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EMISSÃO FOLHA

INSTRUÇÃO DE PROJETO jul/2005 1 de 13

TÍTULO

PROJETO DE ÁREAS DE DEPÓSITO DE MATERIAL EXCEDENTE E JAZIDA DE EMPRÉSTIMO


ÓRGÃO

DIRETORIA DE ENGENHARIA
PALAVRAS-CHAVE

Depósito. Jazida. Empréstimo.


APROVAÇÃO PROCESSO

PR 007476/18/DE/2006
DOCUMENTOS DE REFERÊNCIA

OBSERVAÇÕES

REVISÃO DATA DISCRIMINAÇÃO

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INSTRUÇÃO DE PROJETO (CONTINUAÇÃO) jul/2005 2 de 13

ÍNDICE
1 RESUMO .......................................................................................................................................3
2 OBJETIVO.....................................................................................................................................3
3 DEFINIÇÕES.................................................................................................................................3
3.1 Depósito de Material Excedente – DME....................................................................................3
3.2 Jazida de Empréstimo.................................................................................................................3
4 SELEÇÃO DE ÁREAS .................................................................................................................3
5 LICENCIAMENTO DE ÁREAS...................................................................................................4
6 FASES DO PROJETO ...................................................................................................................5
6.1 Estudos Preliminares ..................................................................................................................5
6.2 Projeto Básico ............................................................................................................................5
6.3 Projeto Executivo .......................................................................................................................6
7 ELABORAÇÃO DO PROJETO....................................................................................................6
7.1 Depósito de Material Excedente ................................................................................................6
7.2 Jazida de Empréstimo.................................................................................................................8
8 FORMA DE APRESENTAÇÃO.................................................................................................11
8.1 Estudos Preliminares ................................................................................................................11
8.2 Projeto Básico ..........................................................................................................................11
8.3 Projeto Executivo .....................................................................................................................12
9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.........................................................................................13

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1 RESUMO

Esta Instrução de Projeto apresenta os procedimentos, critérios e padrões a serem adotados


para a elaboração de projetos de áreas de depósito de material excedente e jazida de emprés-
timo para o Departamento de Estradas de Rodagem do Estado de São Paulo – DER/SP.

2 OBJETIVO

Padronizar os procedimentos a serem adotados na elaboração de projetos de áreas de depósi-


to de material excedente e jazida de empréstimo em implantação, recuperação de rodovias
ou construção de instalações para fins rodoviários: praças de pedágio, praças de pesagem de
veículos, unidades básicas de atendimento - UBA etc. no âmbito do DER/SP.

3 DEFINIÇÕES

Para os efeitos desta instrução de projeto, são adotadas as seguintes definições:

3.1 Depósito de Material Excedente – DME

Área destinada ao depósito de materiais excedentes de cortes de terraplenagem ou de solos


inservíveis para reaproveitamento, como solos moles, de baixa capacidade de suporte, ex-
pansivos, rochosos, de difícil trabalhabilidade etc.

3.2 Jazida de Empréstimo

Área com ocorrência natural de solos cujas características e propriedades sejam adequadas
para utilização nas obras.

4 SELEÇÃO DE ÁREAS

Inicialmente, antes de se realizar qualquer tipo de levantamento topográfico ou investiga-


ções e ensaios geotécnicos para caracterizar determinada área, é necessário que se faça uma
seleção preliminar, porém criteriosa, de locais propícios para servirem tanto como DME ou
jazida de empréstimo, visando evitar problemas ambientais. Deve-se considerar os critérios
a seguir.

a) logísticos: as áreas devem ser as mais próximas possíveis dos locais das obras para
minimizar os custos de transporte dos materiais. Deve-se dar preferência a locais den-
tro da faixa de domínio. Por exemplo, no caso de DME, pode-se pensar em alarga-
mentos de aterros e, para as jazidas de solo, de cortes;
b) morfológicos: em terrenos com vertentes escarpadas deve-se avaliar suas dificuldades
de aproveitamento, seja como DME ou como jazida. No primeiro caso, a estabilidade
geotécnica da massa de materiais depositados pode ser comprometida e os custos de-
correntes para soluções de estabilização podem ser proibitivos. No segundo caso, isto
é, como jazida, pode-se iniciar um processo de instabilização generalizado da área,
considerando-se a supressão da cobertura vegetal existente e a exposição de solos e-
rodíveis;
c) hidrológicos: deve-se evitar ao máximo a interferência com o sistema de drenagem
natural, evitando provocar o barramento das águas superficiais e a concentração de

