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Energia Eólica
2.1
Breve Histórico da Energia Eólica
toda a Europa.
No ano de 1888, Charles F. Bruch montou o primeiro catavento destinado
à geração de energia elétrica. Esse mecanismo fornecia 12 KW de corrente
contínua para carregamento de baterias destinadas ao fornecimento de energia
elétrica. Com o surgimento da Revolução Industrial, no fim do século XIX, essa
fonte de energia foi substituída por máquinas a vapor, pela eletricidade e pelos
combustíveis fósseis. Entretanto, em meados desse mesmo século, a utilização da
energia eólica ressurge na agricultura.
Segundo Silva (2006), em 1904, a energia eólica atendia 11% da demanda
energética da indústria holandesa e, no território alemão, havia mais de 18.000
unidades de conversão eólica em contínua operação. Durante a Primeira Guerra
Mundial, o desenvolvimento dessa energia foi estimulado devido à escassez de
combustíveis fósseis, em especial na Europa. Nessa mesma época, os
aerogeradores com uma potência de 30 e 35 KW foram destinados principalmente
ao bombeamento da água nos campos rurais da Dinamarca. Porém, após a guerra,
com a retomada do crescimento da economia mundial, a energia eólica foi deixada
em segundo plano por não ser economicamente competitiva e não gerar impactos
na cadeia produtiva se comparada com os combustíveis fósseis.
17
2.2
AspectosTécnicos
2.2.1
O Comportamento dos Ventos
1
Johannes Juul, engenheiro dinamarquês, construiu uma turbina eólica de 200 KW que gerou
cerca de 2,2 GWh. (Silva, 2006)
2
Nessa mesma época, a Europa desenvolveu rotores tipo “hélice (2 a 4 pás), enquanto os Estados
Unidos apresentaram aerogeradores com um único rotor de eixo horizontal com duas pás”.
18
A velocidade do vento pode variar ao longo dos anos, dos meses e dos
dias, porém apresenta o mesmo comportamento para períodos iguais em anos
diferentes, chamada de variação sazonal. Ela também pode ser influenciada pelas
condições do clima e possíveis obstáculos naturais ou geográficos. Portanto, para
que o vento seja aproveitado, é necessário conhecer e estudar o seu
comportamento no tempo e no espaço.
De acordo com Custódio (2010), o vento tem uma característica aleatória e
seu estudo é feito por meio de uma análise probabilística geralmente pela
distribuição de sua frequência. Assim, existem várias pesquisas para determinar
um modelo estatístico mais adequado para descrever o comportamento dos
ventos. A função de distribuição mais utilizada às ocorrências da velocidade é a
Distribuição Weibull. Sua expressão matemática é:
(2.1)
Onde:
= velocidade do vento (m/s);
= fator de escala (m/s);
19
(2.2)
2
Onde:
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2.2.2
Aerogeradores
3
A intensidade do vento pode ser fraca, moderada, fresca, forte e violenta, podendo variar a
velocidade em até 4 m/s, 7 m/s, 11 m/s, 17 m/s e 28 m/s respectivamente.
20
2.2.2.1
Rotor de Eixo Vertical
2.2.2.2
Rotor de Eixo Horizontal
4
Um Rotor é tudo aquilo que gira em volta do seu próprio eixo. Neste caso, pode-se chamar de
turbina.
21
2.2.3
A Potência do Vento
1 (2.3)
2
Onde:
= potência da turbina eólica no instante t;
massa específica do ar Kg/m );
2.2.4
Custo da Energia
5
Entre dois extremos existe um valor para o qual é melhor a conversão da energia do vento em
energia mecânica: um aerogerador irá frear até cerca de 2/3 da sua velocidade inicial. Esse valor é
referente a uma formulação de 1919, realizada pelo físico Albert Betz, conhecida como Lei de
Betz.
23
2.3
Vantagens e Desvantagens da Energia Eólica
6
No Brasil, a energia eólica funciona como uma integrante de hidrelétricas.
25
2.4
Mercado Mundial de Energia Eólica
7
A Espanha, a Grã Bretanha, os Estados Unidos, a França, a Alemanha e a Itália são os exemplos
de países que sofreram com a crise e foram obrigados a reduzir os incentivos para a energia de
fonte limpa.
27
2007 a 2012, em que 13,34% serão de fontes eólicas até o final do ano de 2010.
