp comprimento da chapa cobre-junta
db altura da viga.
ii. Calcular o momento plástico da viga (Mpl,Rd,b) na extremidade das chapas cobre-juntas como calculado
pela expressão (B.7).
iii. Calcular a resistência plástica ao esforço transverso da viga, Vpl,Rd,b, de acordo com B.5.3.4(3)v, para o
vão, L’, entre as rótulas plásticas da viga:
L` L d c 2 l cp (B.50)
Z b
Acp d b t cp f yd M cf,Sd
(B.52)
p. 74 de 87
vii. Determinar a espessura das chapas de reforço de continuidade dispostas ao nível dos banzos superior e
inferior da viga para reforço da alma da coluna. Esta espessura não deverá ser inferior à do banzo da viga.
viii. Verificar que a resistência e a rigidez da zona do painel de alma permitem que este permaneça elástico:
f yw,d M f L H db
d c t wc (B.54)
3 db L dc H
onde:
dc altura da alma da coluna
twc espessura da alma da coluna, incluindo as chapas de forro, caso existam
fyw,d valor de cálculo da tensão de cedência da zona do painel de alma
H altura entre pisos do pórtico
ix. Definir as dimensões e os pormenores das soldaduras entre as partes ligadas, isto é, entre a viga e as
chapas cobre-juntas, entre a coluna e as chapas cobre-juntas e entre a viga e a coluna. Os recobrimentos
de soldadura deverão utilizar os mesmos elétrodos dos usados nas soldaduras originais, ou pelo menos
elétrodos com propriedades mecânicas semelhantes.
p. 75 de 87
Anexo C
(informativo)
Edifícios de alvenaria
C.2.2 Geometria
(1) Os dados recolhidos deverão incluir:
i. Dimensões e localização de todas as paredes de contraventamento, incluindo a altura, o comprimento e a espessura.
ii. Dimensões das unidades de alvenaria.
iii. Localização e dimensões nas aberturas das paredes (portas, janelas).
iv. Distribuição das cargas gravíticas entre paredes resistentes.
p. 76 de 87
v. Para as paredes de alvenaria ligadas por injeção de calda, avaliação do tipo, da qualidade e localização
das injeções de calda.
vi. Determinação do tipo e do estado da argamassa e das juntas de argamassa; avaliação da resistência, da
erosão e da dureza da argamassa; identificação de defeitos tais como, fendas, vazios interiores,
elementos enfraquecidos e deterioração da argamassa.
vii. Identificação do tipo e do estado das ligações entre paredes ortogonais.
viii. Identificação do tipo e do estado das ligações entre as paredes e os pavimentos ou as coberturas.
ix. Identificação e localização das fendas horizontais nas juntas de assentamento, das fendas verticais nas
juntas verticais e nas unidades de alvenaria, e das fendas diagonais junto das aberturas.
Exame dos desvios de verticalidade das paredes e da separação dos panos exteriores ou de outros elementos
como platibandas e chaminés.
C.2.4 Materiais
(1) Poderão ser utilizados ensaios não destrutivos para quantificar e confirmar a uniformidade da qualidade de
construção assim como a presença e o grau de deterioração. Poderão utilizar-se os seguintes tipos de ensaio:
i. Ensaio de velocidade por impulso de ultrassom ou mecânico para a deteção de variações da densidade
e do módulo dos materiais da alvenaria e a deteção da presença de fendas e de descontinuidades.
ii. Ensaio de impacto-eco para confirmar ou não a injeção de argamassa em paredes armadas.
iii. Radiografia e cover meters, quando for caso, para confirmar a localização das armaduras.
(2) Poderão ser efetuados ensaios adicionais para melhorar o nível de confiança em relação às propriedades dos
materiais de alvenaria ou para avaliar o estado da alvenaria. Os ensaios possíveis são:
i. Ensaio com martelo de Schmidt para avaliar a dureza da superfície das paredes de alvenaria exteriores.
ii. Ensaio com macaco hidráulico plano para medir a resistência ao corte in situ da alvenaria. Este ensaio
poderá ser realizado aplicando simultaneamente às unidades de alvenaria que estão a ser ensaiadas
uma carga vertical medida através de macacos planos.
iii. Ensaio com macaco hidráulico plano para medir a tensão de compressão vertical in situ suportada pela
alvenaria. Este ensaio fornece informações tais como a distribuição das cargas gravíticas, as tensões de
flexão para fora do plano nas paredes e as tensões nas paredes-cortina de alvenaria comprimidas pela
estrutura de betão envolvente.
