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Karen Heloísa Xavier Rocha

Tássio Ricardo Martins da Costa


Liliane Souza Soares Cerqueira
Tobias Ferreira Gonçalves
Janice de Matos Frazão
Anderson Lineu Siqueira dos Santos
Paula Carolina Lima de Aviz
Rodrigo Xavier de Almeida
Ivaneide Lopes Gonçalves
Elisângela Claudia de Medeiros Moreira

VIOLÊNCIA SEXUAL INFANTO-JUVENIL: cuidados assistenciais de


enfermagem

Belém/PA
2023
CORPO EDITORIAL

Editor-Chefe

Tassio Ricardo Martins da Costa


Enfermeiro, Mestrado em andamento, Universidade do Estado do Pará (UEPA). Editor-
chefe, Editora Neurus. Professor Universitário. Consultor em Desenvolvimento de Pesquisa
em Ciências da Saúde. Belém, Pará, Brasil.

Editora-Executiva

Ana Caroline Guedes Souza Martins


Enfermeira. Mestre em Ensino em Saúde na Amazônia (ESA), Universidade do Estado do
Pará (UEPA). Doutoranda, Programa de Doutorado Acadêmico Pesquisa Clínica em
Doenças Infecciosas, Instituto Nacional de Infectologia da Fundação Oswaldo Cruz (INI-
FIOCRUZ-RJ). Docente do Curso de Graduação em Enfermagem da UEPA. Belém, Pará,
Brasil.

Editora-Técnica

Niceane dos Santos Figueiredo Teixeira


Enfermeira, Universidade da Amazônia (UNAMA). Mestranda no Programa de Pós-
graduação em Criatividade e Inovação em Metodologias de Ensino Superior, Universidade
Federal do Pará (UFPA). Especialização em Unidade de Terapia Intensiva adulto e em
Estomaterapia, Faculdade Venda Nova do Imigrante (FAVENI). Belém, Pará, Brasil.

Conselho Editorial

Sting Ray Gouveia Moura


Fisioterapeuta. Mestre em Gestão de Empresas, Faculdade Pitágoras em Marabá. Doutor
em Educação Física, Universidade Católica de Brasília (UCB), Marabá, Pará, Brasil.

Adriana Letícia dos Santos Gorayeb


Enfermeira. Mestre em Ensino em Saúde na Amazônia (ESA). Doutoranda, Programa de
Doutorado Profissional em Ensino em Saúde na Amazônia (ESA). Universidade do Estado
do Pará (UEPA). Reitora do Centro Universitário da Amazônia (UniFAMAZ), Pará, Brasil.

Simone Aguiar da Silva Figueira


Enfermeira. Mestre em Ensino em Saúde na Amazônia (ESA). Doutoranda, Programa de
Doutorado Profissional em Ensino em Saúde na Amazônia (ESA). Docente na Universidade
do Estado do Pará (UEPA), Campus Santarém, Pará, Brasil.
Selma Kazumi da Trindade Noguchi
Fisioterapeuta. Mestre em Ensino em Saúde na Amazônia (ESA). Doutoranda, Programa
de Doutorado Profissional em Ensino em Saúde na Amazônia (ESA). Universidade do
Estado do Pará (UEPA). Belém, Pará, Brasil.

Sarah Lais Rocha


Enfermeira. Mestre em Ensino em Saúde na Amazônia (ESA). Doutoranda, Programa de
Doutorado Profissional em Ensino em Saúde na Amazônia (ESA). Docente na Universidade
do Estado do Pará (UEPA), Campus Marabá. Coordenadora do curso de Enfermagem da
Faculdade Carajás, Pará, Brasil.

Suanne Coelho Pinheiro Viana


Enfermeira. Mestre em Políticas de Saúde, Universidade Federal do Pará (UFPA).
Responsável Técnica pelo curso de Enfermagem, Serviço Nacional de Aprendizagem
Comercial (SENAC/PA), Belém, Pará, Brasil.

Anne Caroline Gonçalves Lima


Enfermeira. Mestre em Saúde Pública, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Especialista em Centro Cirúrgico, CME e RPA (CGESP). Especialista em Enfermagem
Obstétrica. Belém, Pará, Brasil.

Isis Ataíde da Silva


Enfermeira. Mestre em Saúde da Amazônia. Universidade Federal do Pará (UFPA).
Especialista em Oncologia na Modalidade Residência Uniprofissional em Saúde. Hospital
Ophir Loyola/Universidade do Estado do Pará (UEPA). Belém, Pará, Brasil.

Daniel Figueiredo Alves da Silva


Fisioterapeuta. Mestre em Ensino em Saúde na Amazônia (ESA). Doutorando, Programa
de Doutorado Profissional em Ensino em Saúde na Amazônia (ESA). Docente no Centro
Universitário Metropolitano da Amazônia (UniFAMAZ), Belém, Pará, Brasil.

Elcilane Gomes Silva


Médica, Doutoranda, Programa de Doutorado Profissional em Ensino em Saúde na
Amazônia (ESA), Universidade do Estado do Pará (UEPA). Belém, Pará, Brasil.

Alfredo Cardoso Costa


Biólogo, Doutorando, Programa de Doutorado Profissional em Ensino em Saúde na
Amazônia (ESA). Docente na Universidade do Estado do Pará (UEPA). Belém, Pará, Brasil.

Renata Campos de Sousa Borges


Enfermeira. Mestre em Ensino em Saúde na Amazônia (ESA). Doutorando, Programa de
Doutorado Profissional em Ensino em Saúde na Amazônia (ESA). Docente na Universidade
do Estado do Pará (UEPA). Tucuruí, Pará, Brasil.
Nathalie Porfirio Mendes
Enfermeira, Universidade do Estado do Pará (UEPA). Mestre em Enfermagem,
Universidade Federal do Pará (UFPA). Especialista em Saúde do Idoso, modalidade
residência. Coordenadora de Centro Cirúrgico HPSM-MP, SESMA. Docente no Centro
Universitário FIBRA. Belém, Pará, Brasil.

Leopoldo Silva de Moraes


Enfermeiro. Biólogo, Doutor, Programa de Pós-graduação Stricto Sensu. Doutorado em
Neurociências e Biologia Celular, Universidade Federal do Pará (UFPA). Belém, Pará,
Brasil.

David José Oliveira Tozetto


Médico intensivista. Doutorando no Programa de Pós-graduação Stricto Sensu. Doutorado
Profissional em Ensino em Saúde na Amazônia (ESA), Universidade do Estado do Pará
(UEPA). Coordenador Adjunto do curso de medicina, UEPA, Marabá, Pará, Brasil.

Elisângela Claudia de Medeiros Moreira


Psicóloga, Doutora em Doenças Tropicais, Programa de Pós-graduação Stricto Sensu do
Núcleo de Medicina Tropical da Universidade Federal do Pará (UFPA), Belém, Pará, Brasil.

Benedito do Carmo Gomes Cantão


Bacharel em Direito pela Faculdade Gamaliel. Graduado em Enfermagem pela
Universidade do Estado do Pará (UEPA). Mestre em Cirurgia e Pesquisa experimental pelo
Programa de Mestrado Profissional em Cirurgia e Pesquisa Experimental (CI-PE) da UEPA.
Especialista em Enfermagem Oncológica e Terapia Intensiva. Coordenador da Clínica
Cirúrgica e Oncológica do Hospital Regional de Tucuruí. Professor auxiliar IV, Universidade
do Estado do Pará (UEPA). Tucuruí, Pará, Brasil.

Vanessa Costa Alves Galúcio


Biomédica, Universidade Federal do Pará (UFPA). Doutora e Mestre em Biotecnologia e
Recursos Naturais, Universidade do Estado do Amazonas (UEA). Especialista em Análises
Clínicas e Microbiologia, em Gestão Ambiental e em Gestão da Segurança de Alimentos.
Atualmente ministra aula na Faculdade Cosmopolita para os cursos de Fisioterapia,
Enfermagem, Farmácia e Biomedicina. Belém, Pará, Brasil.

Ilza Fernanda Barboza Duarte Rodrigues


Doutorado em andamento pelo Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia
(RENORBIO). Pós-Graduação em Farmacologia e Farmácia Clínica com ênfase em
Prescrição Farmacêutica/IBRAS. Professora voluntária do Instituto de Ciências
Farmacêuticas (ICF) na Universidade Federal de Alagoas (UFAL). Mestre pelo Programa
de Pós-Graduação stricto sensu em Ciências Farmacêuticas/UFAL. Farmacêutica
graduada pela Universidade Federal de Alagoas. Especialista em Terapia Floral de Bach.
Técnica em Química Industrial formada pelo Instituto Federal de Alagoas.
FICHA CATALOGRÁFICA

V795

Violência sexual infanto-juvenil: cuidados assistenciais de enfermagem / Karen


Heloísa Xavier Rocha, et al. – Belém: Neurus, 2023.

Livro em PDF
49 p.

