Você está na página 1de 149

DA COLOSTROTERAPIA AOS CUIDADOS EM CASA

Graciete Oliveira Vieira | Camilla da Cruz Martins


Michelle de Santana Xavier Ramos | Tatiana de Oliveira Vieira

Material protegido por direitos autorais


Obra financiada pela Pró-Reitoria de Pesquisa e
Pós-Graduação da Universidade Estadual de Feira de Santana (PPPG/UEFS)
através do Programa de Apoio à Pós-Graduação (Proap) da
Coordenação de Aperfeiçoamento de Nível Superior (Capes)

Material protegido por direitos autorais


DA COLOSTROTERAPIA AOS CUIDADOS EM CASA

ORGANIZADORAS
Graciete Oliveira Vieira | Camilla da Cruz Martins
GRACIETE
Michelle de Santana XavierOLIVEIRA VIEIRA
Ramos | Tatiana de Oliveira Vieira
Professora Titular Plena da Universidade Estadual de Feira de Santana. Membro
do Departamento Científico de Aleitamento Materno da Sociedade Brasileira
de Pediatria (1996-1997; 1998-2000; 2007-2009; 2017-2019; 2019-2022).
Doutora em Medicina e Saúde pela Universidade Federal da Bahia. Especialista
em Gastroenterologia Pediátrica e Pediatria pela Associação Médica Brasileira e a
Sociedade Brasileira de Pediatria. Coordenadora do Núcleo de Pesquisa e Extensão
em Saúde pela Universidade Estadual de Feira de Santana.

CAMILLA DA CRUZ MARTINS


Professora do Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva da
Universidade Estadual de Feira de Santana. Professora da Secretaria de
Educação do Estado da Bahia. Bacharel em Vigilância Sanitária pela
Universidade Estadual de Feira de Santana. Licenciada em Ciências Biológicas
pela Universidade Estadual de Feira de Santana. Doutora em Saúde Coletiva pela
Universidade Estadual de Feira de Santana. Pesquisadora do Núcleo de Pesquisa e
Extensão em Saúde da Universidade Estadual de Feira de Santana.

MICHELLE DE SANTANA XAVIER RAMOS


Professora Adjunta da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia.
Doutora em Saúde Coletiva pela Universidade Estadual de Feira de Santana.
Mestre em Enfermagem pela Universidade Federal da Bahia.
Especialista em Obstetrícia pela Atualiza Curso – Universidade de Guarulhos.
Especialista em Educação Profissional pela Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio
Arouca. Especialista em Saúde Pública pelo Portal F Cursos – Universidade
Estácio de Sá do Rio de Janeiro. Graduada em Enfermagem pela
Universidade Estadual de Feira de Santana.

TATIANA DE OLIVEIRA VIEIRA


Professora Titular da Universidade Estadual de Feira de Santana. Tutora em
Atenção Humanizada ao Recém-Nascido de Muito Baixo Peso – Método Canguru,
Ministério da Saúde. Doutora em Medicina e Saúde pela Universidade Federal
da Bahia. Especialista em Pediatria e em Neonatologia pela Sociedade Brasileira
de Pediatria. Coordenadora do Núcleo de Pesquisa e Extensão em Saúde da
Universidade Estadual de Feira de Santana.

Rio de Janeiro • São Paulo


2023

Material protegido por direitos autorais


EDITORA ATHENEU
São Paulo — Rua Maria Paula, 123 — 18º andar
Tel.: (11) 2858-8750
E-mail: atheneu@atheneu.com.br

Rio de Janeiro — Rua Bambina, 74


Tel.: (21) 3094-1295
E-mail: atheneu@atheneu.com.br

CAPA: Equipe Atheneu


PRODUÇÃO EDITORIAL: RDL Produção Editorial
ILUSTRADOR: Jodson dos Santos Andrade

CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO


SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ
E86

Eu, prematuro da colostroterapia aos cuidados em casa / organizadoras Graciete Oliveira


Vieira ... [et al.]. - 1 ed. - Rio de Janeiro : Atheneu, 2023.
: il. ; 21 cm.

Inclui bibliografia e índice


ISBN 978-65-5586-644-5

1. Prematuros - Cuidado e tratamento. 2. Colostro. 3. Pais e lactentes. I. Vieira,


Graciete Oliveira.

