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ROMANTISMO
NO BRASIL
• A busca de uma identidade
nacional;
• O byronismo chega ao Brasil;
• A sociedade urbana do Brasil-
Império;
• A voz dos oprimidos.
CONTEXTO HISTÓRICO
1807-1808 – Vinda da Família Real portuguesa para o Brasil,
fugindo de Napoleão por não aderir ao Bloqueio Continental;
• Abertura dos portos brasileiros para comércio com outros
países (principalmente a Inglaterra);
• Rio de Janeiro se tornou a capital do Reino de Portugal, o
que exigiu melhoramentos e novos edifícios públicos
(iluminação pública, polícia, abastecimento de água,
prefeitura, bibliotecas, teatros, hospitais, escolas, bancos,
etc.);
• Criação de uma imprensa brasileira, de onde surgiu a
Gazeta do Rio de Janeiro;
• Comércio se diversificou e a vida cultural aumentou;
• Busca pela LIBERDADE artística (tanto na poesia quanto na prosa): o romantismo utiliza versos
sem rima e sem métrica, além de uma linguagem regionalista;
• NACIONALISMO: os valores culturais, históricos e artísticos do Brasil são exaltados pelos
escritores, que buscam construir uma IDENTIDADE nacional: a cor local; resgate do passado
histórico;
• Culto à NATUREZA: associado ao nacionalismo, as belezas naturais do país são enfatizadas
pelos autores de maneira grandiosa;
• IDEALISMO: da sociedade, do amor, da mulher, da natureza, das origens do Brasil;
• ULTRARROMANTISMO: sentimentalismo exacerbado, mal do século, emoção acima da razão;
• ESCAPISMO: com o desejo de fugir do cotidiano, da realidade e dos sofrimentos, os autores
românticos criam um ambiente idealizado;
• CRÍTICA SOCIAL: forte engajamento à causa da abolição da escravatura, que viria a acontecer
em 1888.
AS TRÊS GERAÇÕES DO
ROMANTISMO NO BRASIL
O Romantismo no Brasil está dividido em TRÊS FASES,
também chamadas de gerações. Cada uma delas possui
características próprias e reúne diversos escritores.
As três gerações estão representadas pelas imagens ao lado.
Mas como?
Quando o sol vai dentro d'água Eis que os seus loiros cabelos
Seus ardores sepultar, Pelas águas se espalhavam,
Quando os pássaros nos bosques Pelas águas, que de vê-los
Principiam a trinar; Tão loiros se enamoravam.
Eu a vi, que se banhava... Ela erguia o colo ebúrneo,
Era bela, ó Deuses, bela, Por que melhor os colhesse;
Como a fonte cristalina, Níveo colo, quem te visse,
Como luz de meiga estrela. Que de amores não morresse!
Ó Virgem, Virgem dos Cristãos formosa, Passara a vida inteira a contemplar-te,
Porque eu te visse assim, como te via, Ó Virgem, loira Virgem tão formosa,
Calcara agros espinhos sem queixar-me, Sem que dos meus irmãos ouvisse o canto,
Que antes me dera por feliz de ver-te. Sem que o som do Boré que incita à guerra
Me infiltrasse o valor que m'hás roubado,
O tacape fatal em terra estranha Ó Virgem, loira Virgem tão formosa.
Sobre mim sem temor veria erguido;
Dessem-me a mim somente ver teu rosto (Cont.)
Nas águas, como a lua, retratado.
O Canto do Índio – Gonçalves Dias
Presente em Primeiros Cantos (1846)
Tupã, ó Deus grande! cobriste o teu rosto E a terra em que pisam, e os campos e os rios
Com denso velâmen de penas gentis; Que assaltam, são nossos; tu és nosso Deus:
E jazem teus filhos clamando vingança Por que lhes concedes tão alta pujança,
Dos bens que lhes deste da perda infeliz! Se os raios de morte, que vibram, são teus?
Tupã, ó Deus grande! teu rosto descobre: Tupã, ó Deus grande! cobriste o teu rosto
Bastante sofremos com tua vingança! Com denso velâmen de penas gentis;
Já lágrimas tristes choraram teus filhos, E jazem teus filhos clamando vingança
Teus filhos que choram tão grande mudança. Dos bens que lhes deste da perda infeliz.
Anhangá impiedoso nos trouxe de longe Teus filhos valentes, temidos na guerra,
Os homens que o raio manejam cruentos, No albor da manhã quão fortes que os vi!
Que vivem sem pátria, que vagam sem tino A morte pousava nas plumas da frecha,
Trás do ouro correndo, vorazes, sedentos. No gume da maça, no arco tupi!
(Cont.)
Deprecação* – Gonçalves Dias *Súplica, pedido fervoroso,
quando alguém implora.
Presente em Primeiros Cantos (1846)
E hoje em que apenas a enchente do rio O Piaga nos disse que breve seria,
Cem vezes hei visto crescer e baixar... A que nos infliges cruel punição;
Já restam bem poucos dos teus, qu'inda possam E os teus inda vagam por serras, por vales,
Dos seus, que já dormem, os ossos levar. Buscando um asilo por ínvio sertão!
Teus filhos valentes causavam terror, Tupã, ó Deus grande! descobre o teu rosto:
Teus filhos enchiam as bordas do mar, Bastante sofremos com tua vingança!
As ondas coalhavam de estreitas igaras, Já lágrimas tristes choraram teus filhos,
De frechas cobrindo os espaços do ar. Teus filhos que choram tão grande tardança.
Já hoje não caçam nas matas frondosas Descobre o teu rosto, ressurjam os bravos,
A corça ligeira, o trombudo quati... Que eu vi combatendo no albor da manhã;
A morte pousava nas plumas da frecha, Conheçam-te os feros, confessem vencidos
No gume da maça, no arco tupi! Que és grande e te vingas, qu'és Deus, ó Tupã!
2ª Geração
Ultrarromântica
Conhecida como a geração “Mal do Século” ou
Byroniana, devido à forte influência do poeta
inglês Lord Byron, é marcada por aspectos
negativos:
Fechar meus olhos minha triste irmã; Acorda a natureza mais louçã!
Quanta glória pressinto em meu futuro! Mas essa dor da vida que devora
Castro Alves
(1847 – 1871)
Navio Negreiro – Castro Alves
Exercício: livro didático (p. 66)