ISBN 978-65-5446-056-9
https://doi.org/10.29327/5248279
10.29327/5248279

1. Crime sexual contra as crianças. 2. Enfermagem. I. Rocha, Karen Heloísa Xavier.


II. Título.

CDD 362.76

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) elaborada por Editora Neurus –


Bibliotecária Janaina Ramos – CRB-8/9166

O conteúdo, os dados, as correções e a confiabilidade são de inteira responsabilidade dos


autores

A Editora Neurus e os respectivos autores desta obra autorizam a reprodução e divulgação


total ou parcial deste trabalho, por qualquer meio convencional ou eletrônico, para fins de
estudo e de pesquisa, desde que citada a fonte. Os conteúdos publicados são de inteira
responsabilidade de seus autores. As opiniões neles emitidas não exprimem,
necessariamente, o ponto de vista da Editora Neurus

Editora Neurus
Belém/PA
2023
INFORMAÇÕES SOBRE OS AUTORES

Bacharel em Enfermagem, Universidade do Estado do


Pará (UEPA). Especialista em Ciências Biológicas
Aplicadas a Saúde, Instituto Federal do Pará (IFPA). Pós-
graduanda em Enfermagem Obstétrica e Ginecológica,
Karen Heloísa Xavier Escola Superior da Amazônia (ESAMAZ). Cametá, Pará,
Rocha Brasil. Lattes: http://lattes.cnpq.br/6699369572651530

Enfermeiro, Mestrado em andamento, Universidade do


Estado do Pará (UEPA). Editor-chefe, Editora Neurus.
Tassio Ricardo Martins da Professor Universitário. Consultor em Desenvolvimento de
Costa Pesquisa em Ciências da Saúde. Belém, Pará, Brasil.

Bacharel em Enfermagem, Universidade Presidente


Antônio Carlos UNIPAC. Pós-graduada em Saúde Pública
com Ênfase em Estratégia Saúde Familiar ESF.
-Servidora Pública Federal Enfermeira no Hospital das
Clínicas HC-UFMG. Mestre Profissional em Terapia
Liliane Souza Soares Intensiva. Doutora em Gestão Estratégica em Terapia
Cerqueira Intensiva. Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil.

Enfermeiro, Universidade do Estado do Pará. Mestrando


em Enfermagem, UEPA. Belém, Pará, Brasil.
Orcid: https://orcid.org/0000-0003-1136-5665
Tobias Ferreira Gonçalves Lattes: http://lattes.cnpq.br/3509070794780508

Enfermeira, Escola Superior da Amazônia (ESAMAZ).


Mestranda em Enfermagem, Universidade do Estado do
Pará (UEPA). Belém, Pará, Brasil.
Orcid: https://orcid.org/0000-0003-0621-5443
Janice de Matos Frazão Lattes: https://lattes.cnpq.br/4308423361352224

Doutor em Biologia Parasitária da Amazônia, Universidade


Anderson Lineu Siqueira do Estado do Pará (UEPA) e Instituto Evandro Chagas
dos Santos (IEC). Pará, Brasil.

Paula Carolina Lima de Enfermeira do Centro de Apoio Psicossocial III,


Aviz Castanheira, Marabá, Pará, Brasil.

Rodrigo Xavier de Enfermeiro, Pós-graduando em Urgência e Emergência.


Almeida Pará, Brasil. Orcid: https://orcid.org/0000-0002-6296-4302
Enfermeira Generalista e Obstetra, Universidade da
Amazonia (UNAMA). Especialização em enfermagem em
saúde da mulher e criança, Escola Superior da Amazônia
Ivaneide Lopes Gonçalves (ESAMAZ). Belém, Pará, Brasil.

Psicóloga, Universidade Federal do Pará (UFPA). Doutora


em doenças tropicais, UFPA. Belém, Pará, Brasil.
Elisângela Claudia de Orcid: https://orcid.org/0000-0002-0691-8053
Medeiros Moreira Lattes: https://latões.cnpq.br/5513558420409285
APRESENTAÇÃO

Prezados leitores, esta obra traz uma abordagem teórica sobre a violência sexual
infanto-juvenil com foco nos cuidados assistenciais de enfermagem. Diante disso, destaca-
se que a violência sexual infanto-juvenil é um termo que se refere ao abuso sexual de
crianças e adolescentes. Envolve qualquer forma de envolvimento de uma pessoa jovem
em atividades sexuais por meio da força, ameaça, manipulação ou coerção. Essa forma de
violência pode ocorrer em várias situações e contextos, e as vítimas geralmente são
crianças e adolescentes, que ainda não têm capacidade de consentimento ou compreensão
adequada sobre o que está passando.
Ademais, a partir do desenvolvimento desta obra, evidenciamos muitas
publicações sobre a temática. Entre os estudos encontrados a maioria são nacionais,
qualitativos e com método exploratório-descritivo. Além disso é notório nas pesquisas as
dificuldades que o enfermeiro encontra ao realizar esse tipo de atendimento, primeiro pela
falta de conhecimento, medo de errar na hora de assistência e até mesmo pelo tabu em
que o assunto é envolto. Os resultados permitem concluir que o abuso sexual em menores
é um grande desafio para os setores e profissionais, pois demanda investimentos e maiores
ações de capacitação permanente dos profissionais enfermeiros em todas as redes de
atenção à saúde para uma melhor assistência por parte desse profissional, bem como a
melhora das orientações em que o enfermeiro pode passar para os familiares quanto a
questão de denúncias.

Boa leitura!
SUMÁRIO

CAPÍTULO I ....................................................................................................................... 11
ASPECTOS INICIAIS ACERCA DA ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO FRENTE ÀS
CRIANÇAS E ADOLESCENTES EM SITUAÇÃO DE VIOLÊNCIA SEXUAL

CAPÍTULO II ...................................................................................................................... 18
O RESGATE HISTÓRICO DO ABUSO SEXUAL INFANTIL E A REVELAÇÃO DESSE
ABUSO

CAPÍTULO III ..................................................................................................................... 23


PLANO NACIONAL DE ENFRENTAMENTO DA VIOLÊNCIA SEXUAL E A
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM ÀS CRIANÇAS E AOS ADOLESCENTES VÍTIMAS
DE ABUSO SEXUAL

CAPÍTULO IV ................................................................................................................. ... 26


ASPECTOS METODOLÓGICOS APLICADOS

CAPÍTULO V ..................................................................................................................... 31
RESULTADOS OBSERVADOS E PRINCIPAIS DISCUSSÕES SOBRE OS ACHADOS
VIOLÊNCIA SEXUAL INFANTO-JUVENIL

CAPÍTULO VI .................................................................................................................... 40
CONSIDERAÇÕES FINAIS

REFERÊNCIAS ................................................................................................................. 43

ÍNDICE REMISSIVO .......................................................................................................... 49


CAPÍTULO I

ASPECTOS INICIAIS ACERCA DA ATUAÇÃO


DO ENFERMEIRO FRENTE ÀS CRIANÇAS E
ADOLESCENTES EM SITUAÇÃO DE
VIOLÊNCIA SEXUAL

Segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), considera-se criança


no Brasil, a pessoa de até doze anos de idade incompletos, e adolescente aquela entre
doze e dezoito anos de idade (BRASIL, 2012). O abuso sexual é uma ocorrência global que
alcança, de forma indistinta, todas os tipos sociais, raças, crenças e culturas. Sua
verdadeira incidência é desconhecida, acreditando-se ser uma das condições de maior
subnotificação e sub-registro em todo o mundo (DREZETT, 2001).
A integração do assunto no setor da saúde, promovido na década de 60 e, mais
fortemente, na década de 80 e 90, vem ganhando espaço e tornando-se relevante para o
enfrentamento do problema (RATES et al., 2012). No Brasil, o Estatuto da Criança e do
Adolescente (ECA) avançou ao considerar crianças e adolescentes como sujeitos de
direitos, garantindo-lhes prioridade absoluta (BRASIL, 1990).
O abuso sexual constitui uma das categorias de maus-tratos contra crianças e
adolescentes, as quais incluem ainda o abuso físico, o abuso psicológico, o abandono e a
negligência, compreendendo toda a ação sexual, independente se for uma relação
homossexual ou heterossexual, que pode ter ou não penetração seja essa oral, vaginal e
anal, exploração sexual (prostituição) e voyeurismo (MARQUES, 1994, apud, BORGES E
DELL´AGLIO, 2008). Várias outras são as consequências da violência sexual contra
crianças e adolescentes, as quais se apresentam em diversos níveis de gravidade. As
principais são as lesões na região vaginal e anal como fissuras, lacerações, infecções
sexualmente transmissíveis e gestação.
Os males psicossociais são diferentes, dentre eles temos o transtorno do sono
e alimentar, problemas na produção escolar, evasão do ambiente familiar, uso excessivos
de drogas lícitas e ilícitas, tornar-se violento, depressão, prostituição e o perigo de
revitimização ao longo da vida (SILVA, et al., 2011). A violência é fenômeno complexo,
consequência de cenários com dinâmica sociocultural e política onde relações de poder já
estabelecidas passam pelo tecido social de forma fixa e imutável, como se fosse natural o