CDD: 618.92011
23-83052 CDU: 616-083-053.32

Meri Gleice Rodrigues de Souza - Bibliotecária - CRB-7/6439

27/02/2023 01/03/2023

Vieira GO, Martins C C, Ramos MSX, Vieira TO. (organizadoras)


Eu, Prematuro — Da Colostroterapia aos Cuidados em Casa

© Direitos reservados à EDITORA ATHENEU — Rio de Janeiro, São Paulo, 2023

Material protegido por direitos autorais


Eu, prematuro – Da colostroterapia aos cuidados em casa

Colaboradoras

Ellayne Souza Cerqueira


Mestranda em Alimentos, Nutrição e
Saúde, pela Universidade Federal da Bahia.
Especialista em Nutrição Clínica e Esportiva
pelo Instituto de Pesquisa, Ensino e Gestão em
Saúde. Especialista sob forma de Residência
em Nutrição Clínica com Ênfase em Terapia
Intensiva e Pediatria pela Universidade
Federal do Recôncavo da Bahia. Graduada
em Nutrição pela Universidade Federal da
Bahia. Pesquisadora do Núcleo de Pesquisa e
Extensão em Saúde da Universidade Estadual
de Feira de Santana.

Jéssica Santos Passos Costa


Professora Substituta do Departamento de
Saúde da Universidade Estadual de Feira
de Santana. Docente Colaboradora na
Residência Multiprofissional em Saúde da
Família pela Universidade Estadual de Feira
de Santana. Doutoranda em Saúde Coletiva
pela Universidade Estadual de Feira de
Santana. Graduada em Educação Física pela
Universidade Estadual de Feira de Santana.
Pesquisadora do Núcleo de Pesquisa e
Extensão em Saúde da Universidade Estadual
de Feira de Santana.

v
Material protegido por direitos autorais
Eu, prematuro – Da colostroterapia aos cuidados em casa

Lícia Maria Oliveira Moreira


Professora Titular de Neonatologia da Faculdade de
Medicina da Universidade Federal da Bahia. Membro do
Departamento Científico de Neonatologia da Sociedade
Brasileira de Pediatria. Doutora em Medicina pela
Universidade Federal da Bahia. Especialista em Pediatria
e Neonatologia pela Sociedade Brasileira de Pediatria.
Membro do Grupo Executivo do Programa de Reanimação
Neonatal da Sociedade Brasileira de Pediatria.

Mara Viana Cardoso Amaral


Professora Substituta da Universidade Federal do
Recôncavo da Bahia. Mestre em Saúde Coletiva pela
Universidade Estadual de Feira de Santana. Nutricionista
pela Universidade Federal da Bahia. Pesquisadora do
Núcleo de Pesquisa e Extensão em Saúde da Universidade
Estadual de Feira de Santana.

Maria Beatriz Reinert do Nascimento


Médica Especialista em Pediatria com Habilitação em
Neonatologia pela Sociedade Brasileira de Pediatria.
Professora Titular de Pediatria do Curso de Medicina da
Universidade da Região de Joinville. Doutora em Ciências
(Pediatria) pela Universidade de São Paulo. Mestre em
Medicina (Pediatria) pela Universidade de São Paulo.
Consultora Internacional de Lactação pelo International
Board Certified Lactation Consultant Examiners. Membro
do Departamento Científico de Aleitamento Materno da
Sociedade Brasileira de Pediatria (2010-2013; 2013-2015
e 2019-2022). Presidente do Departamento Científico
de Aleitamento Materno da Sociedade Catarinense de
Pediatria.

vi
Material protegido por direitos autorais
Eu, prematuro – Da colostroterapia aos cuidados em casa

Maria José Guardia Mattar


Médica Especialista em Pediatria com Habilitação em
Neonatologia pela Sociedade Brasileira de Pediatria.
Especialista em Ciências da Saúde pela Secretaria de
Saúde do Estado de São Paulo. Coordenadora da Comissão
Estadual de Banco de Leite Humano pela Secretaria de
Saúde do Estado de São Paulo e Membro da Rede Global
de Banco de Leite Humano. Membro do Departamento
Científico de Aleitamento Materno da Sociedade de
Pediatria de São Paulo. Membro da Comissão Nacional
Especializada de Aleitamento Materno da Federação
Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia.
Professora do Internato de Neonatologia da Universidade
Cidade de São Paulo.