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fluxos. Cursos d’água e nascentes, em especial, são consideradas Áreas de Preserva-


ção Permanente – APP, com restrições legais à sua ocupação;
d) uso futuro da área: deve-se contemplar o uso seqüencial da área. No caso de áreas de
propriedade privada, deve-se conjugar os interesses do proprietário com as necessida-
des da obra para facilitar as futuras negociações de cessão ou aquisição das áreas. No
caso de DME, muitas vezes os materiais depositados possuem propriedades geotécni-
cas inadequadas, como por exemplo solos moles ou expansivos, blocos rochosos e
entulhos diversos. Tais materiais possuem características granulométricas indefinidas
e são simplesmente lançados sem qualquer tipo de controle de compactação; tais fatos
restringem a posterior utilização da área, devendo-se alertar o proprietário. Para as ja-
zidas, deve-se procurar, ao máximo, conformar o terreno de acordo com as pretensões
de uso futuro da área. No caso de áreas afastadas da futura rodovia, deve-se planejar
soluções que impeçam a utilização clandestina da área como lixão;
e) legais: deve-se obter licença ambiental para todas as jazidas de empréstimo e DME,
antes do início do seu uso, junto ao Departamento Estadual de Proteção de Recursos
Naturais da Secretaria do Meio Ambiente – DEPRN/SMA. Nos casos em que as áreas
se encontrarem em área de proteção e recuperação de mananciais – APRM da Região
Metropolitana de São Paulo, tal licença deve ser obtida junto ao Departamento de Uso
do Solo Metropolitano da Secretaria do Meio Ambiente – DUSM/SMA;
f) ambientais: deve-se dar prioridade às áreas que já se encontram degradadas. No caso
de DME, deve-se preferir áreas antigas de cavas de exploração de argila ou areia em
processo de erosão com voçorocas, inundadas ou não. Deve-se evitar a utilização de
áreas que impliquem:
- supressão de mata nativa ou secundária;
- intervenção em área de preservação permanente – APP;
- remoção de pessoas;
- riscos ou impactos para a vizinhança, especialmente em áreas urbanizadas;
- interferência direta em Unidades de Conservação, áreas de proteção de mananciais
e em sítios históricos, arqueológicos ou áreas tombadas.

5 LICENCIAMENTO DE ÁREAS

No caso de áreas que não apresentam restrições ambientais, ou seja, que não necessitam de
supressão de vegetação nem interferência com APP ou que não sejam de relevante interesse
ambiental, devem ser seguidas as diretrizes da resolução SMA n° 30(1) para obtenção do li-
cenciamento ambiental. Esse procedimento simplificado possibilita a utilização da área tão
logo o documento seja protocolado no DEPRN local.

Para os demais casos, o licenciamento deve ser feito junto ao DEPRN local e, no caso de
APRM, também no DUSM. O documento para o licenciamento deve atender às exigências
contidas na Portaria DEPRN n° 17 de 30/03/98(2).

No caso de DME e jazidas previstas em projeto e localizadas dentro da faixa de domínio,


não há necessidade de licenciamento ambiental específico, pois o licenciamento da obra já
inclui tais licenciamentos.

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6 FASES DO PROJETO

Os projetos de áreas de depósito de material excedente e jazida de empréstimo devem estar


interligados com os estudos geológicos e geotécnicos. Devem ser elaborados de acordo com
as fases de projeto correspondentes.

6.1 Estudos Preliminares

A finalidade desta etapa é fornecer subsídios para a escolha da melhor diretriz de traçado da
rodovia. O projeto geométrico ainda não tem condições de fornecer os valores dos volumes
de terraplenagem envolvidos. Desta forma, no que concerne às áreas de DME e jazidas de
empréstimo, a abordagem deve ser qualitativa, ou seja, deve apontar os locais mais indica-
dos sem a necessidade de se estimar volumes disponíveis.

Os estudos devem basear-se em pesquisas bibliográficas, observações em campo e experi-


ências profissionais. Deve-se tomar contato direto com as condições físicas do local da obra
através de reconhecimentos, utilizando os documentos de apoio disponíveis como aerofotos,
restituições aerofotogramétricas e, eventualmente, dados de algum projeto existente na área
de influência da obra.