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mais forte dominar o mais fraco. Essa situação de violência e dominação precisa ser
enfrentada (FERREIRA, 2002).
Estudos em países desenvolvidos apontam que cerca de 36% de meninas e 15%
de meninos tiveram episódios sexuais abusivos antes dos 16 anos. De forma similar, em
estudos realizados nos Estados Unidos com uma amostra de 935 pessoas, 32,3% das
mulheres e 14,2% dos homens revelaram abuso sexual na infância, e 19,5% das mulheres
e 22,2% dos homens sofreram violência física. De acordo com as informações do Manual
da Rede de Proteção às Crianças e Adolescentes em Situação de Risco para Violência na
cidade de Curitiba, o mesmo apresentou 1.356 notificações de maus-tratos no ano de 2003.
Destas, 17,6 % foram casos de abuso sexual, sendo 75,6% do sexo feminino e 24,4% do
sexo masculino (PFEIFFER, 2005; SALVAGNI, 2005).
Em uma pesquisa realizada no ano de 2019 sobre os casos de abuso sexual
infantil no município de Tucuruí-PA pelos discentes do curso de Enfermagem da
Universidade do Estado do Pará, foi feita uma comparação com os dados do DATASUS no
ano de 2018 e dos dados fornecidos pela Fundação ProPaz Integrado de Tucuruí, onde há
uma diferença gritante nos números de casos. Pelo DATASUS podemos visualizar que
houve 1,720 casos notificados de violência sexual em crianças e adolescentes (<1 a 19
anos) no ano de 2018, e os casos registrados no ProPaz no mesmo ano contabilizaram em
apenas 400 notificações de violência sexual em crianças e adolescentes (<1 a 19 anos). É
perceptível a discrepância de dados no TABNET em relação ao ProPaz, o que leva a supor
que o processo de revelação do abuso sexual infantil não está ocorrendo.
Para Rollim et al. (2012), é necessária a notificação de qualquer tipo de violência
já que esta é de notificação compulsória, o que irá implicar na tabulação de dados
concretos, para que dessa forma sejam criadas estratégias para prevenir e/ou minimizar
esses agravos e seus possíveis danos. Além disso, a partir do momento em que esse
fenômeno é mais visível, a criação dessas estratégias será implementada de forma mais
rápida, além de que todo e qualquer serviço do Sistema Único de Saúde (SUS), de acordo
com as Portarias n. 1968/2001 e n. 104/2011, é responsável por notificar os casos de
violência em crianças e adolescentes.
Sendo assim, o profissional de saúde a partir do momento que vai realizar esse
atendimento de forma imprudente e até mesmo insatisfatória no que diz respeito a
atendimento e notificar o ato de violência, contribuem para manter de forma invisível o
problema da violência, sendo assim a mão de obra da saúde presentes nestes serviços

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poderão ser considerados as dificuldades que promovem essa invisibilidade (ROLLIM et
al., 2012).
No ano de 2019, foi realizada uma pesquisa na base de dados da “Ouvidoria
Nacional dos Direitos Humanos”, sendo registrada mais de 200 mil denúncias de violência
sexual em crianças e adolescentes, desta apenas 10% são notificados para os órgãos
competentes, o que torna mais de 2 milhões de casos invisibilizados em nosso país
(SANTOS, 2021). A sua prevalência ainda é desconhecida já que a maioria dos casos não
é revelado pela criança, sendo discutido apenas na idade adulta, a maioria dos dados não
podem ser considerados como “dados reais”, haja vista que os casos não são todos
denunciados aumentando essa invisibilidade causada pelos familiares, amigos próximos e
até mesmo alguns profissionais que atendem crianças que sofrem esse tipo de violência
(PFEIFFER; SALVAGNI, 2005).
Além disso, países em desenvolvimento tendem a ter menos investimentos
nessa rede de apoio, o que pode causar uma falha no recebimento das denúncias das
crianças vítimas de violência. Apesar de ter vários dados que comprovam as várias
denúncias de violência sexual, ainda não se tem como garantir uma prevalência desses
casos já que não se tem certeza do número de casos reais (SANTOS, 2021).
O fato da maioria das crianças e adolescentes se calarem, se dá pelo
percebimento tardio de que sofreu o abuso, já que a maioria dos episódios de violência
acontecem dentro das residências, e o agressor utilizar a relação de parentesco e confiança
para fazer com que a vítima acredite que aquele comportamento é algo apropriado devido
a essa relação de afetividade com a vítima, e a criança aceita no primeiro momento esse
comportamento devido a atenção que recebe do agressor, até as práticas se tornarem cada
vez mais agressivas, ocasionando insegurança e terror na vítima que se sente culpada por
aceitar essa situação (PFEIFFER; SALVAGNI, 2005).
No eixo relativo ao controle psicossocial, constituem-se as conexões
articuladoras das ações voltadas para a aferição contínua do efetivo respeito, por parte do
poder público e dos setores da sociedade que fornecem atendimento a crianças e
adolescentes, de acordo com os princípios legais. As leis brasileiras vêm avançando no
combate a qualquer forma de violência e garantindo os direitos das crianças. A Constituição
de 1988, em seu artigo 227, expressa o direito à inviolabilidade da integridade física,
psíquica e moral, abrangendo a identidade, a autonomia, os valores, as ideias e o direito
de opinião da criança e do adolescente (BRASIL, 1988).

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O profissional de saúde, que atendem crianças vítima de abuso sexual,
frequentemente se depara com situações que lhes causam desconforto e suscitam dúvidas
quanto ao manejo (SCHERER, 2000).
Apesar de que se identifique a relevância da equipe multidisciplinar no
atendimento a criança vítima da violência no ambiente familiar, acredita-se que o
Enfermeiro, principalmente o Enfermeiro com especialização em Pediatria tem importância
neste tipo de situação. Isso vem ser defendido através da assistência integral que o
paciente recebe do profissional enfermeiro, além de que o enfermeiro se mantém mais
próximo da família da vítima seja dentro de uma unidade hospitalar, unidades básicas de
saúde ou em um ambiente familiar (CUNHA,2005; ASSIS, 2005; PACHECO, 2005).
Sendo assim, o profissional deve se despir de todos os seus pré-conceitos,
opiniões e principalmente julgamento em suas falas, ações e até mesmo na sua fisionomia
facial. No entanto, antes mesmo de atender um paciente, é preciso uma autoavaliação do
profissional quanto ao seu próprio estado emocional e comportamento para poder
conseguir assistir e discorrer sobre a violência sexual em menores (WOISKI, 2010; ROCHA,
2010).
Todavia, é notório que há uma dificuldade no quesito em questão, anteriormente
a pesquisa seria de estudo quantitativo, entretanto as dificuldades encontradas no caminho
impossibilitaram o estudo, dentre eles a pandemia da Covid-19, bem como o município de
Cametá não possuir uma Delegacia da Mulher, ou um departamento especializado no
atendimento à mulher que possam oferecer dados coerentes referentes a pesquisa.
O assunto de pesquisa, pode se dizer que seria de interesse pessoal e íntimo,
seria mesmo que utilizar a expressão “senti isso na pele’, vítima de violência sexual na
infância, observei o medo e o receio de falar sobre o episódio, anos depois fui entender o
que realmente tinha acontecido comigo, a falta de diálogo e instruções sobre a educação
sexual dentro do ambiente familiar e no ambiente escolar retardou a identificação do abuso,
quando criei coragem e voz para explanar a situação, as medidas de proteção foram
automaticamente nulas, para que dessa forma ninguém soubesse de nada e dessa forma
várias vítimas são caladas dentro da sociedade e passam como “culpadas” pela situação
em si.
Durante minha trajetória acadêmica, nos cinco anos de curso da Graduação de
Enfermagem, fomos levados aos diversos ambientes da área da saúde (Gerenciamento e
Assistência na área hospitalar e na Atenção Primária à Saúde – APS), aprendemos os
diversos tipos de protocolos e assistência para tratar as principais doenças encontradas em

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nossa sociedade, entretanto apesar de ter a disciplina Saúde da Criança e do Adolescente
na grade curricular do curso, dificilmente somos ensinados a tratar a criança nesses casos
e até mesmo criar esse tipo de discussão dentro de uma sala para possíveis reflexões é
nítido a resistência que seria falar sobre o abuso sexual infantil. O assunto se mantém como
um tabu, até para enfermeiros com anos de experiência evitam de atender crianças e
adolescentes vítimas de abuso sexual.
É evidente o aumento dos números de casos de violência sexual infantil, por
mais que se tenha as notificações, a subnotificação ainda persiste, haja vista que as
notificações não fazem parte da rotina sistemática das unidades de saúde e lidar com essa
questão que envolve diversas dificuldades complexas que ainda causa essa subnotificação.
Por não ter matérias especificas em nenhum curso da área da saúde os profissionais dessa
área se mantém relutantes quanto a esse tipo de atendimento, já que não querem passar
pelas mesmas emoções e carga emocional que essa criança traz quando chega a unidade
de saúde.
Além disso, com a pandemia da Covid-19, os casos que antes já eram altos,
apenas aumentaram cada vez mais, o que antes já era dificilmente notificado, com o
isolamento social passou a ser denunciado de forma mais “tardia possível”, já que a maioria
das violências sexuais ocorrem dentro do ambiente familiar, sendo desumano a forma como
esses menores são desacreditados pelas próprias famílias e chega a ser cruel como as
mesmas são obrigadas a conviver com os agressores, já que as crianças não tem noção
do tipo de violência que estão sofrendo, tornando cada vez mais tardia a notificação já que
demora alguns anos para que a criança entenda o que ocorreu consigo.
A escola, por ser um dos principais pilares na descoberta dos abusos sexuais
infantis junto com outros estabelecimentos e órgãos do sistema que defendem os direitos
da criança estavam “desativadas” durante a pandemia, se faz necessário que tenham um
olhar diferenciado para aquelas crianças que foram silenciadas durante a pandemia, já que
possivelmente quando voltar ao normal, as crianças que sofrem ou sofreram violência
durante a pandemia tragam o acumulado de violência para dentro desse ambiente e
transborde de forma negativa o horror que viveram.
A cidade de Cametá localizada na região do baixo Tocantins no estado do Pará,
é conhecida por ser uma cidade do interior com cerca de 120 mil habitantes de acordo com
o último censo realizado em 2010 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),
sendo assim a influência cultural ainda persiste, o que dificulta na questão das notificações
e denúncias a respeito do abuso sexual infantil, haja vista que já ocorreu vários episódios

