Não chores, que a vida Se morre, descansa É luta renhida: Dos seus na lembrança, Viver é lutar. Na voz do porvir. A vida é combate, Não cures da vida! Que os fracos abate, Sê bravo, sê forte! Que os fortes, os bravos Não fujas da morte, Só pode exaltar. Que a morte há de vir!
II V
Um dia vivemos! E pois que és meu filho,
E o homem que é forte Meus brios reveste; Não teme da morte; Tamoio nasceste, Só teme fugir; Valente serás. No arco que entesa Sê duro guerreiro, Tem certa uma presa, Robusto, fragueiro, Quer seja tapuia, Brasão dos tamoios Condor ou tapir. Na guerra e na paz.
III VI
O forte, o cobarde Teu grito de guerra
Seus feitos inveja Retumbe aos ouvidos De o ver na peleja D'imigos transidos Garboso e feroz; Por vil comoção; E os tímidos velhos E tremam d'ouvi-lo Nos graves concelhos, Pior que o sibilo Das setas ligeiras, Triunfa, conquista Pior que o trovão. Mais alto brasão.
VII X
E a mãe nessas tabas, As armas ensaia,
Querendo calados Penetra na vida: Os filhos criados Pesada ou querida, Na lei do terror; Viver é lutar. Teu nome lhes diga, Se o duro combate Que a gente inimiga Os fracos abate, Talvez não escute Aos fortes, aos bravos, Sem pranto, sem dor! Só pode exaltar.
VIII
Porém se a fortuna, Traindo teus passos, Te arroja nos laços Do inimigo falaz! Na última hora Teus feitos memora, Tranqüilo nos gestos, Impávido, audaz.
IX
E cai como o tronco
Do raio tocado, Partido, rojado Por larga extensão; Assim morre o forte! No passo da morte