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Norma NP

EN 1998-3

Portuguesa 2017

Eurocódigo 8 – Projeto de estruturas para resistência aos sismos


Parte 3: Avaliação e reabilitação de edifícios

Eurocode 8 – Calcul des structures pour leur résistance aux séismes.


Partie 3: Evaluation et renforcement des bâtiments

Eurocode 8 – Design of structures for earthquake resistance


Part 3: Assessment and retrofitting of buildings

ICS HOMOLOGAÇÃO
91.120.25 Termo de Homologação n.º 188/2017, de 2017-09-05

CORRESPONDÊNCIA ELABORAÇÃO
Versão portuguesa da EN 1998-3:2005 + AC:2013 CT 115 (LNEC)

EDIÇÃO
2017-09-15

CÓDIGO DE PREÇO
XEC022

 IPQ reprodução proibida

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Preâmbulo nacional
À Norma Europeia EN 1998-3:2005, foi dado estatuto de Norma Portuguesa em 2005-08-16 (Termo de
Adoção nº 1153/2005, de 2005-08-16).
Esta Norma é a versão portuguesa consolidada da EN 1998-3:2005 com a sua Corrigendum AC:2013.
A presente Norma faz parte de um conjunto de normas integrantes do Eurocódigo 8: Projeto de estruturas
para resistência aos sismos.
Esta Norma constitui a Parte 3 do Eurocódigo 8 e trata da avaliação e da reabilitação sísmica de edifícios
construídos com materiais correntes.
A aplicação desta Norma em Portugal deve obedecer às disposições constantes do respetivo Anexo Nacional
NA, que dela faz parte integrante. Neste Anexo são nomeadamente concretizadas as prescrições
explicitamente deixadas em aberto no corpo do Eurocódigo para escolha nacional, denominadas Parâmetros
Determinados a nível Nacional (NDP).
NORMA EUROPEIA EN 1998-3
EUROPÄISCHE NORM junho 2005

NORME EUROPÉENNE + AC
EUROPEAN STANDARD agosto 2013

ICS: 91.120.25 Substitui a ENV 1998-1-4:1996

Versão portuguesa
Eurocódigo 8: Projeto de estruturas para resistência aos sismos
Parte 3: Avaliação e reabilitação de edifícios

Eurocode 8: Auslegung von Eurocode 8: Calcul des Eurocode 8: Design of


Bauwerken gegen Erdbeben structures pour leur résistance structures for earthquake
Teil 3: Beurteilung und aux séismes resistance
Ertüchtigung von Gebäuden Partie 3: Evaluation et Part 3: Assessment and
renforcement des bâtiments retrofitting of buildings

A presente Norma é a versão portuguesa da Norma Europeia EN 1998-3:2005 e da sua Corrigendum


AC:2013, e tem o mesmo estatuto que as versões oficiais. A tradução é da responsabilidade do Instituto
Português da Qualidade.
Esta Norma Europeia e a sua Corrigendum foram ratificadas pelo CEN em 2005-03-15 e 2013-08-07,
respetivamente.
Os membros do CEN são obrigados a submeter-se ao Regulamento Interno do CEN/CENELEC que define
as condições de adoção desta Norma Europeia, como norma nacional, sem qualquer modificação.
Podem ser obtidas listas atualizadas e referências bibliográficas relativas às normas nacionais
correspondentes junto do Secretariado Central ou de qualquer dos membros do CEN.
A presente Norma Europeia e a sua Corrigendum existem nas três versões oficiais (alemão, francês e
inglês). Uma versão noutra língua, obtida pela tradução, sob responsabilidade de um membro do CEN, para
a sua língua nacional, e notificada ao Secretariado Central, tem o mesmo estatuto que as versões oficiais.
Os membros do CEN são os organismos nacionais de normalização dos seguintes países: Alemanha,
Áustria, Bélgica, Chipre, Dinamarca, Eslováquia, Eslovénia, Espanha, Estónia, Finlândia, França, Grécia,
Hungria, Irlanda, Islândia, Itália, Letónia, Lituânia, Luxemburgo, Malta, Noruega, Países Baixos, Polónia,
Portugal, Reino Unido, República Checa, Suécia e Suíça.

CEN
Comité Europeu de Normalização
Europäisches Komitee für Normung
Comité Européen de Normalisation
European Committee for Standardization

Secretariado Central: Avenida Marnix 17, B-1000 Bruxelas

 2005 CEN Direitos de reprodução reservados aos membros do CEN

Ref. n.º EN 1998-3:2005 + AC:2013 Pt


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Sumário Página

Preâmbulo nacional ................................................................................................................................. 2 


Preâmbulo ................................................................................................................................................ 8 
Antecedentes do programa dos Eurocódigos ............................................................................................. 8 
Estatuto e campo de aplicação dos Eurocódigos ....................................................................................... 9 
Normas nacionais de implementação dos Eurocódigos ............................................................................. 10 
Anexo Nacional da EN 1998-3 .................................................................................................................. 11 
1 Generalidades........................................................................................................................................ 12 
1.1 Objetivo e campo de aplicação ............................................................................................................ 12 
1.2 Referências normativas........................................................................................................................ 12 
1.3 Pressupostos......................................................................................................................................... 13 
1.4 Distinção entre Princípios e Regras de Aplicação ............................................................................... 13 
1.5 Definições ............................................................................................................................................ 13 
1.6 Símbolos .............................................................................................................................................. 13 
1.7 Unidades S.I......................................................................................................................................... 16 
2 Requisitos de desempenho e critérios de conformidade .................................................................... 16 
2.1 Requisitos fundamentais ...................................................................................................................... 16 
2.2 Critérios de conformidade ................................................................................................................... 17 
3 Informação para a avaliação estrutural ............................................................................................. 19 
3.1 Informações gerais e antecedentes....................................................................................................... 19 
3.2 Informação de base necessária............................................................................................................. 19 
3.3 Níveis de conhecimento....................................................................................................................... 20 
3.4 Identificação do nível de conhecimento .............................................................................................. 23 
3.5 Coeficientes de confiança .................................................................................................................... 25 
4 Avaliação ............................................................................................................................................... 25 
4.1 Generalidades ...................................................................................................................................... 25 
4.2 Ação sísmica e combinação de ações sísmica ..................................................................................... 25 
4.3 Modelação da estrutura ........................................................................................................................ 26 
4.4 Métodos de análise .............................................................................................................................. 26 
4.5 Verificações de segurança ................................................................................................................... 29 
4.6 Resumo dos critérios para a análise e as verificações de segurança .................................................... 29 
5 Decisões sobre a intervenção na estrutura ......................................................................................... 31 
5.1 Critérios de intervenção na estrutura ................................................................................................... 31 
6 Projeto da intervenção na estrutura ................................................................................................... 32 
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6.1 Procedimento de projeto de reabilitação .............................................................................................. 32 


Anexo A (informativo) Estruturas de betão armado .............................................................................. 34 
A.1 Objetivo e campo de aplicação ......................................................................................................... 34 
A.2 Identificação da geometria, das disposições construtivas e dos materiais .................................... 34 
A.2.1 Generalidades ................................................................................................................................... 34 
A.2.2 Geometria ......................................................................................................................................... 34 
A.2.3 Disposições construtivas .................................................................................................................. 34 
A.2.4 Materiais ........................................................................................................................................... 34 
A.3 Modelos de capacidade para a avaliação ......................................................................................... 35 
A.3.1 Introdução ......................................................................................................................................... 35 
A.3.2 Vigas, pilares e paredes em flexão com e sem esforço axial ............................................................ 35 
A.3.3 Vigas, pilares e paredes: esforço transverso ..................................................................................... 41 
A.3.4 Nós viga-pilar ................................................................................................................................... 43 
A.4 Modelos de capacidade para o reforço ............................................................................................ 43 
A.4.1 Generalidades ................................................................................................................................... 43 
A.4.2 Encamisamento de betão .................................................................................................................. 43 
A.4.3 Encamisamento metálico .................................................................................................................. 45 
A.4.4 Revestimento e encamisamento com FRP........................................................................................ 46 
Anexo B (informativo) Estruturas metálicas e estruturas mistas ......................................................... 52 
B.1 Objetivo e campo de aplicação ......................................................................................................... 52 
B.2 Identificação da geometria, das disposições construtivas e dos materiais .................................... 52 
B.2.1 Generalidades ................................................................................................................................... 52 
B.2.2 Geometria ......................................................................................................................................... 52 
B.2.3 Disposições construtivas ................................................................................................................... 52 
B.2.4 Materiais ........................................................................................................................................... 52 
B.3 Requisitos relativos à geometria e aos materiais dos elementos novos ou modificados .............. 53 
B.3.1 Geometria ......................................................................................................................................... 53 
B.3.2 Materiais ........................................................................................................................................... 53 
B.4 Reabilitação dos sistemas .................................................................................................................. 54 
B.4.1 Generalidades ................................................................................................................................... 54 
B.4.2 Pórticos ............................................................................................................................................. 55 
B.4.3 Pórticos contraventados .................................................................................................................... 55 
B.5 Avaliação e reabilitação dos elementos ............................................................................................ 56 
B.5.1 Requisitos gerais ............................................................................................................................... 56 
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B.5.2 Capacidades de deformação dos elementos ..................................................................................... 57 


B.5.3 Vigas ................................................................................................................................................ 58 
B.5.4 Pilares............................................................................................................................................... 61 
B.5.5 Contraventamentos .......................................................................................................................... 64 
B.6 Reabilitação das ligações .................................................................................................................... 66 
B.6.1 Generalidades ................................................................................................................................... 66 
B.6.2 Ligações viga-pilar........................................................................................................................... 66 
B.6.3 Ligações de contraventamentos e de ligadores sísmicos ................................................................. 74 
Anexo C (informativo) Edifícios de alvenaria ........................................................................................ 75 
C.1 Objetivo e campo de aplicação ........................................................................................................ 75 
C.2 Identificação da geometria, das disposições construtivas e dos materiais ................................... 75 
C.2.1 Generalidades ................................................................................................................................... 75 
C.2.2 Geometria ......................................................................................................................................... 75 
C.2.3 Disposições construtivas .................................................................................................................. 75 
C.2.4 Materiais .......................................................................................................................................... 76 
C.3 Métodos de análise ............................................................................................................................ 76 
C.3.1 Generalidades ................................................................................................................................... 76 
C.3.2 Métodos lineares: métodos estático e multimodal ........................................................................... 77 
C.3.3 Métodos não lineares: métodos estático e dinâmico ........................................................................ 77 
C.4 Modelos de capacidade para avaliação ........................................................................................... 77 
C.4.1 Modelos para uma avaliação global ................................................................................................. 77 
C.4.2 Elementos sujeitos a esforço axial e flexão...................................................................................... 78 
C.4.3 Elementos sujeitos a esforço transverso........................................................................................... 79 
C.5 Intervenções na estrutura ................................................................................................................ 79 
C.5.1 Técnicas de reparação e de reforço .................................................................................................. 79 
Introdução ................................................................................................................................................ 82 
NA.1 – Objetivo e campo de aplicação................................................................................................... 82 
NA.2 – Parâmetros Determinados a nível Nacional (NDP) ................................................................. 82 
NA.2.1 – Generalidades............................................................................................................................. 82 
NA.2.2 – Regras de Aplicação sem prescrições a nível nacional .............................................................. 82 
NA.2.3 – Princípios e Regras de Aplicação com prescrições a nível nacional ......................................... 83 
NA.3 – Utilização dos Anexos informativos A, B e C ........................................................................... 84 
NA.4 – Informações complementares .................................................................................................... 84 
NA.4.1 – Objetivo ..................................................................................................................................... 84 
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NA.4.2 – Informações gerais ...................................................................................................................... 84 


NA.4.3 – Informações específicas .............................................................................................................. 84 
NA.5 – Correspondência entre as normas europeias referidas na presente Norma e as normas nacionais 87 
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Preâmbulo
A presente Norma foi elaborada pelo Comité Técnico CEN/TC 250 "Structural Eurocodes", cujo
secretariado é assegurado pela BSI. O CEN/TC 250 é responsável por todos os Eurocódigos Estruturais.
A esta Norma Europeia deve ser atribuído o estatuto de Norma Nacional, seja por publicação de um texto
idêntico, seja por adoção, o mais tardar em dezembro de 2005, e as normas nacionais divergentes devem ser
anuladas o mais tardar em março de 2010.
A presente Norma substitui a ENV 1998-1-4:1996.
De acordo com o Regulamento Interno do CEN/CENELEC, a presente Norma Europeia deve ser
implementada pelos organismos nacionais de normalização dos seguintes países: Alemanha, Áustria,
Bélgica, Chipre, Dinamarca, Eslováquia, Eslovénia, Espanha, Estónia, Finlândia, França, Grécia, Hungria,
Irlanda, Islândia, Itália, Letónia, Lituânia, Luxemburgo, Malta, Noruega, Países Baixos, Polónia, Portugal,
Reino Unido, República Checa, Suécia e Suíça.

Antecedentes do programa dos Eurocódigos


Em 1975, a Comissão da Comunidade Europeia optou por um programa de ação na área da construção,
baseado no artigo 95º do Tratado. O objetivo do programa era a eliminação de entraves técnicos ao comércio
e a harmonização das especificações técnicas.
No âmbito deste programa de ação, a Comissão tomou a iniciativa de elaborar um conjunto de regras
técnicas harmonizadas para o projeto de obras de construção as quais, numa primeira fase, serviriam como
alternativa para as regras nacionais em vigor nos Estados-Membros e que, posteriormente, as substituiriam.
Durante quinze anos, a Comissão, com a ajuda de uma Comissão Diretiva com representantes dos Estados-
Membros, orientou o desenvolvimento do programa dos Eurocódigos, que conduziu à primeira geração de
regulamentos europeus na década de 80.
Em 1989, a Comissão e os Estados-Membros da UE e da EFTA decidiram, com base num acordo1) entre a
Comissão e o CEN, transferir, através de uma série de mandatos, a preparação e a publicação dos
Eurocódigos para o CEN, tendo em vista conferir-lhes no futuro a categoria de Norma Europeia (EN). Tal,
liga, de facto, os Eurocódigos às disposições de todas as diretivas do Conselho e/ou decisões da Comissão
em matéria de normas europeias (por exemplo, a Diretiva 89/106/CEE do Conselho relativa a produtos de
construção – DPC – e as Diretivas 93/37/CEE, 92/50/CEE e 89/440/CEE do Conselho relativas a obras
públicas e serviços, assim como as Diretivas da EFTA equivalentes destinadas à instituição do mercado
interno) *).
O programa relativo aos Eurocódigos Estruturais inclui as seguintes normas, cada uma das quais é,
geralmente, constituída por diversas Partes:

EN 1990 Eurocódigo: Bases para o projeto de estruturas


EN 1991 Eurocódigo 1: Ações em estruturas
EN 1992 Eurocódigo 2: Projeto de estruturas de betão

1)
Acordo entre a Comissão das Comunidades Europeias e o Comité Europeu de Normalização (CEN) relativo ao trabalho sobre os
Eurocódigos para o projeto de edifícios e de outras obras de engenharia civil (BC/CEN/03/89).
*)
Desde a publicação da EN 1998-3, a legislação comunitária referida foi objeto de diversas alterações, destacando-se a publicação
do Regulamento (UE) N.º 305/2011 do Parlamento Europeu e do Conselho - designado correntemente Regulamento dos Produtos de
Construção (RPC) - que revogou a DPC. Salienta-se contudo que os Requisitos Básicos aplicáveis às obras de construção n.º 1 –
Resistência mecânica e estabilidade e n.° 2 – Segurança contra incêndio, são enunciados de modo idêntico ao descrito nas
Exigências Essenciais n.º 1 e n.º 2 estabelecidas no âmbito da DPC (nota nacional).
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EN 1993 Eurocódigo 3: Projeto de estruturas de aço


EN 1994 Eurocódigo 4: Projeto de estruturas mistas aço-betão
EN 1995 Eurocódigo 5: Projeto de estruturas de madeira
EN 1996 Eurocódigo 6: Projeto de estruturas de alvenaria
EN 1997 Eurocódigo 7: Projeto geotécnico
EN 1998 Eurocódigo 8: Projeto de estruturas para resistência aos sismos
EN 1999 Eurocódigo 9: Projeto de estruturas de alumínio
Os Eurocódigos reconhecem a responsabilidade das autoridades regulamentadoras de cada Estado-Membro e
salvaguardaram o seu direito de estabelecer os valores relacionados com questões de regulamentação da
segurança, a nível nacional, nos casos em que estas continuem a variar de Estado para Estado.

Estatuto e campo de aplicação dos Eurocódigos


Os Estados-Membros da UE e da EFTA reconhecem que os Eurocódigos servem de documentos de
referência para os seguintes efeitos:
– como meio de comprovar a conformidade dos edifícios e de outras obras de engenharia civil com as
exigências essenciais da Diretiva 89/106/CEE do Conselho, particularmente a Exigência Essencial n.º 1 –
Resistência mecânica e estabilidade – e a Exigência Essencial n.° 2 – Segurança contra incêndio;
– como base para a especificação de contratos de trabalhos de construção e de serviços de engenharia a eles
associados;
– como base para a elaboração de especificações técnicas harmonizadas para os produtos de construção (EN
e ETA).
Os Eurocódigos, dado que dizem respeito às obras de construção, têm uma relação direta com os documentos
interpretativos2) referidos no artigo 12º da DPC, embora sejam de natureza diferente da das normas
harmonizadas relativas aos produtos3). Por conseguinte, os aspetos técnicos decorrentes dos Eurocódigos
devem ser considerados de forma adequada pelos Comités Técnicos do CEN e/ou pelos Grupos de Trabalho
da EOTA envolvidos na elaboração das normas relativas aos produtos, tendo em vista a obtenção de uma
compatibilidade total destas especificações técnicas com os Eurocódigos.
Os Eurocódigos fornecem regras comuns de cálculo estrutural para a aplicação corrente no projeto de
estruturas e dos seus componentes, de natureza quer tradicional quer inovadora. Elementos construtivos ou
condições de cálculo não usuais não são especificamente incluídos, devendo o projetista, nestes casos,
assegurar o apoio especializado necessário.

2)
De acordo com o n.º 3 do artigo 3º da DPC, as exigências essenciais (EE) traduzir-se-ão em documentos interpretativos que
estabelecem as ligações necessárias entre as exigências essenciais e os mandatos para a elaboração de normas europeias (EN)
harmonizadas e guias de aprovação técnica europeia (ETAG), e das próprias aprovações técnicas europeias (ETA).
3)
De acordo com o artigo 12º da DPC, os documentos interpretativos devem:
a) concretizar as exigências essenciais harmonizando a terminologia e as bases técnicas e indicando, sempre que necessário,
classes ou níveis para cada exigência;
b) indicar métodos de correlação entre essas classes ou níveis de exigências e as especificações técnicas, por exemplo, métodos de
cálculo e de ensaio, regras técnicas de conceção de projetos, etc.;
c) servir de referência para o estabelecimento de normas europeias harmonizadas e e de guias de aprovação técnica europeia.
Os Eurocódigos, de facto, desempenham um papel semelhante na área da EE 1 e de uma parte da EE 2.
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Normas nacionais de implementação dos Eurocódigos


As normas nacionais de implementação dos Eurocódigos incluirão o texto completo do Eurocódigo
(incluindo anexos), conforme publicado pelo CEN, o qual poderá ser precedido de uma página de título e de
um preâmbulo nacionais, e ser também seguido de um Anexo Nacional.
O Anexo Nacional só poderá conter informações sobre os parâmetros deixados em aberto no Eurocódigo
para escolha nacional, designados por Parâmetros Determinados a nível Nacional, a utilizar no projeto de
edifícios e de outras obras de engenharia civil no país em questão, nomeadamente:
– valores e/ou classes, nos casos em que são apresentadas alternativas no Eurocódigo;
– valores para serem utilizados nos casos em que apenas um símbolo é apresentado no Eurocódigo;
– dados específicos do país (geográficos, climáticos, etc.), por exemplo, mapa de zonamento da neve;
– o procedimento a utilizar nos casos em que sejam apresentados procedimentos alternativos no Eurocódigo.
Poderá ainda conter:
– decisões sobre a aplicação dos anexos informativos;
– informações complementares não contraditórias para auxílio do utilizador na aplicação do Eurocódigo.
Ligações entre os Eurocódigos e as especificações técnicas harmonizadas (EN e ETA) relativas aos
produtos
É necessária uma consistência entre as especificações técnicas harmonizadas relativas aos produtos de
construção e as regras técnicas relativas às obras4). Além disso, todas as informações que acompanham a
marcação CE dos produtos de construção que fazem referência aos Eurocódigos devem indicar, claramente,
quais os Parâmetros Determinados a nível Nacional que foram tidos em conta.
Informações adicionais específicas da EN 1998-3
Embora a avaliação e a reabilitação das estruturas existentes ainda não tenham sido tratadas para as ações
não sísmicas pelos Eurocódigos relativos aos materiais, a presente Norma foi especificamente elaborada
pelas seguintes razões:
– Em muitas das estruturas mais antigas, a ação sísmica não foi originalmente considerada, ao passo que as
ações não sísmicas foram tidas em conta, pelo menos por meio de regras de construção tradicionais.
– A avaliação da perigosidade sísmica de acordo com os conhecimentos atuais poderá conduzir a campanhas
de reabilitação.
– Os danos provocados pelos sismos poderão tornar necessárias grandes reparações.
Por outro lado, dado que na filosofia do Eurocódigo 8 o projeto de resistência aos sismos de novas estruturas
baseia-se na aceitação de um certo nível de danos da estrutura sob a ação do sismo de cálculo, os critérios de
avaliação sísmica (de estruturas calculadas de acordo com o Eurocódigo 8 e danificadas por uma ação
sísmica) constituem uma parte integrante do processo de segurança estrutural em relação ao sismo.
Nas situações de reabilitação sísmica, as verificações qualitativas para a identificação e a eliminação dos
principais defeitos da estrutura são muito importantes e não deverão ser prejudicadas pela abordagem
analítica quantitativa desenvolvida na presente Norma. A elaboração de documentos de natureza mais
qualitativa é deixada à iniciativa das autoridades nacionais.
A presente Norma trata unicamente dos aspetos estruturais da avaliação e da reabilitação sísmicas, que
poderão constituir apenas uma componente de uma estratégia mais vasta de mitigação do risco sísmico. A

4)
Ver n.º 3 do artigo 3º e artigo 12º da DPC, e também 4.2, 4.3.1, 4.3.2 e 5.2 do Documento Interpretativo n.º 1.
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presente Norma aplica-se após se estabelecer os requisitos de avaliação de um determinado edifício. As


condições que determinam a decisão de avaliação sísmica de um edifício – eventualmente conducente ao seu
reforço – não estão incluídas no âmbito da presente Norma.
Os programas nacionais para a redução do risco sísmico através da avaliação e reabilitação sísmicas poderão
fazer uma distinção entre programas “ativos” e “passivos”. Os programas “ativos” poderão exigir que os
proprietários de certas categorias de edifícios respeitem objetivos rigorosos para a avaliação sísmica e – em
função do seu resultado – para o seu reforço. As categorias de edifícios visados por tais objetivos poderão ser
selecionadas em função da sismicidade e das condições do terreno, da sua classe de importância e da sua
ocupação, assim como da vulnerabilidade associada ao edifício (determinada pelo tipo de material utilizado, o
tipo de construção, o número de pisos, a idade do edifício em relação às normas utilizadas à data da sua
construção, etc.). Os programas “passivos” associam a avaliação sísmica – eventualmente conducente a um seu
reforço – a outros acontecimentos ou atividades relacionados com a utilização do edifício e com a continuidade
do seu uso, como, por exemplo, uma alteração de utilização que aumenta a sua ocupação ou a sua classe de
importância, uma remodelação para além de certos limites (em termos de área ou de valor económico), ou a sua
reparação após um sismo, etc. A escolha dos estados limites a verificar, assim como dos períodos de retorno a
considerar para esses estados limites, poderá depender do programa adotado para a avaliação e reabilitação. Os
requisitos pertinentes poderão ser menos exigentes nos programas “ativos” do que nos “passivos”; por
exemplo, nos programas “passivos” resultantes de remodelações, os requisitos pertinentes poderão ser
graduados em função da extensão e do custo das obras de remodelação.
Nos casos de baixa sismicidade (ver 3.2.1(4) da EN 1998-1:2004), a presente Norma poderá ser adaptada às
condições locais pelos Anexos Nacionais apropriados.

Anexo Nacional da EN 1998-3


A presente Norma estabelece procedimentos alternativos e valores, recomenda classes e inclui notas
indicando onde poderão ter de ser feitas opções nacionais. Por este motivo, a Norma Nacional de
implementação da EN 1998-3:2005 deverá ter um Anexo Nacional que contenha todos os Parâmetros
Determinados a nível Nacional para utilização no projeto de edifícios e de obras de engenharia civil a serem
construídos no país a que diz respeito.
A opção nacional é permitida na EN 1998-3:2005 em:
Secção Assunto
1.1(4) Anexos A, B e C informativos
2.1(2)P Número de estados limites a considerar
Período de retorno das ações sísmicas para as quais não deverão ser excedidos os estados
2.1(3)P
limites
2.2.1(7)P Coeficientes parciais dos materiais
3.3.1(4) Coeficientes de confiança
3.4.4(1) Níveis de inspeção e de ensaios
4.4.2(1)P Valor máximo da relação max/min
Informações complementares não contraditórias sobre métodos de análise estática não linear
4.4.4.5(2)
capazes de ter em conta o efeito de modos superiores na resposta global da estrutura.
A.4.4.2(5) Coeficiente parcial fd relativo ao descolamento do FRP
A.4.4.2(9) Coeficiente parcial fd para o FRP
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1 Generalidades
1.1 Objetivo e campo de aplicação
(1) O objetivo e campo de aplicação do Eurocódigo 8 é definido na EN 1998-1:2004, 1.1.1 e o objetivo e
campo de aplicação da presente Norma é definido em (2), (4) e (5). As Partes adicionais do Eurocódigo 8 são
indicadas na EN 1998-1:2004, 1.1.3.
(2) O objetivo e campo de aplicação da EN 1998-3 é o seguinte:
– estabelecer critérios para a avaliação do desempenho sísmico de edifícios individuais existentes.
– descrever uma abordagem que permita escolher as medidas corretivas necessárias.
– estipular critérios de projeto para as medidas de reabilitação (isto é, conceção, análise estrutural incluindo
as medidas de intervenção, dimensionamento final de componentes da estrutura e das suas ligações aos
elementos estruturais existentes).
NOTA: Para os fins da presente Norma, a reabilitação abrange tanto o reforço das estruturas não danificadas como a reparação
das estruturas danificadas por um sismo.

(3) No projeto de uma intervenção na estrutura com o fim de assegurar a sua resistência adequada às ações
sísmicas, deverão ser igualmente efetuadas verificações em relação às combinações envolvendo as ações não
sísmicas.
(4) Traduzindo os requisitos fundamentais da EN 1998-1:2004, a presente Norma trata da avaliação e da
reabilitação sísmicas de edifícios construídos com materiais de construção correntemente utilizados: betão,
aço e alvenaria.
NOTA: Os Anexos A, B e C informativos contêm informações adicionais relativas à avaliação dos edifícios de betão armado, de aço
ou mistos aço-betão, e de alvenaria, respetivamente, e ao seu reforço quando necessário.

