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EXCELSA LOJA DE PERFEIÇÃO GUARDIÃES DA ARTE REAL

A LENDA DO TERCEIRO GRAU

Grau de Mestre Maçom


Ir∴ Alexandre Roberto CIM: 323345

1. INTRODUÇÃO

Estudos Bíblicos nos mostram que a maneira mais simples de transmitir ensinamentos
é através das parábolas, por meio de Jesus Cristo elas se tornaram mais didáticas e
conhecidas em uma época em que nem todos os homens estavam preparados para
receber os ensinamentos do Grande Mestre.
De acordo com o Dicionário Aurelio, Parábola é uma narração alegórica, que encerra
doutrina moral, Lenda é uma tradição popular, um conto, uma história fantástica,
imaginosa; mentira.
As parábolas como narrativas alegóricas, estão presentes em toda a estrutura
doutrinaria da maçonaria, pois essa é a maneira pela qual são transmitidos os
ensinamentos aos seus iniciados. Como exemplo clássico pode ser citada a lenda do
Terceiro Grau, alegoria de ordem moral, baseada nos mitos solares da antiguidade.

2. Identificação e informações Gerais

A lenda de Hiran é de longe a mais importante das quais compõem os ensinamentos


da sublime ordem. Essa lenda relata o planejamento e posterior execução do plano
para arrancar do Mestre Hiran a palavra de mestre, mas que ao final acaba em um
assassinato de grandes proporções que ao final revelam a representação de três
maus companheiros simbolizando aquilo que temos de pior: Ignorância, ambição e
inveja.

2.1. Definição e objetivos


De acordo com relatos da construção do templo, Hiran Abi era filho de uma viúva da
tribo de Naftaly e fora enviado por Hiran, rei de Tiro, à Salomão para ajudar na
construção do Templo. De acordo com a lenda Hiran Abi representa o ser humano que
mais se aproxima da perfeição, aquele que esta em um plano moral superior aos
demais e que, por causa disso despertou ciúmes e inveja aos seus pares. HIRAN, do
hebraico HI “Vida Viva”, e RAM “Elevado de Alta Estirpe” ABI “PAI”, ou seja Pai de
vida muito elevada, significado esse que segundo alguns autores nos faz recordar de
um código de moralidade, a Lenda recorda ao religioso a morte e ressureição do
Cristo e, socialmente, racionalmente, o holocausto da sociedade pelos permanentes
inimigos, a ignorância, a hipocrisia e a ambição, os canceres letais e corrosivos de
nosso sistema.