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em que a vítima não se sente acolhida e segura para revelar o abuso sexual, além de na
maioria das vezes o agressor faz parte do ambiente familiar da vítima, fora a exposição do
caso da vítima a outras pessoas que não estejam ligadas ao departamento policial.
Um ponto de destaque que se deve levar em consideração é que quando se fala
sobre a assistência de enfermagem a criança e o adolescente vítima de abuso sexual
infantil a maioria das pesquisas são revisões de literaturas, o que nos leva refletir que há
grandes dificuldades para conseguir realizar tais pesquisas, mas quais seriam essas
barreiras? A subnotificação dos casos de abuso sexual infantil, a questão ética acerca dos
funcionários da saúde frente a essa temática, a falta de conhecimento e preparo ao lidar
com este tipo de situação, bem como as barreiras impostas pelos departamentos
responsáveis em liberar tais dados.
Sendo assim, o estudo nos leva ao seguinte questionamento: “Há achados nos
estudos publicados sobre a atuação dos profissionais de enfermagem frente a criança e
adolescentes em situação de violência sexual, no período de 2010 a 2020 que trazem a
solução para o problema real?”
Diante desse contexto, esta obra foi desenvolvida com o objetivo de realizar o
levantamento acerca da atuação do profissional Enfermeiro frente às crianças e
adolescentes em situação de violência sexual por meio de pesquisa integrativa; analisar e
discutir a distribuição dos periódicos revisados na área da saúde sobre a atuação do
profissional enfermeiro frente às crianças e adolescentes em situação de violência sexual
no período de 2010 a 2020 e; retratar sobre a violência sexual contra crianças e
adolescentes, salientando a atuação do Enfermeiro nesse tipo de assistência.

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CAPÍTULO II

O RESGATE HISTÓRICO DO ABUSO SEXUAL


INFANTIL E A REVELAÇÃO DESSE ABUSO

RESGATE HISTÓRICO

O fato de estarmos em uma sociedade machista e patriarcal, acaba colocando a


mulher e principalmente a criança em situação de opressão. O fato de termos essa
sociedade baseada em valores tipicamente masculinos faz com que a criança fique na
situação de vítima, haja vista que estas são consideradas frágeis física e psicologicamente.
O abuso sexual sempre esteve presente em todas as épocas, independente de classe
social, a submissão sexual da mulher vem desde o início da humanidade, que seria
causada pelo patriarcado já que mulheres eram criadas para serem submissas aos seus
maridos e homens da família (LABADESSA; ONOFRE, 2010).
Ao retroceder na história percebe-se que não se tem muitos registros históricos
quanto a representatividade da infância, além do nível de cuidados de crianças e
adolescentes serem baixos naquela época o que poderia causar uma possibilidade maior
de serem mortas, violentadas sexualmente e abandonadas (DEMAUSE, 2014).
A violência infantil ocorre desde os primórdios, nos tempos bíblicos existia a lei
talmúdica, o que possibilitava o uso sexual de meninas a partir de três anos de idade, desde
que o patriarca da família aceitasse o acordo e recebesse o dinheiro que de acordo com o
preço que considerava adequado para a sua filha. Todas as crianças e mulheres eram
consideradas posses que pertenciam a alguém, sendo assim, o dono poderia fazer o que
quiser, se este quisesse alugar, vender ou emprestar só era necessário obter um acordo e
determinar um valor, a mulher e a criança eram vistas como mercadorias sexuais e que
serviam a um proprietário particular (NASCIMENTO; CRISTIANO, 2015).
A lei talmúdica não possuía nenhuma restrição e/ou punição quanto ao ato
sexual com meninas menores de três anos. Apesar das carências de dados históricos sobre
o assunto, o modo e a concepção da sociedade no que diz respeito ao uso de crianças e
adolescentes em atos sexuais com adultos, variam em tempo e no espaço, sendo que
algumas permitem o ato e outras são ferrenhamente contra (NASCIMENTO; CRISTIANO,
2015).
Em um estudo de Nunes e Escobar (2001) afirmam que era costume no século
XVII no Brasil que as crianças atuassem em brincadeiras sexuais junto com os adultos e

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isto era visto de forma natural dentro da sociedade, porém existe a descrição de um caso
que ocorreu em Minas Gerais após a denúncia ao bispo da época um caso de incesto e
estupro onde um morador da cidade engravidou e tivera vários filhos com sua enteada
ocasionando um grande escândalo na cidade, após isso a prática começou aos poucos a
ser mal vista pela sociedade daquela época.
Para Minayo (1994) a violência é algo que se forma socialmente e historicamente
no convívio em sociedade e não no desenvolvimento biológico humano, esse fenômeno se
caracteriza pela dominação, opressão e exploração geralmente em uma relação
hierárquica de desigualdade, sendo ligada a uma relação de poder em que existe o
agressor, que causa a violência e a vítima, que serve como objeto da violência, sendo assim
crianças e adolescentes se tornam objetos de diferentes formas e tipos de violência.
A violência em diversas culturas se torna um indício de morbimortalidade,
estimulando a sociedade na busca de legislações voltadas em defesa das pessoas vítimas
de qualquer tipo de violência bem como à defesa dos direitos humanos e maiores recursos
para mais eficiência nas investigações de diversos casos de violência para que os culpados
sejam responsabilizados (OLIVEIRA, 2014).
A violência é vista em todos os tipos de relações sociais e pessoais, presente
em todos os países, sendo causa de medo e apreensão nas pessoas, independente de
classe social, econômica e de raça. Dentre os diversos tipos de violência, temos a violência
sexual, sendo classificada como um episódio onde uma pessoa, que se encontra em uma
relação de poder, utiliza de sua força física, sedução e/ou chantagem emocional para forçar
a vítima a realizar ou participar de uma prática sexual (OLIVEIRA, 2014).
Desta forma, a violência traz consequências em vários âmbitos, dentro da saúde
ela se mostra com uma das piores formas de violência contra crianças e adolescentes,
devido a isso o Brasil a partir de 1990 após envolver-se na Convenção dos Direitos
Humanos passou a intensificar a criação de políticas públicas para o combate desse tipo
de violência (SCHERER, 2000).

REVELAÇÃO DO ABUSO SEXUAL

A exposição do abuso sexual vem sendo discutida em diversos estudos. Em


várias pesquisas há um interesse em apontar o motivo das vítimas em revelar tardiamente
ou negar o ocorrido, a forma como aconteceu a revelação e as indagações relacionadas ao
abuso. A decisão de revelar o abuso sexual está extremamente ligado a relação que a

| Violência sexual infanto-juvenil: cuidados assistenciais de enfermagem | 19


criança determina com a pessoa para quem relatou e, por consequência, a perspectiva que
a criança entende que a pessoa realizaria (DOBKE, 2009).
Dessa forma, a concepção das vítimas sobre suas genitoras e meio familiar que
estão introduzidas influencia diretamente na revelação do abuso sexual. O estudo sobre os
fatores que levam a não revelação do abuso é tão necessário quanto o estudo dos fatores
que ajudam a revelação, servindo para a diminuição dos impactos negativos após a ruptura
do sigilo do abuso (PLUMMER, 2006).
Na pesquisa de Jensen et al (2005), o mesmo buscou identificar o contexto na
qual a criança relatou suas experiências de abuso por meio de sessões terapêuticas com
20 famílias. Foi salientado na pesquisa que as crianças utilizam as reações dos humanos
como um ponto de orientação para o que devem ou não falar. O medo em contar para a
família sobre o abuso está intimamente ligado ao receio da rejeição familiar, pelo medo da
família não acreditar em seu relato, o medo de perder os pais e ser expulso de casa, ou de
se tornar motivo de discórdia entre a família, ou pelo simples fato da ignorância e a falta de
consciência sobre o que seria abuso sexual (COSTA; DE LIMA, 2008)
A obrigação que o abusador submete a vítima interfere bastante para a revelação
do abuso sexual sofrido, o chamado “Pacto do Silêncio” inabilita os relatos, proporcionando
a recusa dos sinais de abusos e evidências para que a união familiar não seja desfeita Além
do fato do não conhecimento sobre o abuso e o conceito estereotipado de que a violência
sexual e abuso só é cometido por pessoas estranhas e que sempre ocorre violência física,
colabora para que as vítimas que passam por experiências abusivas não as considerem
como tal, o que destaca as ideias que a sociedade possui sobre abuso sexual infantil
(FALEIROS, 2003).
Todavia, quando a criança consegue falar sobre o ocorrido, em geral é com
pessoas que as mesmas confiam e em momentos que não tem ninguém para que consiga
relatar sem interrupções. A criança sente que pode falar de forma tranquila quando o adulto
confidente não demonstra em suas feições sinais de desespero ou repúdio e que este se
apresente psicologicamente preparado para escutar a criança (MIRANDA; YUNES, 2007).
Ao saber sobre o abuso sexual a família tem que tomar uma importante decisão,
a de guardar para si o abuso ou realizar a denúncia e a notificação. Vários fatores podem
surgir e influenciar nessa decisão como o medo das reações da sociedade e suas possíveis
consequências, o laço afetivo que essa família possui e o desejo de manter a união desta,
a situação econômica e emocional da família ligada à penalidade que o responsável irá
sofrer, devido a dependência que a família tem com o agressor, o que faz com a maioria

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das notificações de violência não sejam realizadas, principalmente quando são notificação
de violência intrafamiliar o que acaba gerando uma subnotificação dos casos de abuso
sexual infantil (PELISOLI; DELL'AGLIO, 2007).