(5) Embora as disposições da presente Norma se apliquem a todas as categorias de edifícios, a avaliação e a
reabilitação sísmicas de monumentos e edifícios históricos requerem com frequência diferentes tipos de
disposições e de abordagens, de acordo com a natureza dos monumentos.
(6) Tendo em conta que as estruturas existentes:
(i) traduzem o estado do conhecimento à data da sua construção;
(ii) são suscetíveis de esconder erros importantes;
(iii) poderão ter sido sujeitas a sismos anteriores ou a outras ações de acidente cujos efeitos são
desconhecidos;
a avaliação estrutural e a eventual intervenção sobre essa mesma estrutura estão geralmente sujeitas a um
nível de incerteza (nível de conhecimento) diferente do nível associado ao projeto de estruturas novas. Por
conseguinte, são necessários conjuntos diferentes de coeficientes de segurança dos materiais e das estruturas,
assim como diferentes métodos de análise, em função da natureza mais ou menos exaustiva e da fiabilidade
das informações disponíveis.

1.2 Referências normativas


(1)P A presente Norma inclui, por referência, datada ou não, disposições relativas a outras normas. Estas
referências normativas são citadas nos lugares apropriados do texto e as normas são listadas a seguir. Para
referências datadas, as emendas ou revisões subsequentes de qualquer destas normas só se aplicam à presente
Norma se nela incorporadas por emenda ou revisão. Para as referências não datadas, aplica-se a última
edição da norma referida (incluindo as emendas).
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1.2.1 Normas gerais de referência


EN 1990) Eurocode – Basis of structural design
EN 1998-1) Eurocode 8 – Design of structures for earthquake resistance – Part 1: General rules, seismic
actions and rules for buildings

1.3 Pressupostos
(1) Faz-se referência à EN 1998-1:2004, 1.3.
(2) As disposições da presente Norma admitem que a recolha dos dados e os ensaios são efetuados por
pessoal experiente e que o engenheiro responsável pela avaliação, pelo eventual projeto de reabilitação e pela
execução da obra tem uma experiência apropriada ao tipo das estruturas que vão ser reforçadas ou reparadas.
(3) Os procedimentos de inspeção, as listas de controlo e outros procedimentos de recolha de dados deverão
ser documentados e arquivados e deverão ser referidos nos documentos do projeto.

1.4 Distinção entre Princípios e Regras de Aplicação


(1) Aplicam-se as regras indicadas na EN 1990:2002, 1.4.

1.5 Definições
(1) Faz-se referência à EN 1998-1:2004, 1.5.

1.6 Símbolos

1.6.1 Generalidades
(1) Faz-se referência à EN 1998-1:2004, 1.6.
(2) Definem-se, nos locais onde aparecem, outros símbolos utilizados na presente Norma.
1.6.2 Símbolos utilizados no Anexo A
b largura das cintas metálicas do encamisamento metálico
bo e ho dimensão do núcleo de betão confinado medido ao eixo das cintas
bi espaçamento entre eixos dos varões longitudinais
c recobrimento das armaduras
d altura útil de uma secção (altura em relação à armadura tracionada)
d’ altura em relação à armadura comprimida
dbL diâmetro da armadura tracionada
fc tensão de rotura do betão à compressão (MPa)
fcc tensão de rotura do betão confinado à compressão
fcd valor de cálculo da tensão de rotura do betão à compressão
fctm valor médio da tensão de rotura do betão à tração
ffdd,e valor de cálculo da resistência efetiva ao descolamento do FRP (polímero reforçado com fibras)

)
No Anexo Nacional NA são indicadas as normas portuguesas equivalentes (nota nacional).
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ffu,W(R) resistência última de um de um laminado ou de uma manta de FRP que reveste um canto de raio R,
expressão (A.2)
fy valor médio estimado da tensão de cedência do aço
fyd valor de cálculo da tensão de cedência das armaduras (longitudinais)
fyj,d valor de cálculo da tensão de cedência do aço de encamisamento
fyw tensão de cedência da armadura transversal ou de confinamento
h altura de uma secção transversal

k b  1,5  (2  wf s f ) (1  wf 100 mm) coeficiente de recobrimento dos laminados/mantas de FRP


(polímero reforçado com fibras)
n número de varões emendados ao longo do perímetro p
p perímetro, medido na secção transversal do pilar, da figura geométrica tangente à face interior das
armaduras longitudinais
s espaçamento entre eixos dos estribos
sf espaçamento entre eixos dos laminados de FRP (polímero reforçado com fibras) (=wf para as mantas de
FRP)
tf espessura de um laminado ou manta de FRP (polímero reforçado com fibras)
tj espessura de um encamisamento de aço
x altura da zona comprimida
wf largura do laminado/manta de FRP (polímero reforçado com fibras)
z comprimento do braço do binário interno da secção
Ac área da secção transversal de um pilar
Af = tfwfsen : área da projeção horizontal da secção transversal de um laminado/manta de FRP
(polímero reforçado com fibras) de espessura tf, largura wf e ângulo 
As área da secção transversal de armaduras longitudinais
Asw área da secção transversal de um estribo
Ef módulo de elasticidade do FRP (polímero reforçado com fibras)
LV =M/V vão de corte calculado na extremidade do elemento
N esforço axial (positivo para compressão)
VR,c resistência ao esforço transverso de um elemento sem armaduras de alma
VR,max resistência ao esforço transverso determinada pelo esmagamento da biela diagonal comprimida
Vw contribuição das armaduras transversais para a resistência ao esforço transverso
 coeficiente de eficácia do confinamento
el coeficiente superior a 1,0 para os elementos sísmicos primários e igual a 1,0 para os elementos
sísmicos secundários
fd coeficiente parcial relativo ao descolamento do FRP (polímero reforçado com fibras)
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δ ângulo entre a diagonal e o eixo de um pilar


cu extensão última do betão
ju extensão última do FRP (polímero reforçado com fibras)
εsu,w extensão última da armadura de confinamento
 ângulo de inclinação das escoras no cálculo do esforço transverso
y rotação da corda na cedência do elemento de betão
u rotação última da corda do elemento de betão
 = N / bhfc (b largura da zona comprimida)
d percentagem de armadura diagonal
f taxa volumétrica de FRP (polímero reforçado com fibras)
s percentagem geométrica de armaduras
sx = Asx / bwsh = percentagem de armaduras transversais paralelas à direção x de carregamento (sh =
espaçamento dos estribos)
tot percentagem total das armaduras longitudinais
sw taxa volumétrica de armaduras de confinamento
w percentagem de armadura transversal
u curvatura última da secção de extremidade
y curvatura na cedência da secção de extremidade
, ´ taxa mecânica de armaduras tracionadas e comprimidas

1.6.3 Símbolos utilizados no Anexo B


bcp largura da chapa cobre-juntas
bf largura do banzo
dc altura da secção do pilar
dz altura da zona do painel de alma entre chapas de reforço
e distância entre a rótula plástica e a face do pilar
fc tensão de rotura do betão à compressão
fct tensão de rotura do betão à tração
fuw resistência à tração das soldaduras
fywh tensão de cedência das armaduras transversais
fy,pl valor nominal da tensão de cedência de cada banzo
lcp comprimento da chapa cobre-juntas
tcp espessura da chapa cobre-juntas
tf espessura
thw espessura da alma
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wz largura da zona do painel de alma entre os banzos de pilares


Ag área bruta da secção
Ahf área do banzo do esquadro
Apl área de cada banzo
BS largura do elemento de contraventamento de aço com a forma de chapa
B largura da secção mista
E módulo de elasticidade da viga
EB módulo de elasticidade do painel de betão armado
Ft esforço transverso sísmico na base
H altura do pórtico
Hc altura entre pisos do pórtico
K rigidez de rotação da ligação
I momento de inércia
L vão de viga
Mpb,Rd momento plástico da viga
Nd esforço axial de cálculo
Ny tensão de cedência do elemento de contraventamento de aço
Sx módulo de elasticidade (segundo o eixo principal) de uma viga
TC espessura do painel
Vpl,Rd,b esforço transverso ao nível da rótula plástica de uma viga
Zb módulo plástico da viga
Ze módulo plástico efetivo da secção ao nível da rótula plástica
w percentagem de armaduras transversais

1.7 Unidades S.I.


(1) Faz-se referência à EN 1998-1:2004, 1.7.

2 Requisitos de desempenho e critérios de conformidade


2.1 Requisitos fundamentais
(1)P Os requisitos fundamentais fazem referência ao estado de dano da estrutura, definido na presente Norma
pelos três estados limites (LS) seguintes, a saber, Colapso Iminente (NC), Danos Severos (SD) e Limitação
de Danos (DL). Estes estados limites devem ser caracterizados do seguinte modo:
Estado limite de colapso iminente (NC). A estrutura encontra-se severamente danificada, com reduzidas
resistência e rigidez laterais residuais, ainda que os elementos verticais mantenham a capacidade de suportar
cargas verticais. A maior parte dos componentes não estruturais colapsaram. Observam-se importantes
deslocamentos permanentes. A estrutura está próxima do colapso e provavelmente não resistiria à ação de
outro sismo, mesmo que de intensidade moderada.
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Estado limite de danos severos (SD). A estrutura apresenta danos significativos, com alguma resistência e
rigidez laterais residuais, e os elementos verticais são capazes de suportar cargas verticais. Os elementos não
estruturais apresentam danos, se bem que as divisórias e os elementos de enchimento não tenham sofrido rotura
para fora do plano. Observam-se deslocamentos permanentes moderados. A estrutura pode suportar réplicas
sísmicas de intensidade moderada. Uma reparação da estrutura não é, provavelmente, económica.
Estado limite de limitação de dano (DL). A estrutura apresenta apenas danos ligeiros, tendo-se mantido os
seus elementos estruturais sem incursões significativas no regime plástico e conservando as suas
características de resistência e rigidez. Os elementos não estruturais, como as divisórias e os elementos de
enchimento, poderão apresentar fendilhação distribuída, sendo económica uma sua reparação. Os
deslocamentos laterais permanentes são desprezáveis. A estrutura não necessita de qualquer reparação.
NOTA: A definição do estado limite de colapso iminente fornecida na presente Norma é mais próxima do colapso real do edifício do
que a indicada na EN 1998-1:2004 e corresponde à exploração máxima da capacidade de deformação dos elementos estruturais. O
estado limite associado ao requisito de não ocorrência de colapso definido na EN 1998-1:2004 equivale globalmente ao que é aqui
definido como estado limite de danos severos.

(2)P As autoridades nacionais decidem se se deve ou não proceder à verificação conjunta dos três estados
limites, de dois ou apenas de um deles.
NOTA: A escolha dos estados limites, entre os definidos em 2.1(1)P, a verificar num determinado país poderá ser estabelecida no
respetivo Anexo Nacional.

(3)P Os níveis de proteção apropriados são obtidos escolhendo, para cada um dos estados limites, um
período de retorno da ação sísmica.
NOTA: Os períodos de retorno atribuídos aos vários estados limites a verificar num determinado país poderão ser indicados no
respetivo Anexo Nacional. Considera-se que se obtém a proteção geralmente considerada apropriada para os edifícios correntes
novos escolhendo os seguintes valores para os períodos de retorno:
– Estado limite de colapso iminente (NC): 2475 anos, correspondente a uma probabilidade de excedência de 2 % em 50 anos.
– Estado limite de danos severos (SD): 475 anos, correspondente a uma probabilidade de excedência de 10 % em 50 anos.
– Estado limite de limitação de dano (DL): 225 anos, correspondente a uma probabilidade de excedência de 20 % em 50 anos.

2.2 Critérios de conformidade

2.2.1 Generalidades
(1)P A conformidade com os requisitos de 2.1 é obtida pela escolha da ação sísmica, do método de análise,
dos procedimentos de verificação e pela adoção das disposições construtivas constantes na presente Norma,
apropriados aos diferentes materiais estruturais incluídos no seu âmbito (isto é, betão, aço, alvenaria).
(2)P Exceto quando se utiliza a abordagem por coeficiente de comportamento, q, a conformidade é verificada
recorrendo à ação sísmica total (não reduzida, elástica) como definida em 2.1 e 4.2 para o período de retorno
apropriado.
(3)P Para a verificação dos elementos estruturais, faz-se uma distinção entre os elementos "dúcteis" e os
"frágeis". Exceto na abordagem por coeficiente de comportamento, q, a verificação dos elementos estruturais
dúcteis deve assegurar que as exigências devidas à ação sísmica não excedem as correspondentes
capacidades em termos de deformações. A verificação dos elementos estruturais frágeis deve assegurar que
as exigências não excedem as correspondentes capacidades em termos de resistências.
NOTA: A informação necessária para classificar os elementos/mecanismos como “dúcteis” ou “frágeis” é fornecida nos anexos
relativos aos materiais correspondentes.

(4)P Em alternativa, poderá utilizar-se uma abordagem por coeficiente de comportamento, com uma ação
sísmica reduzida através de um coeficiente de comportamento q, tal como indicado em 4.2(3)P. Nas
verificações da segurança, todos os elementos estruturais devem ser verificados confirmando que as
exigências devidas à ação sísmica reduzida não excedem as correspondentes capacidades em termos de
resistências avaliadas de acordo com (5)P.
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(5)P Para o cálculo das capacidades dos elementos dúcteis ou frágeis, quando estas serão objeto de uma
comparação com as exigências devidas à ação sísmica nas verificações da segurança de acordo com (3)P e
(4)P, devem ser utilizados os valores médios das propriedades dos materiais existentes tal como diretamente
obtidos a partir de ensaios in situ e de fontes de informação adicionais e divididos pelos coeficientes de
confiança adequados definidos em 3.5, tendo em conta o nível de conhecimento atingido. As propriedades
nominais devem ser utilizadas para os materiais novos ou adicionais.
(6)P Certos elementos estruturais existentes poderão ser designados como elementos “sísmicos secundários”,
de acordo com as definições fornecidas em 4.2.2(1)P, (2) e (3) da EN 1998-1:2004. Os elementos “sísmicos
secundários” devem ser verificados com os mesmos critérios de conformidade dos elementos sísmicos
primários, embora utilizando estimativas da sua capacidade menos conservativas do que para os elementos
considerados como "sísmicos primários".
(7)P No cálculo das capacidades de resistência dos elementos "sísmicos primários" frágeis, as resistências do
material devem ser divididas pelo coeficiente parcial do material.
NOTA: Os valores a atribuir num determinado país aos coeficientes parciais do aço, do betão, do aço estrutural, da alvenaria e de
outros materiais podem ser indicados no Anexo Nacional da presente Norma. As notas de 5.2.4(3), 6.1.3(1), 7.1.3(1) e 9.6(3) da
EN 1998-1:2004 fazem referência aos valores dos coeficientes parciais do aço, do betão, do aço estrutural e da alvenaria destinados
a serem utilizados no projeto de novos edifícios num dado país.

2.2.2 Estado limite de colapso iminente (NC)


(1)P As exigências devem ser determinadas para a ação sísmica de cálculo apropriada a este estado limite.
Para os elementos dúcteis e frágeis, as exigências devem ser avaliadas com base nos resultados da análise.
No caso de uma análise linear, as exigências relativas aos elementos frágeis devem ser modificadas de
acordo com 4.5.1(1)P.
(2)P As capacidades devem ser avaliadas a partir de definições apropriadas das deformações últimas para os
elementos dúcteis e das resistências últimas para os elementos frágeis.
(3) A abordagem por coeficiente de comportamento q (ver 2.2.1(4)P, 4.2(3)P) não é, em geral, adaptada à
verificação deste estado limite.
NOTA: Os valores de q = 1,5 e 2,0 referidos em 4.2(3)P para as estruturas de betão armado e de aço, respetivamente, assim como
valores mais elevados de q eventualmente justificados por referência às ductilidades local e global disponíveis de acordo com as
disposições aplicáveis da EN 1998-1:2004, correspondem à obtenção do estado limite de danos severos. No caso de se optar por
este método para a verificação do estado limite de colapso iminente, poderá aplicar-se 2.2.3(3)P, com um valor do coeficiente q
cerca de um terço superior ao especificado em 4.2(3)P.

2.2.3 Estado limite de danos severos (SD)


(1)P As exigências devem ser determinadas para a ação sísmica de cálculo apropriada a este estado limite.
Para os elementos dúcteis e frágeis, as exigências devem ser avaliadas com base nos resultados da análise.
No caso de uma análise linear, as exigências relativas aos elementos frágeis devem ser modificadas de
acordo com 4.5.1(1)P.
(2)P Exceto na abordagem por coeficiente de comportamento q, as capacidades devem ser avaliadas com
base nas deformações representativas dos danos para os elementos dúcteis e em estimativas conservativas
das resistências para os elementos frágeis.
(3)P Na abordagem por coeficiente de comportamento q (ver 2.2.1(4)P, 4.2(3)P), as exigências devem ser
determinadas para a ação sísmica reduzida e as capacidades devem ser avaliadas como para as situações de
projeto não sísmicas.

2.2.4 Estado limite de limitação de dano (DL)


(1)P As exigências devem ser determinadas para a ação sísmica de cálculo apropriada a este estado limite.
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(2)P Exceto na abordagem por coeficiente de comportamento q, as capacidades devem ser avaliadas com
base nas resistências associadas à cedência para todos os elementos estruturais, tanto dúcteis como frágeis.
As capacidades dos elementos de enchimento devem ser avaliadas a partir dos valores médios da capacidade
desses elementos em relação ao deslocamento relativo entre pisos.
(3)P Na abordagem por coeficiente de comportamento q (ver 2.2.1(4)P, 4.2(3)P), as exigências e as
capacidades devem ser comparadas em termos do valor médio do deslocamento relativo entre pisos.

3 Informação para a avaliação estrutural


3.1 Informações gerais e antecedentes
(1)P Na avaliação da resistência aos sismos de estruturas existentes, a informação de base deve ser recolhida
a partir de diversas fontes, incluindo:
– documentação disponível específica do edifício em questão;
– fontes de dados genéricos relevantes (p. ex., códigos e normas da construção contemporâneos);
– trabalhos de campo;
– na maior parte dos casos, medições e ensaios in situ e/ou em laboratório, como descrito com mais pormenor
em 3.2 e 3.4.
(2) A fim de reduzir as incertezas, deverá ser verificada a coerência entre os dados provenientes de cada fonte.

3.2 Informação de base necessária


(1) Em geral, a informação de base necessária a uma avaliação estrutural deverá cobrir os seguintes pontos
de a) a i).
a) Identificação do sistema estrutural e da sua conformidade com os critérios de regularidade definidos em
4.2.3 da EN 1998-1:2004. Esta informação deverá ser obtida ou a partir de reconhecimentos no local ou
de desenhos do projeto original, quando disponíveis. Neste último caso, deverá ser igualmente recolhida a
informação relativa a eventuais alterações da estrutura desde a sua construção.
b) Identificação do tipo de fundações do edifício.
c) Identificação das condições de terreno de acordo com a classificação de 3.1 da EN 1998-1:2004.
d) Informação sobre as dimensões totais e as propriedades das secções transversais dos elementos do
edifício assim como sobre as propriedades mecânicas e o estado dos materiais constituintes.
e) Informação sobre defeitos identificáveis dos materiais e sobre disposições construtivas inadequadas.
f) Informação sobre os critérios de cálculo sísmico utilizados no projeto inicial, nomeadamente, se for o
caso, sobre o valor do coeficiente de comportamento, q.
g) Descrição da utilização atual e/ou futura do edifício (com identificação da sua classe de importância,
como descrito em 4.2.5 da EN 1998-1:2004).
h) Reavaliação das ações variáveis tendo em conta a utilização do edifício.
i) Informação sobre a natureza e a extensão dos danos anteriores e atuais da estrutura, caso existam,
incluindo reparações anteriormente efetuadas.
(2)P Em função da quantidade e da qualidade da informação recolhida sobre os pontos anteriores, devem ser
adotados diferentes tipos de análise e diferentes valores dos coeficientes de confiança, como indicado em
3.3.
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3.3 Níveis de conhecimento

3.3.1 Definição dos níveis de conhecimento


(1) A fim de escolher o tipo de análise admissível e os valores apropriados dos coeficientes de confiança, são
definidos os três níveis de conhecimento seguintes:
KL1: Conhecimento limitado
KL2: Conhecimento normal
KL3: Conhecimento integral
(2) Os fatores que determinam o nível de conhecimento apropriado (ou seja, KL1, KL2 ou KL3) são:
i) geometria: as propriedades geométricas do sistema estrutural e dos elementos não estruturais (p. ex., os
painéis de enchimento de alvenaria) que poderão afetar a resposta estrutural.
ii) disposições construtivas: incluem a quantidade e a pormenorização das armaduras em betão armado, as
ligações entre elementos metálicos, a ligação entre os pavimentos – que funcionam como diafragmas – e a
estrutura resistente às ações laterais, o aparelho e tipo de junta de alvenaria assim como a natureza de
quaisquer elementos de reforço da alvenaria.
iii) materiais: as propriedades mecânicas dos materiais constituintes.
(3) O nível de conhecimento obtido determina o método de análise admissível (ver 4.4), assim como os
valores a adotar para os coeficientes de confiança (CF). Os procedimentos para a obtenção dos dados
necessários são indicados em 3.4.
(4) A relação entre os níveis de conhecimento, os métodos de análise aplicáveis e os coeficientes de
confiança está ilustrada no Quadro 3.1. As definições dos termos "visual", "integral", "limitado", "alargado"
e "completo" do Quadro são indicadas em 3.4.
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Quadro 3.1 – Níveis de conhecimento e correspondentes métodos de análise (LF: método das forças laterais,
MRS: análise modal por espectro de resposta) e coeficientes de confiança (CF)

Nível de Disposições
Geometria Materiais Análise CF
conhecimento construtivas
Projeto simulado de Valores por defeito
acordo com a de acordo com as
prática de origem normas em vigor à LF- MRS
KL1 e data da construção (coeficiente CFKL1
a partir de uma e q)
inspeção in situ a partir de ensaios
limitada in situ limitados
A partir dos A partir das
desenhos de especificações do
A partir dos pormenor de origem projeto de origem
desenhos de incompletos com com ensaios in situ
dimensionamento uma inspeção in situ limitados Todas as
KL2 CFKL2
geral do projeto e limitada ou análises
de uma inspeção ou a partir de ensaios
visual de uma a partir de uma in situ alargados
amostragem ou a inspeção in situ
partir de uma alargada
inspeção integral
A partir dos A partir dos
desenhos de relatórios de ensaios
pormenor de origem de origem com
com uma ensaios in situ
inspeção in situ limitados Todas as
KL3 CFKL3
limitada ou análises
ou a partir de ensaios
a partir de uma in situ completos
inspeção in situ
completa
NOTA: Os valores a atribuir aos coeficientes de confiança num determinado país poderão ser indicados no respetivo Anexo
Nacional. Os valores recomendados são CFKL1 = 1,35, CFKL2 = 1,20 e CFKL3 = 1,00.

3.3.2 KL1: Conhecimento limitado


(1) KL1 corresponde ao seguinte nível de conhecimento:
i) geometria: a geometria global da estrutura e as dimensões dos seus elementos são conhecidas ou (a) a
partir de uma inspeção in situ; ou (b) a partir dos desenhos de dimensionamento geral utilizados para a
construção original e para quaisquer eventuais modificações posteriores. No caso (b), deverá ser verificada
no local uma amostragem suficiente das dimensões relativas à geometria global e das dimensões dos
elementos; se houver diferenças significativas em relação aos desenhos de dimensionamento geral, deverá
ser efetuada uma inspeção mais completa das dimensões.
ii) disposições construtivas: as disposições construtivas não são determinadas a partir dos desenhos de
pormenor da construção mas poderão ser aproximadamente conhecidas através de um projeto simulado de
acordo com a prática normal na época da construção; neste caso, deverão ser efetuadas inspeções limitadas
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aos elementos mais críticos a fim de verificar se as hipóteses correspondem à situação real. Caso contrário, é
necessária uma inspeção in situ mais alargada.
iii) materiais: não existe informação direta sobre as propriedades mecânicas dos materiais de construção,
seja a partir das especificações do projeto de origem seja a partir dos relatórios de ensaios de origem.
Deverão ser adotados valores por defeito de acordo com as normas vigentes à data da construção,
acompanhando-os por ensaios in situ limitados aos elementos mais críticos.
(2) A informação recolhida deverá ser suficiente para efetuar verificações locais da capacidade dos
elementos e para definir um modelo de análise linear da estrutura.
(3) A avaliação da estrutura deverá ser realizada com base num estado de conhecimento limitado através de
métodos de análise linear, estática ou dinâmica (ver 4.4).

3.3.3 KL2: Conhecimento normal


(1) KL2 corresponde ao seguinte nível de conhecimento:
i) geometria: a geometria global da estrutura e as dimensões dos seus elementos são conhecidas ou (a) a
partir de uma inspeção alargada; ou (b) a partir dos desenhos de dimensionamento geral utilizados para a
construção original e para quaisquer eventuais modificações posteriores. No caso (b), deverá ser verificada
no local uma amostragem suficiente das dimensões relativas à geometria global e das dimensões dos
elementos; se houver diferenças significativas em relação aos desenhos de dimensionamento geral, é
necessária uma inspeção mais completa das dimensões.
ii) disposições construtivas: as disposições construtivas são conhecidas ou a partir de uma inspeção in situ
alargada ou a partir de desenhos de pormenor incompletos. Neste último caso, deverão ser efetuadas
inspeções in situ limitadas aos elementos mais críticos a fim de verificar se a informação disponível
corresponde à situação real.
iii) materiais: existem informações sobre as propriedades mecânicas dos materiais de construção, quer a
partir de ensaios in situ alargados quer a partir das especificações do projeto de origem. Neste último caso,
deverão ser efetuados ensaios in situ limitados.
(2) A informação recolhida deverá ser suficiente para efetuar verificações locais da capacidade dos
elementos e para definir um modelo linear ou não linear da estrutura.
(3) A avaliação da estrutura poderá ser realizada com base no presente estado do conhecimento através de
métodos de análise linear ou não linear, estáticos ou dinâmicos (ver 4.4).

3.3.4 KL3: Conhecimento integral


(1) KL3 corresponde ao seguinte nível de conhecimento:
i) geometria: a geometria global da estrutura e as dimensões dos seus elementos são conhecidas ou (a) a
partir de uma inspeção completa; ou (b) a partir do conjunto completo dos desenhos de dimensionamento
geral utilizados para a construção original e para quaisquer eventuais modificações posteriores. No caso (b),
deverá ser verificada no local uma amostragem suficiente das dimensões relativas à geometria global e das
dimensões dos elementos; se houver diferenças significativas em relação aos desenhos de dimensionamento
geral, é necessária uma inspeção mais completa das dimensões.
ii) disposições construtivas: as disposições construtivas são conhecidas ou a partir de uma inspeção in situ
completa ou a partir de um conjunto completo de desenhos de pormenor. Neste último caso, deverão ser
efetuadas inspeções in situ limitadas aos elementos mais críticos a fim de verificar se a informação
disponível corresponde à situação real.
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iii) materiais: existe informação sobre as propriedades mecânicas dos materiais de construção, quer a partir
de ensaios in situ completos quer a partir de relatórios de ensaios de origem. Neste último caso, deverão ser
efetuados ensaios in situ limitados.
(2) Aplica-se 3.3.3(2).
(3) Aplica-se 3.3.3(3).

3.4 Identificação do nível de conhecimento

3.4.1 Geometria

3.4.1.1 Desenhos de dimensionamento geral


(1) Os desenhos de dimensionamento geral são os documentos que descrevem a geometria da estrutura, e que
permitem a identificação dos elementos estruturais e das suas dimensões, assim como do sistema estrutural
que resiste tanto às ações verticais como às laterais.