2.2 Desenvolvimento

Três obreiros da classe dos companheiros, julgando-se merecedores e dignos de


serem mestres, e querendo conseguir pela força, como acontece com isso todos os
ignorantes, congeminaram uma conspiração para se apoderarem, pela violência, da
Palavra Sagrada, e serem reconhecidos como Mestres. Estes três tratam de
convencer outros nove companheiros mestres, mas estes, no último momento,
desistiram, porque foram perturbados pelo remorso. Os três cúmplices ficaram
sozinhos, e, urdindo o crime, resolvem obter a Palavra pela força, do próprio Hiram.
Os três aguardaram-no, a quem, pela sua bondade, esperavam intimidar. Escolher o
meio-dia como a hora mais propícia, pois a essa hora Hiram costumava e revisar o
trabalho, e também assumir como suas preces enquanto os descansavam. Os três
dirigem-se para as três portas do Templo, que naquele momento já estavam desertas,
porque todos os obreiros já tinham saído para descansar. Quando Hiram terminou a
sua prece e quis atravessar a porta do sul, o companheiro ali postado o ameaçou com
a sua régua de vinte e quatro polegadas, pedindo-lhe a Palavra e o Sinal de Mestre.
Todavia, o Mestre respondeu-lhe: “Trabalha, e será recompensado!” Vendo a
inutilidade dos seus esforços, o companheiro ignorante ou golpeou fortemente com a
régua. E, tendo o Mestre levantado o braço direito para deter o golpe vibrado sobre a
sua garganta, o seu ombro direito foi atingido, paralisando o braço. O Mestre dirigiu-
se, então, até a porta do Ocidente, e ali, o companheiro exigiu-lhe, como o primeiro, A
Palavra e o Sinal de Mestre, recebendo a mesma resposta: “Trabalha, e obterás”.
Então este companheiro deu-lhe um forte golpe no peito com o esquadro de ferro.
Meio aturdido, Hiram se dirigiu até a porta do Oriente Nesta porta o terceiro o
esperado. Era o pior intencionado dos três, que, recebendo a mesma negativa do
Mestre, deu-lhe um mortal sobre a frente, golpe com o malhete que tinha levado
consigo. Quando os três se encontraram novamente, verifiquem que não possuía o
Sinal nem a Palavra; horrorizaram-se pelo crime inútil e não tiveram outro pensamento
senão o de ocultá-lo e fazer desaparecer os seus vestígios. E, assim, de noite,
levaram a vítima em direção ao Ocidente e esconderam no cume de uma colina, perto
do local da construção.
Os assassinos do Mestre foram Jubelas, Jubelos e Jubelum que representam
respectivamente a ignorância, a ambição e hipocrisia ou a inveja. Essa trindade
negativa, ou seja, a ignorância, a ambição e a hipocrisia ou a inveja encontra-se no
interior do nosso Corpo Iniciático, São eles que tem impedido o despertar de nosso
Hiram Abi interno. São eles que proíbem a revelação exotérica de nosso profundo
esoterismo, entre colunas, quando o mundo profano anseia pela nossa doutrina.
Necessário, portanto, que primeiro se aperfeiçoe o Homem Maçom, pelo estudo e pelo
exemplo. Só assim, Jubelas, Jubelos e Jubelum que representam as três qualidades
negativas acima mencionadas, terão suas gargantas cortadas, seus corações
arrancados e seus ventres decepados. (Vejam aí a razão dos sinais de Ap∴, Com∴ e
M∴). Os traidores não são dignos da palavra, por isso seria melhor que tivesse sua
garganta cortada, pois não fazem jus de estarem vivos entre nós, e isentos de
qualquer compaixão, possuem um coração de pedra, lodoso, impuro que merece ser
arrancado e lançado ao esquecimento.