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CAPÍTULO III

PLANO NACIONAL DE ENFRENTAMENTO DA


VIOLÊNCIA SEXUAL E A ASSISTÊNCIA DE
ENFERMAGEM ÀS CRIANÇAS E AOS
ADOLESCENTES VÍTIMAS DE ABUSO SEXUAL

PLANO NACIONAL DE ENFRENTAMENTO

A partir do instante que a vítima se sente à vontade e consegue sinalizar que


sofreu o abuso sexual, automaticamente a rede de apoio especializada formada pela
família, sociedade, escola, abrigos, serviços de saúde, Assistência Social, Concelho
Tutelar, Ministério Público e Vara da Infância e da Juventude tende a estender ou minimizar
as consequências causadas pelo abuso (FERREIRA et al., 2011).
Para Habigzang, Ramos e Koller (2011) os profissionais envolvidos nessa rede
de apoio estão expostos aos diversos entraves e obstáculos, principalmente quanto a
criação de ações pertinentes ao combate desse tipo de violência e que reforcem a proteção
dessas crianças e adolescentes reduzindo os efeitos colaterais deixados após o episódio.
Entretanto ainda é perceptível o despreparo da equipe multiprofissional em agir
apropriadamente quando ocorre o aparecimento desses casos, sendo realizado
atendimentos de forma individual e desestruturada.
Fundamentando no ECA o Plano foi formado no ano 2000 e destaca os princípios
da proteção integral dos direitos e desenvolvimento pleno da criança e adolescente, além
de servir como guia para as três esferas federativas do nosso país além de possuir diretrizes
para criação de políticas públicas, medidas e ações para o enfretamento da violência sexual
infantil (BRASIL, 2000).
Com a criação do ECA na década de 90 surge um conjunto de ações
especializadas e multiprofissionais encaminhadas a crianças e adolescentes atendida em
casos de violência sexual denominado de Projeto Sentinela, que atende as resoluções da
Constituição Federal (CF) e do ECA. Apesar da criação de várias políticas públicas, a
jurisdição ainda encontra uma enorme dificuldade para o combate do abuso sexual
infantojuvenil além dos obstáculos de efetuar as punições cabíveis aos responsáveis por
esse tipo de crime, já que a sociedade ainda possui dificuldades em sua evolução e acaba

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tendo preconceitos contra as vítimas, o que leva a família sentir receio e para proteger a
criança acaba não denunciando o crime o que diminui as chances de punir o abusador e
acabem protegendo estes também devido à falta da denúncia (BRASIL, 2000).

ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM

Para Labadessa e Onofre (2010) quando há casos de abuso sexual na família é


visto a família procurando o atendimento no serviço de saúde para outros problemas e não
para relatar o abuso sexual, dessa forma se faz necessário que o profissional enfermeiro
ou quem irá fazer o atendimento fique atento a disfunções que o abuso possa trazer como:
distúrbios do sono e alimentação, interesse sexual precoce, tentativa de suicídio ou algum
outro sinal que indique abuso sexual.
Em casos que os indícios são visíveis através de realização de exames físicos
podemos perceber rupturas e sangramentos, fissuras, hematomas em áreas como boca,
genitálias, nádegas, ânus e mama. Apesar do abuso sexual precisar ser assistido por uma
equipe multiprofissional, é o profissional enfermeiro que ode detectar precocemente e criar
ações para intervenções de abusos que chegam até a unidade de saúde, por ser o
profissional que mais tem contanto com a criança ou adolescente e a família (LABADESSA;
ONOFRE, 2010).
Segundo Lima e Alberto (2012) é durante a consulta de enfermagem que o
profissional enfermeiro realiza escuta sensível daquela família, e realizará o procedimento
quanto a anamnese e coleta de dados estando vigilante quanto aos dados subjetivos que
a família irá relatar, quando a consulta é realizada de forma correta o enfermeiro consegue
conhecer a rotina daquela família e identificar o risco de violência sexual e criar medidas
preventivas. Da mesma forma que se for confirmado o abuso, o enfermeiro tem como papel
fundamental preservar a criança de possíveis preconceitos ocasionados pela situação em
si, realizar entrevistas com os familiares, conseguindo estabelecer um vínculo de confiança
e orientando quanto a realização de denúncias, além da realização de notificação as
autoridades competentes para o encaminhamento dessa vítima.

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CAPÍTULO IV

ASPECTOS METODOLÓGICOS APLICADOS

TIPO DE ESTUDO

Baseado nos objetivos pleiteados e problemática do estudo o vigente trabalho


esta pesquisa apresenta-se com um estudo descritivo em forma de revisão da literatura de
abordagem integrativa. Em relação ao caráter descritivo o autor Richardson (2012) afirma
que este procura buscar o que é, ou seja, descobrir as particularidades de um fenômeno
como tal. O pesquisador, nesse caso, observa, registra, analisa e interpreta os fenômenos
sem manipular os acontecimentos pesquisados, utilizando técnicas ou ferramentas
padronizadas de coleta de dados, como questionários, entrevistas e observação
sistemática (PRODANOV; FREITAS, 2013).
A revisão integrativa de literatura, descrita por Souza e Silva (2016) é como um
estudo que trata de analisar pesquisas relevantes, o que proporciona sintetizar
conhecimentos a respeito de um determinado assunto. Para Minayo (2005) este método se
mostra valioso por possibilitar a incorporação da aplicabilidade de resultados de estudos
significativos na prática, sendo importante para a enfermagem baseada em evidências,
além de indicar lacunas do conhecimento que necessitam ser preenchidas mediante a
realização de estudos novos.

LOCAL DE ESTUDO E AMOSTRA

Este estudo teve como local de pesquisa a Biblioteca Virtual em Saúde (BVS),
através do seu portal online disponível em: http://brasil.bvs.br. Foram utilizadas como base
de dados a Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS),
Scientific Electronic Library Online (SciELO) e a Base de Dados de Enfermagem (BDENF).
Para identificar as publicações sobre Abuso Sexual Infantil, foi realizada uma
pesquisa nas bases de dados da SciELO, na BDENF e na LILACS. Para Bireme (2010),
esses descritores compõem um vocabulário estruturado de maneira hierárquica, disponível
em três línguas (português, inglês e espanhol), que facilita a indexação de materiais
científicos e recuperação das informações de assuntos específicos na literatura científica
contidos nas bases de dados da BIREME.

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Desta forma, para esta pesquisa foram utilizados os descritores: abuso sexual,
saúde da criança, violência sexual infantil e enfermagem acrescidos do operador boelano
“AND ou OR” para associar os descritores. Além disso, foram utilizados 5 filtros disponíveis
na própria plataforma para direcionar a pesquisa e restringir os achados a artigos científicos
com texto completo, indexados nas bases de dados que compõem o local de estudo, em
idioma português, publicados nos anos de 2010 a 2020, até momento da pesquisa. Ao se
pesquisar com auxílio desses filtros, os achados tornaram-se mais fiéis à proposta desse
estudo, reduzindo o número de indexações indesejáveis para os objetivos, tornando, assim,
a seleção dos dados mais dinâmica.
Sendo assim, as publicações científicas encontradas passaram por um processo
criterioso de filtragem para selecionar os utilizados no estudo. Este processo foi realizado
de acordo com o diagrama dos Statement for Reporting Systematic Reviewsand Meta-
Analyses of Studies (PRISMA), principal checklist que auxilia no desenvolvimento de
pesquisas sistematizadas, pois melhora a qualidade dos protocolos de revisão sistemática,
e que se assemelha ao impacto alcançado por outras diretrizes de relatórios através das
seguintes fases: identificação, seleção, elegibilidade e inclusão (MOHER et al, 2015).
Na identificação foram encontrados um total de 362 artigos científicos indexados,
sendo 220 disponíveis na BDENF, 100 na SciELO e 42 na LILACS. Sendo que nessa
divisão deve ser levada em consideração a indexação de artigos em mais de uma dessas
bases de dados. Devido ao grande número de artigos encontrados, nesta etapa foi feita a
seleção dos títulos disponíveis na plataforma, copiados para o soffware Microsoft Word,
onde foi aplicada uma ferramenta de ordenação alfabética. Assim, os títulos repetidos
ficaram seguidos um após o outro.
Com isso, depois de uma leitura superficial dos títulos dos artigos, foram
identificadas e excluídas 83 repetições, totalizando, assim, 273 artigos para a próxima
etapa. Ainda na etapa de seleção realizamos a primeira análise dos resumos para
identificação das pesquisas e se estas estão de acordo com tema em estudo. Assim, 105
artigos foram excluídos, sobrando 174 para a próxima etapa. Na fase de elegibilidade
utilizamos os nossos critérios de inclusão e exclusão totalizando 116 artigos excluídos, com
isso apenas 58 artigos passaram para a última etapa a de inclusão onde novamente foi feita
a leitura completa desses 58 artigos e desses 51 artigos foram excluídos por não abordarem
conceito relevante para a pesquisa, dessa forma apenas 07 estudos foram selecionados
para pesquisa como está apresentado na figura 1.