3.4.1.2 Desenhos de pormenor


(1) Os desenhos de pormenor são os documentos que descrevem a geometria da estrutura e que permitem a
identificação dos elementos estruturais e das suas dimensões, assim como do sistema estrutural que resiste
tanto às ações verticais como às laterais. Além disso, estes desenhos contêm informações relativas às
disposições construtivas (como especificadas em 3.3.1(2)).

3.4.1.3 Inspeção visual


(1) Uma inspeção visual é um procedimento que permite verificar a correspondência entre a geometria real
da estrutura e os desenhos de dimensionamento geral disponíveis. Deverão ser feitas medições da geometria
de elementos escolhidos. Eventuais alterações estruturais que possam ter ocorrido durante ou após a
construção deverão ser submetidas a uma inspeção de acordo com 3.4.1.4.

3.4.1.4 Inspeção integral


(1) Uma inspeção integral é um procedimento que permite elaborar desenhos que descrevam a geometria da
estrutura e que permitam a identificação dos seus elementos estruturais e das suas dimensões, assim como do
sistema estrutural que resiste tanto às ações verticais como às laterais.

3.4.2 Disposições construtivas


(1) Métodos não destrutíveis fiáveis poderão ser adotados no âmbito das inspeções a seguir especificadas:

3.4.2.1 Projeto simulado


(1) Um projeto simulado é um procedimento que permite definir a quantidade e a disposição das armaduras,
longitudinais e transversais, de todos os elementos que participam na resistência vertical e lateral do edifício. O
projeto deverá ser efetuado com base nos documentos regulamentares e nas práticas à data de construção.

3.4.2.2 Inspeção in situ limitada


(1) Uma inspeção in situ limitada é um procedimento para verificar a correspondência entre as disposições
construtivas reais da estrutura e os desenhos de pormenor disponíveis ou os resultados do projeto simulado
descrito em 3.4.2.1, o que implica que as inspeções sejam efetuadas tal como indicadas em 3.4.4(1)P.
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3.4.2.3 Inspeção in situ alargada


(1) Uma inspeção in situ alargada é um procedimento utilizado na falta dos desenhos de pormenor de
origem, o que implica que as inspeções sejam efetuadas tal como indicadas em 3.4.4(1)P.

3.4.2.4 Inspeção in situ completa


(1) Uma inspeção in situ completa é um procedimento utilizado na falta dos desenhos de pormenor de
origem e quando se procura um melhor nível de conhecimento, o que implica que as inspeções sejam
efetuadas tal como indicadas em 3.4.4(1)P.

3.4.3 Materiais

3.4.3.1 Ensaios destrutivos e não destrutivos


(1) Deverá ser considerada a utilização de métodos de ensaio não destrutivos (p. ex., ensaio com
esclerómetro, etc.); no entanto, esses ensaios não deverão ser utilizados isoladamente, mas unicamente
associados a ensaios destrutivos.

3.4.3.2 Ensaios in situ limitados


(1) Um programa limitado de ensaios in situ é um procedimento para completar a informação sobre as
propriedades dos materiais deduzida a partir das normas vigentes à data da construção, das especificações do
projeto de origem ou dos relatórios dos ensaios de origem, o que implica que os ensaios sejam efetuados tal como
indicados em 3.4.4(1)P. No entanto, se os valores obtidos a partir dos ensaios forem inferiores aos valores por
defeito conformes às normas vigentes à data da construção, serão necessários ensaios in situ alargados.

3.4.3.3 Ensaios in situ alargados


(1) Um programa alargado de ensaios in situ é um procedimento para obter informação quando não estão
disponíveis nem as especificações do projeto de origem nem os relatórios dos ensaios originais, o que
implica que os ensaios sejam efetuados tal como indicados em 3.4.4(1)P.

3.4.3.4 Ensaios in situ completos


(1) Um programa completo de ensaios in situ é um procedimento que permite obter informação quando não
estão disponíveis nem as especificações do projeto de origem nem os relatórios dos ensaios originais e
quando se pretende obter um melhor nível de conhecimento, o que implica que os ensaios sejam efetuados
tal como indicados em 3.4.4(1)P.
3.4.4 Definição dos níveis de inspeção e de ensaio
(1)P A classificação dos níveis de inspeção e de ensaio depende da percentagem de elementos estruturais
cujas disposições construtivas têm que ser verificadas, assim como do número de amostras de materiais por
piso necessárias para os ensaios.
NOTA: O número de inspeções e de ensaios a efetuar num determinado país poderá ser indicado no respetivo Anexo Nacional. Para
as situações correntes, os valores mínimos recomendados são apresentados no Quadro 3.2. Poderá haver situações que requerem
modificações para aumentar alguns desses valores. Essas situações serão indicadas no Anexo Nacional.
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Quadro 3.2 – Requisitos mínimos recomendados para diferentes níveis de inspeção e de ensaio
Inspeção Ensaios
(das disposições construtivas) (dos materiais)
Para cada tipo de elemento primário (viga, pilar, parede):
Percentagem de elementos cujas
Nível de inspeção e de ensaio disposições construtivas têm que ser Amostras de materiais por piso
verificadas
Limitado 20 1
Alargado 50 2
Completo 80 3

3.5 Coeficientes de confiança


(1)P A fim de determinar as propriedades dos materiais existentes a utilizar no cálculo da capacidade,
quando é necessário comparar esta capacidade com a exigência numa verificação da segurança, os valores
médios obtidos a partir de ensaios in situ e de fontes de informação adicionais devem ser divididos pelo
coeficiente de confiança, CF, indicado no Quadro 3.1 para o nível de conhecimento apropriado (ver
2.2.1(5)P).
(2)P A fim de determinar as propriedades a utilizar no cálculo da capacidade em termos de força (resistência)
dos elementos dúcteis que transmitem os efeitos das ações aos elementos/mecanismos frágeis, destinados a
serem utilizados em 4.5.1(1)P(b), os valores médios das propriedades dos materiais existentes obtidos a
partir de ensaios in situ e de fontes de informação adicionais devem ser multiplicados pelo coeficiente de
confiança, CF, indicado no Quadro 3.1 para o nível de conhecimento apropriado.

4 Avaliação
4.1 Generalidades
(1) A avaliação é um procedimento quantitativo pelo qual se verifica se um edifício existente, danificado ou
não, satisfaz o estado limite requerido correspondente à ação sísmica considerada, tal como especificada em
2.1.
(2)P A presente Norma destina-se à avaliação de edifícios individuais, com o objetivo de decidir sobre a
necessidade de uma intervenção na estrutura e de elaborar as medidas de reabilitação que poderão ser
necessárias. Não se destina à avaliação da vulnerabilidade de populações ou de grupos de edifícios para
efeitos de determinação do risco sísmico com diversos objetivos (p. ex., para determinar o risco de seguros,
para estabelecer as prioridades de mitigação do risco, etc.).
(3)P A avaliação deve ser efetuada com base nos métodos gerais de análise especificados em 4.3 da
EN 1998-1:2004, com as modificações introduzidas pela presente Norma a fim de responder aos problemas
específicos encontrados na avaliação.
(4) A metodologia usada deverá incorporar sempre que possível a informação recolhida, aquando de sismos
anteriores, sobre o comportamento do mesmo tipo de edifícios ou de edifícios semelhantes.

4.2 Ação sísmica e combinação de ações sísmica


(1)P Os modelos básicos para a definição do movimento sísmico são os apresentados em 3.2.2 e 3.2.3 da
EN 1998-1:2004.
(2)P Em particular, faz-se referência ao espectro de resposta elástica especificado em 3.2.2.2 da
EN 1998-1:2004, graduado em função dos valores de cálculo da aceleração do solo, associados à verificação
dos diferentes estados limites. Também se aplicam as representações autorizadas em 3.2.3 da EN 1998-
1:2004, por acelerogramas registados ou artificiais.
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(3)P Na abordagem por coeficiente de comportamento q (ver 2.2.1(4)P), o espectro de cálculo para a análise
linear é obtido de 3.2.2.5 da EN 1998-1: 2004. Independentemente do tipo da estrutura, poderá ser adotado
um valor de q = 1,5 e 2,0 para as estruturas de betão armado e de aço, respetivamente. Poderão ser adotados
valores mais elevados de q caso sejam devidamente justificados com base na ductilidade local e global
disponível, avaliada de acordo com as disposições pertinentes da EN 1998-1:2004.
(4)P A ação sísmica de cálculo deve ser combinada com as outras ações permanentes e variáveis apropriadas
de acordo com 3.2.4 da EN 1998-1:2004.

4.3 Modelação da estrutura


(1)P Com base na informação recolhida, como indicado em 3.2, deve ser definido um modelo da estrutura. O
modelo deve permitir a determinação dos efeitos das ações em todos os elementos estruturais para a
combinação de ações sísmica indicada em 4.2.
(2)P Todas as disposições da EN 1998-1:2004 relativas à modelação da estrutura (EN 1998-1:2004, 4.3.1) e
aos efeitos acidentais de torção (EN 1998-1:2004, 4.3.2) devem ser aplicadas sem modificações.
(3) Em geral, poderá ser desprezada na análise a resistência e a rigidez dos elementos sísmicos secundários
(ver 2.2.1(6)P) em relação às ações horizontais.
(4) No entanto, é aconselhável ter em conta os elementos sísmicos secundários no modelo estrutural global,
se for aplicada uma análise não linear. A escolha dos elementos a considerar como sísmicos secundários
poderá ser alterada na sequência dos resultados de uma análise preliminar. Em nenhum caso a escolha destes
elementos poderá alterar a classificação da estrutura de não regular para regular, de acordo com as definições
fornecidas em 4.2.3 da EN 1998-1:2004.
(5)P No modelo da estrutura devem ser utilizados os valores médios das propriedades dos materiais.

4.4 Métodos de análise

4.4.1 Generalidades
(1) Os efeitos da ação sísmica, que devem ser combinados com os efeitos das outras cargas permanentes e
variáveis de acordo com a combinação de ações sísmica definida em 4.2(4)P, poderão ser avaliados
utilizando um dos seguintes métodos:
– análise por forças laterais (linear);
– análise modal por espectro de resposta (linear);
– análise estática não linear (pushover);
– análise dinâmica temporal não linear;
– abordagem por coeficiente de comportamento q.
(2)P Exceto na abordagem por coeficiente de comportamento q de 2.2.1(4)P e 4.2(3)P, a ação sísmica a
considerar deve ser a correspondente ao espectro de resposta elástica (ou seja, não reduzida pelo coeficiente
de comportamento q definido em 3.2.2.2 da EN 1998-1:2004) ou às suas representações alternativas
equivalentes definidas em 3.2.3 da EN 1998-1:2004.
(3)P Na abordagem por coeficiente de comportamento q definida em 2.2.1(4)P, a ação sísmica é definida em 4.2(3)P.
(4) Aplica-se 4.3.3.1(5) da EN 1998-1:2004.
(5) Os métodos de análise acima referidos são aplicáveis no âmbito das condições especificadas em 4.4.2 a
4.4.5, com exceção das estruturas de alvenaria para as quais é necessário utilizar métodos adequados às
particularidades deste tipo de construção.
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NOTA: O Anexo informativo relativo ao material correspondente poderá fornecer informações complementares sobre estes métodos.

4.4.2 Análise por forças laterais


(1)P As condições de aplicação deste método são indicadas em 4.3.3.2.1 da EN 1998-1:2004, com os
seguintes aditamentos:
Representando por i = Di/Ci a relação entre a exigência Di, obtida a partir da análise para a combinação de
ações sísmica, e a correspondente capacidade Ci para o i-ésimo elemento primário "dúctil" da estrutura
(momento fletor num pórtico ou numa parede de contraventamento, esforço axial no contraventamento de
um pórtico, etc.) e por max e min, os valores máximo e mínimo de i, respetivamente, em todos os elementos
primários "dúcteis" da estrutura com i > 1, a relação max /min não excede um valor máximo aceitável
compreendido entre 2 e 3. Na vizinhança dos nós viga-pilar, só é necessário avaliar a relação i nas secções
em que se prevê a formação de rótulas plásticas por comparação da soma das capacidades de flexão das
vigas com a mesma soma para os pilares. O disposto em 4.3(5)P aplica-se ao cálculo das capacidades Ci.
Para a determinação da capacidade em relação aos momentos fletores Ci dos elementos verticais, o valor do
esforço axial poderá ser considerado igual ao devido unicamente às cargas verticais.
NOTA 1: O valor a atribuir a este limite de max/min num determinado país (dentro dos limites indicados acima) poderá ser
indicado no respetivo Anexo Nacional. O valor recomendado é 2,5.
NOTA 2: Como condição suplementar, a capacidade Ci dos elementos ou mecanismos "frágeis" deverá ser superior à exigência Di
correspondente, avaliada de acordo com 4.5.1(1)P, (2) e (3). No entanto, a sua adoção como critério de aplicabilidade de uma
análise linear seria redundante porque, de acordo com 2.2.2(2)P, 2.2.3(2)P e 2.2.4(2)P, esta condição acabará por ser satisfeita em
todos os elementos da estrutura avaliada ou reabilitada, independentemente do método de análise utilizado.

(2)P O método deve ser aplicado conforme descrito em 4.3.3.2.2, 4.3.3.2.3 e 4.3.3.2.4 da EN 1998-1:2004,
com a exceção de o espectro de resposta definido na expressão (4.5) dever ser o espectro elástico, Se(T1), e
não o espectro de cálculo, Sd(T1).

4.4.3 Análise por espectro de resposta multimodal


(1)P As condições de aplicação do presente método são indicadas em 4.3.3.3.1 da EN 1998-1:2004, com o
aditamento das condições especificadas em 4.4.2.
(2)P O método deve ser aplicado tal como descrito em 4.3.3.3.2 e 4.3.3.3.3 da EN 1998-1:2004, utilizando o
espectro de resposta elástica, Se(T1).

4.4.4 Análise estática não linear

4.4.4.1 Generalidades
(1)P A análise estática não linear (pushover) é uma análise estática não linear sob cargas gravíticas
constantes e cargas horizontais de crescimento monotónico.
(2)P Os edifícios que não cumprem os critérios definidos em 4.3.3.4.2.1(2), (3) da EN 1998-1:2004 para a
sua regularidade em planta devem ser analisados utilizando um modelo espacial.
(3)P Para os edifícios que cumprem os critérios de regularidade de 4.2.3.2 da EN 1998-1:2004, a análise
poderá ser efetuada utilizando dois modelos planos, um para cada direção horizontal principal do edifício.

4.4.4.2 Cargas laterais


(1) Deverão aplicar-se pelo menos duas distribuições verticais de cargas laterais:
– uma distribuição “uniforme”, baseada em forças laterais proporcionais à massa independentemente da
altura (aceleração de resposta uniforme);
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– uma distribuição “modal”, proporcional às forças laterais correspondentes à distribuição das forças laterais
determinada na análise elástica.
(2) As cargas laterais deverão ser aplicadas na localização das massas no modelo. Deverá ser tomada em
conta a excentricidade acidental.

4.4.4.3 Curva de capacidade


(1) A relação entre o esforço transverso na base e o deslocamento de controlo (a "curva de capacidade")
deverá ser determinada de acordo com 4.3.3.4.2.3(1), (2) da EN 1998-1:2004.

4.4.4.4 Deslocamento-alvo
(1)P O deslocamento-alvo é definido em 4.3.3.4.2.6(1) da EN 1998-1:2004.
NOTA: O deslocamento-alvo poderá ser determinado de acordo com o Anexo B informativo da EN 1998-1:2004.

4.4.4.5 Procedimento para a estimativa dos efeitos de torção e dos modos de ordem superior
(1)P O procedimento indicado em 4.3.3.4.2.7(1) a (3) da EN 1998-1:2004 aplica-se para a estimativa dos
efeitos de torção.
(2) Nos edifícios que não satisfaçam os critérios de 4.3.3.2.1(2)a) da EN 1998-1:2004, deverá ser tida em
conta a contribuição para a resposta dinâmica, em cada direção principal, dos modos de vibração de ordem
superior ao modo fundamental.
NOTA: O requisito de (2) poderá ser satisfeito quer efetuando uma análise temporal não linear de acordo com 4.4.5, quer através
de versões especiais de métodos de análise estática não linear que tenham em conta os efeitos dos modos de ordem superior sobre as
variáveis globais da resposta (como os deslocamentos entre pisos), permitindo depois estimar as exigências locais em termos de
deformação (como as rotações das rótulas plásticas dos elementos). O Anexo Nacional poderá conter referências a estes métodos
como informações complementares não contraditórias.

4.4.5 Análise temporal não linear


(1)P Aplica-se o procedimento indicado em 4.3.3.4.3(1) a (3) da EN 1998-1:2004.

4.4.6 Abordagem por coeficiente de comportamento q


(1)P Na avaliação pela abordagem por coeficiente de comportamento q, o método deve ser aplicado como
descrito em 4.3.3.2 ou 4.3.3.3 da EN 1998-1:2004, conforme for apropriado.

4.4.7 Combinação das componentes da ação sísmica


(1)P As duas componentes horizontais da ação sísmica devem ser combinadas de acordo com 4.3.3.5.1 da
EN 1998-1:2004.
(2)P A componente vertical da ação sísmica deve ser tida em conta nos casos especificados em 4.3.3.5.2 da
EN 1998-1:2004 e, quando apropriado, combinada com as componentes horizontais conforme indicado na
mesma secção.

4.4.8 Medidas adicionais para estruturas com enchimentos de alvenaria


(1) Aplica-se o disposto em 4.3.6 da EN 1998-1:2004, quando for caso.

4.4.9 Coeficientes de combinação para as ações variáveis


(1) Aplica-se o disposto em 4.2.4 da EN 1998-1:2004.
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4.4.10 Classes de importância e coeficientes de importância


(1) Aplica-se o disposto em 4.2.5 da EN 1998-1:2004.

4.5 Verificações de segurança

4.5.1 Métodos de análise linear (método das forças laterais ou análise modal por espectro de resposta)
(1)P Os elementos/mecanismos "frágeis" devem ser verificados tendo em conta as exigências calculadas a
partir das condições de equilíbrio, com base nos efeitos das ações aplicadas pelos elementos dúcteis ao
elemento/mecanismo frágil. Neste cálculo, cada efeito de uma ação devido a um elemento dúctil aplicado a
um elemento/mecanismo frágil considerado deve ser igual:
(a) ao valor D obtido a partir da análise, se a capacidade C do elemento dúctil, avaliada utilizando os valores
médios das propriedades dos materiais, satisfizer  = D/C  1,
(b) à capacidade do elemento dúctil, avaliada utilizando os valores médios das propriedades dos materiais
multiplicados pelos coeficientes de confiança, como definidos em 3.5, tendo em conta o nível de
conhecimento obtido, se  = D/C > 1, sendo D e C como definidos em (a) do presente parágrafo.
(2) Em (1)(b) da presente secção, as capacidades das secções das vigas na vizinhança dos nós viga-pilar de betão
deverão ser calculadas a partir da expressão (5.8) da EN 1998-1: 2004 e as das secções dos pilares na vizinhança
desses nós a partir da expressão (5.9), utilizando no segundo membro dessas expressões o valor Rd = 1 e os
valores médios das propriedades dos materiais multiplicados pelos coeficientes de confiança definidos em 3.5.
(3) Para o cálculo das exigências em termos de força aplicáveis ao mecanismo de corte "frágil" das paredes de
betão através de (1)(b) da presente secção, poderá ser aplicada a expressão (5.26) da EN 1998-1: 2004 com
Rd = 1, utilizando para o valor de MRd a capacidade em termos de momento fletor na base, avaliada a partir dos
valores médios das propriedades dos materiais multiplicados pelos coeficientes de confiança definidos em 3.5.
(4) Em (1)P a (3) da presente secção, as capacidades em termos de momento fletor, Ci, dos elementos
verticais poderão calcular-se com o valor do esforço axial devido unicamente às cargas verticais.
(5)P O valor da capacidade dos elementos e mecanismos dúcteis e frágeis a comparar com a exigência, no
âmbito das verificações de segurança, deve ser de acordo com 2.2.1(5)P.
NOTA: A informação para a avaliação da capacidade dos elementos e mecanismos poderá ser fornecida nos Anexos A, B e C
relativos aos materiais correspondentes.

4.5.2 Métodos de análise não linear (estáticos ou dinâmicos)


(1)P As exigências relativos aos elementos tanto “dúcteis” como “frágeis” devem ser as obtidas a partir da
análise efetuada de acordo com 4.4.4 ou 4.4.5, utilizando os valores médios das propriedades dos materiais.
(2)P Aplica-se 4.5.1(5)P.
NOTA: A informação para a avaliação da capacidade dos elementos e mecanismos poderá ser fornecida nos Anexos A, B e C
relativos aos materiais correspondentes.

4.5.3 Abordagem por coeficiente de comportamento q


(1)P Os valores da exigência e da capacidade dos elementos dúcteis e frágeis devem estar de acordo com
2.2.1(4)P, 2.2.3(3)P.

4.6 Resumo dos critérios para a análise e as verificações de segurança


(1)P O Quadro 4.3 resume:
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– Os valores das propriedades dos materiais a adotar na avaliação da exigência e das capacidades dos
elementos para todos os tipos de análise.
– Os critérios que devem ser seguidos para a verificação da segurança dos elementos dúcteis e frágeis para
todos os tipos de análise.
Quadro 4.3 – Valores das propriedades dos materiais e critérios para a análise e
as verificações de segurança
Abordagem por coeficiente de
Modelo linear (LM) Modelo não linear
comportamento q

Exigência Capacidade Exigência Capacidade Exigência Capacidade

Aceitabilidade do modelo linear


(para a verificação dos valores da
relação ρi = Di/Ci):

A partir da Em termos de
análise. Utilizar resistência. Em termos de
os valores Utilizar os deformação.
médios das valores médios Utilizar os
propriedades no das valores
modelo. propriedades. médios das
A partir da
Dúctil propriedades
Verificações (se aceite o modelo análise.
divididos
linear LM): pelos
coeficientes
Em termos de de confiança
deformação. CF. Em termos de
Utilizar os valores resistência.
A partir da médios das Utilizar os
análise. propriedades valores
divididos pelos A partir da médios das
coeficientes de análise. propriedades
Tipo de
confiança CF. Utilizar os divididos
elemento ou
valores pelos
mecanismo
médios das coeficientes
(e/m) Verificações (se aceite o modelo propriedades
de confiança
linear LM): no modelo. CF e pelo
coeficiente
Se ρi ≤1: a Em termos de parcial.
partir da resistência.
análise. Utilizar os
valores
Se ρi > 1: a Em termos de
médios das De acordo com
partir do resistência.
propriedades a secção
equilíbrio Utilizar os valores
Frágil divididos aplicável da
introduzindo a médios das
pelos EN 1998-1:
resistência dos propriedades
coeficientes 2004.
e/m dúcteis. divididos pelos
de confiança
Utilizar os coeficientes de
CF e pelo
valores médios confiança CF e
coeficiente
das pelo coeficiente
parcial.
propriedades parcial.
multiplicados
pelos
coeficientes de
confiança CF.
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5 Decisões sobre a intervenção na estrutura


5.1 Critérios de intervenção na estrutura

5.1.1 Introdução
(1) Em função das conclusões da avaliação da estrutura e/ou da natureza e extensão dos danos, devem ser
tomadas as decisões sobre a intervenção.
NOTA: Tal como no projeto de novas estruturas, as melhores decisões são tomadas tendo em conta os aspetos sociais, tais como a
interrupção da utilização ou da ocupação durante a intervenção.

(2) A presente Norma descreve os aspetos técnicos dos critérios relevantes.

5.1.2 Critérios técnicos


(1)P A escolha do tipo, da técnica, da extensão e da urgência da intervenção deve ser baseada na informação
recolhida durante a avaliação do edifício.
(2) Deverão ser considerados os seguintes aspetos:
a) todos os defeitos locais importantes identificados deverão ser adequadamente corrigidos;
b) no caso de edifícios muito irregulares (tanto em termos de rigidez como na distribuição das
sobrerresistências), a regularidade estrutural deverá ser melhorada tanto quanto possível, tanto em altura
como em planta;
c) as características de regularidade e resistência requeridas podem ser obtidas seja modificando a
resistência e/ou a rigidez de um número adequado de elementos existentes, seja pela introdução de novos
elementos estruturais;
d) onde necessário deverá efetuar-se o aumento da ductilidade local;
e) o aumento de resistência após a intervenção não deverá reduzir a ductilidade global disponível;
f) no que respeita em particular as estruturas de alvenaria: os lintéis não dúcteis deverão ser substituídos, as
ligações inadequadas entre pisos e paredes deverão ser melhoradas, e os impulsos horizontais para fora do
plano nas paredes deverão ser eliminados.

5.1.3 Tipo de intervenção


(1) Uma intervenção poderá ser escolhida entre as seguintes, indicadas a título indicativo:
a) modificação local ou global dos elementos, danificados ou não, (reparação, reforço ou substituição total),
tendo em conta a sua rigidez, a sua resistência e/ou a sua ductilidade;
b) introdução de novos elementos estruturais (p. ex., paredes de contraventamento ou paredes de
enchimento; elementos metálicos, de madeira ou de betão armado para cintagem nas construções de
alvenaria, etc.);
c) modificação do sistema estrutural (eliminação de certas juntas estruturais; alargamento de juntas;
eliminação de elementos vulneráveis; melhoria da regularidade e/ou aumento da ductilidade)1);
d) acrescento de um novo sistema estrutural para equilibrar parte ou a totalidade da ação sísmica;

1)
Este é, por exemplo, o caso quando configurações vulneráveis com pilares com baixa razão do vão de corte ou com mecanismos
plásticos de piso flexível são transformados em configurações mais dúcteis; da mesma forma, é o caso quando irregularidades na
sobrerresistência em elevação ou excentricidades no plano são reduzidas através de uma modificação do sistema estrutural.
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e) transformação eventual de elementos não estruturais existentes em elementos estruturais;


f) colocação de dispositivos de proteção passiva ou através de um contraventamento de dissipação ou
através de um isolamento de base;
g) redução das massas;
h) restrição ou modificação do uso do edifício;
i) demolição parcial.
(2) Poderá ser escolhida uma combinação de vários tipos. Em qualquer caso, deverá ser tido em conta o
efeito das modificações estruturais nas fundações.
(3)P No caso da adoção de um isolamento de base, deve ser respeitado o disposto em 10 da EN 1998-1: 2004.

5.1.4 Elementos não estruturais


1(P) Decisões relativas à reparação ou ao reforço de elementos não estruturais devem igualmente ser
tomadas sempre que, para além dos requisitos funcionais, o comportamento sísmico dos elementos não
estruturais possa afetar a vida dos habitantes ou afetar o valor dos bens móveis.
(2) Nestas situações, deverá evitar-se o colapso parcial ou total desses elementos através de:
a) ligações adequadas aos elementos estruturais (ver a EN 1998-1:2004, 4.3.5);
b) aumento da resistência dos elementos não estruturais (ver a EN 1998-1:2004, 4.3.5);
c) adoção de medidas de amarração destinadas a prevenir eventuais quedas de parte desses elementos.
(3) Deverão ser tidas em conta as eventuais consequências destas disposições no comportamento dos
elementos estruturais.

5.1.5 Justificação do tipo de intervenção escolhida


(1)P Em todos os casos, os documentos relacionados com o projeto de reabilitação devem incluir a
justificação do tipo de intervenção escolhido e a descrição dos efeitos desta na resposta da estrutura.
(2) Esta justificação deverá ser posta à disposição do proprietário.