Nesta etapa não é necessária a execução de levantamentos detalhados das áreas, como por
levantamentos topográficos ou investigações geotécnicas, uma vez que a área pode ser des-
cartada nas etapas subseqüentes. Porém, é imprescindível pesquisar a eventual existência de
estudos anteriores que possam conter levantamentos e utilizá-los ao máximo.

O conhecimento prévio das condições qualitativas do meio físico, que é o principal objetivo
desta etapa, deve possibilitar estudos mais específicos e objetivos nas etapas subseqüentes,
resultando em melhores escolhas finais de áreas e soluções.

A escolha preliminar de áreas deve ser feita com base nos critérios explicitados no item 4.

6.2 Projeto Básico

Nesta etapa os estudos das áreas de DME e jazidas de empréstimo devem, entre outros obje-
tivos, determinar os volumes disponíveis nos DME. A melhor alternativa de traçado já deve
estar definida e a base topográfica de trabalho deve ser mais detalhada. O projeto geométri-
co pode calcular os volumes de terraplenagem, de cortes e aterros, e, assim, a necessidade
tanto de DME como de materiais de empréstimo.

As áreas favoráveis para depósito de materiais excedentes também já devem ter sido pelo
menos identificadas. Desta forma, considerando-se os critérios logísticos, devem ser classi-
ficadas aquelas quanto à proximidade do eixo da rodovia.

Todas as investigações, sejam de campo ou laboratório, devem ser realizadas em quantidade


suficiente para caracterizar as áreas de DME e jazidas de materiais no que se refere aos vo-
lumes disponíveis e, no caso das jazidas, às propriedades dos materiais.

Salienta-se que nesta etapa a abrangência e a profundidade dos estudos devem ser tais que
não seja justificável alteração de concepção de projeto na etapa seguinte.

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6.3 Projeto Executivo

Deve seguir as mesmas recomendações e os mesmos parâmetros estabelecidos para o proje-


to básico. A diferença substancial entre essas etapas está no grau de detalhamento; o objeti-
vo principal do projeto executivo é o detalhamento ao nível final de engenharia, permitindo
a determinação dos quantitativos e do orçamento da obra com maior precisão e a implanta-
ção efetiva da obra.

Eventualmente podem ocorrem alterações de traçado, tanto em planta como em perfil, resul-
tando em modificações no balanceamento dos volumes de terraplenagem, demandando no-
vos estudos.

Nesta etapa devem ser contemplados os aspectos construtivos das áreas, com detalhes como
o sistema de drenagem definitivo, paisagismo e revegetação da área.

7 ELABORAÇÃO DO PROJETO

7.1 Depósito de Material Excedente

7.1.1 Considerações Iniciais

Durante o projeto deve-se considerar que as áreas de DME têm grande potencial para ocasi-
onarem problemas ambientais. É necessária a reintegração dos DME com o meio ambiente,
assim como o estudo da possibilidade de seu uso seqüencial compatível. Os levantamentos e
estudos a serem executados, portanto, devem focar-se para garantir a estabilidade geotécnica
do aterro e equilíbrio ambiental.

Os DME e a própria implantação da rodovia acarretam modificações no meio físico, parti-


cularmente na topografia do terreno natural. Os DME afetam o regime de escoamento das
águas superficiais e podem favorecer a concentração de fluxos, o aumento da declividade do
terreno e, assim, possibilitam a ocorrência de processos erosivos. Conseqüentemente, pode
ocorrer o assoreamento das várzeas e cursos d’água, o que afeta a qualidade das águas e os
ecossistemas associados.

7.1.2 Levantamento de Dados

Por meio de aerofotos recentes é possível identificar áreas favoráveis para a implantação de
DME, sem ocupação ou urbanização, delimitando inclusive o contorno do limite da proprie-
dade. As cartas topográficas na escala 1:10000 permitem visualizar a drenagem natural e a
dinâmica morfológica da região, permitindo a identificação tanto de áreas favoráveis como
desfavoráveis, tais como as linhas de talvegues. Mapas geológicos regionais são importantes
para identificar áreas com ocorrência de solos brejosos, também desfavoráveis.

Os locais devem ser vistoriados por especialistas em geometria e terraplenagem, geologia,


geotecnia e estudos ambientais. Devem ser levantadas as características gerais das áreas e
identificadas aquelas que oferecem melhores condições técnicas e ambientais, descartando
aquelas que não apresentam os requisitos mínimos.

