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Skylab em Curitiba: lançamento de livro e shows

Músico e poeta carioca desembarca na capital paranaense para autografar sua


obra mais recente, “Futebol de cego”, e realizar dois shows no Basement Cultural

João Lucas Dusi

Nos dias 23 e 24 de junho, o músico e escritor carioca Rogerio Skylab estará em


Curitiba para lançar seu livro de poesia mais recente, Futebol de cego, e realizar uma
sessão dupla de shows no Basement Cultural (R. Des. Benvindo Valente, 260 – São
Francisco), respectivamente. Nas duas ocasiões, a Kotter Editorial – responsável pela
edição da obra – venderá exemplares do título já mencionado e dos outros três do
mesmo autor, também lançados pela casa independente: Debaixo das rodas de um
automóvel (poesia), Lulismo selvagem (política) e A outra volta da outra volta: um
estudo sobre Henry James (crítica literária).
O lançamento de Futebol de cego acontece nesta sexta-feira (23), no segundo
andar do Restaurante Nina (Rua Marechal Deodoro, 847 – Centro), a partir das 19h,
com presença do Skylab e sessão de autógrafos. Na apresentação do novo conjunto de
versos, Salvio Kotter destaca a relação entre os pares de opostos no trabalho do poeta
– que, apesar de trazer assuntos variados (morte, redenção, humor, referências
várias), fecha-se em um conjunto harmônico. “Skylab encanta por vários motivos, mas
provavelmente um dos maiores seja exatamente a dificuldade que nos impõe de
encaixá-lo em modelos”, analisa.
Em relação aos shows, que têm início às 22h deste sábado (24), a segunda
sessão ainda tem ingressos disponíveis (compre aqui). Acompanhado na guitarra por
Thiago Martins, no baixo por Yves Aworet e na bateria por Rodrigo Scofield, a
apresentação, em pouco mais uma hora e meia, traz músicas, todas autorais, da
extensa discografia do carioca, sempre num clima anárquico – característica principal
do trabalho de Skylab.

POEMA INÉDITO

Uma bofinho

Eu quero uma bofinho


cuja dubiedade provoque pânico
e vista de longe pareça homem.

Uma bofinho que me traia


e me roube de vez em quando.

Pra quem lave, passe e cozinhe.


E, além disso, me coma.

Uma bofinho a quem pertença


e cuja recíproca não seja verdadeira.
Que me manipule
por trás e pela frente.

Uma bofinho que use cuequinha.

Se as femininas dão nojo


e as delicadas, raiva,

eu quero uma bofinho


fria, canalha.

Que não derrame lágrimas


e não sinta piedade.

Uma bofinho a quem entregue tudo


e não receba nada.

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