Esse país já possui 13,1 GW de capacidade eólica instalada. (GWEC, 2010)
Na África alguns países aumentaram sua capacidade instalada no ano de
2010. Muitos países do continente africano também sofrem com a escassez de
recursos hídricos impedindo a geração de energia pela água, o que acaba
beneficiando o uso da energia advinda de fonte eólica. Dentre os países que mais
cresceram em geração de energia eólica, destacam-se: Egito, Marrocos e Tunísia,
com 120 MW, 33 MW e 60 MW respectivamente, somando 213 MW de
capacidade instalada no ano de 2010.
Na América Latina, o destaque ficou por conta do Brasil e do México. Em
2010, esses países foram responsáveis pelo acréscimo de 326 e 316 MW de
capacidade instalada.
2.5
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ano.
’
Fonte: Elaboração Própria
2.5.1
Sucessos e Fracassos do Incentivo à Energia Eólica
2.5.2
Novo Modelo do Setor Elétrico
O novo modelo do setor elétrico criado pela Lei nº 10.848/2004, vem com
o propósito de que a energia elétrica contratada pelo espaço regulado deverá ser
vendida através de leilões públicos.
O aparecimento desse novo modelo no setor elétrico garantia segurança e a
modicidade tarifária8, e permitiu oferecer ao consumidor o menor preço e maior
confiabilidade no serviço.
De acordo com o novo modelo, a energia pode ser contratada através de
dois modelos: Ambiente de Contratação Regulada (ACR) e Ambiente de
Contratação Livre (ACL).
No Ambiente de Contratação Regulada, a comercialização da energia
elétrica é feita através de leilões públicos pela CCEE (Câmara de Comercialização
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8
É uma tarifa acessível a todos os cidadãos.
9
Pequenas Centrais Hidrelétricas.
34
2.6
Leilões e Proinfa
valor ofertado pelo governo era baixo e insuficiente para viabilizar os projetos. Já
o governo brasileiro respondia dizendo que o preço era compatível com o
mercado de energia no Brasil.
A combinação entre as dificuldades da primeira fase do PROINFA e o
aparecimento de um novo modelo do setor elétrico fez com que a energia eólica
fosse vendida em leilões públicos. Na segunda etapa do PROINFA, as energias de
fontes alternativas renováveis, inclusive a fonte eólica, tiveram sua participação
em leilões exclusivos, porém, de 2005 a 2008, nenhuma energia advinda de fontes
eólicas foi vendida. Apenas em 2009, através de um leilão específico para essa
fonte, esse tipo de energia alcançou um espaço.
De acordo com informações do MME (Ministério de Minas de Energia), a
contratação da energia eólica em 2009 foi de 1.805,7 MW por um preço médio de
R$148,39MW. No 2º Leilão de Reserva, viabilizou-se a construção de 71
empreendimentos localizados em cinco cidades da Região Sul e Sudeste, sendo
que 85% da energia contratada se concentravam na Região Sudeste. Além desse
leilão, foram cumpridos mais três leilões que ocorreram nos anos de 2010 e 2011.
Em 2010, foram realizados o 3º Leilão de Energia de Reserva e o 2º Leilão de
Fontes Alternativas, em que foram contratados 20 Parques Eólicos com um preço
médio de R$ 122,69 e 50 Parques Eólicos com um preço médio de R$ 134,46.
35
Vale ressaltar que os preços oriundos de leilões são mais baixos do que os
preços praticados através de licitações na primeira fase do PROINFA (R$ 270,32
MW).
Além dos preços mais competitivos no mercado de energia, os parques
eólicos que foram contratados nos leilões poderão vender seu crédito de carbono,
ao contrário do que acontecia na primeira etapa do PROINFA; os créditos gerados
seriam depositados em uma conta administrada pela Eletrobrás. O Fator de
Capacidade dos parques eólicos contratados foi estipulado acima do consolidado
para os parques geradores do PROINFA. De acordo com o plano anual do
PROINFA, alguns empreendimentos eólicos não conseguiram gerar a energia
contratada, ocasionando um déficit positivo. O problema pode estar na falta de
dados anemométricos confiáveis superestimando o fator de capacidade.
Apesar dos erros passados, a energia eólica vem ganhando experiência e
demonstrando sua inserção na matriz energética brasileira.
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