iv. Ensaio de compressão diagonal para avaliar a resistência ao corte e o módulo de distorção da
alvenaria.
v. Ensaios destrutivos em grande escala de zonas ou elementos particulares, a fim de aumentar o nível de
confiança relativo às propriedades gerais da estrutura ou de obter informações específicas tais como,
por exemplo, a resistência para fora do plano, o comportamento das ligações e das aberturas, a
resistência no plano e a capacidade de deformação.
p. 77 de 87
(2) Os lintéis de alvenaria poderão ser introduzidos no modelo como vigas de acoplamento entre dois
elementos de parede.
p. 78 de 87
p. 79 de 87
(2) A capacidade de uma parede de alvenaria não armada controlada pela flexão poderá ser considerada igual
à capacidade em relação ao esforço transverso indicada em C.4.2.1(3).
p. 80 de 87
(2) Se a largura de fendas é pequena mas a espessura da alvenaria não, deverá ser utilizada uma injeção de
calda de cimento. Quando possível, deverá ser utilizada uma calda sem retração. Para fendas finas poderá ser
utilizada uma calda à base de epoxi.
(3) Se as fendas são relativamente largas (p. ex., superiores a 10 mm), a zona danificada deverá ser
reconstruída utilizando tijolos ou pedras alongados (como elemento de costura). Em alternativa, deverão ser
utilizados grampos de cauda de andorinha, chapas metálicas ou redes de polímero a fim de unir as duas faces
da fenda. Os vazios deverão ser preenchidos com argamassa de cimento de fluidez adequada.
(4) No caso em que as juntas de assentamento são aproximadamente horizontais, a resistência das paredes à
fendilhação vertical pode ser consideravelmente melhorada embebendo nas juntas de assentamento ou fios
de pequeno diâmetro entrançados ou faixas de rede de polímero.
(5) Para a reparação de grandes fendas diagonais, poderão ser construídas nervuras verticais de betão em
roços irregulares praticados na parede de alvenaria, geralmente dos dois lados. Essas nervuras deverão ser
armadas com estribos pouco afastados e varões longitudinais. Os fios entrançados referidos em (4) deverão
atravessar as nervuras de betão. Em alternativa, poderão ser utilizadas redes de polímero para envolver uma
ou as duas faces das paredes de alvenaria, associadas a uma argamassa ou a um reboco adequados.
p. 81 de 87
C.5.1.6 Reforço de paredes de alvenaria com núcleo de pedra irregular (paredes com panos múltiplos)
(1) O núcleo de pedra irregular poderá ser reforçado com calda de cimento, caso a penetração da calda seja
satisfatória. Se a aderência da calda à pedra se revelar deficiente, a injeção de calda deverá ser
complementada por varões de aço atravessando o núcleo e amarrados aos panos exteriores da parede.
C.5.1.7 Reforço das paredes por meio de encamisamentos em betão armado ou com perfis de aço
(1) O betão deverá ser aplicado por projeção e os encamisamentos deverão ser armados com redes
eletrossoldadas ou varões de aço.
(2) Os encamisamentos poderão ser aplicados unicamente numa face da parede ou, de preferência, nas duas.
As duas camadas do encamisamento aplicado nas faces opostas da parede deverão ser ligadas entre si através
de cintas transversais que atravessem a alvenaria. Os encamisamentos aplicados numa só face deverão ser
ligados à alvenaria por meio de roços.
(3) Poderão ser utilizados perfis de aço de uma forma semelhante, desde que sejam devidamente ligados às
duas faces da parede ou a uma só face.
C.5.1.8 Reforço das paredes por meio de encamisamentos com redes de polímero
(1) Poderão ser utilizadas redes de polímero para o reforço de elementos de alvenaria existentes e novos. No
caso de elementos existentes, as redes deverão ser ligadas às paredes de alvenaria a partir de um dos lados ou
dos dois lados e deverão ser amarradas às paredes perpendiculares. No caso de elementos novos, a
intervenção poderá envolver a introdução adicional de redes nas camadas horizontais de argamassa entre os
tijolos. O reboco que cobre as redes de polímero deverá ser dúctil e de preferência ser de argamassa de cal
com reforço de fibras.
NP
EN 1998-3
2017
p. 82 de 87
Anexo Nacional NA
Introdução
O presente Anexo Nacional foi elaborado no âmbito da atividade da Comissão Técnica de Normalização
CT 115 – Eurocódigos Estruturais, cuja coordenação é assegurada pelo Laboratório Nacional de Engenharia
Civil (LNEC), na sua qualidade de Organismo de Normalização Setorial (ONS) no domínio dos Eurocódigos
Estruturais.
