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Um grande desafio que se põe hoje aos pesquisadores é: Como dar uma
dimensão transformadora à produção do conhecimento? E como produzir
conhecimento a partir do cotidiano, do emergente? E, especialmente um
conhecimento para desvelar os invisíveis, os sem-voz, os sem-teto, os sem-
cidadania? Yasbeck (2005) denomina este conhecimento de “contra-hegemônico”,
um conhecimento em movimento, dirigido a um novo lugar/formato de relações e
poder.
A Comissão dos Determinantes Sociais da Saúde da OMS buscou superar as
políticas descontextualizadas de promoção da saúde ao reafirmar que as condições
de vida físicas e sociais (contexto) – e não simplesmente os estilos de vida (escolha)
- são os fatores determinantes do adoecimento das pessoas (WHO, 2010). E mais,
que se estas são as causas do adoecimento, elas também têm causas – as
chamadas “causas das causas” - que é a distribuição desigual de poder, dinheiro e
recursos na sociedade, e que é preciso aumentar o reconhecimento deste fato pelos
profissionais de saúde e pela comunidade em geral (WHO, 2010).
O conhecimento deve ser transformado em ação, ou seja, ele deve servir para
intervir na realidade (AZAMBUJA et al, 2011). Quando se fala em conhecimento,
tem-se a impressão de unidade de um conhecimento social contemporâneo, com a
qual nos relacionamos. No entanto, o conhecimento “[...] é uma totalidade complexa,
que inclui em si diversidade e heterogeneidade” (BAPTISTA, 1992, p. 85).