Adicionalmente, deve-se caracterizar o entorno da área, o que inclui as vias de acesso e a


urbanização lindeira, por serem ambientalmente afetadas durante o período das obras. Du-
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rante a vistoria às áreas, é possível caracterizar seus itinerários de acesso, o que proporciona
uma idéia comparativa do custo de transporte para cada uma.

As áreas escolhidas devem ser levantadas topograficamente na escala mínima de 1:2000.


Deve-se obedecer às diretrizes preconizadas na ET-DE-B00/002 sobre levantamento topo-
gráfico.

A caracterização geotécnica deve basear-se na análise de sondagens mecânicas do tipo a


percussão. Devem ser avaliadas as condições da fundação da pilha de materiais depositados,
especialmente nas regiões periféricas onde se executam diques de contorno e taludes, nas
quais existe vizinhança que não deve ser afetada. Neste caso, deve-se obedecer às diretrizes
preconizadas na instrução de projeto referente a serviços geotécnicos.

7.1.3 Projeto Geotécnico

O projeto geotécnico das áreas de DME deve contemplar os estudos e verificações pertinen-
tes à estabilidade dos taludes e, eventualmente, aos recalques da massa depositada, em caso
de ocorrência de solo mole no DME. Os critérios de projeto a serem seguidos condicionam-
se pelo tipo de uso previsto e pelas características da ocupação vizinha, tanto atual quanto
futura prevista.

A estabilidade dos taludes pode ser avaliada com base nos métodos de equilíbrio limite, co-
mo Fellenius ou Bishop, ou outro cujas hipóteses se aproximem melhor do caso em estudo,
seguindo as prescrições da NBR 11682(3) referente à estabilidade de taludes. Para os recal-
ques, os valores devem ser estimados com base na teoria do adensamento de Terzaghi.

Os parâmetros geotécnicos de resistência da massa depositada são função do tipo de materi-


al que a constitui. Freqüentemente a massa constitui-se por materiais diversos; nestes casos,
os parâmetros atribuídos a ela devem ter valores médios, representativos da realidade do to-
do. Recomenda-se a adoção de valores a favor da segurança ou mesmo que se despreze a
contribuição da massa na segurança quanto à estabilidade.

Diques de contenção de solos moles são compactados controladamente e devem constituir-


se por materiais de área de empréstimo com características conhecidas. Nesse caso, pode-se
levar em conta a contribuição da resistência do dique na estabilidade.

Deve ser dada especial atenção quando o local escolhido como DME estiver próximo de á-
reas de preservação ambiental, com risco de carreamento de partículas. Nessa situação, de-
ve-se projetar diques com função de retenção de partículas. No caso de diques constituídos
por solo compactado impermeável, deve-se projetar um sistema de drenagem interna do ma-
ciço e um revestimento de proteção superficial do dique.

7.1.4 Projeto Geométrico

O ponto de partida para a elaboração do projeto geométrico das áreas de DME deve ser a
definição do uso futuro após os aterros atingirem a capacidade prevista, seja como parque,
condomínio habitacional, ou outra alternativa. Levando este aspecto em conta, deve-se ela-
borar o projeto de forma a promover a harmonização da área com o seu entorno, incluindo a
previsão de acessos ao DME.

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Além disso, deve-se obedecer às diretrizes fornecidas pelos estudos geotécnicos no que diz
respeito às inclinações dos taludes em função da altura da massa de materiais. Também de-
vem ser seguidas as diretrizes do projeto de drenagem, no tocante às inclinações dos platôs
para o escoamento adequado das águas superficiais. Obviamente, deve-se considerar tam-
bém o limite físico da área disponível para DME. Sua capacidade volumétrica é uma decor-
rência dos fatores citados anteriormente.

No caso de utilização de alargamento de aterro junto ao traçado projetado da rodovia como


DME, as possíveis áreas excedentes e decorrentes de tal alargamento devem ser incorpora-
das ao projeto da faixa de domínio.

O projeto deve considerar a geometria final dos DME. No caso de se prever a utilização
parcial do DME para diferentes fases de implantação da rodovia, as fases intermediárias de-
vem ser consideradas. Da mesma forma, o projeto deve considerar a geometria final das ja-
zidas. No caso de se prever a utilização parcial de uma jazida para diferentes fases de im-
plantação da rodovia, deve-se considerar todas as fases.