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CRITÉRIOS DE INCLUSÃO E DE EXCLUSÃO

Serão incluídos na pesquisa artigos científicos disponíveis online, de forma


gratuita, na íntegra e em língua portuguesa, inglesa e espanhola, publicados entre os anos
de 2010 a outubro de 2020 sobre assistência da enfermagem no abuso sexual infantil.
Serão excluídos na pesquisa monografia, teses, revisões de literatura haja visto que seus
resultados e conclusões correm risco de abranger estudos publicados em anos inferiores a
2010 e/ou abranger os mesmos estudos dessa pesquisa, categorizando repetição de dados
e diminuição da confiabilidade dos resultados desta pesquisa e estudos disponíveis
somente em forma de resumos ou incompleto.

ANÁLISE DOS E APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS

Nesta etapa o revisor analisa os dados extraídos das publicações inseridas na


revisão. A fim de garantir a validade da revisão, é necessário que as pesquisas escolhidas
sejam analisadas detalhadamente. A análise precisa ser feita de maneira crítica, buscando
explicações para os resultados diferentes ou conflitantes nos diferentes estudos (SOUSA,
2017).
Esta etapa apresenta os resultados e discussão dos dados logrados, sendo
estes exibidos tanto de forma descritiva, como também mostrados em tabelas e quadros.
O leitor é possibilitado de avaliar a aplicabilidade da revisão integrativa elaborada através
do material descrito, que também contribui positivamente na qualidade da prática de
enfermagem, oferecendo subsídios ao enfermeiro na sua tomada de decisões diárias.
A utilização de tabelas permite a compreensão de modo simples e fácil da
representação das características da pesquisa primária, deixando desta maneira, notório
ao leitor um agrupamento de dados a ser avaliado sistematicamente para assim obter a
sumarização e discussão dos pontos máximos dos estudos, além das considerações finais.
Nestes quadros foram utilizadas informações pertinentes às pesquisas obtidas e seus
autores, como os títulos das publicações, periódicos nos quais foram publicados, ano da
publicação e formação acadêmica dos pesquisadores.

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COLETA DE DADOS

Instrumento de coleta de dados

Para nortear e sistematizar a seleção dos dados presentes nos artigos


pesquisados de acordo com a metodologia, objetivos e norteadores de pesquisa foi utilizado
um formulário em forma de tabela elaborado pelo próprio autor (Apêndice). Esse
instrumento é composto por: Título da publicação, Nome do (s) autor(es), periódico e ano
de publicação e objetivo, além das Características Metodológicas do Estudo, dos
Resultados obtidos em cada pesquisa, Discussão e Conclusões, com um número
concedido a cada publicação.

Figura 1 – Processo de Identificação e inclusão dos estudos – PRISMA.

SciELO LILACS BDENF


(n: 100) (n: 42) (n: 220)
IDENTIFICAÇÃO

Número de registros selecionados pelo título após a exclusão dos


duplicados em cada base: (n= 279)

Registros excluídos após a primeira análise do resumo: (n= 105)


SELEÇÃO

Registros excluídos por estarem repetidos entre as bases: (n=83

Registros selecionados para análise do título e resumo: (n= 174)


ELEGIBILIDADE

Artigos que não atenderam aos critérios de seleção: ( n= 81)

Artigos sem acesso na íntegra: (n= 35)

Artigos completos avaliados para elegibilidade: (n= 58)


INCLUSÃO

Artigos em texto completo excluídos por não abordarem conceito


relevante para o alcance dos objetivos: (n= 51)

Estudos selecionados: (n=07)

Fonte: Dados da pesquisa, 2022.

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CAPÍTULO V

RESULTADOS OBSERVADOS E PRINCIPAIS


DISCUSSÕES SOBRE OS ACHADOS VIOLÊNCIA
SEXUAL INFANTO-JUVENIL

IDENTIFICAÇÃO DAS PESQUISAS

Foi identificado o total de 362 publicações, as quais foram submetidas aos


critérios de inclusão e averiguadas quanto a repetições de acordo com o protocolo PRISMA.
Desta forma, o total foi de 07 materiais bibliográficos que correspondem ao proposto nesta
pesquisa como podemos verificar no Quadro 1. Em continuidade, no Quadro 2 foi descrita
a amostra final, composta por 07 estudos, em um agrupamento no qual constam: títulos
das publicações, autores, bases de dados de origem, periódicos e anos de publicação.

Quadro 1 – Estratégias de busca utilizadas nas bases de dados LILACS, SCIELO e


BDENF, entre 2010 e 2020.
Estratégia Descritores / termos Estudos encontrados
de busca de busca BDENF LILACS SCIELO ∑
Etapa 1 Abuso sexual em 3 0 0 3
crianças e
adolescentes.
Etapa 2 Assistência de 0 1 3 4
Enfermagem a crianças
vítimas de abuso sexual
Total 3 1 3 7
Fonte: Dados da pesquisa, 2022.

Conforme o Quadro 1, observou-se que a base de estudos SCIELO (03) e


BDENF (03) foram as bases de dados que mais apresentaram estudos referentes a esta
pesquisa, seguida da base de dados LILACS (01). Nos quadros a seguir, foram listadas às
ideias dos estudos inseridos, segundo o protocolo utilizado para melhor entendimento das
pesquisas.

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CARACTERÍSTICAS DOS ESTUDOS REVISADOS

Com a intenção de salientar alguns aspectos das pesquisas que possibilitassem


a síntese dos mesmos, foram listadas algumas etapas das pesquisas revisadas. Estas
incluíram: os objetivos, metodologia utilizada, resultados e conclusões. Na presente revisão
integrativa foram analisados 07 artigos, que atenderam aos critérios de inclusão e exclusão
estabelecidos. Os artigos foram elaborados de acordo com o instrumento empregado e
estão expostos nos quadros a seguir.

Quadro 2 – Distribuição dos estudos conforme numeração, autor, ano, título, desenho da
pesquisa, periódico e base de dados.
N AUTORES TÍTULO DO ARTIGO METODOLOGIA UTILIZADA PERIÓDICO /
/ ANO BASE DE
DADOS
A1 EGRY et Notificação da violência O estudo de natureza qualitativa, Saúde e Ciência
al., 2018 infantil, fluxos de atenção e dado o seu caráter descritivo e Coletiva / SciELO.
processo de trabalho dos exploratório, cuja base teórica
profissionais da Atenção está assentada na Teoria da
Primária em Saúde. Intervenção Práxica da
Enfermagem em Saúde Coletiva
(TIPESC).
A2 ALVES DE Cuidados de enfermagem à Estudo descritivo, de abordagem Avances en
MELO et criança e adolescente em qualitativa, realizada em julho de Enfermería /
al., 2017. violência doméstica na visão 2014 através de entrevista SciELO
de graduandos de semiestruturada com 30
enfermagem. graduandos de enfermagem de
uma instituição pública de ensino
superior do Estado de
Pernambuco/Brasil. A análise
dos dados se deu através da
análise de conteúdo temática.
A3 SANTOS A Percepção dos Pesquisa qualitativa, de caráter Saúde &
MATIAS et profissionais da Estratégia descritivo-exploratório, por meio Transformação
al., 2013 Saúde da Família sobre as de entrevista com 52 Social/Health &
Implicações da Violência profissionais de saúde atuantes Social Change /
intrafamiliar em Crianças e em 6 ESF. BDENF
Adolescentes
A4 ÁVILA & Conhecimento dos Trata-se de um estudo Avances en
OLIVEIRA, Enfermeiros frente ao abuso qualitativo, desenvolvido com Enfermería /
2012. sexual sete enfermeiras pertencentes LILACS
às sete equipes da Estratégia de
Saúde da Família, cujos dados
foram coletados entre os meses
de março e abril de 2009, por
meio de entrevista
semiestruturada, enfocando o
conhecimento acerca da
intervenção ante a suspeita de
abuso sexual na infância e na
adolescência e a percepção das
enfermeiras sobre a assistência

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prestada às vítimas de abuso
sexual e a sua família.
A5 WOISKI & Cuidado de enfermagem à Pesquisa qualitativa, pelo Escola Anna Nery
ROCHA, criança vítima de violência método exploratório-descritivo, / SciELO
2010 sexual atendida em unidade utilizando a entrevista
de emergência hospitalar semiestruturada com 11
profissionais da equipe de
enfermagem de uma unidade de
emergência hospitalar.
A6 SILVA et Atenção primária à saúde: Trata-se de um estudo Saúde Coletiva
al., 2020 percepções de descritivo, exploratório com (Barueri) / BDENF
enfermeiros/as frente à abordagem qualitativa, realizado
violência sexual contra com doze enfermeiros(a)
crianças e adolescentes atuantes nas unidades de APS
da zona urbana e rural do
município de Iguatu, Ceará.

A7 COCCO; Abordagem dos profissionais Trata-se de estudo descritivo- Revista Eletrônica


SILVA; de saúde em instituições exploratório, com abordagem de Enfermagem /
CARMO, hospitalares a crianças e quantitativa. Participaram do BDENF
2010 adolescentes vítimas de mesmo, profissionais de saúde
violência. que atuavam em instituições
hospitalares da região norte do
estado do Rio Grande do Sul.
Fonte: Dados da pesquisa, 2022.