6 Projeto da intervenção na estrutura


6.1 Procedimento de projeto de reabilitação
(1)P O procedimento de projeto de reabilitação deve incluir os seguintes passos:
a) conceção de base;
b) análise;
c) verificações.
(2)P A conceção de base deve abranger:
(i) A escolha das técnicas e/ou dos materiais, bem como do tipo e da natureza da intervenção.
(ii) A estimativa preliminar das dimensões dos elementos estruturais adicionais.
(iii) A estimativa preliminar da alteração de rigidez dos elementos a reabilitar.
(3)P Devem ser utilizados os métodos de análise da estrutura especificados em 4.4, tendo em conta as
características modificadas do edifício.
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(4)P Em geral, as verificações de segurança devem ser efetuadas de acordo com 4.5, tanto para os elementos
estruturais existentes ou modificados como para os novos. Para os materiais existentes, na verificação da
segurança devem ser utilizados os valores médios obtidos a partir de ensaios in situ e de fontes de
informação adicionais, modificados pelo coeficiente de confiança CF, tal como especificado em 3.5. No
entanto, no caso de materiais novos ou acrescentados devem ser utilizadas as propriedades nominais sem
modificação pelo coeficiente de confiança CF.
NOTA: A informação sobre as capacidades dos elementos estruturais existentes e novos poderá ser fornecida nos Anexos A, B ou C
relativos aos materiais correspondentes.

(5)P No caso em que o sistema estrutural, constituído tanto por elementos estruturais existentes como novos,
possa ser realizado de forma a respeitar os requisitos da EN 1998-1:2004, as verificações poderão ser
efetuadas de acordo com as disposições nela estabelecidas.
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Anexo A
(informativo)
Estruturas de betão armado

A.1 Objetivo e campo de aplicação


(1) O presente Anexo contém informações específicas para a avaliação dos edifícios de betão armado no seu
estado atual e, quando necessário, para o seu reforço.

A.2 Identificação da geometria, das disposições construtivas e dos materiais


A.2.1 Generalidades
(1) Deverão ser cuidadosamente examinados os seguintes aspetos:
i. O estado físico dos elementos de betão armado e a presença de qualquer degradação devida à
carbonatação, à corrosão do aço, etc.
ii. A continuidade das trajetórias das cargas entre os elementos de contraventamento.

A.2.2 Geometria
(1) Os dados recolhidos deverão incluir:
i. Identificação dos sistemas de contraventamento nas duas direções.
ii. Orientação das lajes de pavimento armadas numa só direção.
iii. Altura e largura das vigas, dos pilares e das paredes.
iv. Largura dos banzos de vigas em T.
v. Eventuais excentricidades entre os eixos das vigas e dos pilares ao nível das juntas.

A.2.3 Disposições construtivas


(1) Os dados recolhidos deverão incluir:
i. Quantidade das armaduras longitudinais nas vigas, nos pilares e nas paredes.
ii. Quantidade e disposições construtivas das armaduras de cintagem nas zonas críticas e nos nós viga-pilar.
iii. Quantidade das armaduras nas lajes de pavimento que contribuem para a resistência ao momento fletor
negativo das vigas em T.
iv. Comprimentos de apoio e condições de apoio dos elementos horizontais.
v. Espessura de recobrimento de betão.
vi. Comprimento das emendas por sobreposição das armaduras longitudinais.

A.2.4 Materiais
(1) Os dados recolhidos deverão incluir:
i. Resistência do betão.
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ii. Tensão de cedência, resistência última e extensão última do aço.

A.3 Modelos de capacidade para a avaliação


A.3.1 Introdução
(1) O disposto na presente secção aplica-se tanto aos elementos sísmicos primários como aos secundários.
(2) Classificação dos elementos/mecanismos:
i. "dúcteis": vigas, pilares e paredes em flexão com e sem esforço axial,
ii. "frágeis": mecanismo de corte das vigas, dos pilares, das paredes e dos nós.

A.3.2 Vigas, pilares e paredes em flexão com e sem esforço axial

A.3.2.1 Introdução
(1) A capacidade de deformação das vigas, dos pilares e das paredes, a verificar de acordo com 2.2.2(2)P,
2.2.3(2)P e 2.2.4(2)P, é definida em termos da rotação da corda , ou seja, do ângulo entre a tangente à fibra
média do elemento ao nível da extremidade plastificada e a corda que liga essa extremidade à extremidade
do vão de corte (LV = M/V = momento/esforço transverso na secção de extremidade), isto é, o ponto de
inflexão. A rotação da corda é também igual ao deslocamento relativo, ou seja, a flecha na extremidade do
vão de corte em relação à tangente à fibra média do elemento ao nível da extremidade plastificada, dividida
por esse mesmo vão.

A.3.2.2 Estado limite de colapso iminente (NC)


(1) O valor da capacidade total de rotação da corda (partes elástica e inelástica) no estado limite último, u,
dos elementos de betão solicitados por um carregamento cíclico poderá ser calculado a partir da seguinte
expressão:
 f yw 
0, 225 0 ,35 
 sx
1  max(0,01; ' )    L  

f c 
 um  0,016  (0,3 ) fc   min 9; V   
25 (1,25100 d ) (A.1)
 el  max(0,01; )    h 
onde:
el igual a 1,5 para os elementos sísmicos primários e igual a 1,0 para os elementos sísmicos
secundários (como definidos em 2.2.1(6)P)
h altura da secção transversal
LV = M/V relação momento/esforço transverso na secção de extremidade
 = N / bhfc (b largura da zona comprimida, N esforço axial positivo em compressão)
, ´ taxa mecânica das armaduras longitudinais tracionadas (incluindo as armaduras de alma) e
comprimidas, respetivamente
fc e fyw tensão de rotura do betão à compressão (MPa) e tensão de cedência dos estribos (MPa),
respetivamente, obtidas diretamente como valores médios a partir dos ensaios in situ e de
fontes de informação adicionais, divididas pelos adequados coeficientes de confiança, como
definidos em 3.5(1)P e no Quadro 3.1, tendo em conta o nível de conhecimento obtido
sx = Asx/bwsh percentagem de armaduras transversais paralelas à direção x de carregamento
(sh = espaçamento dos estribos)
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d percentagem de armaduras diagonais (caso existam), em cada direção diagonal


 coeficiente de eficácia do confinamento, que poderá ser considerado igual a:

  1  h 1  h 1   i 


 s s   b2 
(A.2)
 2b 2h
o  6h b o  o o 
onde:
bo e ho dimensão do núcleo confinado medido no eixo das cintas
bi espaçamento entre eixos dos varões longitudinais (de índice i) travados lateralmente pelo canto de
um estribo ou por um gancho ao longo do perímetro da secção transversal
No caso de paredes, o valor obtido pela expressão (A.1) é multiplicado por 0,58.
No caso de utilização de aço frágil endurecido a frio, a capacidade total de rotação da corda acima indicada é
dividida por 1,6.
(2) O valor da parte plástica da capacidade de rotação da corda dos elementos de betão solicitados por um
carregamento cíclico poderá ser calculado a partir da seguinte expressão:
0 ,3
1  max(0,01;' ) 
  um  y  0,0145 (0,25 )
pl
 

 el  max(0,01;) 
um

 f yw 
(A.3)
0,35 
 sx
0, 2   L  
f c 
f c   min 9; V   25 
(1,275100 d )
  h 
em que a rotação da corda na cedência, y, deverá ser calculada de acordo com A.3.2.4, el é igual a 1,8 para
os elementos sísmicos primários e igual a 1,0 para os elementos sísmicos secundários e em que todas as
outras variáveis são definidas como para a expressão (A.1).
No caso de paredes, o valor obtido pela expressão (A.3) é multiplicado por 0,6.
No caso de utilização de aço frágil endurecido a frio, a parte plástica da capacidade de rotação da corda é
dividida por 2.
(3) No caso de elementos sem quaisquer disposições construtivas relativas à resistência aos sismos, os
valores obtidos pelas expressões (A.1) e (A.3) são divididos por 1,2.
(4) (1) e (2) aplicam-se aos elementos com varões longitudinais nervurados (de alta aderência) sem
sobreposição na proximidade da zona de extremidade sujeita a plastificação. Quando a sobreposição das
extremidades retas dos varões de alta aderência começa na secção de extremidade do elemento – o que
acontece frequentemente nos pilares e nas paredes com emendas de sobreposição ao nível do piso – as
expressões (A.1) e (A.3) deverão ser aplicadas com um valor da taxa de armaduras comprimidas, ’, duplo
do valor aplicável fora da emenda. Além disso, se o comprimento de sobreposição, lo, é inferior a lou,min, a
parte plástica da capacidade de rotação da corda indicada em (2) deverá ser multiplicada por lo/lou,min, ao
passo que o valor da rotação da corda na cedência, y, que lhe é adicionado para obter a capacidade total de
rotação da corda, deverá ter em conta a sobreposição de acordo com A.3.2.4(3). O valor de lou,min é igual a
lou,min=dbL fyL/[(1,05+14,5lsxfyw/fc)√fc],
onde:
dbL diâmetro dos varões emendados
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fyL valor médio da tensão de cedência do aço dos varões emendados (MPa) obtido a partir de ensaios in
situ e de fontes de informação adicionais, multiplicado pelo correspondente coeficiente de confiança,
como definido em 3.5 e no Quadro 3.1, tendo em conta o nível de conhecimento obtido (ver 3.5(2)P)
fc, fyw e sx são definidos em (1)
l = (1-sh /(2bo))(1-sh /(2ho))nrestr /ntot
com:
nrestr número de varões longitudinais sobrepostos travados lateralmente pelo canto de um estribo ou por
uma cinta, e
ntot número total de varões longitudinais sobrepostos ao longo do perímetro da secção transversal
(5) Nos elementos com varões longitudinais lisos sem sobreposição na proximidade da zona de extremidade
sujeita a plastificação, a capacidade total de rotação da corda poderá ser considerada igual ao valor calculado
de acordo com (1) multiplicado por 0,8, enquanto a parte plástica da capacidade de rotação da corda poderá
ser considerada igual à calculada de acordo com (2) multiplicada por 0,75 (incluindo estes fatores o
coeficiente de redução 1,2 de (3), para ter em conta a ausência de disposições construtivas relativas à
resistência aos sismos). Se a sobreposição dos varões longitudinais começar na secção de extremidade do
elemento e se as extremidades desses varões tiverem ganchos normalizados e tiverem um comprimento de
sobreposição lo pelo menos de 15dbL, a capacidade de rotação da corda poderá ser calculada do seguinte
modo:
 nas expressões (A.1) e (A.3), o vão de corte LV (relação M/V – momento/esforço transverso – na secção
de extremidade) é reduzido do comprimento de sobreposição lo, uma vez que a condição última é
controlada pela zona imediatamente a seguir à extremidade da sobreposição.
 a capacidade total de rotação da corda poderá ser considerada igual ao valor calculado de acordo com (1)
e (3) multiplicado por 0,019 (10 + min(40, lo /dbL)), enquanto a parte plástica da capacidade de rotação da
corda poderá ser considerada igual à calculada de acordo com (2) e (3) multiplicada por
0,019 min(40, lo /dbL).
(6) Para a avaliação da capacidade última de rotação da corda poderá ser utilizada uma expressão alternativa:

1   0,5Lpl  
 um    y  (u  y )Lpl 1   (A.4)
 el   LV  

onde:
y rotação da corda na cedência como definida pelas expressões (A.10) ou (A.11)
u curvatura última da secção de extremidade
y curvatura na cedência na secção de extremidade
O valor do comprimento Lpl da rótula plástica depende da forma como é tida em conta no cálculo da
curvatura última da secção de extremidade, u, o aumento da resistência e da capacidade de deformação do
betão devido ao confinamento.
(7) Se a curvatura última da secção de extremidade, u, sob carregamento cíclico, é calculada com:
a) a extensão última da armadura longitudinal, εsu, considerada igual:
– aos valores mínimos fornecidos no Quadro C.1 da EN 1992-1-1:2004 para a extensão característica na
força máxima, εuk, para as classes de aço A ou B,
– 6 % para o aço da classe C, e
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b) o modelo de cintagem definido em 3.1.9 da EN 1992-1-1:2004, com a tensão de cintagem lateral efetiva
2 considerada igual a sxfyw, em que sx, fyw e  são definidos em (1),
então, para os elementos com disposições construtivas relativas à resistência aos sismos e sem sobreposição
de varões longitudinais na proximidade da secção sujeita a plastificação, Lpl poderá ser calculado a partir da
seguinte expressão:
d bL f y (MPa)
Lpl  0,1LV  0,17 h  0,24 (A.5)
f c (MPa)

Onde h é a altura do elemento e dbL é o diâmetro (médio) das armaduras tracionadas


(8) Se a curvatura última da secção de extremidade, u, sob carregamento cíclico, é calculada com:
(a) a extensão última das armaduras longitudinais, εsu, considerada igual à indicada em (7)a, e
(b) um modelo de cintagem com uma representação melhor do que a do modelo definido em 3.1.9 da
EN 1992-1-1:2004, a melhoria de u devida à cintagem sob carregamento cíclico, nomeadamente um
modelo no qual:
– a resistência do betão confinado é avaliada a partir de:
    sx f yw 
0 , 86

f cc  f c 1  3,7   (A.6)
  fc  

– a extensão à qual se verifica a resistência fcc é considerada como aumentando para além do valor c2 do
betão não confinado segundo a expressão:
  f cc 
 cc   c2 1  5  1 (A.7)
  fc 
– e a extensão última da fibra extrema da zona comprimida é considerada igual a:
 sx f yw
 cu  0,004  0,5 (A.8)
f cc
onde:
, fyw e sx são definidos em (1) e (7) e fcc é a resistência do betão, melhorada pela cintagem
então, para os elementos com disposições construtivas relativas à resistência aos sismos e sem sobreposição
de varões longitudinais na proximidade da secção sujeita a plastificação, Lpl poderá ser calculado a partir da
seguinte expressão:
LV d bL f y (MPa)
Lpl   0,2h  0 ,11 (A.9)
30 f (MPa)
c

(9) Se o modelo de cintagem definido em 3.1.9 da EN 1992-1-1:2004 for adotado no cálculo da curvatura última
da secção de extremidade, u, e o valor de Lpl obtido pela expressão (A.5) for utilizado na expressão (A.4), então o
coeficiente el aí definido poderá ser considerado igual a 2 para os elementos sísmicos primários e igual a 1,0 para
os elementos sísmicos secundários. Se, em contrapartida, for utilizado o modelo de cintagem definido pelas
expressões (A.6) a (A.8), assim como a expressão (A.9), o valor do coeficiente el poderá ser considerado igual a
1,7 para os elementos sísmicos primários e igual a 1,0 para os elementos sísmicos secundários.
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NOTA: Os valores da capacidade total de rotação da corda calculada de acordo com (1) e (2) acima (tendo em conta (3) a (5)) são,
em geral, muito semelhantes. A expressão (A.1) é mais adequada quando os cálculos e as exigências se baseiam nas rotações totais
da corda, enquanto a expressão (A.3) é mais apropriada para os casos em que os cálculos e as exigências se baseiam na parte
plástica das rotações da corda. Por outro lado, (4) fornece a capacidade de rotação de elementos com varões longitudinais de alta
aderência e extremidades retas cuja sobreposição começa na secção de extremidade unicamente em termos da expressão (A.3). A
expressão (A.4) com el=1 fornece resultados praticamente semelhantes quando utilizada com (7) ou com (8), mas as diferenças em
relação às estimativas obtidas por (1) ou (2) são maiores. A dispersão dos resultados de ensaios em relação aos da expressão (A.4)
para el=1 utilizado com (8) é menor do que quando é utilizado com (7). Tal traduz-se nos diferentes valores de el especificados em
(1), (2) e (9), para os elementos sísmicos primários, uma vez que el se destina a converter os valores médios em valores médios
menos um desvio padrão. Por último, os efeitos da falta de disposições construtivas para a resistência aos sismos e de emendas por
sobreposição na zona da rótula plástica são especificados em (3) a (5) unicamente com respeito às expressões (A.1) e (A.3).

(10) As paredes existentes que sejam conformes à definição de "paredes de grandes dimensões de betão
fracamente armado" da EN 1998-1:2004, podem ser verificadas de acordo com a EN 1992-1-1:2004.

A.3.2.3 Estado limite de danos severos (SD)


(1) A capacidade de rotação da corda correspondente a danos severos, SD, poderá ser considerada igual a 3/4
da capacidade total de rotação da corda, u, fornecida em A.3.2.2.

A.3.2.4 Estado limite de limitação de dano (DL)


(1) A capacidade para este estado limite utilizada nas verificações é o momento fletor de cedência sob o
valor de cálculo do esforço axial.
(2) No caso da verificação ser efetuada em termos das deformações, a capacidade correspondente é obtida
pela rotação da corda na cedência, y, avaliada por:
Para as vigas e os pilares:
LV  a V z  h   y d bL f y
 y  y  0,0014 1  1,5   (A.10a)
3  LV  d  d  6 fc
Para as paredes de secção retangular, em T ou com abas (ou pilares de extremidade):
LV  a V z  y d bL f y
 y  y  0,0013  (A.11a)
3 d  d  6 fc

ou a partir das expressões alternativas (e equivalentes) para as vigas e os pilares:


LV  a V z  h  d f
 y  y  0,0014 1  1,5    y bL y (A.10b)
3  LV  8 fc

e para as paredes de secção retangular, em T ou com abas:


LV  aV z d bL f y
 y  y  0,0013   y (A.11b)
3 8 fc

onde:
y curvatura na cedência da secção de extremidade
aVz translação do diagrama de momentos fletores (ver 9.2.1.3(2) da EN 1992-1-1:2004), com:
z braço do binário das forças interiores, considerado igual a d-d’ em vigas, pilares ou paredes
de secção com abas ou em T, ou a 0,8h em paredes de secção retangular;
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aV = 1 se a fendilhação por esforço transverso precede a cedência por flexão da secção de


extremidade (ou seja, quando o momento de cedência na secção de extremidade, My, excede o
produto de LV pelo esforço transverso resistente do elemento considerado sem armaduras de
esforço transverso, VR,c, calculado de acordo com 6.2.2(1) da EN 1992-1-1:2004); no caso
contrário, (ou seja, se My<LVVR,c) aV = 0
fy e fc tensão de cedência do aço e tensão de rotura do betão, respetivamente, como definidas para a
expressão (A.1), ambas em MPa
y igual a fy/Es
d e d’ alturas úteis da armaduras tracionadas e comprimidas, respetivamente
dbL diâmetro (médio) das armaduras tracionadas
O primeiro termo das expressões (A.10) e (A.11) tem em conta a contribuição da flexão. O segundo termo
representa a contribuição da deformação de esforço transverso e o terceiro o escorregamento da amarração
dos varões.
NOTA: Os dois conjuntos alternativos de expressões: (A.10a), (A.11a) por um lado e (A.10b), (A.11b) por outro são praticamente
equivalentes. As expressões (A.10a) e (A.11a) são mais racionais mas as expressões (A.10b) e (A.11b) são mais práticas e a sua
utilização poderá ser globalmente mais conveniente, dado que o cálculo de y poderá revelar-se difícil e com propensão a erros.

(3) (1) e (2) aplicam-se aos elementos com varões longitudinais sem sobreposições na proximidade da zona
de extremidade sujeitas a cedência. Se os varões longitudinais são de alta aderência com extremidades retas
cuja sobreposição começa na secção de extremidade do elemento (como no caso de pilares e de paredes com
emendas por sobreposição ao nível do piso), nas expressões (A.10), (A.11) o momento de cedência, My, e a
curvatura na cedência, y, deverão ser calculados com uma taxa de armadura comprimida com um valor
duplo do valor que se aplica fora da sobreposição. Se o comprimento de sobreposição reto, lo, é inferior a
loy,min= 0,3dbL fyL /√fc, em que dbL é o diâmetro dos varões emendados, fyL (em MPa) é o valor médio da tensão
de cedência do aço dos varões emendados, obtido a partir de ensaios in situ e de fontes de informação
adicionais, multiplicado pelo coeficiente de confiança, como definido em 3.5 e no Quadro 3.1, tendo em
conta o nível de conhecimento obtido (ver 3.5(2)P) e fc (em MPa) é como definido pela expressão (A.1),
então:
 My e y deverão ser calculados com a tensão de cedência, fy, multiplicada por lo/loy,min;
 a extensão de cedência, y, no último termo das expressões (A.10a), (A.11a), deverá ser multiplicada por
lo/loy,min;
 o segundo termo das expressões (A.10), (A.11) deverá ser multiplicado pela relação entre o valor do
momento de cedência, My, como modificado para ter em conta as emendas por sobreposição, e o
momento de cedência fora da sobreposição;
 a fim de determinar se o termo aVz contribui para o primeiro termo das expressões (A.10), (A.11) com
aV=1, o produto LVVR,c é comparado ao momento de cedência, My, como modificado para ter em conta o
efeito da sobreposição.
(4) (1) e (2) poderão ser considerados como aplicando-se igualmente aos elementos com varões longitudinais
lisos, mesmo quando a sobreposição das suas extremidades, com ganchos normalizados, tem início na secção
de extremidade do elemento (como no caso dos pilares e das paredes com emendas por sobreposição a
começar ao nível do piso), desde que o comprimento de sobreposição, lo, seja pelo menos igual a 15dbL.
(5) Se a verificação for efetuada em termos de deformações, as exigências de deformação deverão ser
obtidos a partir de uma análise baseada num modelo estrutural no qual a rigidez de cada elemento é
considerada igual ao valor médio de My LV /3y, nas duas extremidades do elemento. Neste cálculo, o vão de
corte na secção de extremidade, LV, poderá ser considerado igual a metade do comprimento do elemento.
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A.3.3 Vigas, pilares e paredes: esforço transverso

A.3.3.1 Estado limite de colapso iminente (NC)


(1) A resistência ao esforço transverso cíclico, VR, diminui em função da parte plástica da exigência de
ductilidade, expressa em termos do coeficiente de ductilidade do deslocamento transversal na extremidade
do vão de corte ou da rotação da corda na extremidade do elemento: μΔpl= -1. Para este efeito, pl poderá
ser calculado como a relação entre a parte plástica da rotação da corda, , e a rotação da corda na cedência,
y, calculada de acordo com A.3.2.4(2) a (4).
A expressão seguinte poderá ser utilizada para a resistência ao esforço transverso, quando controlada pelos
estribos, tendo em conta a redução acima referida (sendo as unidades MN e metros):

1 h  x    L  
VR   minN ; 0,55 Ac f c   1  0,05min5; μpl  0,16 max(0,5; 100 ρtot )1  0,16min 5; V   f c Ac  Vw   (A.12)
 el  2LV    h   
onde:
el igual a 1,15 para os elementos sísmicos primários e a 1,0 para os elementos sísmicos secundários
(como definido em 2.2.1(6)P)
h altura da secção transversal (igual ao diâmetro D para as secções circulares)
x altura da zona comprimida
N esforço axial de compressão (positivo, considerado igual a zero em tração)
LV =M/V, relação momento/esforço transverso na secção de extremidade
Ac área da secção transversal, considerada igual a bwd para uma secção transversal com uma alma
retangular de largura (espessura) bw e uma altura útil d, ou igual a Dc2/4 (em que Dc = D-2c-2dbw é
o diâmetro do núcleo de betão no interior das cintas, com D e c como definidos em b) abaixo e dbw
é o diâmetro das armaduras transversais) para as secções circulares
fc tensão de rotura do betão à compressão, como definida para a expressão (A.1) para os elementos
sísmicos primários, fc deverá ainda ser dividido pelo coeficiente parcial para o betão de acordo com
5.2.4 da EN 1998-1:2004
tot taxa total das armaduras longitudinais
Vw contribuição das armaduras transversais para a resistência ao esforço transverso, considerada igual a:
a) para secções transversais de alma retangular de largura (espessura) bw:
Vw   w bw zf yw (A.13)

onde:
w percentagem de armaduras transversais
z braço do binário das forças interiores, tal como especificado em A.3.2.4(2)
fyw tensão de cedência das armaduras transversais, como definida para a expressão (A.1); para os
elementos sísmicos primários, fyw deverá ser ainda dividido por um coeficiente parcial para o aço
de acordo com a 5.2.4 da EN 1998-1:2004,
b) para secções transversais circulares:
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 Asw
Vw  f yw ( D  2c ) (A.14)
2 s
onde:
D diâmetro da secção
Asw área da secção transversal de um estribo circular
s espaçamento entre eixos dos estribos
fyw como definido em (a) acima
c recobrimento de betão
(2) A resistência ao esforço transverso de uma parede de betão, VR, não poderá ser considerada superior ao
valor correspondente à rotura por esmagamento da alma, VR,max, que, sob um carregamento cíclico, poderá
ser calculado a partir da seguinte expressão (com as unidades MN e metro):

 
0,85 1  0,06 min 5;  pl   1  1,8 min  0,15; N    LV  (A.15)
VR,max 
    1  0,25 max(1,75;100  tot )   1  0,2 min  2;   f c bw z
 el   Ac f c    h 

onde el = 1,15 para os elementos sísmicos primários e 1,0 para os elementos sísmicos secundários, fc em
MPa, bw e z em metros e VR,max em MN, e em que todas as outras variáveis são as definidas em (1).
A resistência ao esforço transverso sob um carregamento cíclico, controlada pelo esmagamento da alma
antes da cedência por flexão, é obtida a partir da expressão (A.15) para Δpl =0.
(3) Se, num pilar de betão, a razão do vão de corte, LV/h, calculada na secção de extremidade com o valor
máximo dos dois momentos de extremidade, é inferior ou igual a 2,0, a sua resistência ao esforço transverso,
VR, não deverá ser considerada superior ao valor correspondente à rotura por esmagamento da alma ao longo
da diagonal do pilar após a cedência por flexão, VR,max, que, sob um carregamento cíclico, poderá ser
calculado a partir da seguinte expressão (com as unidades MN e metros):
4 1  0,02min5;  pl   
N
VR,max  7 1  1,35 1  0,45(100 tot ) min(40; f c )bw z sen 2 (A.16)
 el  Ac f c 
 
onde:
δ ângulo entre a diagonal e o eixo do pilar (tan δ =h/2LV)
e todas as outras variáveis são definidas em (1).
(4) Na avaliação deverá ser utilizado o valor mínimo da resistência ao esforço transverso calculado de acordo
com a EN 1992-1-1:2004 ou através das expressões (A.12)-(A.16).
(5) Nos cálculos deverão ser utilizados os valores médios das propriedades dos materiais determinados a
partir de ensaios in situ e de fontes de informação adicionais.
(6) No caso de elementos sísmicos primários, os valores médios das resistências dos materiais, além de
divididos pelos coeficientes de confiança apropriados baseados no nível de conhecimento, deverão ser
divididos pelos coeficientes parciais dos materiais, de acordo com 5.2.4 da EN 1998-1:2004.

A.3.3.2 Estado limite de danos severos (SD) e de limitação de danos (DL)


(1) A verificação em relação à excedência destes dois estados limites não é necessária, a não ser que sejam
os únicos estados limites a serem verificados. Neste caso, aplica-se A.3.3.1.
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A.3.4 Nós viga-pilar

A.3.4.1 Estado limite de colapso iminente (NC)


(1) A exigência em relação ao esforço transverso nos nós é avaliada de acordo com 5.5.2.3 da EN 1998-1:2004.
(2) A capacidade resistente ao esforço transverso dos nós é avaliada de acordo com 5.5.3.3 da EN 1998-1:2004.
(3) A.3.3.1(5) e (6) aplicam-se aos nós entre os elementos sísmicos primários e os outros elementos.

A.3.4.2 Estado limite de danos severos (SD) e de limitação de danos (DL)


(1) A verificação em relação à excedência destes dois estados limites não é necessária, a não ser que sejam
os únicos estados limites a serem verificados. Neste caso, aplica-se A.3.4.1.