A inclusão de um Anexo Nacional na NP EN 1998-3:2017 decorre do disposto no Preâmbulo desta Norma.
NA.2.1 – Generalidades
Os Parâmetros Determinados a nível Nacional (NDP) relativos aos Princípios e às Regras de Aplicação onde
são permitidas opções nacionais são estabelecidos no Preâmbulo da presente Norma. No entanto, no Anexo
da Norma são permitidas adicionalmente opções nacionais em A.4.4.2(5) e em A.4.4.2(9).
Nas secções NA.2.2 e NA.2.3 referem-se, respetivamente, os Princípios e Regras de Aplicação sem
prescrições a nível nacional e com prescrições a nível nacional. As prescrições a nível nacional, indicadas na
secção NA.2.3, são referenciadas do mesmo modo que no corpo da Norma mas precedidas das letras “NA-“.
– 1.1(4)
– 3.3.1(4)
– 4.4.4.5(2)
– A.4.4.2(5)
– A.4.4.2(9)
prescinde-se de introduzir prescrições a nível nacional, devendo adotar-se as correspondentes prescrições
constantes desta Norma e, se tal for o caso, os valores aí recomendados.
NP
EN 1998-3
2017
p. 83 de 87
a) NA–2.1(2)P
Em Portugal os estados limite a verificar dependem da classe de importância do edifício. Para os edifícios
pertencentes às classes de importância III e IV (ver 4.4.10(1) da presente Norma e 4.2.5(4)P
da NP EN 1998-1:2010) devem ser verificados os seguintes estados limites (ver 2.1(1)P):
b) NA–2.1(3)P
Em Portugal devem considerar-se os seguintes períodos de retorno para a definição da ação sísmica de
referência associada a cada um dos três estados limites indicados em 2.1(2)P:
estado limite de colapso iminente (NC): período de retorno de 975 anos correspondente a uma
probabilidade de excedência de 5 % em 50 anos;
estado limite de danos severos (SD): período de retorno de 308 anos correspondente a uma probabilidade
de excedência de 15 % em 50 anos;
estado limite de limitação de dano (DL): período de retorno de 73 anos correspondente a uma
probabilidade de excedência de 50 % em 50 anos.
Os valores da aceleração máxima de referência agR a adotar para cada um dos três estados limites indicados
são obtidos a partir dos valores de agR indicados no Quadro NA.I do Anexo Nacional da NP EN 1998-1:2010
multiplicando-os pelos coeficientes indicados no Quadro NA.I.
Quadro NA.I – Coeficientes multiplicativos da ação sísmica de referência para obtenção da aceleração
máxima de referência para aplicação da NP EN 1998-3
Ação sísmica Tipo 2
Estado limite Ação sísmica Tipo 1
Continente Açores
de colapso iminente (NC) 1,62 1,33 1,22
de danos severos (SD) 0,75 0,84 0,89
de limitação de dano (DL) 0,29 0,47 0,55
c) NA–2.2.1(7)(P)
Em Portugal devem ser aplicados os valores dos coeficientes parciais dos materiais recomendados na
NP EN 1998-1:2010.
d) NA–3.4.4(1)
Em Portugal, a menos de justificação fundamentada, aplica-se o especificado no Quadro 3.2.
NP
EN 1998-3
2017
p. 84 de 87
e) NA–4.4.2(1)(P)
Em Portugal o valor máximo da relação max/min que permite a utilização do método de análise por forças
laterais é max/min = 3.
NA.4.1 – Objetivo
Na secção NA.4 são dadas informações complementares não contraditórias com as prescrições da presente
Norma, visando auxiliar a aplicação desta Norma.
p. 85 de 87
Salienta-se que, sempre que se efetuar um levantamento de uma estrutura existente, e sobretudo nos casos
em que não existe informação prévia detalhada, a informação recolhida nas inspeções in-situ pode ser
significativamente melhorada a partir de resultados de campanhas de ensaios de medição de vibrações nas
estruturas sujeitas apenas ao ruído ambiente, que permitem estimar as características dinâmicas globais da
estrutura (frequências naturais, configurações modais e amortecimentos modais equivalentes) e assim
extrapolar valores médios para as caraterísticas mecânicas dos materiais constituintes.
Adicionalmente, este tipo de ensaios permite identificar situações locais de degradação ou rotura, ou ainda
localizar irregularidades ou deficiências locais não anteriormente conhecidas, por análise dos modos de
vibração reais medidos na estrutura.