De acordo com os resultados mostrados no Quadro 2, observou-se a


discrepância quanto à prevalência dos estudos com abordagem qualitativa e quantitativa.
Todas as particularidades metodológicas das pesquisas ilustram os propósitos dos
pesquisadores no que diz respeito ao método que foi aplicado em seus artigos. O que
orienta a metodologia na pesquisa do primeiro artigo do Quadro 2 foram qualitativos.
Para Richardson (2012) a abordagem qualitativa no campo da enfermagem
possibilita uma maior compreensão dos profissionais enfermeiros já que se tem entrada na
experiência cotidiana em que se tem interesse, além disso esse tipo de abordagem viabiliza
pesquisar problemas em que os métodos estatísticos não podem alcançar ou representar,
decorrente de sua complexidade. Dessa forma, temos como fonte dos dados o ambiente
em que o pesquisador mantém uma aproximação com este e com seu objeto de análise,
mas sem participação, o que vai nos resultar em dados descritivos que apresentam a
realidade vivenciada (PRODANOV; FREITAS, 2013).
Apenas um dos artigos selecionados tem abordagem quantitativas e é
importante salientar que as pesquisas quantitativas trazem vários conhecimentos
importantes para a enfermagem já que este possibilita parâmetros de qualidade e
quantidade que não poderão ser alterados já que o tipo de pesquisa não possui muita
flexibilidade quantos as mudanças em seus resultados (PRODANOV; FREITAS, 2013).

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Ainda que não se tenha tantos estudos quantitativos sobre a assistência de
enfermagem na violência sexual contra criança e ao adolescente, ainda é perceptível que
a enfermagem é o maior público-alvo destas pesquisas. É certo que o profissional
enfermeiro por estar constantemente nos vários níveis de atenção à saúde, o mesmo tem
maior probabilidade de criar laços com o paciente, o que favorece adquirir informações e
detalhes, além de perceber situações que possam apresentar perigo de forma mais fácil
que outros profissionais da saúde, e que na maioria das vezes é quem acaba
diagnosticando o abuso sexual e faz o primeiro contato com a rede de apoio, para tentar
interromper o ciclo de violência o mais rápido possível (ÁVILA et al, 2012).
Para Ferreira et al. (2011), com o acrescente aumento de atendimentos nos
serviços de saúde em relação a crianças e adolescentes vítimas de abuso sexual, ainda é
grande a evidência quanto ao despreparo dos profissionais para lidar com tais casos. A
problemática da identificação e ajuda das vítimas de violência sexual ainda persiste, pois
depende diretamente dos fatores como questões emocionais dos profissionais, da
existência e suporte das redes de apoio, de aspectos estruturais e legais e a baixa
qualificação em identificar os sinais e sintomas. Outro fator relevante é o medo de sofrerem
represálias por parte dos agressores, o que acarreta muitas das vezes em casos de
violência deixarem de ser identificados.
O enfermeiro, por suas funções desenvolvidas na comunidade, é um profissional
que se expressa e sintetiza, portanto, sua intervenção vai além dos cuidados diretos ou da
responsabilização por outras situações, pois está próximo das crianças e familiares, assim
o empenho em garantir o bem-estar físico e psíquico de seus pacientes possibilita identificar
sinais de maus tratos, até mesmo o abuso sexual (ORITA et al, 2011).

Quadro 3 – Apresentação da síntese dos artigos, considerando numeração, objetivos e


resultados do estudo.
N OBJETIVOS RESULTADOS
A1 Objetivou analisar os fluxos da rede de Os resultados apontam para dificuldades e fragilidades
proteção à violência contra a criança, da rede assistencial para o enfrentamento, a
no que concerne à notificação e às necessidade de ações intersetoriais e de capacitação
decisões encaminhadas. dos profissionais para o atendimento às situações de vio-
lência.
A2 Compreender a assistência de A assistência de enfermagem é compreendida na lógica
enfermagem à criança e ao da prestação de assistência curativa e posterior
adolescente em situação de violência encaminhamento do problema aos demais profissionais
doméstica, na perspectiva de gradu- da equipe. Há o reconhecimento de que o enfrentamento
andos de enfermagem. da violência necessita do envolvimento de toda a equipe
e dos órgãos da rede de proteção, e destaca-se a
importância da educação em saúde.

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A3 O objetivo geral da pesquisa foi refletir Observou-se que parte dos profissionais consegue
sobre as ações de saúde das identificar a violência quando ela é física, no entanto, a
Estratégias de Saúde da Família (ESF) violência psicológica passa despercebida. Também se
no Município de Pau dos Ferros/RN, evidenciou a falta de diagnóstico e notificação por parte
quanto à identificação, à prevenção e à da maioria dos profissionais em especial os enfermeiros,
intervenção na violência intrafamiliar todavia, reconhecem suas falhas principalmente no que
contra crianças e adolescentes. se refere à notificação.
A4 Este estudo objetivou conhecer a Os resultados apontam que os profissionais se sentem
prática profissional dos enfermeiros de despreparados, desprotegidos e decepcionados com
cinco Unidades Básicas de Saúde da relação às medidas tomadas para confirmar ou não os
família de um município do extremo sul casos de suspeita de abuso sexual. Ressalta-se também
do Brasil, quanto ao abuso sexual com que não há um protocolo de atendimento às vítimas que
crianças e adolescentes. dá respaldo aos profissionais, o que dificulta o
atendimento a essa clientela.
A5 Conhecer como a equipe de Pela análise de conteúdo de Bardin (1991), foram
enfermagem percebe o cuidado compreendidas três Unidades de Contexto que seriam
efetivado à criança que sofreu violência “percepção da equipe de enfermagem sobre cuidado à
sexual ao ser atendida em unidade de criança vítima de violência sexual e sua família;
emergência hospitalar e especificar, a sentimentos despertados na equipe ao cuidar da criança
partir das expressões da equipe de vítima de violência sexual e características que
enfermagem, as características que compõem o cuidado de enfermagem à criança vítima de
compõem o cuidado de enfermagem violência sexual em unidade de emergência hospitalar” e
em unidade de emergência hospitalar à seis Unidades de Significação, sendo estas “impacto da
criança que sofreu violência sexual. chegada da criança na unidade de emergência; omissão
da família e necessidade de proteção do causador da
violência sexual contra a criança; sentimentos
vivenciados pela equipe de enfermagem ao cuidar da
criança vítima de violência sexual; desejo de justiça; fé
como suporte e agente transformador da tristeza em
esperança; cuidado de enfermagem à criança vítima de
violência sexual “que revelam a percepção da equipe de
enfermagem ao cuidar da criança vítima de violência
sexual em unidade de emergência hospitalar..
A6 Compreender a percepção dos Notou-se uma certa confusão acerca da violência ética e
enfermeiros(as) que atuam na Atenção moral pelos profissionais atuantes, todavia, os mesmos
Primária à Saúde (APS) acerca da referem que estão aptos a atender crianças e
violência sexual contra crianças e adolescentes em situações de violência, e que a
adolescentes. acessibilidade aos serviços/redes é uma potencialidade
da APS.
A7 O estudo busca analisar o fluxo da Em relação ao fluxo do atendimento dos casos de
assistência em instituições hospitalares violência, 31% acionam o Ministério Público; 25%
a crianças e adolescentes, vítimas comunicam o Conselho Tutelar e 12% preenchem a ficha
desse agravo, e o sentimento de notificação compulsória, comunicam o Conselho
despertado nos profissionais diante do Tutelar e prestam assistência. Em relação aos
fenômeno. sentimentos diante do atendimento, evidenciou-se
revolta, indignação, medo e impotência.
Fonte: Dados da pesquisa, 2022.

A análise dos artigos incluídos na revisão integrativa foi iniciada com a


finalidade de identificar a temática central abordada no estudo, ou seja, verificar quais os
objetivos do estudo e suas relações com a assistência de enfermagem visando a criança e
ao adolescente vítima de violência sexual. Após sucessivas leituras dos textos, foi possível
identificar diversos aspectos na perspectiva da temática, produzidos no campo da
Enfermagem. A partir desta constatação, agruparam-se os resultados encontrados em um

| Violência sexual infanto-juvenil: cuidados assistenciais de enfermagem | 35


padrão coerente para uma melhor elaboração da síntese dos conteúdos destacados pelas
pesquisas. De acordo com as pesquisas selecionadas, podemos perceber que os objetivos
foram explicitados de forma a explanar às intenções dos pesquisadores e para uma maior
compreensão do leitor acerca da temática. Sendo assim, o objetivo de um estudo é a
apresentação dos resultados que se pretendem alcançar com o desenvolvimento da
pesquisa, constituindo a ação proposta para responder as questões do estudo a qual
descreve o estudo (SILVEIRA, 2005).
A atuação da enfermagem é entendida como ampla e complexa, englobando
a participação no diagnóstico, no tratamento dos danos resultantes da violência, nas ações
educativas (orientação, encaminhamento etc.) e na notificação. Promovendo a participação
do enfermeiro na abordagem e na atenção baseadas em paradigmas da proteção integral.
Enfatiza-se a necessidade de incorporar o tema na formação do enfermeiro, no sentido de
qualificá-lo para uma atuação prudente junto a crianças e adolescentes em situação de
risco e violência sexual (SILVA, 2011).
A enfermagem precisa prestar uma assistência eficiente e de qualidade para
ser capaz de reconhecer, identificar sintomas e indicadores psicossociais para diagnosticar
de forma eficaz o abuso sexual e promover a proteção adequada de crianças e
adolescentes, sendo função do enfermeiro distinguir os principais fatores que levam a
ocasionar o abuso sexual, além das características apresentadas pelos familiares, sinais
físicos e comportamentais de ambos. Portanto, o atendimento assistencial do enfermeiro
estabelece um sistema de referência para as vítimas e é o vínculo das equipes
multiprofissionais (CIUFFO et al., 2008). A apresentação dos objetivos e dos resultados dos
dados foram obtidas de forma descritiva. Após várias leituras e análises detalhadas de cada
artigos, é evidente o alcance de todos os objetivos nos resultados analisados.