A.4 Modelos de capacidade para o reforço


A.4.1 Generalidades
(1) As regras relativas às capacidades de resistência e de deformação dos elementos indicadas nas secções
seguintes para os elementos reforçados referem-se às capacidades no estado limite de colapso iminente NC
fornecidas em A.3.2.2 e A.3.3.1, antes da aplicação do coeficiente global el. Deverão ser aplicados os
coeficientes el especificados em A.3.2.2 e A.3.3.1 às capacidades de resistência e de deformação do
elemento reforçado, tal como determinadas de acordo com as secções seguintes.
(2) Os coeficientes parciais a aplicar ao aço e ao betão novos utilizados no reforço são os indicados em 5.2.4
da EN 1998-1:2004, e os relativos ao aço estrutural novo utilizado no reforço são os indicados em 6.1.3(1)P
da EN 1998-1:2004.

A.4.2 Encamisamento de betão

A.4.2.1 Introdução
(1) Os encamisamentos de betão são aplicados aos pilares e às paredes para todos ou alguns dos seguintes efeitos:
– aumento da capacidade resistente;
– aumento da resistência à flexão e/ou ao esforço transverso;
– aumento da capacidade de deformação;
– melhoria da resistência das emendas por sobreposição deficientes.
(2) A espessura dos encamisamentos deverá permitir a colocação das armaduras tanto longitudinais como
transversais com um recobrimento adequado.
(3) Quando o objetivo do encamisamento é o aumento da resistência à flexão, as armaduras longitudinais
deverão ser prolongadas até ao piso contíguo através de furos na laje, enquanto as cintas horizontais deverão
ser colocadas ao nível dos nós através de furos horizontais executados nas vigas. Poderão não adotar-se
cintas no caso de nós interiores totalmente confinados.
(4) Quando o único objetivo é o aumento da resistência ao esforço transverso e da capacidade de deformação,
eventualmente com uma melhoria das emendas por sobreposição, deverá preservar-se um espaço com cerca de
10 mm entre a extremidade dos encamisamentos (tanto no betão como nas armaduras) e a laje.
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A.4.2.2 Aumento da resistência, da rigidez e da capacidade de deformação


(1) A fim de avaliar as capacidades de resistência e de deformação dos elementos encamisados, poderão ser
consideradas as seguintes hipóteses simplificadas aproximadas:
 o elemento encamisado tem um comportamento monolítico, com um comportamento misto total entre o
betão antigo e o novo;
 não é tido em conta o facto do esforço axial ser originalmente aplicado unicamente ao pilar antigo e
admite-se que o esforço axial total atua no elemento encamisado;
 as propriedades do betão do encamisamento são consideradas como aplicando-se a toda a secção do elemento.
(2) Poderão ser consideradas válidas as relações seguintes entre os valores de VR, My, y e u, calculados de acordo
com as hipóteses anteriores e os valores de VR*, My*, y* e u* a adotar nas verificações da capacidade:
Para VR* :

VR  0,9VR (A.17)
Para My*:

My My (A.18)

Para y*:

 y  1,05  y (A.19)

Para u*:

 u  u (A.20)
(3) Os valores de u*, y*, My* do elemento encamisado, a utilizar nas comparações em relação às
exigências nas verificações de segurança, deverão ser calculados com base em: (a) o valor médio da
resistência do aço existente, diretamente obtido a partir de ensaios in situ e de fontes de informação
adicionais, dividido de modo adequado pelo coeficiente de confiança fornecido em 3.5, tendo em conta o
nível de conhecimento obtido; e (b) a resistência nominal do betão adicional e das armaduras adicionais.
(4) O valor de VR* do elemento encamisado, a comparar com a exigência nas verificações de segurança,
deverá ser calculado com base em: (a) o valor médio da resistência do aço existente, como diretamente
obtido a partir de ensaios in situ e de fontes de informação adicionais, dividido de modo adequado pelo
coeficiente de confiança fornecido em 3.5, tendo em conta o nível de conhecimento obtido; e (b) a resistência
nominal do betão adicional e das armaduras adicionais. No caso de elementos sísmicos primários, o valor
médio da resistência do aço existente e a resistência nominal dos materiais adicionais deverão ser divididos
pelos coeficientes parciais para o aço e para o betão, de acordo com 5.2.4 da EN 1998-1:2004.
(5) O valor de My* dos elementos encamisados cujos efeitos das ações se exercem sobre
elementos/mecanismos frágeis, quando 4.5.1(1)P(b) é utilizado, deverá ser calculado com base em: (a) o
valor médio da resistência do aço existente, como diretamente obtido a partir de ensaios in situ e de fontes de
informação adicionais, multiplicado de modo adequado pelo coeficiente de confiança fornecido em 3.5,
tendo em conta o nível de conhecimento obtido; e (b) a resistência nominal do betão adicional e das
armaduras adicionais (ver 3.5(2)P).
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A.4.3 Encamisamento metálico

A.4.3.1 Introdução
(1) Os encamisamentos metálicos são principalmente aplicados aos pilares a fim de aumentar a resistência ao
esforço transverso e melhorar a resistência das emendas por sobreposição deficientes. Poderão igualmente
ser considerados como contribuindo para o aumento da ductilidade pela cintagem.
(2) Os encamisamentos metálicos em torno de pilares retangulares são geralmente constituídos por quatro
cantoneiras às quais são soldadas ou chapas de aço contínuas ou cintas metálicas horizontais descontínuas mais
espessas. As cantoneiras poderão ser coladas ao betão por uma resina epoxi, ou simplesmente aderentes sem
qualquer folga ao betão ao longo de toda a sua altura. As cintas poderão ser pré-aquecidas imediatamente antes
da soldadura, a fim de conferirem posteriormente um certo confinamento positivo ao pilar.

A.4.3.2 Resistência ao esforço transverso


(1) A contribuição do encamisamento para a resistência ao esforço transverso poderá ser considerada como
complementar à resistência existente, desde que o encamisamento se mantenha bem dentro do domínio
elástico. Esta condição é necessária para que o encamisamento possa controlar a largura das fissuras
interiores e assegurar a integridade do betão, permitindo assim que o mecanismo original de resistência ao
esforço transverso possa continuar a funcionar.
(2) No caso em que é utilizada apenas 50 % da tensão de cedência do aço do encamisamento, o esforço
transverso adicional, Vj, conferido pelo encamisamento é obtido pela expressão:
2tj b
V j  0,5 h f yj,d cot  cot  sen (A.21)
s
onde:
h altura da secção transversal
tj espessura das cintas metálicas
b largura das cintas metálicas
s espaçamento das cintas metálicas (b/s = 1, no caso de chapas de aço contínuas)
 ângulo de inclinação das escoras
 ângulo entre o eixo das cintas metálicas e o eixo do elemento ( = 90º, no caso de chapas de aço
contínuas) e
fyj,d valor de cálculo da tensão de cedência do aço do encamisamento, igual à sua resistência nominal
dividida pelo coeficiente parcial para o aço estrutural, de acordo com 6.1.3(1)P da EN 1998-1:2004

A.4.3.3 Aperto das emendas por sobreposição


(1) Os encamisamentos metálicos podem assegurar um aperto eficaz das zonas com emendas por
sobreposição, a fim de melhorar a capacidade de deformação cíclica. Para a obtenção deste resultado são
necessárias as disposições seguintes:
– o comprimento do encamisamento é superior ao comprimento da zona das emendas no mínimo em 50 %;
– o encamisamento é comprimido contra as faces do pilar no mínimo por duas fiadas de parafusos, em cada
um dos lados, fiadas essas perpendiculares à direção do carregamento;
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– quando existem emendas na base do pilar, uma das fiadas de parafusos deverá estar localizada na zona
superior da emenda e a outra fiada deverá estar situada a uma distância de 1/3 do comprimento da referida
emenda, contada a partir da base.

A.4.4 Revestimento e encamisamento com FRP

A.4.4.1 Introdução
(1) As principais utilizações dos FRP (polímeros reforçados com fibras) colados exteriormente e destinados
ao reforço sísmico de elementos de betão armado existentes são as seguintes:
– Aumento da capacidade resistente ao esforço transverso de pilares e paredes, através da aplicação de FRP
colado exteriormente, estando as fibras dispostas na direção das cintas.
– Aumento da ductilidade disponível ao nível das extremidades dos elementos, através de uma cintagem
adicional sob a forma de encamisamentos de FRP, dispostos com as fibras orientadas ao longo do perímetro.
– Prevenção de qualquer rotura de emendas por sobreposição, através de uma melhor cintagem das emendas,
novamente com as fibras orientadas ao longo do perímetro.
(2) O efeito do revestimento e do encamisamento dos elementos com FRP na resistência à flexão da secção
de extremidade e no valor da rotação da corda na cedência, y, poderá ser desprezado (y poderá ser
calculado de acordo com A.3.2.4(2) a (4), com loy,min considerado igual a 0,2dbLfyL /√fc, em A.3.2.4(4)).

A.4.4.2 Resistência ao esforço transverso


(1) Pode ser melhorada a capacidade resistente ao esforço transverso dos elementos frágeis das vigas, dos
pilares ou das paredes de contraventamento através da aplicação de laminados ou mantas de FRP. Estas
poderão ser aplicadas quer por um encamisamento total do elemento, quer colando-as aos lados e à face
inferior da viga (laminados ou mantas em forma de U), quer colando-as unicamente aos lados.
(2) A capacidade resistente ao esforço transverso total, controlada pelos estribos e pelo FRP, é avaliada como
a soma de uma contribuição do elemento de betão existente, avaliada de acordo com a EN 1998-1:2004, com
uma outra contribuição, Vf, do FRP.
(3) A capacidade resistente ao esforço transverso total não poderá ser considerada superior ao esforço
transverso resistente máximo do elemento de betão, VR,max, controlado pela compressão diagonal na alma. O
valor de VR,max poderá ser calculado de acordo com a EN 1992-1-1:2004. No caso de paredes de betão e de
pilares com uma razão do vão de corte, LV/h, inferior ou igual a 2, o valor de VR,max é o mínimo entre o valor
calculado de acordo com a EN 1992-1-1:2004 e o valor calculado a partir de A.3.3.1(2) e A.3.3.1(3),
respetivamente, sob um carregamento cíclico não elástico.
(4) Para os elementos de secção retangular, a contribuição do FRP para a capacidade resistente ao esforço
transverso poderá ser avaliada do seguinte modo:
– para um encamisamento total com FRP, ou para os laminados ou mantas de FRP em forma de U:
2
w 
VRd,f  0,9d  f fdd,e  2  t f   f   cot  cot   sen (A.22)
 sf 
– para os laminados ou mantas de FRP coladas nos lados:
sen wf
VRd, f  0 ,9 d  f fdd,e  2  t f   (A.23)
sen sf
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onde:
d altura útil
 ângulo de inclinação das escoras
ffdd,e valor de cálculo da resistência efetiva ao descolamento do FRP, que depende da configuração do
reforço de acordo com (5) para o FRP de encamisamento total, ou (6) para o FRP em forma de U,
ou (7) para o FRP colado nos lados
tf espessura do laminado ou manta de FRP (num só lado)
β ângulo entre a direção (resistente) das fibras do laminado ou manta de FRP e o eixo do elemento
wf largura do laminado ou manta de FRP, medida na direção ortogonal à direção (resistente) das fibras
(para as mantas: wf  min(0 ,9d ,hw )  sen(   ) / sen ) e:
sf espaçamento dos laminados de FRP (= wf para as mantas), medido na direção ortogonal à direção
(resistente) das fibras
(5) No caso de encamisamentos totais (ou seja, fechados) ou devidamente amarrados (na zona comprimida),
o valor de cálculo da resistência efetiva ao descolamento do FRP poderá ser considerado nas expressões
(A.22) e (A.23) igual a:
 L sen  1  L sen 
f fdd,e, W  f fdd  1  k e   ( f fu, W ( R )  f fdd )  1  e (A.24)
 2z  2  z 
onde:
z = 0,9d braço do binário das forças interiores
 2
k  1   , e:
 

1 Ef f ctm k b
f fdd  0 ,6 (unidades: N, mm) (A.25)
 fd tf

é o valor de cálculo da resistência ao descolamento, com:


fd coeficiente parcial relativo ao descolamento do FRP
NOTA: O valor a atribuir a fd num determinado país pode ser indicado no respetivo Anexo Nacional. O valor recomendado é
fd=1,5.

Ef módulo de elasticidade dos laminados/mantas de FRP


fctm valor médio da tensão de rotura do betão à tração

k b  1,5  ( 2  wf sf ) (1  wf 100 mm) coeficiente de recobrimento, onde:

wf, sf, tf são definidos em (4);


ffu,W(R) resistência última de um laminado ou de uma manta de FRP que reveste um canto de raio R, obtida
por:
f fu, W ( R )  f fdd   R  f fu  f fdd (A.26)

onde o termo entre  só deverá ser considerado se for positivo e em que o coeficiente R depende do raio do
canto arredondado, R, e da largura da viga, bw, como segue:
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R R
 R  0,2  1,6 0  0 ,5 (A.27)
bw bw
Le comprimento de aderência efetivo:

Ef  t f
Le  (unidades: N, mm) (A.28)
4   max

com:
max = 1,8 fctm kb = resistência máxima de aderência.
(6) Para os encamisamentos em forma de U (ou seja, abertos), o valor de cálculo da resistência efetiva ao
descolamento do FRP poderá ser considerado nas expressões (A.22) e (A.23) igual a:
 L sen 
f fdd,e, U  f fdd  1  k e (A.29)
 z 
onde todas as variáveis são definidas em (5).
(7) Para os laminados/mantas colados nos lados, o valor de cálculo da resistência efetiva ao descolamento do
FRP poderá ser considerado nas expressões (A.22), (A.23) igual a:
2

z rid,eq  Leq 

f fdd,e,S  f fdd   1  k  (A.30)
z  z rid,eq
 
onde:
u1
z rid,eq  z rid  Leq , z rid  z  Le  sen , Leq   sen (A.31)
 fdd
com:
fdd = ffdd/Ef
u1 = kb /3
(8) Para os elementos de secção circular de diâmetro D, a contribuição do FRP é avaliada do seguinte modo:
Vf  0,5 Ac   f  Ef   f,ed (A.32)

onde:
Ac área da secção transversal do pilar
f igual a 4 tf /D é a taxa volumétrica de FRP
f,ed = 0,004.
(9) No caso de elementos em que as zonas de rótula plástica têm um encamisamento total com FRP num
comprimento pelo menos igual à altura h do elemento, a resistência ao esforço transverso cíclico, VR, poderá
ser considerada como decrescente com a parte plástica da exigência de ductilidade de rotação da corda,
calculado na extremidade do elemento: Δpl= -1, de acordo com a expressão (A.12), adicionando a Vw (ou
seja, à contribuição das armaduras transversais para a resistência ao esforço transverso) a resistência
adicional devida ao encamisamento de FRP. A contribuição do encamisamento de FRP para Vw poderá ser
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calculada admitindo que a tensão do FRP atinge o valor de cálculo da resistência última do FRP, fu,fd, nas
fibras extremas tracionadas e diminui linearmente até zero ao longo da altura útil d:
Vw,f  0,5  f bw z f u,fd (A.33)

onde:
f igual a 2tf /bw é a taxa volumétrica de FRP
z braço do binário das forças interiores, tomado igual a d, e
fu,fd valor de cálculo da resistência última do FRP, igual à resistência última do FRP, fu,f dividida pelo
coeficiente parcial fd do FRP
NOTA: O valor a atribuir a fd num determinado país pode ser indicado no respetivo Anexo Nacional. O valor recomendado é
fd=1,5.

A.4.4.3 Ação de confinamento


(1) O confinamento do betão por meio de encamisamentos de FRP permite melhorar a capacidade de
deformação. Os encamisamentos são aplicados em torno do elemento a reforçar na zona de potencial
formação de rótulas plásticas.
(2) O nível de pressão de confinamento a aplicar depende da relação I = ,tar/,ava, entre a ductilidade-alvo
em curvatura, ,tar, e a ductilidade disponível em curvatura, ,ava, e poderá ser avaliada do seguinte modo:
f c   cu2
f l  0,4 I χ2 (A.34)
 1ju,5
onde:
fc tensão de rotura do betão, definida na expressão (A.1)
cu extensão última do betão
ju extensão última adotada para o encamisamento de FRP, que é inferior à extensão última do FRP, fu
(3) No caso das secções transversais circulares encamisadas com mantas contínuas (e não por laminados), a
pressão de cintagem exercida pela manta de FRP é igual a fl = 1/2f Ef ju, sendo Ef o módulo de elasticidade
do FRP e f a taxa volumétrica do encamisamento de FRP em relação à sua espessura: tf = f D/4, em que D
é o diâmetro do encamisamento em torno da secção transversal circular.
(4) No caso de secções transversais retangulares nas quais os cantos foram arredondados, com um raio R, de
modo a permitir o seu encamisamento com FRP (ver a Figura A.1), a pressão de cintagem exercida pela
manta de FRP é avaliada do seguinte modo: f´l = ks fl, com ks = 2R/D e fl = 2 Ef ju tf /D, em que D é a maior
largura da secção.
(5) No caso de um encamisamento efetuado por laminados de FRP com um espaçamento sf, a pressão de
cintagem exercida é avaliada do seguinte modo: f´l = kg fl, com kg = (1 – sf /2D)2.
(6) Para os elementos de secção retangular com cantos arredondados como na Figura A.1, uma alternativa a
(2) e (4) consiste em calcular a capacidade total de rotação da corda ou a sua parte plástica, respetivamente,
através das expressões (A.1) ou (A.3), adicionando ao expoente do termo devido ao confinamento (ou seja, a
potência de base 25 antes do último termo das expressões (A.1) e (A.3)) a parcela f ff,e , com:
(a) f = 2tf/bw, a taxa volumétrica de FRP na direção paralela à direção de carregamento;
(b) ff,e, uma tensão efetiva obtida pela expressão seguinte:
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   
f f,e  min  f u,f ,  u,f Ef  1  min 0,5; 0,7 min  f u,f ,  u,f Ef  f   (A.35)
 fc
  
onde fu,f e Ef são a resistência e o módulo de elasticidade do FRP e u,f é uma extensão limite, igual a 0,015
para o CFRP (polímero reforçado com fibras de carbono) ou o AFRP (polímero reforçado com fibras de
aramida) e a 0,02 para o GFRP (polímero reforçado com fibras de vidro);
(c) , o coeficiente de eficácia do confinamento é obtido por:

 1
b  2 R   h  2 R 
2 2

(A.36)
3bh
onde R é o raio do canto arredondado da secção e b, h as dimensões totais da secção transversal (ver a Figura
A.1).
(7) O parágrafo (6) aplica-se aos elementos com varões longitudinais contínuos nervurados (de alta
aderência) ou lisos, com ou sem disposições construtivas relativas à resistência aos sismos, desde que a zona
de extremidade tenha um encamisamento de FRP até a uma distância em relação à secção de extremidade
suficiente para garantir que o momento de cedência, My, na parte não encamisada não será ultrapassado antes
de ser atingida a resistência à flexão incluindo a sobrerresistência, RdMy, na secção de extremidade. A fim de
ter em conta o aumento da resistência à flexão da secção de extremidade devido ao confinamento conferido
pelo FRP, Rd deverá ser pelo menos igual a 1,3.

Figura A.1 – Superfície de confinamento efetivo de uma secção revestida com FRP

A.4.4.4 Aperto das emendas por sobreposição


(1) O deslizamento das emendas por sobreposição pode ser evitado pela aplicação de uma pressão lateral, l,
conferida por um encamisamento de FRP. Para os pilares circulares, de diâmetro D, a espessura necessária
poderá ser calculada como segue:
D(  l   sw )
tf  (A.37)
2 Ef  0,001

onde sw é a tensão de aperto devida aos estribos com uma extensão de 0,001 (sw = 0,001 ρw Es), ou, quando
for o caso, a pressão ativa devida à injeção de argamassa entre o FRP e o pilar, enquanto 1 representa a
tensão de aperto ao longo do comprimento da sobreposição Ls, obtida por:
As f yL
l  (A.38)
 p 
 2n  2(d bL  c) Ls

onde:
As área de cada varão longitudinal emendado
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fyL tensão de cedência das armaduras longitudinais, considerada igual ao valor médio obtido a partir de
ensaios in situ e de fontes de informação adicionais, multiplicada de modo adequado pelo
coeficiente de confiança, CF, indicado no Quadro 3.1 para o nível de conhecimento apropriado (ver
2.2.1(5)P)
p perímetro, medido na secção transversal do pilar, da figura geométrica tangente à face interior das
armaduras longitudinais
n número de varões emendados ao longo do perímetro p
dbL (maior) diâmetro dos varões da armadura longitudinal, e
c espessura do recobrimento de betão
(2) No caso de pilares retangulares, as expressões acima poderão ser utilizadas substituindo D por bw, largura
da secção, e reduzindo a eficácia do encamisamento com FRP através do coeficiente indicado em A.4.4.3(4).
(3) Para os elementos de secção retangular com varões longitudinais sobrepostos num comprimento lo a
partir da secção de extremidade do elemento, uma alternativa a (1) e (2), permitindo determinar o efeito do
encamisamento com FRP disposto ao longo de um comprimento no mínimo 25 % superior ao comprimento
da sobreposição, consiste em aplicar A.3.2.2(4):
a) tendo em conta na expressão (A.3) o confinamento devido unicamente aos varões transversais (expoente
da potência de base 25 que precede o último termo);
b) calculando lou,min como lou,min= dbL fyL/[(1,05+14,5l,f f ff,e /fc)√fc] com base unicamente no FRP, com
l,f =  (4/ntot) e f, ff,e, , ntot como definido em A.4.4.3(6) para o FRP.
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Anexo B
(informativo)
Estruturas metálicas e estruturas mistas

B.1 Objetivo e campo de aplicação


O presente Anexo contém informações relativas à avaliação de edifícios de estrutura metálica ou mista no
seu estado atual e, quando necessário, a uma sua reabilitação.
A reabilitação sísmica poderá ser de natureza local ou global.

B.2 Identificação da geometria, das disposições construtivas e dos materiais


B.2.1 Generalidades
(1) Deverão ser cuidadosamente examinados os seguintes aspetos:
i. Condições físicas atuais do metal base e dos materiais de ligação incluindo a existência de deformações.
ii. Condições físicas atuais dos elementos sísmicos primários e secundários incluindo a existência de
qualquer degradação.

B.2.2 Geometria
(1) Os dados recolhidos deverão incluir:
i. Identificação dos sistemas de contraventamento.
ii. Identificação dos diafragmas horizontais.
iii. Forma e dimensões iniciais da secção transversal.
iv. Área, módulo de flexão, momento de inércia e propriedades de torção nas secções existentes críticas.

B.2.3 Disposições construtivas


(1) Os dados recolhidos deverão incluir:
i. Dimensão e espessura dos materiais adicionais ligados a outros, incluindo as chapas de recobrimento, os
contraventamentos e os reforços.
ii. Quantidade de armaduras longitudinais e transversais e de conectores nas vigas, colunas e paredes mistas.
iii. Quantidade e disposições construtivas adequadas das cintas nas zonas críticas.
iv. Configuração e propriedades, tal como construído, das ligações intermédias, de continuidade e de extremidade.

B.2.4 Materiais
(1) Os dados recolhidos deverão incluir:
i. Resistência do betão.
ii. Tensão de cedência, módulo de endurecimento, resistência e alongamento últimos do aço.
(2) Deverão ser escolhidas tanto quanto possível, para as inspeções, as áreas de tensão reduzida, tais como as
extremidades dos banzos nos extremos viga-coluna e os bordos exteriores das chapas.
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(3) A fim de avaliar as propriedades dos materiais, deverão ser retiradas amostras das chapas das almas dos
perfis laminados a quente para os elementos projetados como dissipativos.
(4) Deverão ser utilizados provetes das chapas de banzo a fim de caracterizar as propriedades dos materiais
dos elementos não dissipativos e/ou dos nós.
(5) Uma radiografia gama, um ensaio de ultrassons através dos revestimentos ou uma análise endoscópica
através de furações, constituem outros tantos métodos de ensaio válidos no caso de acessibilidade limitada
ou de elementos mistos.
(6) A sanidade dos materiais de base e de enchimento deverá ser comprovada com base em dados químicos e
metalúrgicos.
(7) Deverão ser utilizados ensaios de tenacidade Charpy a fim de demonstrar que as zonas afetadas pelo
calor, caso existam, e os materiais circundantes têm uma resistência adequada em relação à rotura frágil.
(8) Poderão ser utilizados ensaios destrutivos e/ou não destrutivos (líquido penetrante, magnetoscopia,
emissão acústica) assim como métodos por ultrassons ou tomográficos.

B.3 Requisitos relativos à geometria e aos materiais dos elementos novos ou


modificados
B.3.1 Geometria
(1) As secções de aço dos elementos novos deverão satisfazer as limitações da razão largura-espessura com
base na classificação das secções tal como definida nas secções 6 e 7 da EN 1998-1:2004.
(2) Ligações transversais melhoram as capacidades de rotação das vigas e das colunas existentes ou novas,
mesmo com banzos e almas esbeltos. Os correspondentes varões transversais deverão ser soldados entre os
banzos em conformidade com 7.6.5 da EN 1998-1:2004.
(3) As ligações transversais definidas em (2) deverão ser espaçadas como no caso dos estribos de elementos
encamisados.

B.3.2 Materiais

B.3.2.1 Aço estrutural


(1) Deverá ser utilizado aço conforme a 6.2 da EN 1998-1:2004 para os elementos novos ou para substituir
elementos estruturais existentes.
(2) Na avaliação da resistência e da rigidez dos elementos estruturais em cada estado limite, deverão ser tidos
em conta os efeitos da ação mista.
(3) A resistência segundo a espessura dos banzos das colunas deverá basear-se na resistência reduzida do
seguinte modo:
f u  0,90  f y (B.1)

(4) A espessura dos elementos deverá obedecer aos requisitos do Quadro 2.1 da EN 1993-1-10:2004, em
função da energia no ensaio Charpy (CVN) e de outros parâmetros relevantes.
(5) Os produtos de soldadura deverão satisfazer os requisitos de 4.2 da EN 1993-1-8:2004.
(6) Em secções com banzos largos, deverão ser retiradas amostras nas zonas de ligação entre o banzo e a
alma. Trata-se de uma zona (área k) de resistência ao entalhe potencialmente reduzida devido ao processo de
arrefecimento lento utilizado no fabrico.
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B.3.2.2 Aço para betão armado


(1) O aço para betão armado adicional seja nas zonas dissipativas como nas não dissipativas de elementos
novos ou reforçados deverá ser da classe C definida na EN 1992-1-1:2004.

B.3.2.3 Betão
(1) O betão adicional dos elementos novos ou reforçados deverá ser conforme a 7.2.1(1) da EN 1998-1:2004.

