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No poema, o último descendente da tribo tupi é feito prisioneiro pelos timbiras e é dado início ao ritual
antropofágico. O guerreiro, antes de receber o golpe fatal, inicia seu canto de morte, no qual narra toda a
sua bravura e revela que tem um pai cego e doente e pede para ser libertado a fim de cuidar dele. O
cacique timbira lhe concede a liberdade, e o guerreiro promete voltar logo após a morte do pai. Quando
parte e encontra o pai, o ancião percebe, pelo cheiro das tintas, que o filho fora preso para o sacrifício e
decide levá-lo até os timbiras para que o ritual antropofágico fosse cumprido.
1. As estrofes do canto VIII descrevem a reação do ancião tupi diante de seu filho e da tribo dos timbiras.
a. Qual é essa reação? Justifique sua resposta com elementos do texto.
b. Por que o pai reage dessa forma? Justifique sua resposta com elementos do texto.
2. Em outra parte do poema, no canto IV, no início do ritual antropofágico, o guerreiro tupi canta assim
seu canto de morte:
"Então, forasteiro,
Cai prisioneiro
De um troço guerreiro
Com quem me encontrei:
O cru dessossego
Do pai fraco e cego,
Enquanto não chego,
Qual seja, - dizei!
Logo em seguida, ele chora e pede que lhe poupem a vida. De acordo com os versos acima, qual foi o
motivo de o guerreiro tupi ter pedido clemência aos timbiras? Justifique sua resposta com elementos do
texto.
3. O canto IX retrata a atitude do jovem guerreiro tupi ao ver que o pai não tinha compreendido o motivo
de seu retorno.
a. Qual é essa atitude? O que ela revela? Justifique sua resposta com elementos do texto.
b. No final do canto IX, o ancião chora e afirma: "Estas lágrimas, sim, que não desonram". Por que,
nesse contexto, tais lágrimas não desonram?
c. Conclua: De acordo com o canto IX, pode-se dizer que o jovem guerreiro será levado ao sacrifício?
Justifique sua resposta com elementos do texto.
4. A poesia de Gonçalves Dias expressa um novo ponto de vista a respeito do indígena. Diferentemente
de toda a literatura anterior, em que prevalecia a visão que o branco tinha a respeito dos povos nativos,
o poeta romântico buscou dar voz ao índio, mostrando-o pela perspectiva dos seus próprios valores e da
sua própria cultura. De acordo com o poema em estudo, que valores o indígena associa ao ritual
antropofágico?
b. A valorização da figura do índio pelos escritores românticos europeus, por influência de Rousseau,
está presente também no Romantismo brasileiro. Identifique no herói do poema "I-Juca-Pirama"
elementos relacionados ao mito do bom selvagem.
# Respostas:
1.
a.
Resposta: O ancião renega o filho ("meu filho não és") e passa a rogar-lhe maldições, como não ser
amado pelas mulheres, não ter amigos confiáveis ("Tenham alma inconstante e falaz"), não ter
sepultamento digno e viver como um "maldito" e "sozinho na terra".
b.
Resposta: Ele acredita que o filho é um covarde, que temeu a morte ("Tu choraste em presença da
morte") e, por isso, não era digno de pertencer a "uma tribo de nobres guerreiros".
2.
Resposta: O guerreiro pediu clemência porque estava preocupado com a subsistência do pai, um ancião
cego e fraco ("Em mim se apoiava, / Em mim se firmava, / Em mim descansava").
3.
a.
Resposta: O jovem tupi entra em combate contra os timbiras e os vence ("Quantas vagas de povo
enfurecido / Contra um rochedo vivo se quebravam"); tal atitude revela sua bravura e destreza na luta.
b.
Resposta: Não desonram porque não são lágrimas derramadas por causa de uma suposta covardia do
filho, mas, sim, em razão da emoção de perceber a coragem e a bravura dele.
4.
Resposta: De acordo com o poema, o ritual antropofágico envolve valores como a coragem e a
dignidade diante da vida e da morte.
5.
a.
Resposta: Pela coragem, bravura, dignidade, fidelidade às suas tradições e amor filial.
b.
O herói é fiel ao pai e à nação a qual pertence mostrando, assim, honradez e firmeza de caráter, já que
sacrifica a própria vida por tais valores.