Você está na página 1de 23

AUTORES ÁRCADES :

BOCAGE
CLÁUDIO M. DA
COSTA
BASÍLIO DA GAMA
SANTA RITA DURÃO
▪ dü Bocage

– pastor: Elmano Sadino

– Considerado um dos três melhores


sonetistas da Língua portuguesa (Camões e
Antero de Quental)
▪ Temáticas: ( Líricas / Satíricas )

Lírica : Razão x Sentimento


– Tipicamente Árcade

– Pré-Romântica:
* egocentrismo
* sentimentalismo
– arrependimento
– morte
– religiosidade
Texto 1: Árcade

Olha, Marília, as flautas dos pastores


Que bem que soam, como estão cadentes!
Olha o Tejo a sorrir-se! Olha, não sentes
Os Zéfiros brincar por entre flores?

Vê como ali, beijando-se, os Amores


Incitam nossos ósculos ardentes!
Ei-las de planta em planta as inocentes,
As vagas borboletas de mil cores.
Naquele arbusto o rouxinol suspira,
Ora nas folgas a abelhinha pára,
Ora nos ares, sussurando, gira.

Que alegre campo! Que amanhã tão clara!


Mas ah! Tudo o que vês, se eu te não vira,
Mais tristeza que a morte me causara.
Texto 2 : Pré-Romântico

Ó retrato da morte! Ó noite amiga, (1)


Por cuja escuridão suspiro há tanto!
Calada testemunha de meu pranto,
De meus desgostos secretária antiga!

Pois manda Amor que a ti somente os diga,


Dá-lhes pio agasalho no teu manto;
Ouve-os, como costumas, ouve, enquanto
Dorme a cruel, que a delirar me obriga.
E vós, ó cortesãos da escuridade,
Fantasmas vagos, mochos piadores,
Inimigos, como eu, da claridade!

Em bandos acudi aos meus clamores;


Quero a vossa medonha sociedade,
Quero fartar meu coração de horrores.
Satírica:
– fescenina / amenas / sociais
Magro, de olhos azuis, carão moreno,
Bem servido de pés, meão na altura,
Triste de facha, o mesmo de figura,
Nariz alto no meio, e não pequeno;

Incapaz de assistir num só terreno,


Mais propenso ao furor do que à ternura;
Bebendo em níveas mãos, por taça escura,
De zelos infernais letal veneno;
Devoto incensador de mil deidades
(Digo, de moças mil) num só momento,
E somente no altar amando os frades;

Eis Bocage em quem luz algum talento;


Saíram dele mesmo estas verdades,
Num dia em que se achou mais pachorrento.
Cláudio M. da Costa

– pastor : Glauceste Satúrnio

– poemas líricos: "Obras Poéticas" (1768 - iniciou o


Arcadismo no Brasil)

▪ Autor de transição entre o Barroco cultista


(antíteses) e o Arcadismo.

▪O melhor sonetista árcade brasileiro- influência de


Camões e Petrarca
▪ Antíteses:

– Natureza : bruta, áspera, etc


X
– Sentimento : dócil, meigo, etc

Natureza Mineira (Nativismo) : montanhas,


penhascos, rochedos, pedras, etc.
Destes penhascos fez a natureza
O berço em que nasci: oh! quem cuidara
Que entre penhas tão duras se criara
Uma alma terna, um peito sem dureza!

Amor, que vence os tigres, por empresa


Tomou logo render-me; ele declara
Contra meu coração guerra tão rara
Que não me foi bastante a fortaleza.
Por mais que eu mesmo conhecesse o dano
A que dava ocasião minha brandura,
Nunca pude fugir ao cego engano;

Vós que ostentais a condição mais dura,


Temei, penhas, temei: que Amor tirano
Onde há mais resistência mais se apura.
▪ Antíteses:
– Metrópole
X
– Colônia

NATIVISMO X COLONIALISMO
Leia a posteridade, ó pátrio Rio,
Em meus versos teu nome celebrado;
Por que vejas uma hora despertado
O sono vil do esquecimento frio:

Não vês nas tuas margens o sombrio,


Fresco assento de um álamo copado;
Não vês ninfa cantar, pastar o gado
Na tarde clara do calmoso estio.
Turvo banhando as pálidas areias
Nas porções do riquíssimo tesouro
O vasto campo da ambição recreias.

Que de seus raios o planeta louro


Enriquecendo o influxo em tuas veias,
Quanto em chamas fecunda, brota em ouro.
▪ Temática : Amor platônico, mas sempre
conflitante (sofrimento amoroso)

▪ Reflete os sentimentos na paisagem áspera da


terra natal (M.G.)

▪ Árcade: Natureza decorativa/cenário

▪ Romântico : Natureza expressiva


( sentimentos)
1 Não vês, Nise, este vento desabrido,
2 Que arranca os duros troncos? Não vês esta,
3 Que vem cobrindo o céu, sombra funesta,
4 Entre o horror de um relâmpago incendido?

5 Não vês a cada instante o ar partido


6 Dessas linhas de fogo? Tudo cresta,
7 Tudo consome, tudo arrasa, e infesta,
8 O raio a cada instante despedido.
9 Ah! não temas o estrago, que ameaça
10 A tormenta fatal; que o Céu destina
11 Vejas mais feia, mais cruel desgraça:

12 Rasga o meu peito, já que és tão ferina;


13 Verás a tempestade, que em mim passa;
14 Conhecerás, então, o que é ruína.
▪ Autores Árcades Épicos

– Basílio da Gama

– pastor : Termindo Sipílio

– poema épico: O Uraguai

* luta para expulsar os jesuítas de sete povos


das missões - Tratado de Madri
▪ obra pombalina:
portugueses + espanhóis
X
jesuítas + índios

– jesuítas: vilões

– índios: heróis (mito do bom selvagem de


Rousseau)

▪ obra pré-romântica
– Ruptura com a estrutura tradicional de
Os Lusíadas:

– 5 cantos

– Versos decassílabos brancos


Santa Rita Durão

– poema épico: Caramuru (filho do trovão)

▪ início da colonização brasileira (Bahia)

▪ Personagens:
– Diogo Álvares Correia
– Moema
– Paraguaçu

▪Imita o modelo camoniano

Você também pode gostar