B.4 Reabilitação dos sistemas


B.4.1 Generalidades
(1) Os métodos de reabilitação global deverão permitir aumentar a capacidade dos sistemas resistentes às
ações horizontais e dos diafragmas horizontais e/ou reduzir a exigência resultante das ações sísmicas.
(2) O sistema estrutural reabilitado deverá satisfazer os seguintes requisitos:
i. Regularidade da distribuição de massa, de rigidez e de resistência, a fim de evitar efeitos de torção
prejudiciais e/ou mecanismos de piso flexível.
ii. Massas e rigidez suficientes para evitar estruturas extremamente flexíveis, que poderão provocar
importantes danos não estruturais e significativos efeitos P-Δ.
iii. Continuidade e redundância entre os elementos, de modo a garantir uma clara e uniforme trajetória
de cargas e a impedir roturas frágeis.
(3) As intervenções globais deverão incluir um ou mais dos seguintes métodos:
i. Aumento da rigidez e da resistência da estrutura e do seu sistema de fundação.
ii. Melhoria da ductilidade da estrutura.
iii. Redução das massas.
iv. Isolamento sísmico.
v. Amortecimento adicional.
(4) Para todos os sistemas estruturais, o aumento da rigidez, da resistência e da ductilidade poderá ser obtido
utilizando os métodos indicados em B.5 e B.6.
(5) A redução da massa poderá obter-se por uma das seguintes medidas:
i. Substituição dos sistemas de revestimento pesados por sistemas mais leves.
ii. Remoção dos equipamentos não utilizados e das cargas armazenadas.
iii. Substituição das paredes divisórias de alvenaria por sistemas mais leves.
iv. Eliminação de um ou mais pisos.
(6) Não deverá ser utilizado isolamento de base em estruturas cujos períodos fundamentais são superiores a
1,0 s. Esses períodos deverão ser calculados através de uma análise modal.
(7) Para edifícios novos, o isolamento de base deverá ser calculado de acordo com a EN 1998-1:2004.
(8) A reavaliação do sistema de fundação (após a reabilitação) deverá ser efetuada de acordo com 4.4.2.6 da
EN 1998-1:2004. No caso de uma análise linear, os valores de  em 4.4.2.6(4) são, geralmente, inferiores a 1,0.
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B.4.2 Pórticos
(1) O comportamento misto entre as vigas de aço e as lajes de betão poderá ser melhorado através de
conectores funcionando ao corte e pela utilização de um revestimento de betão armado das vigas e das
colunas, a fim de aumentar a rigidez global em todos os estados limites.
(2) O comprimento das zonas dissipativas deverá ser consistente com a localização das rótulas indicada na
primeira linha do Quadro B.6.
(3) A reabilitação de estruturas em pórtico poderá ser efetuada através da realização de nós de ligação
semirrígida e/ou de resistência parcial, de aço ou mistos.
(4) O período fundamental dos pórticos com nós de ligações semirrígidas poderá ser calculado do seguinte modo:
0,85m180 
T  0,085  H se 5  m  18 (semirrígidas) (B.2)
3
T  0,085  H 4 se m  18 (rígidas) (B.3)
onde H é a altura do pórtico em metros e o parâmetro m é definido do seguinte modo:
K 
 con
m
 L
EI
b
(B.4)

onde:
K rigidez de rotação da ligação
I momento de inércia da viga
L vão da viga
E módulo de elasticidade da viga
(5) Além da distribuição de forças horizontais indicada em 4.3.3.2.3 da EN 1998-1:2004 e em 4.4.4.2(1) da
presente Norma, deverá ser utilizada a seguinte distribuição de forças (Fx,i) na análise (linear) das forças
laterais e na análise estática não linear (pushover) a fim de detetar a ocorrência de todos os estados limites:

Wx,i  hx,δ i
Fx,i   Fb (B.5)
Wx,i  hx,δ i
onde Fb é esforço transverso sísmico na base e  é obtido por:
 1,0 se T  0,50 s

δ  0,50  T  0,75 se 0 ,50  T  2,50 s (B.6)
 2,0 se T  2,50 s

B.4.3 Pórticos contraventados


(1) Na reabilitação, deverá, de preferência, adotar-se pórticos com contraventamento excêntrico e pórticos
com contraventamento ligado a um travamento diagonal adicional entre a coluna e a viga (knee-braced
frames), em vez de pórticos com contraventamento centrado.
(2) Os pórticos com contraventamento ligado a um travamento diagonal adicional entre a coluna e a viga são
sistemas nos quais os contraventamentos são ligados a uma zona dissipativa por flexão, os elementos
diagonais adicionais, em vez de ao nó viga-coluna.
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(3) O alumínio ou o aço inoxidável poderão ser utilizados para as zonas dissipativas dos pórticos com
contraventamento centrado, excêntrico ou ligado a um travamento diagonal adicional entre a coluna e a viga,
desde que a sua utilização seja validada por ensaios.
(4) No reforço poderão ser utilizadas paredes de aço, betão e/ou mistas a fim de melhorar o comportamento
dúctil e de evitar a instabilidade viga-coluna. O seu projeto e o da sua ligação com os elementos de aço
deverá obedecer à EN 1998-1:2004.
(5) Os painéis de aço poderão ser de aço de baixo limite de cedência e deverão ser soldados em fábrica e
rebitados in situ.
(6) Nos pórticos poderá incorporar-se um contraventamento a fim de aumentar a sua rigidez lateral.

B.5 Avaliação e reabilitação dos elementos


B.5.1 Requisitos gerais
(1) As vigas deverão desenvolver o seu momento plástico completo sem encurvadura local do banzo ou da alma
no estado limite de danos severos. A encurvadura local deverá ser limitada no estado limite de colapso iminente.
(2) Nos estados limites de limitação de dano e de danos severos, não deverá ocorrer nas colunas qualquer
plastificação ou encurvadura por esforço axial ou por flexão.
(3) Os contraventamentos diagonais deverão resistir às deformações plásticas e dissipar a energia através de
ciclos sucessivos de plastificação e de encurvadura. A encurvadura deverá ser evitada no estado limite de
limitação de dano.
(4) Deverão ser soldadas chapas de aço aos banzos e/ou às almas a fim de reduzir a sua esbelteza.
(5) O momento resistente, Mpb,Rd, da viga no local da rótula plástica deverá ser calculado do seguinte modo:

M pb, Rd, b  Z e  f yb (B.7)

onde:
Ze módulo plástico efetivo da secção ao nível da rótula plástica, calculado com as dimensões medidas
reais da secção
fyb tensão de cedência do aço da viga; para o aço existente, fyb poderá ser considerado igual ao valor
médio obtido a partir de ensaios in situ ou de fontes de informação adicionais, multiplicado de
modo adequado pelo coeficiente de confiança, CF, fornecido no Quadro 3.1 para o nível de
conhecimento apropriado (ver 3.5(2)P); para o aço adicional, fyb poderá ser considerado igual ao
valor nominal multiplicado pelo coeficiente de sobrerresistência, ov, para o aço da viga,
determinado de acordo com 6.2(3), (4) e (5) da EN 1998-1:2004
(6) A exigência de momento, Mcf,Ed, na secção crítica na face da coluna é avaliada do seguinte modo:

M cf, Ed  M pl, Rd, b  V pl, Rd, b  e (B.8)

onde:
Mpl,Rd,b momento plástico da viga ao nível da rótula plástica
Vpl,Rd,b esforço transverso ao nível da rótula plástica da viga
e distância entre a rótula plástica da viga e a face da coluna
(7) A exigência de momento, Mcc,Ed, na secção crítica ao eixo da coluna poderá ser calculada do seguinte modo:
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 d 
M cc,Ed  M pl,Rd,b  Vpl,Rd,b   e  c  (B.9)
 2
onde dc é a altura da secção da coluna.

B.5.2 Capacidades de deformação dos elementos


(1) As capacidades de deformação inelástica dos elementos estruturais para os três estados limites poderão
ser consideradas iguais às indicadas nos parágrafos seguintes.
(2) As capacidades de deformação inelástica das ligações viga-coluna poderão ser consideradas iguais às
indicadas no Quadro B.6 (secção B.6.2.1), desde que os elementos ligados satisfaçam os requisitos indicados
nas primeiras cinco linhas do Quadro B.6.
(3) Para as vigas e as colunas em flexão, a capacidade de deformação inelástica deverá ser expressa em
termos da rotação plástica na extremidade do elemento, como valor múltiplo da rotação da corda na
cedência, y, ao nível da extremidade considerada. Para as vigas e as colunas com um esforço axial
adimensional, ν, não superior a 0,30, as capacidades de deformação inelástica nos três estados limites
poderão ser consideradas iguais às indicadas no Quadro B.1:

Quadro B.1 – Capacidade de rotação plástica na extremidade das vigas ou das colunas com um esforço axial
adimensional, ν, não superior a 0,30

Estado limite
Classe da secção DL SD NC
transversal
1 1,0 y 6,0 y 8,0 y
2 0,25 y 2,0 y 3,0 y

(4) Para os elementos de contraventamento comprimidos, a capacidade de deformação inelástica deverá ser
expressa em termos da deformação axial do elemento de contraventamento, como um valor múltiplo da
deformação axial do elemento de contraventamento solicitado pela carga de encurvadura, c. Para os
elementos de contraventamento comprimidos (exceto para os elementos de contraventamento excêntricos de
pórticos), as capacidades de deformação inelástica nos três estados limites poderão ser consideradas iguais às
indicadas no Quadro B.2.

Quadro B.2 – Capacidade de deformação axial dos elementos de contraventamento comprimidos (exceto
para os elementos de contraventamento excêntricos de pórticos)

Estado limite
Classe da secção
DL SD NC
transversal
1 0,25 c 4,0 c 6,0 c
2 0,25 c 1,0 c 2,0 c

(5) Para os elementos de contraventamento tracionados, a capacidade de deformação inelástica deverá ser
expressa em termos da deformação axial do elemento de contraventamento, como um valor múltiplo da
deformação axial do elemento de contraventamento solicitado pela força de cedência em tração, t. Para os
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elementos de contraventamento tracionados (exceto para os elementos de contraventamento excêntricos de


pórticos) de secção transversal das classes 1 ou 2, as capacidades de deformação inelástica nos três estados
limites poderão ser consideradas iguais às indicadas no Quadro B.3:

Quadro B.3 – Capacidade de deformação axial dos elementos de contraventamento tracionados (exceto para
os elementos de contraventamento excêntricos de pórticos)

Estado limite
DL SD NC
0,25 t 7,0 t 9,0 t

(6) Para as vigas ou as colunas solicitadas à tração, a capacidade de deformação inelástica deverá ser
expressa em termos da deformação axial do elemento, como um valor múltiplo da sua deformação axial sob
a força de cedência em tração, t. Para as vigas ou as colunas tracionadas (exceto para as de
contraventamento excêntricos de pórticos) de secção transversal das classes 1 ou 2, as capacidades de
deformação inelástica nos três estados limites poderão ser consideradas iguais às indicadas no Quadro B.4.

Quadro B.4 – Capacidade de deformação axial das vigas ou das colunas tracionadas (exceto para as vigas ou
as colunas de pórticos com contraventamento excêntrico)

Estado limite
DL SD NC
0,25 t 3,0 t 5,0 t

B.5.3 Vigas

B.5.3.1 Insuficiências de estabilidade


(1) Para melhorar a dissipação de energia, deverão preferir-se vigas com uma relação entre o vão e a altura
compreendida entre 15 e 18. Em consequência, deverão ser utilizados na reabilitação apoios intermédios de
modo a encurtar os grandes vãos.
(2) Os banzos com uma insuficiência de estabilidade deverão ser travados lateralmente. Não é necessário um
travamento lateral do banzo superior, se for fiável a ação mista com a laje. Caso contrário, deverá ser
melhorado o comportamento misto satisfazendo os requisitos de B.5.3.5.

B.5.3.2 Insuficiências de resistência


(1) A fim de aumentar uma capacidade de flexão insuficiente deverão ser acrescentadas chapas de aço aos
banzos das vigas. Não é necessário aplicar uma tal medida ao banzo superior, se for fiável a ação mista com
a laje. Em alternativa, as vigas de aço estrutural com uma insuficiente capacidade de flexão deverão ser
revestidas com betão armado.
(2) Os varões longitudinais que poderão ser colocados para aumentar uma capacidade de flexão insuficiente
deverão ser da classe C, de acordo com o Quadro C.1 da EN 1992-1-1:2004.
(3) As vigas reforçadas devido a uma insuficiente resistência deverão satisfazer os requisitos da classe de
ductilidade M da EN 1998-1:2004.
(4) A fim de melhorar uma insuficiente capacidade resistente ao esforço transverso, deverão ser
acrescentadas chapas de aço à alma das vigas para um perfil H, ou à parede para um perfil tubular.
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B.5.3.3 Reparação de banzos empenados e danificados


(1) Os banzos empenados e/ou danificados deverão ser reforçados ou substituídos por chapas novas.
(2) Os banzos inferior e/ou superior empenados deverão ser reparados através da colocação de reforços em toda
a altura da alma e em ambos os seus lados, de acordo com (3) abaixo, e através de um desempeno térmico do
banzo empenado, ou removendo-o e substituindo-o por uma chapa similar, de acordo com (4) e (5) abaixo.
(3) Os reforços de alma deverão estar localizados no bordo e no centro da zona empenada do banzo,
respetivamente; a espessura das chapas de reforço deverá ser igual à alma da viga.
(4) As novas chapas deverão ser soldadas ou diretamente no mesmo local do banzo original (ou seja,
diretamente à alma da viga), ou sobre o banzo existente. Em ambos os casos, as chapas adicionais deverão
ter a sua direção de laminagem orientada na direção longitudinal.
(5) Durante as operações de corte e de substituição, as chapas do banzo deverão ser convenientemente
travadas.
(6) Em vez da soldadura de uma chapa espessa sobre o banzo, deverá, de preferência, revestir-se a viga de
aço com betão armado.

B.5.3.4 Enfraquecimento das vigas


(1) A ductilidade das vigas de aço poderá ser melhorada pelo enfraquecimento do banzo da viga nos pontos
desejados, a fim de afastar as zonas dissipativas das ligações.
(2) As secções reduzidas das vigas (RBSs) comportam-se como um fusível que protege as ligações viga-
coluna em relação a uma fratura prematura. As secções reduzidas das vigas deverão ser tais que possam
permitir o desenvolvimento, em cada estado limite, das rotações mínimas especificadas no Quadro B.5.

Quadro B.5 – Capacidade de rotação requerida em secções reduzidas de vigas, RBSs (em radianos)

DL SD NC
0,010 0,025 0,040

(3) As rotações indicadas no Quadro B.5 poderão considerar-se como as obtidas se o cálculo da RBS da viga
seguir o procedimento a seguir descrito:
i. Calcular a distância entre o início da RBS e a face da coluna, a, e o comprimento de redução do banzo, b,
do seguinte modo:
a  0,60 bf (B.10)

b  0,75d b (B.11)
onde:
bf largura do banzo
db altura da viga
ii. Calcular a distância entre a secção da rótula plástica prevista no centro da RBS, s, e a face da coluna do
seguinte modo:
b
sa (B.12)
2
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Legenda:
A = rótula plástica
Figura B.1 – Geometria da redução dos banzos para uma secção reduzida de viga (RBS)

iii. Determinar a profundidade do corte de cada lado do banzo (g); esta profundidade não deverá ser
superior a 0,25bf. Como primeira tentativa, poderá ser considerada igual a:
g  0,20 bf (B.13)
iv. Calcular o módulo plástico (ZRBS) e o momento plástico (Mpl,Rd,RBS) da secção da rótula plástica no eixo da RBS:
Z RBS  Z b  2  g  t f  d b  t f  (B.14)

M pl,Rd,RBS  Z RBS  f yb (B.15)

onde Zb é o módulo plástico da viga e fyb é tal como definido em B.5.1(5).


v. Calcular o esforço transverso (Vpl, RBS) na secção de formação das rótulas plásticas a partir do equilíbrio
da parte da viga (L’) entre as duas rótulas plásticas previstas (ver a Figura B.2). No caso de uma carga
gravítica uniforme, w, atuante na viga na situação de projeto sísmica:
2 M pl,Rd,RBS wL 
Vpl,RBS  '
 (B.16)
L 2
As diferentes distribuições das cargas gravíticas ao longo do vão da viga deverão ser devidamente tidas
em conta no último termo da expressão (B.16).
vi. Calcular o momento plástico da viga fora da RBS, Mpl,Rd,b, do seguinte modo:

M pl,Rd,b  Z b  f yb (B.17)

onde Zb e fyb são como definido em (iv) acima.


vii. Verificar se Mpl,Rd,b é superior ao momento fletor ao nível da face da coluna quando se forma uma rótula
plástica no centro da RBS: Mcf,Ed = Mpb,Rd,RBS + Vpl,RBSe. Se tal não for o caso, aumentar a profundidade
do corte, g, e repetir os passos (iv) a (vi). O comprimento b deverá ser escolhido de forma que Mcf,Ed
esteja aproximadamente compreendido entre 85 % e 100 % de Mpl,Rd,b.
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CLRBS W CLRBS

a b b a

a+b/2 L' a+b/2

Legenda:
w = carga gravítica uniforme na situação de projeto sísmica
L’ = distância entre os centros dos cortes da RBS
L = distância entre os eixos das colunas
Figura B.2 – Subconjunto tipo de uma estrutura com secções reduzidas de vigas (RBS)
viii. Verificar as razões largura-espessura ao nível da RBS a fim de evitar qualquer encurvadura local. A
largura do banzo deverá ser medida nas extremidades dos dois terços centrais da secção reduzida de viga.
ix. Calcular o raio (r) dos cortes nos banzos superiores e inferiores ao longo do comprimento b da RBS da viga:
b 2  4g 2
r (B.18)
8g
x. Verificar se o processo de fabrico assegura uma rugosidade de superfície adequada (ou seja, entre 10 m
e 15 m) para os cortes acabados e se não existem marcas da retificação.

B.5.3.5 Elementos mistos


(1) O cálculo da capacidade de vigas mistas deverá ter em conta o grau de conexão ao corte entre o elemento
de aço e a laje.
(2) Nas zonas dissipativas não deverão ser utilizados conectores entre as vigas de aço e as lajes mistas. Tais
conectores deverão ser retirados das vigas mistas existentes.
(3) Os conectores deverão ser ligados aos banzos através de soldadura a arco por pontos, mas sem penetração
total do banzo. Deverão ser evitadas ligações pregadas ou aparafusadas.
(4) Deverá verificar-se que as extensões de tração máximas devidas à presença de lajes mistas não provocam
o rasgo dos banzos.
(5) Deverão ser adotados estribos nas vigas revestidas.

B.5.4 Pilares

B.5.4.1 Insuficiências de estabilidade


(1) A relação largura-espessura poderá ser reduzida pela soldadura de chapas de aço aos banzos e/ou às almas.
(2) A relação largura-espessura de secções tubulares poderá ser reduzida pela soldadura de chapas de aço
exteriores.
(3) Deverão ser adotados travamentos laterais dos banzos, através de reforços de resistência não inferior a:
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0 ,06 f yc  bf  t f (B.19)
onde:
bf largura do banzo
tf espessura do banzo
fyc tensão de cedência do aço da coluna; para o aço existente, fyc poderá ser considerada igual ao valor
médio obtido a partir de ensaios in situ ou de fontes de informação adicionais, multiplicado pelo
coeficiente de confiança, CF, indicado no Quadro 3.1 para o nível de conhecimento apropriado (ver
3.5(2)P); para o aço adicionado, fyc poderá ser considerada igual ao valor nominal multiplicado pelo
coeficiente de sobrerresistência, ov, para o aço da coluna, determinado de acordo com 6.2(3), (4) e
(5) da EN 1998-1:2004

B.5.4.2 Insuficiências de resistência


(1) Para aumentar a capacidade de flexão da secção, poderão ser soldadas chapas de aço aos banzos e/ou às
almas das secções em H e às paredes das secções tubulares.
(2) As colunas de aço estrutural poderão ser revestidas de betão armado, a fim de aumentar a sua capacidade
de flexão.
(3) Deverá garantir-se, após o reforço, que para todos as colunas sísmicas primárias a compressão axial na
situação de projeto sísmica não é superior a 1/3 do valor de cálculo da resistência plástica aos esforços
normais da secção transversal bruta da coluna, Npl,Rd = (Aa fyd + Ac fcd + As fsd) (ver 7.6.4(2) da EN 1998-
1:2004), no estado limite de limitação de dano (DL) e a 1/2 de Npl,Rd nos estados limites de danos severos
(SD) ou de colapso iminente (NC).

B.5.4.3 Reparação de banzos empenados ou danificados e de emendas danificadas


(1) Os banzos empenados e/ou danificados e as emendas danificadas deverão ser ou reforçados ou
substituídos por chapas novas.
(2) Os banzos empenados e danificados deverão ser reparados ou pela remoção da chapa empenada do banzo
e a sua substituição por uma chapa similar, ou efetuando o seu desempeno a quente.
(3) As emendas danificadas deverão ser reparadas pela colocação de chapas exteriores nos banzos do pilar
por meio de soldaduras topo a topo de penetração total. A parte danificada deverá ser removida e substituída
por um material são. A espessura das chapas adicionais deverá ser igual à das chapas existentes. O material
de substituição deverá ser colocado de modo a que a direção de laminagem corresponda à do pilar.
(4) Deverão ser feitos pequenos furos nos extremos das fissuras presentes nos pilares a fim de evitar uma sua
propagação.
(5) Deverá efetuar-se um controlo ou magnetoscópico ou através de corantes líquidos penetrantes a fim de
garantir a inexistência de outros defeitos e/ou descontinuidades até a uma distância de 150 mm das fissuras.

B.5.4.4 Requisitos para as emendas de pilares


(1) Emendas novas deverão localizar-se no terço central da altura livre da coluna. Estas ligações deverão ser
projetadas de modo a apresentar uma resistência de cálculo ao esforço transverso não inferior à menor das
resistências ao esforço transverso prevista para os dois elementos ligados e uma resistência de cálculo à
flexão não inferior a 50 % da menor das resistências à flexão das duas secções ligadas. Assim, as emendas
soldadas de colunas deverão satisfazer para cada banzo a seguinte expressão:
A spl  f yd  0,50  f yc  A fl (B.20)
NP
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onde:
Aspl área de cada banzo da emenda
fyd valor de cálculo da tensão de cedência do banzo da emenda
Afl área do banzo mais pequeno das duas colunas ligadas, e
fyc tensão de cedência do material da coluna, tal como definida em B.5.4.1(3)

B.5.4.5 Zona do painel de alma do pilar


(1) Na coluna reforçada, a zona do painel de alma nas ligações viga-coluna deverá permanecer elástica no
estado limite de limitação de dano (DL).
(2) A espessura, tw, da zona do painel de alma da coluna (incluindo, caso exista, a chapa de forro, ver (3))
deverá satisfazer a expressão seguinte, a fim de evitar qualquer encurvadura local prematura sob a ação de
grandes deformações inelásticas de esforço transverso:
d z  wz
tw  (B.21)
90
onde:
dz altura da zona do painel de alma entre chapas de reforço
wz largura da zona do painel de alma entre os banzos da coluna

Deverão utilizar-se soldaduras de bujão entre a alma e a chapa adicional.


(3) Para aumentar a rigidez e a resistência da alma da coluna, poderão ser utilizadas chapas de aço paralelas à
alma e soldadas ao bordo dos banzos (chapas de forro).
(4) Reforços transversais à alma da coluna deverão ser soldados ao nível dos banzos das vigas.
(5) A fim de garantir um funcionamento satisfatório em todos os estados limites, deverão ser colocados
simetricamente chapas de reforços de espessura não inferior à dos banzos da viga de ambos os lados da alma
da coluna.

B.5.4.6 Elementos mistos


(1) Para melhorar a rigidez, a resistência e a ductilidade das colunas de aço, poderá ser utilizado um
revestimento de betão armado.
(2) A fim de garantir uma ação mista eficaz, as tensões de esforço transverso deverão ser transferidas entre o
aço estrutural e o betão armado por intermédio de conectores dispostos ao longo da coluna.
(3) A fim de evitar qualquer rotura de aderência, a relação entre a largura do banzo de aço e a largura da
coluna mista, bf /B, não deverá ser superior ao valor crítico dessa relação definido como segue:

 bf    N  
   1  0,35  0,17  1  0,073  Ed 

f cd  0,20  ρ w  f yw,d  (B.22)
 B  cr   Ag  
onde:
NEd esforço axial na situação de projeto sísmica
Ag área bruta da secção mista
fcd valor de cálculo da tensão de rotura à compressão do betão
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w percentagem de armaduras transversais


fyw,d valor de cálculo da tensão de cedência das armaduras transversais
B largura da secção mista
bf largura do banzo de aço

B.5.5 Contraventamentos

B.5.5.1 Insuficiências de estabilidade


(1) Aplica-se B.5.4.1(1) aos contraventamentos constituídos por secções tubulares.
(2) Aplica-se B.5.4.2(1).
(3) Qualquer revestimento dos contraventamentos de aço efetuado para efeitos de reforço deverá obedecer à
EN 1998-1:2004.
(4) A rigidez lateral dos contraventamentos diagonais poderá ser melhorada através do aumento da rigidez
das ligações de extremidade.
(5) No reforço, deverão utilizar-se de preferência contraventamentos em X em vez de em V ou em V
invertido. Não poderão ser utilizados contraventamentos em K.
(6) Barretas de ligação pouco espaçadas permitem melhorar eficazmente a resposta pós-encurvadura dos
contraventamentos, nomeadamente nas cantoneiras duplas ou nos perfis em duplo U. No caso de as colunas
existentes já disporem de barretas de ligação, poderão ser soldadas novas chapas e/ou deverão ser reforçadas
as ligações das barretas existentes.

B.5.5.2 Insuficiências de resistência


(1) No estado limite de limitação de dano (DL), a compressão axial na situação de projeto sísmica não deverá
ser superior a 80 % do valor de cálculo da resistência plástica em relação aos esforços normais da secção
transversal do contraventamento: Npl,Rd.
(2) A não ser que seja unicamente verificado o estado limite de colapso iminente (NC), a capacidade em
compressão dos contraventamentos de pórticos com contraventamento centrado não deverá ser inferior a
50 % da resistência plástica em relação aos esforços normais da secção transversal, Npl,Rd.

B.5.5.3 Elementos mistos


(1) O revestimento dos contraventamentos de aço com betão armado aumenta a sua rigidez, resistência e ductilidade.
No caso de contraventamentos de aço de secção em H, poderá ser utilizado um revestimento parcial ou total.
(2) Os contraventamentos totalmente revestidos deverão ter reforços e estribos, ao passo que os parcialmente
revestidos deverão ter ligadores retos de acordo com 7.6.5 da EN 1998-1:2004. Os estribos deverão ter um
espaçamento uniforme ao longo do contraventamento e deverão obedecer aos requisitos especificados para a
classe de ductilidade M em 7.6.4(3), (4) da EN 1998-1:2004.
(3) No cálculo da capacidade dos contraventamentos mistos tracionados apenas deverá ser tida em conta a
secção de aço de construção.

B.5.5.4 Contraventamentos não aderentes


(1) O aumento da rigidez dos contraventamentos poderá ser obtido através da sua integração sem aderência
em paredes de betão armado ou em tubos cheios de betão.
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(2) O contraventamento deverá ser revestido com um material que permita reduzir a aderência entre o
elemento de aço e o painel de betão armado ou o betão de enchimento do tubo.
(3) Aços de reduzida tensão de cedência são apropriados a contraventamentos de aço; betão reforçado com
fibras de aço poderá ser utilizado como material não aderente.
(4) Os contraventamentos reforçados através de uma sua integração sem aderência em paredes de betão
armado deverão obedecer à seguinte condição:
 1  B a
1  B   m y  1,30  (B.23)
 nE  l

onde:
a imperfeição inicial do elemento de contraventamento de aço
l comprimento do elemento contraventamento de aço
m yB parâmetro de resistência adimensional do painel de betão armado:

M yB
m  B
y (B.24)
N pl,R  l

n EB parâmetro de rigidez adimensional do painel de betão armado:


N EB
nEB  (B.25)
N pl,R

onde:
5  BS  t c2  f ct
M yB  (B.26)
6
5  π 2  BS  E c  t c3
N EB  (B.27)
12  l 2
onde:
Ec módulo de elasticidade do betão
BS largura do elemento de contraventamento de aço que tem a forma de uma chapa
tc espessura do painel de betão armado
fct tensão de rotura do betão à tração
Npl,R capacidade plástica do elemento de contraventamento de aço tracionado, calculada com base no
valor médio da tensão de cedência do aço obtido a partir de ensaios in situ e de fontes de
informação adicionais, dividido pelo coeficiente de confiança, CF, indicado no Quadro 3.1 para o
nível de conhecimento apropriado
(6) As armaduras de bordo do painel de betão armado deverão ser convenientemente amarradas a fim de
evitar qualquer rotura por corte.
(7) Os tubos cheios de betão contendo material antiaderente deverão permitir evitar qualquer encurvadura do
contraventamento de aço.
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B.6 Reabilitação das ligações


B.6.1 Generalidades
(1) As ligações dos elementos reabilitados deverão ser verificadas tendo em conta a resistência destes
últimos, que poderá ser superior à dos elementos originais (antes da reabilitação).
(2) Os métodos de reabilitação adotados poderão ser aplicados aos pórticos com contraventamentos de aço
ou mistos.

