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Principais Autores da Literatura

Prof. Letícia Pereira


Luís Vaz de Camões
(1524 - 1580) Classicismo Português
Antropocentrismo
Rigor formal - decassílabos
Valorização do Greco-latino
Idealização da mulher/amor
Poesia lírica - "Rima", "Soneto"
Poesia épica - "Os Lusíadas"
(enaltece a nação - Vasco da Gama)
Textos teatrais - El rei Seleuco (1645),
Anfitriões (1587) e Filodemo (1587)
“[…] é considerado o maior poeta renascentista português e uma das mais
expressivas vozes de nossa língua. [...] O estudo camoniano é de suma importância
para a compreensão da língua portuguesa, pois Camões é considerado o divisor entre
a época arcaica e moderna. Seus textos, sua ‘engenhosidade e arte’ são indiscutíveis.
Sua melhor produção clássica foi, para a maioria dos críticos, Os Lusíadas, obra de
destaque na literatura portuguesa pela expressividade, importância histórica de
Portugal, complexidade estrutural, erudição mitológica e fluência retórico-poética.”
Roberta Colombo

“[...], apesar de todas as possíveis inspirações clássicas, existe algo


neste episódio que foge a qualquer influência clássica e que é típico de
Camões, poeta épico do século XVI. É o ‘espírito crítico’, que,
juntamente ao sentimento humano do Poeta, a certa altura se revela e
se afirma, em contraste com todas as exigências da épica clássica, para
criar um momento de crise acerca dos valores da epopeia portuguesa."
Salvatore D'Onofrio
Pe. Antônio Vieira
(1608 - 1697) Barroco
Antropocentrismo x Teocentrismo
Estilo conceptista
(concisão e persuasão)
Orador da Companhia de Jesus
Sermões
“Sermão da Sexagésima”
"Sermão pelo bom sucesso das armas de
Portugal contra as de Holanda"
“Sermão de Santo Antônio aos Peixes”
"Vós, diz Cristo, Senhor nosso, falando com os pregadores, sois o sal da terra: e
chama-lhes sal da terra, porque quer que façam na terra o que faz o sal. O efeito do sal
é impedir a corrupção; mas quando a terra se vê tão corrupta como está a nossa,
havendo tantos nela que têm ofício de sal, qual será, ou qual pode ser a causa desta
corrupção? (...) Enfim, que havemos de pregar hoje aos peixes? Nunca pior auditório.
Ao menos têm os peixes duas boas qualidades de ouvintes: ouvem e não falam.Uma só
cousa pudera desconsolar o Pregador, que é serem gente os peixes que se não há-de
converter. Mas esta dor é tão ordinária, que já pelo costume quase se não sente (...)
Suposto isto, para que procedamos com clareza, dividirei, peixes, o vosso sermão em
dois pontos: no primeiro louvar-vos-ei as vossas atitudes, no segundo repreender-vos-ei
os vossos vícios..."
Pe. Antônio Vieira - Sermão de Santo Antônio aos Peixes
Gregório de Matos Guerra
(1636 - 1695)
Barroco
Antropocentrismo x Teocentrismo
Fig. de Linguagem: antítese e paradoxo
Rebuscamento
Erudito x popular
Alcunha "Boca do Inferno" (tom ácido)
Poesia lírica, religiosa, satírica e erótica
A Cristo N. S. crucificado
Gregório de Matos
A uma que lhe chamou “pica-flor”
Meu Deus, que estais pendente de um madeiro,
Em cuja lei protesto de viver,
Gregório de Matos
Em cuja santa lei hei de morrer
Animoso, constante, firme e inteiro: Se Pica-flor me chamais,
Pica-flor aceito ser,
Neste lance, por ser o derradeiro, mas resta agora saber
Pois vejo a minha vida anoitecer, se no nome, que me dais,
É, meu Jesus, a hora de se ver
meteis a flor, que guardais
A brandura de um Pai, manso Cordeiro.
no passarinho melhor!
Mui grande é o vosso amor e o meu delito; Se me dais este favor,
Porém pode ter fim todo o pecar, sendo só de mim o Pica,
E não o vosso amor que é infinito. e o mais vosso, claro fica,
que fico então Pica-flor.
Esta razão me obriga a confiar,
Que, por mais que pequei, neste conflito
Espero em vosso amor de me salvar.
Bocage
(1765 – 1805)
Arcadismo Português
Pseudônimo de Eumano Sadino
Antropocentrismo
Poesia lírica, religiosa, satírica e erótica
"Rimas"
"A Morte de D. Ignez"
"A Pavorosa Ilusão"
Temas: racionalismo, bucolismo,
individualismo e irreverência
Olha, Marília, as flautas dos pastores