7.1.5 Projeto de Drenagem

Deve-se projetar um sistema de drenagem específico para os DME, de modo a evitar o de-
sencadeamento e aumento de processos erosivos e de minimizar o transporte de sedimentos
e material acumulado. As diretrizes de projeto a serem seguidas constam da instrução de
projeto referente a dispositivos de drenagem.

7.2 Jazida de Empréstimo

7.2.1 Considerações Iniciais

As áreas de jazidas de empréstimo são necessárias para prover a obra com materiais de ca-
racterísticas adequadas, necessárias para a execução de aterros compactados, substituição de
solos geotecnicamente inadequados etc.

Da mesma forma que no caso dos DME, a exploração de jazidas de empréstimo também
possui grande potencial para ocasionar problemas ambientais. Assim sendo, também é ne-
cessária a reintegração da jazida com seu entorno e a verificação da possibilidade do uso se-
qüencial compatível da área.

As modificações no meio físico, particularmente na topografia do terreno natural, podem re-


sultar em aumento de declividade, exposição de solos e alteração na drenagem superficial.
As conseqüências são o surgimento de processos erosivos, o assoreamento de várzeas e cur-
sos d’água e a redução da qualidade das águas e dos ecossistemas associados.Assim, na se-
leção das áreas, é fundamental considerar os aspectos ambientais juntamente com os aspec-
tos técnico-econômicos.

7.2.2 Levantamento de Dados

Pode-se aplicar a mesma metodologia descrita no caso dos DME para as jazidas. Os mapas
geológicos, entretanto, devem identificar ocorrências litológicas cujo produto de alteração é
usualmente favorável para a aplicação como material de empréstimo. Complementarmente,
pode-se recorrer a consultas a mapas pedológicos.
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As cartas topográficas na escala 1:10000 permitem a visualização de áreas com inclinações


de terreno favoráveis à formação de jazidas de solo, além da drenagem natural e dos proces-
sos da dinâmica de escoamento da região. Ressalta-se que em regiões com vertentes muito
inclinadas, em geral a espessura do manto de solo é reduzida, o que pode implicar menores
quantidades disponíveis.

As áreas escolhidas devem ser levantadas topograficamente na escala mínima de 1:2000, de


acordo com as diretrizes da especificação técnica referente a serviços topográficos.

Conforme preconizado na Instrução referente a serviços geotécnicos, uma vez definida a á-


rea para empréstimo de solo, as investigações geotécnicas devem delimitar os limites de ex-
ploração, ou seja, a extensão e a espessura das porções de materiais aproveitáveis e as limi-
tações técnicas para sua utilização.

Assim, as investigações geotécnicas para o estudo de material para empréstimo de solo


constituem-se principalmente por sondagens a trado, com coleta de amostras para determi-
nação das características naturais do terreno quanto à resistência, expansão, trabalhabilida-
de, presença de lençol freático etc. Desta forma, deve-se executar o seguinte elenco de in-
vestigações e ensaios:

a) sondagem a trado 4” com coleta de amostras e medida do nível d’água;


b) sondagens a percussão;
c) poços de inspeção;
d) caracterização dos substratos com potencial de exploração;
e) definição do nível d’água;
f) granulometria com sedimentação;
g) limites de Atterberg;
h) CBR, 5 pontos;
i) compactação;
j) classificação MCT;
k) peso específico e umidade naturais.

7.2.3 Projeto Geotécnico

Deve contemplar a análise dos tipos de solo ocorrentes, além de sua classificação e destina-
ção para as obras da rodovia. Complementarmente, deve incluir estudos e verificações per-
tinentes à estabilidade dos taludes, resultantes das escavações para exploração da área. Os
critérios de projeto a serem seguidos condicionam-se pelo uso futuro previsto e pelas carac-
terísticas da ocupação vizinha atual e futura prevista.

O estudo da estabilidade dos taludes pode ser feito com base nos métodos de equilíbrio limi-
te, como Fellenius ou Bishop, seguindo as prescrições da NBR 11682(3) de estabilidade de
taludes. Ressalta-se que a estabilidade de taludes de cortes em solos residuais condiciona-se,
principalmente, pelas estruturas reliquiares provenientes da rocha matriz. Sendo assim, a
superfície crítica de ruptura possui formato muito mais próximo do planar do que do circu-
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O limite de escavação das áreas para exploração de jazidas é a posição do lençol freático,
que deve ser determinada pelas sondagens executadas.