B.6.2 Ligações viga-pilar

B.6.2.1 Generalidades
(1) A reabilitação deverá ter como objetivo afastar a rótula plástica da viga em relação à face da coluna (ver
a primeira linha do Quadro B.6).
(2) As ligações viga-coluna poderão ser reabilitadas pela substituição das soldaduras ou pela aplicação de um
método de enfraquecimento ou de reforço.
(3) A fim de garantir o desenvolvimento de rótulas plásticas nas vigas e não nas colunas, a razão de
momentos coluna-viga (CBMR) deverá satisfazer a seguinte condição:
 M Rd,c
CBMR   1,30 (B.28)
 M pl,R,b
onde:
  N Ed 
(a) para as colunas de aço:  M Rd,c    Z c   f yd,c   (B.29)
  Ac  i
onde o somatório inclui as secções da coluna na vizinhança do nó, e:
Zc módulo plástico da secção da coluna, avaliado com base nas propriedades geométricas reais,
quando disponíveis, e tendo em conta os esquadros de reforço, caso existam
NEd esforço axial na coluna na situação de projeto sísmica
Ac área da secção da coluna
fyd,c valor de cálculo da tensão de cedência do aço da coluna, calculado com base no valor médio da
tensão de cedência do aço obtido a partir de ensaios in situ e de fontes de informação adicionais,
dividido pelo coeficiente de confiança, CF, indicado no Quadro 3.1 para o nível de conhecimento
apropriado
(b)  M pl,R,b é a soma das resistências à flexão ao nível das rótulas plásticas nas vigas que concorrem no nó
na direção horizontal considerada, tendo em conta a excentricidade em relação ao eixo da coluna:

 M pl,R,b   Z b  f yb  M cc,Ed j (B.30)

onde:
Zb módulo plástico da secção da viga no local potencial de formação da rótula plástica, calculado com
base na geometria real
fyb tensão de cedência do aço da viga, tal como definida em B.5.1(5)
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Mcc,Ed momento adicional ao nível do eixo da coluna devido à excentricidade do esforço transverso na
rótula plástica da viga.
(4) Os requisitos para as vigas e as colunas nas ligações reabilitadas são indicados no Quadro B.6. O mesmo
quadro fornece a capacidade de rotação nos três estados limites que é conferida pela ligação se forem
satisfeitos os requisitos

Quadro B.6 – Requisitos relativos às ligações reabilitadas e às resultantes capacidades de rotação

IWUFCs WBHCs WTBHCs WCPFCs RBSCs


Localização das rótulas
(dc/2)+(b/2)+
(a partir do eixo da (dc/2) + (db/2) (dc/2) + lh (dc/2) + lh (dc/2) + lcp
a
coluna)
Altura da viga (mm)  1000  1000  1000  1000  1000
Relação entre o vão e a
7 7 7 7 7
altura da viga
Espessura dos banzos da
 25  25  25  25  44
viga (mm)
Altura da secção da
Sem restrição  570  570  570  570
coluna (mm)
Rotação no estado limite
de limitação de dano 0,013 0,018 0,018 0,018 0,020
(DL) (rad)
Rotação no estado limite
de danos severos (SD) 0,030 0,038 0,038 0,040 0,030
(rad)
Rotação no estado limite
de colapso iminente (NC) 0,050 0,054 0,052 0,060 0,045
(rad)

Legenda:
IWUFCs = Ligações soldadas melhoradas sem reforço dos banzos
WBHCs = Ligações soldadas com esquadros de reforço inferiores
WTBHCs = Ligações soldadas com esquadros superiores e inferiores
WCPFCs = Ligações de banzos com chapas cobre-juntas soldadas
RBSCs = Ligações com secções reduzidas de vigas
dc = altura da secção da coluna
db = altura da viga
lh = comprimento do esquadro de reforço
lcp = comprimento da chapa cobre-junta
a= distância do bordo do recorte à extremidade da viga
b= comprimento do recorte do banzo da viga
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B.6.2.2 Substituição de soldaduras


(1) O material de soldadura existente deverá ser removido e substituído por um material são.
(2) As contrachapas de apoio deverão ser removidas após a soldadura dado que poderão contribuir para a
formação de fendas.
(3) Deverão ser utilizados reforços transversais no topo e na base do painel a fim de aumentar a resistência e a
rigidez do painel de alma da coluna (ver B.5.4.5(4)). A sua espessura não deverá ser inferior à dos banzos da viga.
(4) Os reforços transversais e de alma deverão ser soldados aos banzos da coluna e à alma através de
soldaduras de penetração total.

B.6.2.3 Métodos de enfraquecimento

B.6.2.3.1 Ligações com secções reduzidas de vigas (RBS)


(1) As secções reduzidas de vigas (RBS), calculadas de acordo com (B.5.3.4), podem forçar a ocorrência de
rótulas plásticas no interior da secção reduzida, diminuindo assim a possibilidade de uma rotura das
soldaduras dos banzos da viga e nas zonas circundantes afetadas pelo calor.
(2) A ligação da viga ao banzo da coluna deverá efetuar-se através da soldadura da alma da viga ao banzo da
coluna, ou através de chapas metálicas para transmissão de esforço transverso soldadas à face do banzo da
coluna e à alma da viga. O comprimento das chapas metálicas deverá ser igual à distância entre os entalhes
de acesso para a soldadura na base e no topo da alma, com um desvio de 5 mm. Para as chapas metálicas, é
necessária uma espessura mínima de 10 mm. As chapas metálicas deverão ser cortadas em ângulo reto ou
com bordos inclinados (com uma inclinação de cerca de 15°) e deverão ser colocadas dos dois lados da alma
da viga.
(3) Deverão ser aplicadas soldaduras topo a topo ou soldaduras de ângulo para a ligação aos banzos da
coluna e soldaduras de ângulo para a ligação à alma da viga. Como alternativa, é permitido o aparafusamento
das chapas metálicas à alma da viga.
(4) Não deverão ser colocados conectores nas zonas de RBS.
(5) É descrito a seguir o método de cálculo para as ligações com RBS:
i. Utilizar vigas com RBS projetadas de acordo com o procedimento indicado em B.5.3.4, e calcular o
momento plástico da viga, Mpl,Rd,b, pela expressão:
 L  dc 
M pl,Rd, b  Z RBS  f yb    (B.31)
 L  dc  2  b 
onde:
fyb tensão de cedência do aço da viga, tal como definida em B.5.1(5)
L distância entre os eixos das colunas
dc altura da secção da coluna
b comprimento da RBS.
ii. Calcular o esforço transverso da viga, Vpl,Rd,b, de acordo com B.5.3.4(3)v para um vão entre rótulas
plásticas, L’:
L'  L  d c  2  b (B.32)
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iii. Verificar a ligação das almas, p. ex. a chapa metálica soldada, em relação ao esforço transverso Vpl,Rd,b
obtido a partir de ii acima.
iv. Verificar se a relação da capacidade de flexão viga-coluna, CBMR, satisfaz a condição:
 N Ed 
 Z c  f yd,c  
 Ac 
CBMR   1,20 (B.33)
 L  dc 
 Z b  f yb   
 L  dc  2  b 
onde:
Zb e Zc módulos plásticos das vigas e das colunas, respetivamente
NEd esforço axial na coluna na situação de projeto sísmica
Ac área da secção da coluna
fyb tensão de cedência do aço da viga, tal como definida em B.5.1(5)
fyd,c valor de cálculo da tensão de cedência do aço da coluna, tal como definida em B.6.2.1(3)
v. Determinar a espessura das chapas de continuidade para reforço da alma da coluna ao nível dos banzos
superior e inferior da viga. Esta espessura deverá ser pelo menos igual à do banzo da viga.
vi. Verificar se a resistência e a rigidez da zona do painel de alma são suficientes para que este permaneça
elástico:
f yw,d  Z b  f yb  L  dc   H  db 
d wc  t wc         (B.34)
3 db  L  dc  2  b   H 
onde:
dwc altura da alma da coluna
twc espessura da alma da coluna, incluindo as chapas de forro, caso existam
fyw,d valor de cálculo da tensão de cedência da zona do painel de alma
Zb módulo plástico das vigas
NEd esforço axial na coluna na situação de projeto sísmica
Ac área da secção da coluna
fyb tensão de cedência do aço da viga, tal como definida em B.5.1(5)
H altura entre pisos do pórtico
vii. Calcular e pormenorizar as soldaduras entre as partes ligadas.

B.6.2.3.2 Ligações semirrígidas


(1) Poderão ser utilizadas ligações semirrígidas e/ou com resistência parcial, de aço ou mistas, para obter
sem risco de rotura grandes deformações plásticas.
(2) Deverão ser soldados conectores no banzo superior da viga, realizando uma ligação total.
(3) As ligações semirrígidas poderão ser projetadas considerando que a resistência ao esforço transverso é
assegurada pelos elementos de ligação na alma e a resistência à flexão pelos banzos das vigas e pela
armadura da laje, caso exista.
NP
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B.6.2.4 Métodos de reforço

B.6.2.4.1 Ligações com esquadros


(1) As ligações viga-coluna poderão ser reforçadas pela colocação de esquadros quer apenas no banzo inferior
quer nos banzos superior e inferior da viga, transferindo a zona dissipativa para a extremidade do esquadro. A
colocação de esquadros apenas no banzo inferior é mais apropriada, dado que os banzos inferiores são, em geral,
muito mais acessíveis do que os superiores; além disso, caso exista uma laje mista esta não tem que ser retirada.
(2) De entre os diferentes tipos de esquadros, os esquadros triangulares de secção em T são os mais eficazes.
No caso de serem apenas adotados esquadros inferiores, a sua altura deverá ser um quarto da altura da viga.
Nas ligações com esquadros superior e inferior, a altura dos esquadros deverá ser de cerca de um terço da
altura da viga.
(3) Deverão ser utilizados reforços transversais ao nível dos banzos superior e inferior da viga para reforço
da zona do painel de alma da coluna.
(4) Igualmente, deverão ser utilizados reforços transversais nas extremidades dos esquadros, para reforço da
alma da coluna e da alma da viga.
(5) Os reforços verticais da alma da viga deverão ter a altura total da alma e ser soldados dos dois lados da
alma. A espessura dos reforços deverá ser suficiente para resistir à componente vertical da força devida ao
banzo do esquadro nesse local e não deverá ser inferior à espessura do banzo da viga. Deverão ser satisfeitas
as verificações locais definidas em 6.2.6 da EN 1993-1-8:2004.
(6) As soldaduras dos esquadros aos banzos da coluna e da viga deverão ser com penetração total.
(7) As chapas metálicas aparafusadas, caso existam, poderão permanecer. Poderão ser utilizadas no elemento
reforçado, caso sejam necessárias por razões de resistência ou de execução.
(8) Poderá ser aplicado para as ligações com esquadros o seguinte método de cálculo passo a passo.
i. Escolher as dimensões preliminares do esquadro com base na limitação da esbelteza da sua alma. Num
primeiro tempo, poderão utilizar-se as seguintes expressões para o comprimento do esquadro, a, e para o
ângulo entre o banzo do esquadro e o banzo do elemento,  :
a  0 ,55  d b (B.35)
θ  30 (B.36)
onde db é a altura da viga. A altura obtida para o esquadro b, fornecida por:
b = atan (B.37)
deverá respeitar as limitações arquitetónicas, p. ex., a presença de tetos e de elementos não estruturais.
ii. Calcular o momento plástico da viga na extremidade do esquadro, Mpl,Rd,b, a partir da expressão (B.17).
iii. Calcular a resistência plástica ao esforço transverso da viga (Vpl,Rd,b), de acordo com B.5.3.4(3)v, para o
vão L’ entre as rótulas plásticas nas extremidades dos esquadros.
iv. Verificar se a relação da capacidade de flexão viga-coluna, CBMR, satisfaz a condição:
 N Ed 
 Z c   f yd,c  
 Ac   1,20
CBMR  (B.38)
Mc
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onde:
Zc módulo de flexão plástico das colunas
fyd,c valor de cálculo da tensão de cedência do aço da coluna, tal como definida em B.6.2.1(3)
NEd esforço axial na coluna na situação de projeto sísmica
Ac área da secção da coluna
Mc soma dos momentos na coluna ao nível das extremidades superior e inferior da zona do painel alargada,
resultante do desenvolvimento do momento na viga, Mpl,R,b, para cada viga concorrente na ligação:
 H c  db 
 M c  2M pl,R,b  Vpl,Rd,b  L  L'  
 (B.39)
 Hc 
onde:
L distância entre os eixos das colunas
d b altura da viga incluindo o esquadro
Hc altura entre pisos do pórtico
v. Calcular o valor do parâmetro adimensional  obtido por:
 
 
b 3  L'  d  3  a  d  3  b  L'  4  a  b
β    (B.40)
a  12  I b 12  I b 
 3 d  6 b  d  4b  
2 2

 Ab Ahf cos 3 θ 
onde Ahf é a área do banzo do esquadro.
vi. Calcular do seguinte modo o valor do parâmetro adimensional min:
M pl, Rd, b  Vpl, Rd, b  a 
 0,80  f uw,d
Sx
βmin  (B.41)
Vpl, Rd, b  a Vpl,Rd, b  d 2 I b 
   
Sx I b  tanθ  4 Ab 

onde:
fuw,d valor de cálculo da tensão de rotura das soldaduras à tração
Sx módulo de elasticidade (segundo o eixo principal) da viga
d altura da viga
Ab e Ib área e momento de inércia da viga, respetivamente
vii. Comparar os valores adimensionais , como acima calculados. Se min, as dimensões do esquadro
são suficientes e deverão ser efetuadas outras verificações locais de acordo com viii abaixo. Se min
a rigidez do banzo do esquadro deverá ser aumentada, ou pelo aumento da área do banzo do esquadro,
Ahf, ou pela modificação da geometria do esquadro.
viii. Verificar a resistência e a estabilidade do banzo do esquadro:
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  Vpl,Rd,b
(resistência) Ahf  (B.42)
f yhf,d  sen

bhf 235
(estabilidade)  10  (B.43)
t hf f yhf,d
onde:
fyhf,d valor de cálculo da tensão de cedência do banzo do esquadro
bhf e thf respetivamente, largura da parte em consola e espessura dos banzos do esquadro

ix. Verificar a resistência e a estabilidade da alma do esquadro:


a Vpl,Rd,b  L` β  d  1 β  a fyhw,d
(resistência) τhw      (B.44)
2 1 υ  Ib  2 tan θ  2  3  3

2  a  senθ 235
(estabilidade)  33 (B.45)
thw f yhw,d

onde:
fyhw,d valor de cálculo da tensão de cedência da alma do esquadro
thw espessura da alma
 coeficiente de Poisson do aço
x. Verificar a capacidade resistente ao esforço transverso da alma da viga, de acordo com 6.2.6 da
EN 1993-1-8:2004, para um esforço transverso aplicado à alma da viga calculado por:

Vpl,Rd,bw  1  β   Vpl,Rd,b (B.46)

onde  é obtido pela expressão (B.40).


xi. Projetar os reforços transversais e de alma da viga a fim de resistirem à força concentrada Vpl,Rd,b/tan.
Os reforços de alma deverão ter uma resistência suficiente para resistirem, juntamente com a alma da
viga, à carga concentrada (1-)Vpl,Rd,b. As relações largura-espessura dos reforços deverão ser limitadas
a 15, a fim de impedir qualquer encurvadura local.
xii. Definir a localização das soldaduras com penetração total destinadas à ligação dos reforços ao banzo da
viga. Para a ligação dos reforços à alma da viga são suficientes soldaduras de ângulo duplas com 8 mm.

B.6.2.4.2 Ligações por chapa cobre-junta


(1) As ligações por chapa cobre-junta podem reduzir a tensão ao nível das soldaduras do banzo da viga e
favorecer a plastificação da viga na extremidade das chapas cobre-juntas.
(2) Poderão ser utilizadas chapas cobre-juntas apenas no banzo inferior ou nos banzos superior e inferior da viga.
(3) As chapas cobre-juntas de aço deverão ter uma forma retangular e ser colocadas com a direção de
laminagem paralela à viga.
(4) Deverão ser preferidas as ligações com almas soldadas e chapas cobre-juntas relativamente delgadas e
curtas em vez de almas aparafusadas e chapas espessas e compridas.
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(5) Não deverão ser utilizadas chapas cobre-juntas compridas em vigas com vãos curtos e esforços
transversos elevados.
(6) Poderá ser aplicado para as ligações por chapas cobre-juntas o seguinte método de cálculo passo a passo.
i. Escolher as dimensões da chapa cobre-junta com base na dimensão da viga:
bcp  bbf (B.47)

t cp  1,20 t bf (B.48)

db
lcp  (B.49)
2
onde:
bcp largura da chapa cobre-junta
tcp espessura da chapa cobre-junta
bcf largura do banzo da viga
tcf espessura do banzo da viga
lcp comprimento da chapa cobre-junta
db altura da viga.
ii. Calcular o momento plástico da viga (Mpl,Rd,b) na extremidade das chapas cobre-juntas como calculado
pela expressão (B.7).
iii. Calcular a resistência plástica ao esforço transverso da viga, Vpl,Rd,b, de acordo com B.5.3.4(3)v, para o
vão, L’, entre as rótulas plásticas da viga:
L`  L  d c  2  l cp (B.50)

iv. Calcular o momento no banzo da coluna, Mcf,Ed:


M cf, Ed  M pl, Rd, b  Vpl, Rd, b  l cp (B.51)

v. Verificar que a área das chapas cobre-juntas, Acp, satisfaz o requisito:

Z b 
 Acp  d b  t cp   f yd  M cf,Sd
(B.52)

onde fyd é o valor de cálculo da tensão de cedência das chapas cobre-juntas.


vi. Verificar que a relação da capacidade de flexão viga-coluna, CBMR, satisfaz a condição:
 Z c  f yd, c  f a  (B.53)
CBMR   1,20
 L  dc 
 Z b  f yb  
 L  d  2L 
 c cp 
onde:
Zb e Zc módulos plásticos das vigas e das colunas, respetivamente
fyb tensão de cedência do aço da viga, tal como definida em B.5.1(5)
fyd,c valor de cálculo da tensão de cedência do aço da coluna, tal como definida em B.6.2.1(3)
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vii. Determinar a espessura das chapas de reforço de continuidade dispostas ao nível dos banzos superior e
inferior da viga para reforço da alma da coluna. Esta espessura não deverá ser inferior à do banzo da viga.
viii. Verificar que a resistência e a rigidez da zona do painel de alma permitem que este permaneça elástico:
f yw,d  M f  L   H  db 
  
d c  t wc     (B.54)
3 db  L  dc   H 

onde:
dc altura da alma da coluna
twc espessura da alma da coluna, incluindo as chapas de forro, caso existam
fyw,d valor de cálculo da tensão de cedência da zona do painel de alma
H altura entre pisos do pórtico
ix. Definir as dimensões e os pormenores das soldaduras entre as partes ligadas, isto é, entre a viga e as
chapas cobre-juntas, entre a coluna e as chapas cobre-juntas e entre a viga e a coluna. Os recobrimentos
de soldadura deverão utilizar os mesmos elétrodos dos usados nas soldaduras originais, ou pelo menos
elétrodos com propriedades mecânicas semelhantes.

B.6.3 Ligações de contraventamentos e de ligadores sísmicos


(1) As ligações dos contraventamentos e dos ligadores sísmicos deverão ser projetadas tendo em conta os
efeitos do comportamento cíclico pós-encurvadura.
(2) São preferíveis ligações rígidas em vez de articuladas (ver 5.2.2 da EN 1993-1-8:2004).
(3) A fim de melhorar a estabilidade para fora do plano da ligação do contraventamento, não deverá ser
interrompida a continuidade das vigas e das colunas.
(4) Os eixos de contraventamento e da viga não deverão cruzar-se no exterior do ligador sísmico.
(5) Nas ligações de contraventamentos diagonais a vigas, os eixos destes elementos deverão cruzar-se no
comprimento do ligador ou ao nível da sua extremidade.
(6) Para a ligação de um ligador sísmico a uma coluna ao nível da face do banzo da coluna, deverão ser
utilizadas chapas de apoio de extremidade entre os banzos da viga.
(7) O reforço das ligações viga-coluna poderá alterar o comprimento do ligador sísmico. Em consequência, o
ligador deverá ser verificado após a adoção do método de reforço.
(8) Os ligadores sísmicos ligados à coluna deverão ser de curto comprimento.
(9) Deverão ser evitadas as ligações soldadas de um ligador sísmico a uma coluna no plano de menor inércia.
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Anexo C
(informativo)
Edifícios de alvenaria

C.1 Objetivo e campo de aplicação


(1) O presente Anexo contém recomendações relativas à avaliação e ao projeto de reabilitação de edifícios de
alvenaria em zonas sísmicas.
(2) As recomendações da presente secção aplicam-se aos elementos de contraventamento de alvenaria de
betão ou de tijolo, que fazem parte de um sistema de construção de alvenaria não armada, confinada ou
armada.

C.2 Identificação da geometria, das disposições construtivas e dos materiais


C.2.1 Generalidades

(1) Deverão ser cuidadosamente examinados os seguintes aspetos:


i. Tipo das unidades para alvenaria (p. ex., cerâmica, betão, oca, maciça, etc.).
ii. Condições físicas dos elementos de alvenaria e presença de qualquer degradação.
iii. Configuração dos elementos de alvenaria e das suas ligações, assim como a continuidade das trajetórias
das cargas entre os elementos de contraventamento.
iv. Propriedades dos materiais constituintes dos elementos de alvenaria e qualidade das ligações.
v. Presença e fixação de paredes-cortina, presença de elementos não estruturais, distância entre paredes
divisórias.
vi. Informação sobre os edifícios adjacentes que possam interagir com o edifício considerado.

C.2.2 Geometria
(1) Os dados recolhidos deverão incluir:
i. Dimensões e localização de todas as paredes de contraventamento, incluindo a altura, o comprimento e a espessura.
ii. Dimensões das unidades de alvenaria.
iii. Localização e dimensões nas aberturas das paredes (portas, janelas).
iv. Distribuição das cargas gravíticas entre paredes resistentes.

C.2.3 Disposições construtivas


Os dados recolhidos deverão incluir:
i. Classificação das paredes como não armadas, confinadas ou armadas.
ii. Presença e qualidade da argamassa.
iii. Para as paredes de alvenaria armada, quantidade de armaduras horizontais e verticais.
iv. Para as paredes de alvenaria com panos múltiplos (paredes de alvenaria com núcleo de pedra
irregular), identificação do número de panos, respetivas distâncias, e localização dos ligadores, caso
existam.
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v. Para as paredes de alvenaria ligadas por injeção de calda, avaliação do tipo, da qualidade e localização
das injeções de calda.
vi. Determinação do tipo e do estado da argamassa e das juntas de argamassa; avaliação da resistência, da
erosão e da dureza da argamassa; identificação de defeitos tais como, fendas, vazios interiores,
elementos enfraquecidos e deterioração da argamassa.
vii. Identificação do tipo e do estado das ligações entre paredes ortogonais.
viii. Identificação do tipo e do estado das ligações entre as paredes e os pavimentos ou as coberturas.
ix. Identificação e localização das fendas horizontais nas juntas de assentamento, das fendas verticais nas
juntas verticais e nas unidades de alvenaria, e das fendas diagonais junto das aberturas.
Exame dos desvios de verticalidade das paredes e da separação dos panos exteriores ou de outros elementos
como platibandas e chaminés.

C.2.4 Materiais
(1) Poderão ser utilizados ensaios não destrutivos para quantificar e confirmar a uniformidade da qualidade de
construção assim como a presença e o grau de deterioração. Poderão utilizar-se os seguintes tipos de ensaio:
i. Ensaio de velocidade por impulso de ultrassom ou mecânico para a deteção de variações da densidade
e do módulo dos materiais da alvenaria e a deteção da presença de fendas e de descontinuidades.
ii. Ensaio de impacto-eco para confirmar ou não a injeção de argamassa em paredes armadas.
iii. Radiografia e cover meters, quando for caso, para confirmar a localização das armaduras.
(2) Poderão ser efetuados ensaios adicionais para melhorar o nível de confiança em relação às propriedades dos
materiais de alvenaria ou para avaliar o estado da alvenaria. Os ensaios possíveis são:
i. Ensaio com martelo de Schmidt para avaliar a dureza da superfície das paredes de alvenaria exteriores.
ii. Ensaio com macaco hidráulico plano para medir a resistência ao corte in situ da alvenaria. Este ensaio
poderá ser realizado aplicando simultaneamente às unidades de alvenaria que estão a ser ensaiadas
uma carga vertical medida através de macacos planos.
iii. Ensaio com macaco hidráulico plano para medir a tensão de compressão vertical in situ suportada pela
alvenaria. Este ensaio fornece informações tais como a distribuição das cargas gravíticas, as tensões de
flexão para fora do plano nas paredes e as tensões nas paredes-cortina de alvenaria comprimidas pela
estrutura de betão envolvente.
iv. Ensaio de compressão diagonal para avaliar a resistência ao corte e o módulo de distorção da
alvenaria.
v. Ensaios destrutivos em grande escala de zonas ou elementos particulares, a fim de aumentar o nível de
confiança relativo às propriedades gerais da estrutura ou de obter informações específicas tais como,
por exemplo, a resistência para fora do plano, o comportamento das ligações e das aberturas, a
resistência no plano e a capacidade de deformação.

C.3 Métodos de análise


C.3.1 Generalidades
(1) Na elaboração do modelo de análise, a rigidez das paredes deverá ser avaliada tendo em conta
simultaneamente a sua deformabilidade de flexão e de esforço transverso, com base na rigidez fendilhada.
Na ausência de avaliações mais precisas, as duas contribuições para a rigidez poderão ser consideradas iguais
a metade dos respetivos valores não fendilhados.
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(2) Os lintéis de alvenaria poderão ser introduzidos no modelo como vigas de acoplamento entre dois
elementos de parede.

C.3.2 Métodos lineares: métodos estático e multimodal


(1) Estes métodos são aplicáveis nas condições seguintes, em complemento das condições gerais de 4.4.2(1)P.
i. As paredes de contraventamento são dispostas de forma regular nas duas direções horizontais.
ii. As paredes são contínuas ao longo de toda a sua altura.
iii. Os pavimentos possuem uma rigidez no plano suficiente e as ligações destes às paredes periféricas
permitem admitir que os pavimentos podem distribuir as forças de inércia entre os elementos verticais
como diafragmas rígidos.
iv. Os pavimentos nos lados opostos de uma mesma parede estão à mesma altura.
v. Em cada piso, a relação entre as rigidezes no plano da parede de maior rigidez e da parede sísmica
primária mais fraca, avaliadas tendo em conta a presença de aberturas, não excede 2,5.
vi. Os lintéis de alvenaria incluídos no modelo são feitos de blocos devidamente ligados aos das paredes
adjacentes ou incluem elementos de ligação.