Olha, Marília, as flautas dos pastores


Que bem que soam, como estão cadentes!
Olha o Tejo a sorrir-se! Olha, não sentes
Os Zéfiros brincar por entre as flores?

Vê como ali beijando-se os Amores


Incitam nossos ósculos ardentes!
Ei-las de planta em planta as inocentes,
As vagas borboletas de mil cores.

Naquele arbusto o rouxinol suspira,


Ora nas folhas a abelhinha pára,
Ora nos ares sussurrando gira.

Que alegre campo! Que manhã tão clara!


Mas ah! Tudo o que vês, se eu não te vira,
Mais tristeza que a noite me causara.
Claudio Manuel da Costa Arcadismo
(Glauceste Satúrnio)
Publica "Obras Poéticas"
(1729 – 1789)
Participa da Inconfidência Mineira
Antropocentrismo
Valorização ao bucolismo (refugio)
Poesia Lírica e Épica (inspirado Camões)
Munúsculo Métrico, 1751
Epicédio, 1753
Labirinto de Amor, 1753
Números Harmônicos Temperados em
Heroica e Lírica Ressonância, 1753
Obras Poéticas, 1768
Vila Rica, 1839
Sonetos X
Vila Rica - Canto VI
Eu ponho esta sanfona, tu, Palemo,
Porás a ovelha branca, e o cajado;
Levados de fervor, que o peito encerra
E ambos ao som da flauta magoado
Vês os Paulistas, animosa gente,
Podemos competir de extremo a extremo.
Que ao Rei procuram do metal luzente
Co'as próprias mãos enriquecer o erário.
Principia, pastor; que eu te não temo;
Arzão é este, é Este, o temerário,
Inda que sejas tão avantajado
Que da Casca os sertões tentou primeiro:
No cântico amebeu: para louvado
Escolhamos embora o velho Alcemo. Vê qual despreza o nobre aventureiro,
Os laços e as traições, que lhe prepara
Que esperas? Toma a flauta, principia; Do cruento gentio a fome avara
Eu quero acompanhar te; os horizontes
Já se enchem de prazer, e de alegria:

Parece, que estes prados, e estas fontes


Já sabem, que é o assunto da porfia
Nise, a melhor pastora destes montes.
Tomaz Antonio Gonzaga
(1744– 1807) Arcadismo
Antropocentrismo
Valorização ao bucolismo (refugio)
Idealização amorosa
Publica:
"Marília de Dirceu" (lírica)
"Cartas Chilenas" (épica)
A obra "Marília de Dirceu":
1. Caráter bucólico e idealizador
2. Tom melancólico (prisão)
3. Despedida
A minha Marília quanto

À natureza não deve!

Tem divino rosto

E tem mãos de neve.

Se mostro na face o gosto,

Ri-se Marília, contente:

Se canto, canta comigo;

E apenas triste me sente,

Limpa os olhos com as tranças

De fino cabelo louro.

A minha Marília vale,

Vale um imenso tesouro.


ugere urbem (fugir da cidade);
aurea mediocritas (mediocridade áurea);
locus amoenus (lugar ameno);
inutilia truncat (cortar o inútil);
carpe diem (aproveitar o momento).

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