Quadro 4 – Apresentação da síntese dos artigos, considerando numeração e conclusões


dos estudos.
N CONCLUSÕES
A1 Conclui-se que há necessidade de adotar estratégias de ampliação da capacidade de moni-
toramento e acompanhamento dos casos notificados, de formação qualificada dos trabalhadores e
organização da rede de saúde para oferta de serviços assistenciais em quantidade e qualidade,
além do aporte de profissionais para o enfrentamento da violência infantil.
A2 Há a necessidade da abordagem da temática da violência nos currículos de graduação, no sentido
de favorecer a prestação da assistência efetiva aos casos de violência doméstica por parte dos
futuros profissionais de saúde.
A3 Conclui-se que o tema possui muitas barreiras individuais e sociais que se apresentam através dos
medos e concepções referentes a esse tema, como também a falta de apoio dos gestores
municipais e a integralidade da atenção.

| Violência sexual infanto-juvenil: cuidados assistenciais de enfermagem | 36


A4 Destaca-se a necessidade de cursos de capacitação que forneçam esclarecimentos de como
manejar a problemática, envolvendo todos os profissionais que trabalham com essa realidade.
A5 O autor concluiu que a equipe percebe que o cuidado vai além da técnica, envolvendo o emocional
da criança, equipe e família. Percebeu-se o cuidado humanizado, porém sem a sistematização da
assistência por meio do processo de enfermagem.
A6 Constatou-se que a percepção dos enfermeiros (a) ficou clara no decorrer do estudo, bem como
seus conhecimentos e ações voltadas ao enfrentamento da violência sexual contra crianças e
adolescentes.
A7 O estudo possibilitou visibilizar a realidade em que as crianças e os adolescentes vítimas de
violência são atendidos, discutindo as intervenções locais e apontando elementos para a ações
mais eficazes.
Fonte: Dados da pesquisa, 2022.

Em todos os estudos, os autores mostram a relevância do profissional de


enfermagem no diagnóstico e aos cuidados as crianças e adolescentes vítimas de violência
sexual, mas destacam o despreparo desses profissionais dificultando a assistência
prestada, a qual deveria ser de forma correta e integral. Os estudos sobressaltam a
necessidades de capacitação e qualificação desses profissionais, sendo parte fundamental
no cuidado das crianças, adolescentes e familiares, sendo os profissionais que
permanecem em maior contato com esses pacientes, muitas das vezes formando vínculos.
Entre as atribuições da Enfermagem se destaca a educação em saúde, que é
extremamente necessária a atuação do Enfermeiro em promover a capacitação da sua
equipe para o cuidado dentro do contexto de trabalho ao qual estão inseridos, realizando
treinamentos, programas que fortaleçam e encorajem a equipe para o atendimento, dando
suporte as vítimas de abuso sexual e dinâmicas em grupo, ocasionando assim, benefícios
para os pacientes, neste contexto, as crianças e adolescentes vítimas de violência sexual
(WOISKI; ROCHA, 2010).
A responsabilidade da assistência e o processo de cuidar das crianças e
adolescentes vítimas de violência sexual reincide fortemente sobre os profissionais de
enfermagem, pois está entre suas inúmeras atribuições e habilidades específicas a
integralidade a equipe multiprofissional, intervindo estrategicamente com os devidos
deveres de promoção, prevenção e reabilitação da saúde dos indivíduos. Assim, fica
proibido ao Enfermeiro, mesmo que exista alguma relação pessoal ou familiar, provocando,
colaborando ou omitindo qualquer tipo de violência, tendo como obrigação denunciar todos
os casos que venham o surgir (MAIA; MORAIS, 2010).
O impacto da violência sexual na saúde de crianças e adolescentes, segundo o
estudo de Silva et al (2011) tende a contribuir para o aumento do envolvimento da
enfermagem na abordagem e atenção baseadas no paradigma da atenção integral.

| Violência sexual infanto-juvenil: cuidados assistenciais de enfermagem | 37


Provando a necessidade da adesão a temática na formação dos enfermeiros para que
tenham domínio prático/teórico atuando juntamente as crianças e adolescentes sinalizando
violências sexuais, mostrando indispensáveis o envolvimento dos serviços de saúde dos
órgãos de classes e instituições de ensino superior para a qualificação desses enfermeiros
e suas atuações mais competentes e comprometida.
É de suma importância que a equipe de saúde mantenha seu olhar crítico diante
dessa problemática, sejam elas de cunho físico, emocional ou sexual, visualizando uma
possível conexão dos relatos das vítimas com suas famílias e até pessoas de sua
convivência sobre o ocorrido. Assim, o despreparo dos profissionais de enfermagem
associado a carga de trabalho em Unidades Básicas de Saúde forma um agravante para
que se promova um atendimento de qualidade e o acompanhamento das famílias,
possivelmente restringindo ainda mais a identificação das violências sexuais ocorridas na
comunidade (ÁVILA et al., 2012).

| Violência sexual infanto-juvenil: cuidados assistenciais de enfermagem | 38


| Violência sexual infanto-juvenil: cuidados assistenciais de enfermagem | 39
CAPÍTULO VI

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O abuso sexual em crianças e adolescentes ainda é uma problemática de saúde


pública que deve ser debatida, isso é fato, tentar criar estratégias que saiam do papel para
melhorar a assistência de enfermagem em crianças vítimas de violência sexual é primordial,
mas deve-se salientar que isso deve ser revisto desde o ponto de partida. A equipe de
Enfermagem sente as dores e o pesar diante do cenário de cuidado daquela criança, já que
não trataremos de um acidente, ou uma doença específica que possui protocolos para que
haja a cura, seria o inverso disso, o sofrimento da criança se dá devido a um abuso, uma
violência de pessoas que na maioria das vezes tem o papel de proteger aquela criança
indefesa (WOISKI, 2010).
Atendimentos em crianças vítimas da violência sexual infantil são ainda
considerados desafios para os profissionais pois demanda investimentos e maiores ações
de capacitação permanente através de “atualizações sistemáticas, a respeito do que se tem
produzido em termos de conhecimento nessa temática e dos novos avanços em termos de
políticas sociais”, já que estes lidam direta e indiretamente com este público, assim, faz
necessário maior conhecimento acerca das legislações, penalidades, e consequências do
abuso ao desenvolvimento infanto-juvenil (SANTOS; DELL’AGLIO, 2010),
Não se tem uma sistematização da assistência de enfermagem nos casos de
abuso sexual infantil, é perceptível em qualquer unidade de saúde que o enfermeiro acaba
ficando distante quando se tem esse tipo de atendimento, o que atrapalha para se
direcionar aos cuidados em questão, haja vista que este tem atribuições e
responsabilidades profissionais próprias e que estes profissionais precisam ter consciência
para que se tenha um cuidado de enfermagem humanizado atendendo as suas
necessidades. Nessa situação a educação permanente é de suma importância, já que este
irá capacitar a sua equipe em toda a realização dos cuidados no convívio de trabalho
(WOISKI, 2010).
Quando os profissionais estão sensíveis quanto à detecção precoce dos sinais
de abuso sexual o encaminhamento dessas vítimas pode ser feito de forma precoce para
que se tenha tratamento efetivo e adequado. Enquanto os órgãos responsáveis pelo
acompanhamento dessas crianças e os diversos setores (conselhos tutelares, poder
judiciário, instituições de saúde, escolas, organizações governamentais e não

| Violência sexual infanto-juvenil: cuidados assistenciais de enfermagem | 40


governamentais) devem realizar a assistência correta à vítima de acordo com a legislação
vigente.
A promoção e capacitação periódica dos enfermeiros e demais profissionais de
saúde a respeito da violência sexual para que se tenha um atendimento adequado da
criança e do adolescente vítima de violência sexual sem restrições, tabus e insegurança é
essencial. Dentre as pesquisas o sentimento de decepção, de fragilidade, medo e
impotência diante desses casos foi bem frequente por ter que lidar com situações que nos
colocam a prova, por querer tentar resolver o problema para que aquela criança não sinta
a dor, o trauma, e se ver muitas vezes refletida naquela vítima, que acabamos “tentando
seguir o fluxo”, mesmo que não se tenha conhecimento para realizar um atendimento
adequado.

| Violência sexual infanto-juvenil: cuidados assistenciais de enfermagem | 41


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| Violência sexual infanto-juvenil: cuidados assistenciais de enfermagem | 48


ÍNDICE REMISSIVO

A P

Abuso Sexual Infantil, 18


Adolescentes, 23 Plano Nacional, 23
Assistência de Enfermagem, 23

C R

Crianças, 23 Resgate Histórico, 18

E V

Enfrentamento da Violência Sexual, 23 Violência Sexual, 11


Violência Sexual Infanto-Juvenil, 31
Vítimas de Abuso Sexual, 23

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