Deve-se analisar a adequação ou não dos materiais ocorrentes nas áreas estudadas à luz dos
resultados dos ensaios geotécnicos realizados e das necessidades dos projetos de terraplena-
gem, geotécnico e de pavimentação.

7.2.4 Projeto Geométrico

O ponto de partida para a elaboração do projeto geométrico das áreas de empréstimo deve
ser a definição do uso futuro após os aterros atingirem a capacidade prevista, seja como par-
que, condomínio habitacional, ou outra alternativa. Levando este aspecto em conta, deve-se
elaborar o projeto de forma a promover a harmonização da área com o meio ambiente, in-
cluindo a previsão de acessos à jazida.

Além disso, deve-se obedecer às diretrizes fornecidas pelo projeto geotécnico no que diz
respeito às inclinações dos taludes e do nível limite de escavação, o qual deve sempre ficar
acima do lençol freático. O escoamento superficial das águas também deve ser contempla-
do, no tocante às inclinações dos platôs. A capacidade volumétrica para exploração da área
é uma decorrência dos fatores citados anteriormente.

No caso de empréstimos em alargamentos de cortes, o nível da exploração deve preferenci-


almente atingir a cota do greide. Nos trechos em curva deve-se executar os alargamentos no
lado interno, na medida do possível, o que contribui para o aumento das condições de visibi-
lidade e segurança da rodovia. Neste caso, o alinhamento da crista do corte, o assim chama-
do off set, deve ser incorporado ao projeto da faixa de domínio.

Deve-se considerar a necessidade de se reservar o material mais superficial das jazidas de


empréstimos para execução de camadas de proteção ou camadas finais de terraplenagem,
devido às suas propriedades geotécnicas. Neste caso, o diagrama de orientação de terraple-
nagem deve contemplar o depósito deste material superficial para sua posterior utilização.

O projeto deve considerar a geometria das áreas de jazidas na fase final de sua exploração.
Entretanto, no caso de se prever a utilização parcial de uma jazida para diferentes fases de
implantação da rodovia, deve-se considerar todas as fases.

No cálculo do volume de material disponível, a espessura da camada vegetal deve ser des-
considerada.

7.2.5 Projeto de Drenagem

Deve-se projetar um sistema de drenagem específico para as jazidas de empréstimo, de mo-


do a evitar o desencadeamento e o aumento de processos erosivos e minimizar o transporte
de sedimentos e material acumulado. As diretrizes de projeto a serem seguidas constam na
Instrução referente ao projeto de dispositivos de drenagem.

Deve-se conceder especial atenção no caso de proximidade a áreas de preservação e, por


conseguinte, risco de carreamento de partículas. Nesta situação, devem ser projetadas caixas
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de sedimentação para onde deve ser direcionado o sistema de drenagem, com a finalidade de
retenção de partículas.

8 FORMA DE APRESENTAÇÃO

8.1 Estudos Preliminares

8.1.1 Mapa de Localização

Esta etapa tem como um de seus produtos a apresentação da localização das áreas potenciais
para DME e jazidas de empréstimo, preferencialmente sobre a mesma base do projeto geo-
métrico, ou seja, base aerofotogramétrica ou da Empresa Paulista de Planejamento Metropo-
litano S.A. - EMPLASA ou do Instituto Geográfico e Cartográfico - IGC, em escala 1:5000
ou 1:10000.

Quando identificável, deve ser traçado o contorno limite das áreas, assim como deve constar
estimativa da capacidade volumétrica.

8.1.2 Relatório de Caracterização

O relatório deve conter as características gerais de cada área observadas durante as vistorias
preliminares e com base na bibliografia e estudos existentes. Deve contemplar as condições
de acesso, o tipo de ocupação das áreas imediatamente adjacentes bem como seu entorno, o
tipo de vegetação existente etc.

8.2 Projeto Básico

8.2.1 Planta

Os desenhos em planta devem ser apresentados no formato A-1, na escala mínima de


1:2000, conforme Instrução de Projeto para Elaboração e Apresentação de Desenhos de Pro-
jeto em Meio Digital (IP-DE-A00/003).

Devem constar nos desenhos a topografia da área, o projeto de terraplenagem básico com a
indicação das linhas de off sets dos taludes e as indicações dos locais onde as sondagens fo-
ram executadas, identificando-as. No caso de jazidas de empréstimo, deve-se inserir um
quadro-resumo dos ensaios geotécnicos de laboratório para cada furo a trado e nas profun-
didades onde as amostras foram coletadas.

