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ESTADO DO PARANÁ
I – SÍNTESE FÁTICA
A Prefeitura do Município de Tibagi, estado do Paraná, realizará licitação na modalidade
Pregão Eletrônico, do tipo menor preço, visando a locação de relógio ponto digital, conforme
quantidades e especificações constantes do edital e seus anexos.
A ora Impugnante, com o intento de participar do referido certame, ao realizar a análise
do edital, verificou que as exigências técnicas descritas são excessivas, além de ilegais, restringindo
a ampla competitividade do certame.
Imperioso destacar que o núcleo do objeto ora licitado é a implantação dos
equipamentos para controle de ponto eletrônico, ou seja, ainda que a Administração possua
discricionariedade para estabelecer características mínimas que entenda pertinentes, em relação
aos equipamentos e ao software, não se pode estabelecer exigências excessivas e desnecessárias,
que sirvam tão somente para diminuir o universo de possíveis proponentes, sem trazer qualquer
beneficio para a consecução dos objetivos da contratação.
Frisa-se que o constrangimento da ampla competitividade do certame, além de ilegal,
implica na dificuldade de atingir o principal objetivo do processo licitatório, qual seja, a obtenção da
proposta mais vantajosa, consoante Art. 3º, da Lei 8.666/93.
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Por esta razão, apresenta-se impugnação, a fim de que as exigências restritivas à ampla
participação no certame sejam suprimidas, prestigiando a legalidade e a ampla competitividade na
condução do certame.
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disponibilizados equipamentos backup para substituição e, no caso da tecnologia ofertada pela
Impugnante, os reparos técnicos poderão ser realizados, em sua maioria, de forma remota,
dispensando o atendimento presencial.
É compreensível a inserção de tais exigências no presente edital, porquanto
equipamentos que se utilizam de tecnologias obsoletas denotam manutenções físicas constantes.
Entretanto, no caso dos equipamentos de vanguarda, como os ofertados pela
Impugnante, são raras as necessidades de ajustes de hardware, sendo realizadas as manutenções
de software por meio da central de suporte, amplamente preparada para o atendimento sem
descontinuidade da solução.
Assim sendo, a readequação do instrumento convocatório nos termos requeridos
possibilitará a participação de um número maior de fornecedores disponíveis no mercado, inclusive
detentores de soluções muito mais avançadas que as utilizadas pela Administração licitante,
prestigiando a competitividade no certame de forma muito mais inteligente e eficiente, bem como
celebrará um edital dentro dos moldes de legalidade, pois não mais manter-se-á as margens da
intervenção judicial por injustificada restrição da ampla participação no certame.
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Art. 80. O comprovante de registro de ponto do trabalhador pode ter o
formato impresso ou de arquivo eletrônico. (grifo nosso).
Consoante disposições legais supracitadas, o registro de ponto pode ser realizado de
forma física, por meio de comprovante impresso, ou de forma eletrônica, por meio de arquivos
digitais, sendo ilegal a determinação pela Administração de que os equipamentos devam fornecer
comprovantes impressos, mormente no caso de locação dos referidos relógios de ponto.
Infere-se de modo inconteste que a intenção da Administração, ao optar pela locação
dos equipamentos, é garantir que as tecnologias utilizadas sejam as mais modernas disponíveis,
além de desincumbir-se de eventuais problemas de ordem legal e técnicas que os relógios possam
vir a apresentar.
Assim sendo, ao elaborar o instrumento convocatório elencando exigências técnicas
ultrapassadas e desconformes com a legislação em vigor, a Administração, além de onerar o erário
com custos, riscos e trabalhos desnecessários, contraria frontalmente à finalidade da contratação,
disposta no texto editalício.
Atualmente, existem no mercado diversos equipamentos modernos que funcionam de
maneira completamente on-line, apresentando todos os dados dos pontos registrados por meio de
aplicativo e armazenando os dados em nuvem de forma segura e ágil.
Dessa forma, tanto o servidor, quanto a Administração têm pleno controle das jornadas
registradas a qualquer tempo e de qualquer lugar, sem necessidade de emissão de comprovante
impresso, o que inclusive facilita o trabalho de uma eventual fiscalização.
Além disso, a exigência de comprovante impresso encarece o valor da contratação,
porquanto necessário incluir nos custos o fornecimento de bobinas de papel, o que se torna
dispensável no caso de controle via aplicativo.
O comprovante impresso, inclusive, não fornece a mesma segurança no arquivo dos
registros pelo trabalhador que o controle por aplicativo, já que os impressos tendem a desbotar com
o tempo, enquanto o registro online não se perde.
Assim sendo, a exigência de emissão de comprovante impresso do ponto, mostra-se
excessiva e restritiva à ampla competitividade e até mesmo capaz de direcionar o resultado do
certame.
Frisa-se que tal exigência não guarda qualquer relação com a necessidade dos serviços
objeto do referido pregão, qual seja, o registro de ponto eletrônico, devendo ser retirada do texto
editalício, porquanto violadora da isonomia e competitividade do certame.