Nas estruturas de alvenaria, a análise dos resultados obtidos em campanhas de ensaios dinâmicos in-situ pode
ser muito útil ao permitir identificar separadamente os comportamentos globais mais condicionados pelo
comportamento fora do plano das paredes e no plano das paredes, e ainda a interação entre estes.
c) Modelação Estrutural (4.3(2)P)
A presente Norma, por comparação com a EN 1998-1, atribui uma importância reforçada à avaliação
adequada dos deslocamentos e das deformações estruturais devidos à ação sísmica.
NP
EN 1998-3
2017
p. 86 de 87
Assim torna-se muito importante, na modelação estrutural, fazer uma correta avaliação da rigidez, sendo que,
em termos gerais, será contra a segurança a adoção de valores de rigidez sobreavaliados.
Nestas circunstâncias, a prescrição contida em 4.3(2)P, remetendo para o expresso em 4.3 da EN 1998-1,
deve ser tomada com esta preocupação em mente.
Assim, de entre os dois parágrafos da EN 1998-1 relevantes nesta matéria (4.3.1(6) e 4.3.1(7)) deverá ser
dado maior peso ao expresso no primeiro deles. Este está em sintonia com o expresso em A.3.2.4(5) da
EN 1998-3 que indica claramente que, nos casos de verificação efetuada em termos de deformações, a
rigidez deve ser tomada como correspondente ao ponto de cedência, definido por My e y.
A solução apresentada em 4.3.1(7) deve assim ser tomada com muita prudência pois em grande número de
situações (por exemplo vigas com pequenas percentagens de armadura ou pilares com pequeno esforço
normal reduzido) conduz à sobreavaliação da rigidez secante na cedência e como tal coloca-se fora de uma
das hipóteses de base das expressões apresentadas no Anexo A para a definição da capacidade de
deformação de elementos de betão armado.
d) Valor máximo da relação max/min (4.4.2(1)(P))
Em Portugal o valor máximo da relação max/min que permite a utilização do método de análise (linear) por
forças laterais é max/min = 3.
Para auxiliar a interpretação desta condição refere-se o seguinte.
Os métodos de análise simplificados baseados no comportamento elástico linear dos materiais para determinação
dos efeitos da ação sísmica nas estruturas existentes devem ser utilizados com muita precaução, em particular nos
casos em que as estruturas tenham um comportamento frágil ou, no caso de estruturas com ductilidade, quando
não seja claro qual o mecanismo que se forma na estrutura para exploração da sua ductilidade disponível e não se
conheça assim, à partida, a distribuição provável das plastificações.
Em princípio estes métodos devem apenas ser utilizados neste último caso em que se possa estimar à partida a
distribuição provável das plastificações e estas têm uma distribuição relativamente uniforme. É esta a motivação
das secções 4.4.2 e 4.4.3 desta Norma, que se aplicam essencialmente a estruturas porticadas (em betão, aço ou
madeira).
De facto, como a verificação da segurança dos elementos dúcteis é feita em termos de deformações locais, esta
limitação visa garantir que as deformações obtidas da análise linear são semelhantes às da resposta não linear da
estrutura. A utilização de métodos de análise estática linear está assim condicionada à obrigatoriedade de, no
comportamento real da estrutura, não existir uma grande disparidade na distribuição da exploração da ductilidade
local.
Esta situação é considerada assegurada numa estrutura porticada se se verificar que a relação entre o valor
máximo max e mínimo min de exigência local, tomando apenas os elementos primários com i >1 como definido
em 4.4.2 (1)P, se mantém abaixo de 3, garantindo assim que não existirão situações de concentração de
plastificação local e que a exploração de ductilidade se fará por meio de exigências distribuídas pela estrutura.
Para outro tipo de estruturas, como sejam por exemplo as estruturas de alvenaria, tal condição é de difícil
aplicação, senão impossível. Como é sabido, este tipo de estruturas apresenta um comportamento essencialmente
frágil, devendo assim verificar-se, como condição de aplicabilidade dos métodos de análise linear, o estipulado na
Nota 2 à secção 4.4.2 (1)P, o que poderá, em muitos casos, tornar impossível a aplicação de métodos de análise
elástica linear a estas estruturas.
No entanto, caso sejam conhecidos os mecanismos de rotura frágil da estrutura, os métodos simplificados de
análise podem constituir uma ajuda preciosa para avaliação da estrutura e para identificação das necessidades de
reforço.
NP
EN 1998-3
2017
p. 87 de 87
No Anexo C da presente Norma são indicadas na sua secção C3.2 as condições para aplicabilidade de métodos de
análise linear na avaliação de estruturas de alvenaria existentes.