No desenho deve-se indicar a capacidade volumétrica final prevista para o DME ou jazida,
conforme o caso.

8.2.2 Relatório

Para cada área indicada deve-se elaborar relatório que contenha sua caracterização, os crité-
rios adotados e as observações colhidas durante as vistorias de campo. Sugere-se a seguinte
itemização:

a) introdução, com a descrição do empreendimento e a identificação e localização da á-


rea;

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b) descrição da área, abordando a geomorfologia, a existência ou não de linhas de dre-


nagem, várzeas ou brejos, nascente d’água, os aspectos geológico-geotécnicos, a co-
bertura vegetal predominante;
c) descrição do entorno da área, abordando a proximidade com núcleos ou ocupações
habitacionais, as condições das vias lindeiras e de acesso, a proximidade com áreas
sob proteção ambiental;
d) cálculos e verificações geotécnicas;
e) listagem e descrição das medidas corretivas e compensatórias a serem executadas, in-
cluindo o plantio de espécies, visando evitar a ocorrência de processos de degradação
ambiental;
f) relatório fotográfico caracterizando a área e o seu entorno.

8.3 Projeto Executivo

8.3.1 Planta

Os desenhos em planta devem ser apresentados no formato A-1, na escala mínima de


1:1000, conforme Instrução de Projeto para Elaboração e Apresentação de Desenhos de Pro-
jeto em Meio Digital (IP-DE-A00/003).

Devem constar as mesmas informações da etapa do projeto básico, acrescido do projeto de


drenagem. Além disso, deve-ser traçar linhas de eixo apropriadamente estaqueadas e nome-
adas, visando à locação da obra e as seções geométricas.

8.3.2 Seções de Geometria

As seções transversais devem refletir com precisão o relevo do terreno e as condições exis-
tentes. Devem ser desenhadas na escala 1:200, em suas respectivas estacas, perpendicular-
mente aos eixos. Deve-se representá-las por meio de linhas contínuas, com suas respectivas
estacas devidamente anotadas.

As cotas de referência devem ser anotadas com linha grossa e vertical posicionada à esquer-
da de cada seção transversal.

O terreno deve ser desenhado por meio de linhas tracejadas de traço fino assim como possí-
veis benfeitorias existentes. Devem ser indicadas terras nuas, sem benfeitorias.

De modo geral, o intervalo entre duas seções transversais consecutivas deve ser de 20 m.
Entretanto, outras seções suplementares podem ser desenhadas para esclarecer os elementos
existentes ou projetados e para aumentar a precisão dos cálculos de terraplenagem.

8.3.3 Seções Geológico-Geotécnicas Tipo

Devem ser traçadas com base nas seções transversais geométricas em cujas proximidades
foram executadas sondagens que permitam inferir as camadas dos solos existentes.

Na representação devem constar, no mínimo, o número da sondagem, a cota e o afastamento


do eixo, a régua com indicação da profundidade, a indicação da posição do nível d’água e a

Permitida a reprodução parcial ou total, desde que citada a fonte – DER/SP – mantido o texto original e não acrescentando qualquer tipo de propaganda
comercial.
CÓDIGO REV.

IP-DE-Q00/002 A
EMISSÃO FOLHA

INSTRUÇÃO DE PROJETO (CONTINUAÇÃO) jul/2005 13 de 13

profundidade de paralisação do furo.

No caso de áreas de jazidas de empréstimo, deve-se indicar o perfil da escavação para ex-
ploração, conforme o projeto geométrico.

Na parte inferior do desenho das seções geológico-geotécnicas, deve ser apresentado quadro
geral resumo com todos os resultados obtidos dos ensaios geotécnicos realizados em labora-
tório, para cada furo e em cada profundidade.

9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1 SECRETARIA DO MEIO AMBIENTE. Resolução SMA No. 30. Cadastro e Licenci-


amento Ambiental de Intervenções Destinadas às Áreas de Apoio de Obras Rodo-
viárias em Locais sem Restrição Ambiental. 21 de dezembro de 2000.

2 DEPARTAMENTO ESTADUAL DE PROTEÇÃO DOS RECURSOS NATURAIS.


Portaria DEPRN nº 17. Estabelece a documentação inicial e novo procedimento pa-
ra instrução de processos para licenciamento no âmbito do DEPRN. 30 de março de
1998.

3 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 11682. Estabilidade


de taludes. Rio de Janeiro, 1982.

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