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A exigência de armazenamento de dados na memória do equipamento novamente tem
unicamente o caráter de restringir o número de participantes, bem como atrair a contratação de
tecnologias obsoletas pela Administração, porquanto os equipamentos mais modernos, como já
argumentado alhures, realizam o armazenamento de dados no servidor em nuvem (cloud server),
o que garante a segurança dos dados em virtude do uso de criptografia, bem como a
realização de backup automático, mantendo sempre atualizados e acessíveis os dados
registrados.
O armazenamento dos dados em servidor remoto garante maior segurança das
informações, haja vista que, caso o equipamento deixe de funcionar, os dados encontrar-se-ão
seguros e acessíveis integralmente.
Repisa-se que com o armazenamento dos dados em servidor remoto, não há risco de
perda de registros em caso de defeito, vandalismo ou roubo dos equipamentos, o que afasta, de
modo inequívoco, a exigência de armazenamento dos dados na memória interna dos relógios de
ponto.
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conexão WI-FI e/ou GPRS para transferência de dados via WEB, sem a necessidade de cabos ou
mesmo de manipulação de usuários diretamente nos equipamentos.
Ora Ilustre Pregoeiro, ao elencar dentre as exigências técnicas dos equipamentos a
existência de portas USB, exclui do certame empresas cujos equipamentos realizam o
armazenamento de dados remotamente, para coleta via internet, ignorando o que se tem por
evolução tecnológica em termos de economicidade e segurança.
Os equipamentos ofertados pela Impugnante, bem como por diversas empresas do
mercado, além de conexão à internet por meio de rede WI-FI, realizam conexão via GPRS, ou
General Packet Radio Services - em português, Serviços Gerais de Serviços por Rádio.
Trata-se de um serviço de comunicação sem fio que se baseia em pacote, e que está
disponível na rede GSM, assim como o SMS e as conexões de voz, oferecendo conexão contínua
à internet, com altas taxas de transferências de dados.
Dessa feita, ao incluir entre as características dos relógios de ponto a exigência de
possuírem portas USB, novamente a Administração restringe a competitividade sem qualquer
justificativa para a eficácia dos serviços.
Não bastasse isso, só em utilizar o termo relógio de ponto já demonstra certa tendência
de contratação, vez que, conforme prevê a Portaria/MPT nº 671/2021, o equipamento é um
REGISTRADOR ELETRÔNICO DE PONTO, ou seja, um equipamento que atenda aos objetivos
legais da portaria.
Assim sendo, as conexões físicas exigidas no edital devem ser suprimidas, permitindo
a participação de um universo maior de participantes, cujo ingresso no certame resta vedado
simplesmente por se utilizarem de tecnologias superiores às consignadas no edital, o que não se
mostra razoável.
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para início da abertura dos envelopes, e indicará, obrigatoriamente, o
seguinte:
XI - critério de reajuste, que deverá retratar a variação efetiva do custo
de produção, admitida a adoção de índices específicos ou setoriais,
desde a data prevista para apresentação da proposta, ou do orçamento
a que essa proposta se referir, até a data do adimplemento de cada
parcela;
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nos §§ 5o a 12 deste artigo e no art. 3o da Lei no 8.248, de 23 de outubro
de 1991; (grifo nosso).
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Frisa-se que atualmente a Impugnante é a prestadora dosa serviços de controle de
ponto biométrico para a Celesc, utilizando 245 relógios de ponto que realizam a integração com o
sistema de folha de pagamento on line, por meio da rede de dados GPRS, oferendo qualidade e
excelência em seus equipamentos, software e atendimento técnico, a um custo incontestavelmente
mais vantajoso ao erário, oferecendo, entre outros, os seguintes serviços:
- Identificação em tempo real de faltas e atrasos dos servidores;
- Coleta do ponto automática e remota
- Identificação dos servidores com segurança através da biometria à Prova de
Fraudes.
- Automatização de processos de recursos humanos;
- Controle de jornada e banco de horas autorizadas e não autorizadas.
- Processamento dos registros de ponto para fins de remuneração ou cálculo de
Banco de Horas.
- Permite flexibilidade na criação de regras conforme acordos trabalhistas, por
exemplo, gerenciamento dos prazos de documentos (CNH, treinamentos e certificados), impedindo
que os mesmos expirem sua validade.
- Gerenciamento da falta, atraso ou esquecimento dos servidores, permitindo ação
imediata, permitindo a correção desta e de outras situações como coberturas de férias, por exemplo,
além de gerenciar as exceções de forma flexível: justificativas, abonos, dentre outros.
Portanto, reitera-se que tanto as exigências de caráter técnico que ora se combatem
servem tão somente para onerar o erário de maneira desnecessária, abrindo mão a Administração
de contratar tecnologias de ponta a um custo inferior, em decorrência de exigências que não fazem
a menor diferença para a consecução dos objetivos da futura contratação.
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III – PEDIDOS E REQUERIMENTOS
Demonstradas as irregularidades no instrumento convocatório, conforme as razões
expostas, pugna pelo recebimento, processamento e acolhimento desta impugnação,
reconhecendo-se os vícios arguidos, e por consequência fática das nítidas ilegalidades, requer-se
a retificação do texto editalício, nos termos da fundamentação supra.
Por fim, requer seja republicado o novo texto editalício pelos meios oficiais, nos
termos do art. 22 do Decreto 10.024/19, marcando-se nova data para a realização da licitação.
REPRESENTANTE LEGAL
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