Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
CURTAROTEIRO704
CURTAROTEIRO704
SOM DE SIRENE.
VOZES DOS PRESIDIÁRIOS QUE SE APROXIMAM.
BARULHO DAS GRADES QUE SE FECHAM.
SILÊNCIO.
PASSOS NO CORREDOR.
LUZ CRESCENTE VAI REVELANDO O HOMEM NA CAMA.
ELE, MESMO ATENTO AOS SONS DA PRISÃO,
ESTÁ MUITO CONCENTRADO NUMA CORRENTE DE OURO
QUE MANUSEIA COM CARINHO.
AO OUVIR OS PASSOS NO CORREDOR SE LEVANTA E
CAMINHA ATÉ O LIMITE DA CELA.
HOMEM
Ei, Carcereiro! (Com crescente expectativa) O senhor vai passar
por aqui, eu sei. Tô esperando. Tá me ouvindo? Heim? É que...Eu
preciso que você me faça um favor! Quer dizer... preciso que o
Senhor me faça um favor, senhor Carcereiro. O senhor vai fazer
isso por mim, senhor carcereiro, não vai? Eu sei que vai. Olha, pode
deixar que eu pago. Dinheiro, droga, cigarros, o que o senhor quiser
e desejar. Ô amigão! Ô meu amigo... quer dizer, eu não peço que o
senhor seja um amigo, isso não, que é pedir o impossível. Amizade
não se compra. Tô pedindo mesmo é um favor. Apenas um favor.
Um favor que vou pagar com dinheiro, cigarro, droga, o que o
senhor desejar. (Intranquilo ouve os passos do Carcereiro que
se distanciam no corredor) Escuta, ô Carcereiro! Não vai passar
pela ala leste? Ei! Tá me ouvindo? Tem que passar por aqui,
amigão!