O documento discute como a política é um determinante fundamental da saúde e como a promoção da saúde deve envolver atores políticos. Também argumenta que as cidades, como o nível de governo mais local, são cruciais para mediar processos políticos e sociais que afetam a saúde da população de forma desigual dentro das cidades.
O documento discute como a política é um determinante fundamental da saúde e como a promoção da saúde deve envolver atores políticos. Também argumenta que as cidades, como o nível de governo mais local, são cruciais para mediar processos políticos e sociais que afetam a saúde da população de forma desigual dentro das cidades.
O documento discute como a política é um determinante fundamental da saúde e como a promoção da saúde deve envolver atores políticos. Também argumenta que as cidades, como o nível de governo mais local, são cruciais para mediar processos políticos e sociais que afetam a saúde da população de forma desigual dentro das cidades.
McNamara (2011) diz que os determinantes sociais da saúde – condições da
vizinhança, trabalho, qualidade da educação, distribuição da renda, racismo, – são
consequências de um determinante anterior: a política. E que quando profissionais de Saúde Pública reconhecem que a saúde está fora das possibilidades do sistema de assistência , mas aceitam que ela seja suscetível à intervenção política, deveriam dar o próximo passo, e aceitar que a promoção da saúde seja responsabilidade de atores políticos. Mas quem são os atores políticos senão todos nós? ( LEWGOY et al, 2014 ). O Brasil é um dos únicos países do mundo a definirem o município - a entidade administrativa urbana local - como um ente federativo. Pela Constituição Federal, esta entidade – Município/Cidade - constitui a esfera mais local de poder (ao lado dos Estados e União). Embora as desigualdades intraurbanas dependam de processos globais, nacionais e locais, o nível urbano é o nível mais próximo suscetível de mediação política. E é nas cidades que vive hoje a grande maioria da população brasileira. Ou seja, a cidade que concentra a população e onde se expressa de forma mais evidente a desigualdade é também onde está o primeiro nível de organização capaz de, através da ação política, mudar a realidade social e ambiental, com impacto na saúde da população ( LEWGOY et al, 2014 ). Quando se pensa a saúde a partir da perspectiva dos determinantes sociais e ambientais do adoecimento desigual, e se localiza espacialmente as desigualdades com vistas a tentar influir sobre elas através da ação política, já deixamos para trás o contexto meramente setorial das políticas públicas de Saúde para pensar em como produzir interdisciplinaridade e intersetorialidade que dê conta de modificar as condições de moradia, renda, trabalho, educação, e o acesso a serviços de saúde, com o objetivo de produzirmos mais saúde e qualidade de vida. Mas se andarmos ainda um passo mais para trás, na direção das causas das causas, então teremos que considerar os processos sociais, econômicos e políticos que fomentam e mantém as desigualdades ambientais e sociais - que no grupo desfavorecido se expressam como pobreza, assentamentos urbanos irregulares, más condições de trabalho, baixa qualidade da educação, e má saúde. Ou seja, precisaremos não só de um fazer interdisciplinar mais amplo, como também de mais integração 13 profissionais X comunidade, todos nós ao mesmo tempo produto e produtores destes processos políticos, econômicos e sociais ( LEWGOY et al, 2014 ). Um grande desafio que se põe hoje aos pesquisadores é: Como dar uma dimensão transformadora à produção do conhecimento? E como produzir conhecimento a partir do cotidiano, do emergente? E, especialmente um conhecimento para desvelar os invisíveis, os sem-voz, os sem-teto, os semcidadania? Yasbeck (2005) denomina este conhecimento de “contra-hegemônico”, um conhecimento em movimento, dirigido a um novo lugar/formato de relações e poder. A Comissão dos Determinantes Sociais da Saúde da OMS buscou superar as políticas descontextualizadas de promoção da saúde ao reafirmar que as condições de vida físicas e sociais (contexto) – e não simplesmente os estilos de vida (escolha) - são os fatores determinantes do adoecimento das pessoas (WHO, 2010). E mais, que se estas são as causas do adoecimento, elas também têm causas – as chamadas “causas das causas” - que é a distribuição desigual de poder, dinheiro e recursos na sociedade, e que é preciso aumentar o reconhecimento deste fato pelos profissionais de saúde e pela comunidade em geral (WHO, 2010). O conhecimento deve ser transformado em ação, ou seja, ele deve servir para intervir na realidade (AZAMBUJA et al, 2011). Quando se fala em conhecimento, tem-se a impressão de unidade de um conhecimento social contemporâneo, com a qual nos relacionamos. No entanto, o conhecimento “[...] é uma totalidade complexa, que inclui em si diversidade e heterogeneidade” (BAPTISTA, 1992, p. 85). A investigação sobre a saúde no contexto das cidades está hoje a desafiar a academia e os tomadores de decisão política em todo o mundo a produzirem diagnósticos e principalmente soluções para situações complexas com base em diálogos multi-disciplinares, intersetoriais, interinstitucionais e com as comunidades. O projeto aqui desenvolvido insere-se nesta perspectiva global ambiciosa, tendo como eixo a busca pelo aprofundamento da reflexão sobre como e com que perspectivas ético-políticas, teórico-metodológicas e técnico-operativas a Educação