2.3 Conclusão

Observava-se, que a terra tinha sido antiga, odor antigo, e que dela emanava,
putrefato dos cadáveres. Estavam a escavar, chegou a apalpar o corpo, mas, como
estava escuro, não se atreveram a continuar as suas pesquisas. Recobriram então o
cadáver e colocaram sobre o montículo um ramo de acácia, espécie de árvore comum,
cujas flores e folhas são sempiternas. No dia seguinte, a sua descoberta em Salomão;
este fez o Sinal e pronunciou a palavra, que depois foram usados como sinais de
socorro. Os mestres de verificação em seguida se pronunciaram e buscaram pelo
Grande Mestre Hiram, os quais foram fixados pelas palavras que foram pronunciadas
no momento em que o corpo foi da sepultura. Assim procederam e, ao verem a fronte
ensanguentada, coberta por um avental, e sobre o peito a insígnia do grau, fizeram o
Sinal de Horror, que ficou sendo o reconhecimento entre os maçons.
Hiram Abi, renasce na acácia, plantada entre o esquadro e o compasso. As areias são
removidas pelas trolhas dos dedicados Mestres. São estes últimos que adentram a
Maçonaria em busca dos seus verdadeiros mistérios, selados pelos lábios de Hiram,
ou seja, o do verdadeiro Maçom. A sepultura representa tão somente nossa
incompreensão da Tradição Interior, que residirá sempre no coração do Verdadeiro
Iniciado. O mestre é tudo que vive; tudo o mais será sepultado. O Mestrado é o ápice
da Pirâmide. Curvemos nossas cabeças ante o místico pórtico do seu Umbral, para
renascermos livres da ignorância e do medo. O mestrado é a plenitude, que só se
alcança por mérito, jamais por graça. Saído do túmulo, sobre o qual foi plantada a
Acácia, símbolo da inocência, o iniciado transforma-se na borboleta que voa para o
Sol, longe das trevas. Saído da dura casca que o fazia rastejar como um verme, tem
seu corpo livre, finalmente, dos vícios dos maus Companheiros, os eternos inimigos da
Luz, da Vida e do Amor. A Lenda de Hiram Abi encontra um paralelo em outra lenda
também muito conhecida. Trata-se da Lenda de Noé e seus três filhos, SEM, CAM E
JAFET. A lenda é relatada no Documento Manuscrito “THE GRAHAM”, de 1.726, cujo
relato é o seguinte: “Sabemos por tradição e também por algumas referências às
Escrituras que Sem, Cam e Jafet se dirigiram ao túmulo de seu pai, Noé, a fim de
tentar descobrir alguma coisa a respeito dele que os conduzisse a um verdadeiro
segredo, que possuía esse famoso pregador. . . Ora, os três homens já tinham
acordado entre si que, se não encontrassem a coisa propriamente dita, a primeira
coisa que viessem a achar seria para eles como um segredo. . . Desse modo
chegaram à sepultura e, nada encontrando além do corpo morto quase que
inteiramente em decomposição, agarraram um dedo e este se desprendeu; seguraram
o pulso e o mesmo se desprendeu, então levaram-nas até o cotovelo. Por aí ergueram
o corpo morto e sustentaram-no, juntando pé com pé, joelho com joelho, peito com
peito, face com face, a mão nas costas, e gritaram: “Socorro, oh pai!” Como se
tivessem dito: “Ó Pai do Céu, ajuda-nos agora, que o nosso pai terreno não pode fazê-
lo”. E colocaram o corpo morto no chão outra vez, sem saber o que mais poderiam
fazer. Em seguida, disse um deles: “Ainda há tutano neste osso”; (Marrow in the Bone
– origem das iniciais M. B. – letras que constam do verdadeiro avental do Grau de
Mestre - que mais tarde tornaram-se Mak Benak) e o outro disse: “mas um osso seco”;
e disse o terceiro: “está fedendo”. E assim concordaram em dar-lhe um nome, tal
como é conhecido da Franco Maçonaria até o dia de hoje.”

3. Considerações finais

Conforme relatado acima, os assassinos de Hiram Abi simbolizam a ambição, a


hipocrisia e a ignorância. O Ir∴ Assis Carvalho, fez as seguintes colocações: No Altar
da Ambição muitas vítimas têm sido imoladas, muitas guerras foram deflagradas,
populações inteiras foram e estão sendo dizimadas. A Hipocrisia, também, costuma
transitar pelas estradas do mundo, colecionando vítimas, traindo os amigos,
entregando-os aos seus inimigos em troca de pequenas somas ou de insignificantes
favores. A Ignorância é a pior de todas. A história da humanidade registra seus crimes.
A Ignorância é irmã gêmea do Fanatismo e as estatísticas de seus crimes não
caberiam num computador moderno. Uma lição formidável que a Lenda de Hiram nos
transmite, mas que não aprendemos nunca. O Irmão Frederico Guilherme Costa diz
que “O M∴ M∴ deve compreender que é aquele que mais serve. O serviço
desinteressado é a única exigência que a Maçonaria pretende, em troca de Luz”. Meus
Irmãos. O Mestre Maçom tem por obrigação combater Jubelas, Jubelos e Jubelum, ou
seja, combater nossas fraquezas, nossas torpezas, nossa ignorância, nossa inveja,
nossa ambição, em suma, nossos vícios.

Alexandre Roberto da Silva M∴ M∴ 22/02/2023

4. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Ritual do Grau de Mestre Maçom – Rito Escocês Antigo e Aceito – Grande Oriente
do Brasil;
Peça de Arquitetura do Ir∴ José Alves Fraga
Peça de Arquitetura do Ir∴ Frederico Guilherme Costa
Lembranças do dia da Minha Exaltação ao grau de M∴M∴

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