C.3.3 Métodos não lineares: métodos estático e dinâmico


(1) Estes métodos deverão ser aplicados quando não forem satisfeitas as condições indicadas em C.3.2.
(2) A capacidade é definida em termos de deslocamento ao nível da cobertura. A capacidade de
deslocamento último é considerada como o deslocamento da cobertura para o qual a resistência lateral total
(esforço transverso na base) desceu abaixo de 80 % da resistência máxima da estrutura, como resultado do
dano e da rotura progressivos dos elementos de contraventamento.
(3) A exigência, a comparar com a capacidade, é o deslocamento ao nível da cobertura correspondente ao
deslocamento-alvo definido em 4.4.4.4 e 4.3.3.4.2.6(1)P da EN 1998-1:2004, para a ação sísmica
considerada.
NOTA: O Anexo B da EN 1998-1:2004 indica um método para a determinação do deslocamento-alvo a partir do espectro de
resposta elástica.

C.4 Modelos de capacidade para avaliação


C.4.1 Modelos para uma avaliação global

C.4.1.1 Estado limite de colapso iminente (NC)


(1) Os critérios de avaliação em termos de resposta global só podem ser aplicados no caso de uma análise
não linear.
(2) A capacidade global no estado limite de colapso iminente (NC) poderá ser considerada igual à
capacidade de deslocamento último definida em C.3.3(2).

C.4.1.2 Estado limite de danos severos (SD)


(1) Aplica-se C.4.1.1(1).
(2) A capacidade global no estado limite de danos severos (SD) poderá ser considerada igual a 3/4 da
capacidade de deslocamento último definida em C3.3(2).
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C.4.1.3 Estado limite de limitação de dano (DL)


(1) No caso de uma análise linear, o critério aplicável a uma avaliação global é definido em termos de
esforço transverso na base na direção horizontal da ação sísmica. A capacidade poderá ser considerada igual
à soma das capacidades em relação ao esforço transverso das paredes individuais, uma vez que essas
capacidades são controladas pela flexão (ver C.4.2.1(1)) ou pelo esforço transverso (ver C.4.3.1(1)), na
direção horizontal da ação sísmica. A exigência é a estimativa do esforço transverso máximo na base nessa
direção a partir de uma análise linear.
(2) No caso de uma análise não linear, a capacidade para uma avaliação global é definida como a tensão de
cedência (força e deslocamento na cedência) da relação idealizada força/deslocamento elasto-perfeitamente
plástico do sistema equivalente com um só grau de liberdade.
NOTA: O Anexo B informativo da EN 1998-1:2004 indica um procedimento para a determinação da força de cedência e do
deslocamento no limite de elasticidade da relação idealizada força/deslocamento elasto-perfeitamente plástico do sistema
equivalente com um só grau de liberdade.

C.4.2 Elementos sujeitos a esforço axial e flexão

C.4.2.1 Estado limite de danos severos (SD)


(1) A capacidade de uma parede de alvenaria não armada é controlada pela flexão, se o valor da sua
capacidade em relação ao esforço transverso indicado em C.4.2.1(3) for inferior ao valor indicado em
C.4.3.1(3).
(2) A capacidade de uma parede de alvenaria não armada controlada pela flexão poderá ser expressa em
termos do deslocamento relativo e considerada igual a 0,008·H0 /D para as paredes sísmicas primárias e a
0,012·H0 /D para as secundárias, em que:
D dimensão horizontal no plano da parede (comprimento),
H0 distância entre a secção em que é atingida a capacidade de flexão e o ponto de inflexão.
(3) A capacidade em relação ao esforço transverso de uma parede de alvenaria não armada controlada pela
flexão sob um esforço axial N, poderá ser considerada igual:
DN
Vf  1  1,15  d  (C.1)
2H0
onde:
D e H0 definidos em (2)
vd = N/(Dtfd) esforço axial reduzido (com fd = fm /CFm, em que fm é a resistência média à compressão
obtida a partir de ensaios in situ e de fontes de informação adicionais, e CFm é o coeficiente de
confiança para a alvenaria indicado no Quadro 3.1 para o nível de conhecimento apropriado m), t
é a espessura da parede

C.4.2.2 Estado limite de colapso iminente (NC)


(1) Aplicam-se C.4.2.1(1) e C.4.2.1(3).
(2) A capacidade de uma parede de alvenaria controlada pela flexão poderá ser expressa em termos do
deslocamento relativo e considerada igual a 4/3 dos valores indicados em C.4.2.1(2).

C.4.2.3 Estado limite de limitação de dano (DL)


(1) Aplica-se C.4.2.1(1).
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(2) A capacidade de uma parede de alvenaria não armada controlada pela flexão poderá ser considerada igual
à capacidade em relação ao esforço transverso indicada em C.4.2.1(3).

C.4.3 Elementos sujeitos a esforço transverso

C.4.3.1 Estado limite de danos severos (SD)


(1) A capacidade de uma parede de alvenaria não armada é controlada pelo esforço transverso, se o valor da
sua capacidade em relação ao esforço transverso indicado em C.4.3.1(3) for inferior ou igual ao valor
indicado em C.4.2.1(3).
(2) A capacidade de uma parede de alvenaria não armada controlada pelo esforço transverso poderá ser
expressa em termos do deslocamento relativo e considerada igual a 0,004 para as paredes sísmicas primárias
e a 0,006 para as secundárias.
(3) A capacidade em relação ao esforço transverso de uma parede de alvenaria não armada controlada pelo
esforço transverso sob um esforço axial N, poderá ser considerada igual a:
Vf  f vd D  t (C.2)
onde:
D´ comprimento da zona comprimida da parede
t espessura da parede
fvd resistência ao esforço transverso da alvenaria que tem em conta a presença de uma tensão vertical:
= fvm0 + 0,4 N/D´t  0,065fm, onde fvm0 é a resistência média ao corte na ausência de uma carga
vertical e fm a resistência média à compressão, obtidas a partir de ensaios in situ e de fontes de
informação adicionais, e divididas pelos coeficientes de confiança, como definido em 3.5(1)P e no
Quadro 3.1, tendo em conta o nível de conhecimento obtido. Nas paredes sísmicas primárias, estas
duas resistências dos materiais são ainda divididas pelo coeficiente parcial para a alvenaria, de
acordo com 9.6 da EN 1998-1:2004

C.4.3.2 Estado limite de colapso iminente (NC)


(1) Aplicam-se C.4.3.1(1) e C.4.3.1(3).
(2) A capacidade de uma parede de alvenaria não armada controlada pelo esforço transverso poderá ser
expressa em termos de deslocamento relativo e considerada igual a 4/3 dos valores indicados em C.4.3.1(2).

C.4.3.3 Estado limite de limitação de dano (DL)


(1) Aplica-se C.4.3.1(1).
(2) A capacidade de uma parede de alvenaria não armada controlada pelo esforço transverso poderá ser
considerada igual à capacidade em relação ao esforço transverso indicada em C.4.3.1(3).

C.5 Intervenções na estrutura


C.5.1 Técnicas de reparação e de reforço

C.5.1.1 Reparação de fendas


(1) Se a largura da fenda é relativamente pequena (p. ex., inferior a 10 mm) e a espessura da parede é
relativamente pequena, as fendas poderão ser seladas com argamassa.
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(2) Se a largura de fendas é pequena mas a espessura da alvenaria não, deverá ser utilizada uma injeção de
calda de cimento. Quando possível, deverá ser utilizada uma calda sem retração. Para fendas finas poderá ser
utilizada uma calda à base de epoxi.
(3) Se as fendas são relativamente largas (p. ex., superiores a 10 mm), a zona danificada deverá ser
reconstruída utilizando tijolos ou pedras alongados (como elemento de costura). Em alternativa, deverão ser
utilizados grampos de cauda de andorinha, chapas metálicas ou redes de polímero a fim de unir as duas faces
da fenda. Os vazios deverão ser preenchidos com argamassa de cimento de fluidez adequada.
(4) No caso em que as juntas de assentamento são aproximadamente horizontais, a resistência das paredes à
fendilhação vertical pode ser consideravelmente melhorada embebendo nas juntas de assentamento ou fios
de pequeno diâmetro entrançados ou faixas de rede de polímero.
(5) Para a reparação de grandes fendas diagonais, poderão ser construídas nervuras verticais de betão em
roços irregulares praticados na parede de alvenaria, geralmente dos dois lados. Essas nervuras deverão ser
armadas com estribos pouco afastados e varões longitudinais. Os fios entrançados referidos em (4) deverão
atravessar as nervuras de betão. Em alternativa, poderão ser utilizadas redes de polímero para envolver uma
ou as duas faces das paredes de alvenaria, associadas a uma argamassa ou a um reboco adequados.

C.5.1.2 Reparação e reforço das interseções de paredes


(1) A fim de melhorar a ligação entre paredes que se intersetam, deverão ser utilizados tijolos ou pedras de
ligação cruzados. A ligação poderá tornar-se mais eficaz de várias formas:
i. Pela construção de uma cintagem de betão armado.
ii. Pela colocação de chapas de aço ou de redes nas juntas de assentamento.
iii. Pela inserção de varões de aço inclinados em furos abertos na alvenaria e posteriormente injetados com calda.
iv. Através de pós-tensão.

C.5.1.3 Reforço e aumento da rigidez dos diafragmas horizontais


(1) Os pavimentos de madeira poderão ser reforçados e rigidificados em relação à distorção no plano através
de:
i. pregagem de uma camada adicional (ortogonal ou oblíqua) de tábuas de madeira sobre as existentes.
ii. colocação de um recobrimento de betão armado com rede eletrossoldada. O recobrimento de betão
deverá ter ligações ao pavimento de madeira e ser amarrado às paredes.
iii. colocação de uma malha, disposta em duas direções diagonais, de barras de aço planas amarradas às
vigas e às paredes periféricas.
(2) As asnas da cobertura deverão ser contraventadas e amarradas às paredes que as suportam. Deverá ser
criado um diafragma horizontal (p. ex., através de uma estrutura triangulada) ao nível dos banzos inferiores
das asnas.

C.5.1.4 Vigas de cintagem


(1) Se as vigas de cintagem existentes entre as paredes e os pavimentos estiverem danificadas, estas deverão
ser reparadas ou reconstruídas. Estas vigas deverão ser construídas no caso de não existirem na estrutura do
edifício original.
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C.5.1.5 Reforço de edifícios por meio de tirantes de aço


(1) A adição de tirantes de aço, ao longo ou transversalmente às paredes, no exterior ou no interior de furos
abertos nas paredes, é um meio eficaz de ligação das paredes entre elas e de assim melhorar o
comportamento global dos edifícios de alvenaria.
(2) Poderão ser utilizados tirantes pós-tensionados para melhorar a resistência das paredes em relação às
tensões de tração.

C.5.1.6 Reforço de paredes de alvenaria com núcleo de pedra irregular (paredes com panos múltiplos)
(1) O núcleo de pedra irregular poderá ser reforçado com calda de cimento, caso a penetração da calda seja
satisfatória. Se a aderência da calda à pedra se revelar deficiente, a injeção de calda deverá ser
complementada por varões de aço atravessando o núcleo e amarrados aos panos exteriores da parede.

C.5.1.7 Reforço das paredes por meio de encamisamentos em betão armado ou com perfis de aço
(1) O betão deverá ser aplicado por projeção e os encamisamentos deverão ser armados com redes
eletrossoldadas ou varões de aço.
(2) Os encamisamentos poderão ser aplicados unicamente numa face da parede ou, de preferência, nas duas.
As duas camadas do encamisamento aplicado nas faces opostas da parede deverão ser ligadas entre si através
de cintas transversais que atravessem a alvenaria. Os encamisamentos aplicados numa só face deverão ser
ligados à alvenaria por meio de roços.
(3) Poderão ser utilizados perfis de aço de uma forma semelhante, desde que sejam devidamente ligados às
duas faces da parede ou a uma só face.

C.5.1.8 Reforço das paredes por meio de encamisamentos com redes de polímero
(1) Poderão ser utilizadas redes de polímero para o reforço de elementos de alvenaria existentes e novos. No
caso de elementos existentes, as redes deverão ser ligadas às paredes de alvenaria a partir de um dos lados ou
dos dois lados e deverão ser amarradas às paredes perpendiculares. No caso de elementos novos, a
intervenção poderá envolver a introdução adicional de redes nas camadas horizontais de argamassa entre os
tijolos. O reboco que cobre as redes de polímero deverá ser dúctil e de preferência ser de argamassa de cal
com reforço de fibras.
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Anexo Nacional NA

Introdução
O presente Anexo Nacional foi elaborado no âmbito da atividade da Comissão Técnica de Normalização
CT 115 – Eurocódigos Estruturais, cuja coordenação é assegurada pelo Laboratório Nacional de Engenharia
Civil (LNEC), na sua qualidade de Organismo de Normalização Setorial (ONS) no domínio dos Eurocódigos
Estruturais.
A inclusão de um Anexo Nacional na NP EN 1998-3:2017 decorre do disposto no Preâmbulo desta Norma.

NA.1 – Objetivo e campo de aplicação


Este Anexo Nacional estabelece as condições para a implementação, em Portugal, da NP EN 1998-3:2017 –
“Eurocódigo 8 – Projeto de estruturas para resistência aos sismos – Parte 3: Avaliação e reabilitação de
edifícios”, as quais se referem aos seguintes aspetos:

a) Parâmetros Determinados a nível Nacional (NDP);


b) utilização dos Anexos informativos;
c) informações complementares não contraditórias.

NA.2 – Parâmetros Determinados a nível Nacional (NDP)

NA.2.1 – Generalidades
Os Parâmetros Determinados a nível Nacional (NDP) relativos aos Princípios e às Regras de Aplicação onde
são permitidas opções nacionais são estabelecidos no Preâmbulo da presente Norma. No entanto, no Anexo
da Norma são permitidas adicionalmente opções nacionais em A.4.4.2(5) e em A.4.4.2(9).
Nas secções NA.2.2 e NA.2.3 referem-se, respetivamente, os Princípios e Regras de Aplicação sem
prescrições a nível nacional e com prescrições a nível nacional. As prescrições a nível nacional, indicadas na
secção NA.2.3, são referenciadas do mesmo modo que no corpo da Norma mas precedidas das letras “NA-“.

NA.2.2 – Regras de Aplicação sem prescrições a nível nacional


Relativamente a:

– 1.1(4)
– 3.3.1(4)
– 4.4.4.5(2)
– A.4.4.2(5)
– A.4.4.2(9)
prescinde-se de introduzir prescrições a nível nacional, devendo adotar-se as correspondentes prescrições
constantes desta Norma e, se tal for o caso, os valores aí recomendados.
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NA.2.3 – Princípios e Regras de Aplicação com prescrições a nível nacional

a) NA–2.1(2)P
Em Portugal os estados limite a verificar dependem da classe de importância do edifício. Para os edifícios
pertencentes às classes de importância III e IV (ver 4.4.10(1) da presente Norma e 4.2.5(4)P
da NP EN 1998-1:2010) devem ser verificados os seguintes estados limites (ver 2.1(1)P):

- estado limite de colapso iminente (NC);


- estado de limite de danos severos (SD);
- estado limite de limitação de dano (DL).
Para os edifícios pertencentes às classes de importância I e II (ver 4.4.10(1) da presente Norma e 4.2.5(4)P
da NP EN 1998-1:2010) deve ser verificado o estado limite de danos severos (SD) (ver 2.1(1)P).

b) NA–2.1(3)P
Em Portugal devem considerar-se os seguintes períodos de retorno para a definição da ação sísmica de
referência associada a cada um dos três estados limites indicados em 2.1(2)P:

 estado limite de colapso iminente (NC): período de retorno de 975 anos correspondente a uma
probabilidade de excedência de 5 % em 50 anos;
 estado limite de danos severos (SD): período de retorno de 308 anos correspondente a uma probabilidade
de excedência de 15 % em 50 anos;
 estado limite de limitação de dano (DL): período de retorno de 73 anos correspondente a uma
probabilidade de excedência de 50 % em 50 anos.
Os valores da aceleração máxima de referência agR a adotar para cada um dos três estados limites indicados
são obtidos a partir dos valores de agR indicados no Quadro NA.I do Anexo Nacional da NP EN 1998-1:2010
multiplicando-os pelos coeficientes indicados no Quadro NA.I.
Quadro NA.I – Coeficientes multiplicativos da ação sísmica de referência para obtenção da aceleração
máxima de referência para aplicação da NP EN 1998-3
Ação sísmica Tipo 2
Estado limite Ação sísmica Tipo 1
Continente Açores
de colapso iminente (NC) 1,62 1,33 1,22
de danos severos (SD) 0,75 0,84 0,89
de limitação de dano (DL) 0,29 0,47 0,55

c) NA–2.2.1(7)(P)
Em Portugal devem ser aplicados os valores dos coeficientes parciais dos materiais recomendados na
NP EN 1998-1:2010.

d) NA–3.4.4(1)
Em Portugal, a menos de justificação fundamentada, aplica-se o especificado no Quadro 3.2.
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e) NA–4.4.2(1)(P)

Em Portugal o valor máximo da relação max/min que permite a utilização do método de análise por forças
laterais é max/min = 3.

NA.3 – Utilização dos Anexos informativos A, B e C


Em Portugal, os Anexos A, B e C mantêm o carácter informativo.

NA.4 – Informações complementares

NA.4.1 – Objetivo
Na secção NA.4 são dadas informações complementares não contraditórias com as prescrições da presente
Norma, visando auxiliar a aplicação desta Norma.

NA.4.2 – Informações gerais


a) Os coeficientes de importância I, a adotar para as classes de importância referidas em NA–2.1(2)P são os
indicados em NA-4.2.5(5)P do Anexo Nacional da NP EN 1998-1:2010.

NA.4.3 – Informações específicas


a) Âmbito (1.1(4))
A presente Norma trata da avaliação e da reabilitação sísmicas de edifícios construídos com os materiais de
construção mais correntemente utilizados em Portugal, ou seja, betão armado, aço e alvenaria.
Os aspetos relativos à definição dos requisitos de desempenho e de definição da ação sísmica nas situações
de avaliação e reabilitação são de aplicação geral e portanto não se diferenciam entre os vários materiais.
Em contrapartida, no que concerne a aspetos específicos aplicáveis a edifícios construídos com cada um
daqueles materiais estruturais, o nível de desenvolvimento da informação disponibilizada nos Anexos
informativos A, B e C é claramente diferente.
Esta situação reflete o nível de conhecimento disponível aquando da preparação da Norma e é
particularmente notória no que se refere a edifícios de alvenaria.
Tal deve-se à grande variedade de tipologias construtivas existentes em edifícios de alvenaria nos vários
países europeus e também à grande variedade de constituição e de características mecânicas do material
alvenaria aplicado nos edifícios existentes nesses vários países.
Nestas circunstâncias, é possível que, na prática, existam situações de tipologias estruturais e/ou construtivas
não totalmente cobertas pelas prescrições da presente Norma. Nesses casos, o projetista deverá procurar
complementar essa informação por meio de documentação técnica idónea aplicável, respeitando no entanto
os aspetos de aplicação geral expressos na presente Norma.
b) Níveis de inspeção e de ensaios (3.4.4(1))
A menos de justificação fundamentada deverá adotar-se o especificado em 3.4.4(1) da presente norma.
No entanto, com vista à definição dos níveis de inspeção e de ensaio refere-se o seguinte.
No processo de avaliação de uma estrutura existente, a informação necessária referida em 3.2 (conhecimento
prévio) é geralmente obtida com base em desenhos de projeto, em registos de alterações verificadas durante a
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construção ou posteriores, em relatórios de ensaios de materiais relevantes e completada por um


levantamento efetuado a partir de inspeções in-situ e ensaios de amostras de material retiradas da estrutura.
O nível de inspeção in-situ e ensaios necessários para levantamento de uma estrutura depende naturalmente
do grau de conhecimento prévio que se tem dessa estrutura, devendo o levantamento ser tanto mais detalhado
quanto mais incompleto for o conhecimento prévio, tendo em vista uma adequada avaliação do
dimensionamento e pormenorização dos elementos estruturais e uma estimativa das caraterísticas mecânicas
dos materiais constituintes.
Os requisitos do Quadro 3.2 apresentado em 3.4.4(1) são aplicáveis a situações correntes e devem ser
utilizados no contexto de cada situação concreta, tendo em consideração os seguintes aspetos:
i) nos casos em que um levantamento detalhado seja necessário, por falta de informação prévia, deverá ser
efetuada uma inspeção visual inicial para avaliação da função dos diferentes elementos estruturais e
identificação da tipologia estrutural, com base na qual deverá ser estabelecido um plano detalhado de
inspeções aos elementos estruturais críticos;
ii) a seleção dos elementos estruturais a verificar deve ter em conta as caraterísticas construtivas e estruturais
do edifício, pelo que deverão ser sempre verificados os elementos estruturais mais relevantes que, em
caso de rotura, possam comprometer o comportamento estrutural global;
iii) o número de amostras dos materiais deverá ser escolhido de acordo com a relevância dos elementos
estruturais e a sua função no comportamento global;
iv) o número de ensaios dos materiais indicados no Quadro 3.2 inclui ensaios destrutivos e não destrutivos
mas deve ter-se em consideração o indicado em 3.4.3.1 que não permite a realização isolada de ensaios
não destrutivos. A determinação das características mecânicas dos materiais deve incorporar os resultados
de ensaios destrutivos;
v) nos edifícios com estrutura de alvenaria, todas as paredes poderão ter função estrutural, não sendo
frequentemente viável a recolha de amostras para ensaio em laboratório. Nestas situações, poderão
utilizar-se resultados de ensaios não destrutivos, realizados no local, para identificação da ocorrência de
não conformidades e da eventual degradação das caraterísticas dos materiais; poderão ainda realizar-se
ensaios especiais suplementares, tal como recomendado em C.2.4(2) no Anexo C, de forma a melhorar o
grau de conhecimento das propriedades das alvenarias ou ainda para avaliar o estado e a qualidade destes
materiais.

Salienta-se que, sempre que se efetuar um levantamento de uma estrutura existente, e sobretudo nos casos
em que não existe informação prévia detalhada, a informação recolhida nas inspeções in-situ pode ser
significativamente melhorada a partir de resultados de campanhas de ensaios de medição de vibrações nas
estruturas sujeitas apenas ao ruído ambiente, que permitem estimar as características dinâmicas globais da
estrutura (frequências naturais, configurações modais e amortecimentos modais equivalentes) e assim
extrapolar valores médios para as caraterísticas mecânicas dos materiais constituintes.

Adicionalmente, este tipo de ensaios permite identificar situações locais de degradação ou rotura, ou ainda
localizar irregularidades ou deficiências locais não anteriormente conhecidas, por análise dos modos de
vibração reais medidos na estrutura.

Nas estruturas de alvenaria, a análise dos resultados obtidos em campanhas de ensaios dinâmicos in-situ pode
ser muito útil ao permitir identificar separadamente os comportamentos globais mais condicionados pelo
comportamento fora do plano das paredes e no plano das paredes, e ainda a interação entre estes.
c) Modelação Estrutural (4.3(2)P)
A presente Norma, por comparação com a EN 1998-1, atribui uma importância reforçada à avaliação
adequada dos deslocamentos e das deformações estruturais devidos à ação sísmica.
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Assim torna-se muito importante, na modelação estrutural, fazer uma correta avaliação da rigidez, sendo que,
em termos gerais, será contra a segurança a adoção de valores de rigidez sobreavaliados.

Nestas circunstâncias, a prescrição contida em 4.3(2)P, remetendo para o expresso em 4.3 da EN 1998-1,
deve ser tomada com esta preocupação em mente.

Assim, de entre os dois parágrafos da EN 1998-1 relevantes nesta matéria (4.3.1(6) e 4.3.1(7)) deverá ser
dado maior peso ao expresso no primeiro deles. Este está em sintonia com o expresso em A.3.2.4(5) da
EN 1998-3 que indica claramente que, nos casos de verificação efetuada em termos de deformações, a
rigidez deve ser tomada como correspondente ao ponto de cedência, definido por My e y.

A solução apresentada em 4.3.1(7) deve assim ser tomada com muita prudência pois em grande número de
situações (por exemplo vigas com pequenas percentagens de armadura ou pilares com pequeno esforço
normal reduzido) conduz à sobreavaliação da rigidez secante na cedência e como tal coloca-se fora de uma
das hipóteses de base das expressões apresentadas no Anexo A para a definição da capacidade de
deformação de elementos de betão armado.
d) Valor máximo da relação max/min (4.4.2(1)(P))
Em Portugal o valor máximo da relação max/min que permite a utilização do método de análise (linear) por
forças laterais é max/min = 3.
Para auxiliar a interpretação desta condição refere-se o seguinte.
Os métodos de análise simplificados baseados no comportamento elástico linear dos materiais para determinação
dos efeitos da ação sísmica nas estruturas existentes devem ser utilizados com muita precaução, em particular nos
casos em que as estruturas tenham um comportamento frágil ou, no caso de estruturas com ductilidade, quando
não seja claro qual o mecanismo que se forma na estrutura para exploração da sua ductilidade disponível e não se
conheça assim, à partida, a distribuição provável das plastificações.
Em princípio estes métodos devem apenas ser utilizados neste último caso em que se possa estimar à partida a
distribuição provável das plastificações e estas têm uma distribuição relativamente uniforme. É esta a motivação
das secções 4.4.2 e 4.4.3 desta Norma, que se aplicam essencialmente a estruturas porticadas (em betão, aço ou
madeira).
De facto, como a verificação da segurança dos elementos dúcteis é feita em termos de deformações locais, esta
limitação visa garantir que as deformações obtidas da análise linear são semelhantes às da resposta não linear da
estrutura. A utilização de métodos de análise estática linear está assim condicionada à obrigatoriedade de, no
comportamento real da estrutura, não existir uma grande disparidade na distribuição da exploração da ductilidade
local.
Esta situação é considerada assegurada numa estrutura porticada se se verificar que a relação entre o valor
máximo max e mínimo min de exigência local, tomando apenas os elementos primários com i >1 como definido
em 4.4.2 (1)P, se mantém abaixo de 3, garantindo assim que não existirão situações de concentração de
plastificação local e que a exploração de ductilidade se fará por meio de exigências distribuídas pela estrutura.
Para outro tipo de estruturas, como sejam por exemplo as estruturas de alvenaria, tal condição é de difícil
aplicação, senão impossível. Como é sabido, este tipo de estruturas apresenta um comportamento essencialmente
frágil, devendo assim verificar-se, como condição de aplicabilidade dos métodos de análise linear, o estipulado na
Nota 2 à secção 4.4.2 (1)P, o que poderá, em muitos casos, tornar impossível a aplicação de métodos de análise
elástica linear a estas estruturas.
No entanto, caso sejam conhecidos os mecanismos de rotura frágil da estrutura, os métodos simplificados de
análise podem constituir uma ajuda preciosa para avaliação da estrutura e para identificação das necessidades de
reforço.
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No Anexo C da presente Norma são indicadas na sua secção C3.2 as condições para aplicabilidade de métodos de
análise linear na avaliação de estruturas de alvenaria existentes.

NA.5 – Correspondência entre as normas europeias referidas na presente


Norma e as normas nacionais

Norma europeia Norma nacional Título

EN 1998-1:2004 NP EN 1998-1:2010 Eurocódigo 8 – Projecto de estruturas para resistência


aos sismos – Parte 1: Regras gerais, acções sísmicas e
regras para edifícios

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