Simone Seixas da Cruz


Professora Associada da Universidade Federal do
Recôncavo da Bahia. Doutora em Saúde Pública pelo
Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal
da Bahia. Pós-Doutorado em Epidemiologia pela
Universidade de Brasília. Graduada em Odontologia pela
Universidade Estadual de Feira de Santana.

Suelly Pinto Teixeira de Morais


Professora Adjunta da Universidade Federal do
Recôncavo da Bahia. Doutora em Saúde Pública pelo
Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal da
Bahia. Graduada em Enfermagem e Odontologia pela
Universidade Estadual de Feira de Santana.

vii
Material protegido por direitos autorais
Material protegido por direitos autorais
Dedicatória

Aos bebês prematuros,


suas mães e famílias que
lutam bravamente pela vida!

Material protegido por direitos autorais


Material protegido por direitos autorais
Prefácio

Prematuridade, ou seja, nascimento de uma


criança com idade gestacional inferior a 37
semanas, é um problema de saúde pública
mundial que, no Brasil, vem aumentando.
Em Pelotas, Rio Grande do Sul, houve um
aumento expressivo de nascimento de crianças
prematuras em 33 anos: de 5,8% em 1982,
para 13,8% em 2015.
Estimou-se que, em 2010, 11% de todos os
nascidos vivos no mundo fossem prematuros.
Essa foi a incidência de prematuridade no
Brasil em 2019, segundo informações do
Ministério da Saúde. Nesse ano nasceram no
país 315.831 crianças com idade gestacional
inferior a 37 semanas e 15.957 delas eram
muito prematuras, com menos de 28 semanas
de gestação. Ainda, quase 40.000 crianças
nascidas vivas tinham menos de 1.500 g. Muitas
dessas crianças, sobretudo as mais prematuras
e com menor peso, necessitavam de cuidados
especiais dentro de uma unidade de tratamento
intensivo (UTI).
A sobrevivência de crianças prematuras
vem aumentando com o avanço científico e
tecnológico. Antigamente, quase nada se podia
fazer por essas crianças. O tratamento do primeiro
bebê em uma incubadora ocorreu em 1888.
Com o passar do tempo, as incubadoras foram
se modernizando; surgiram os respiradores,
outros equipamentos e medicamentos para
manter as funções vitais das crianças. E, graças a
isso, mais e mais crianças muito prematuras têm
sobrevivido e com boa qualidade de vida.

Material protegido por direitos autorais


Eu, prematuro – Da colostroterapia aos cuidados em casa

O nascimento de uma criança traz importantes mudanças


para todos os membros da família. O impacto do
nascimento de uma criança prematura é maior ainda,
pois nem a criança nem a família estavam preparadas
para isso. Expectativas, planos e projetos são frustrados
e é preciso que a família se reorganize. Para o lado da
criança que inspira cuidados especiais, há privação de
todos os cuidados que um recém-nascido a termo
recebe, precisando ser separado de seus pais e cuidado
por uma equipe de profissionais, muitas vezes dentro
de uma UTI. A mãe, o pai e toda a família, por sua vez,
precisam vivenciar o luto do bebê que foi idealizado na
gestação – um bebê a termo, com bom peso, que sai da
maternidade mamando no peito da mãe – e passar por
um processo de adaptação para a aceitação do bebê real,
com todas as suas necessidades. Muitos sentimentos
afloram: culpa, rejeição, angústias, tristeza, dúvidas,
impotência e muitos medos, como o de que a criança
não sobreviva, o de se ligar a uma criança com saúde
tão frágil, o medo de ver, tocar e cuidar de um bebê tão
pequeno, o de que o bebê não esteja sendo bem cuidado
pela equipe e o próprio medo do desconhecido. Mãe, pai
e família precisam de muito apoio de todos: da equipe
de saúde, dos familiares e de sua rede social, e este livro
veio justamente para contribuir com esse apoio.
Trata-se de um livro acolhedor, destinado a pais e
familiares de crianças nascidas prematuramente e
que necessitam de cuidados especiais hospitalares por
algum tempo, que pode variar de poucos dias a meses.
Sua abordagem é inovadora, pois parte da visão do
prematuro que se comunica com a sua mãe por meio de
“recadinhos” sobre os cuidados que vem recebendo, seus
sentimentos, necessidades e, muitas vezes, antecipando
as fases pelas quais passará. São “recados” estimuladores

xii
Material protegido por direitos autorais
Eu, prematuro – Da colostroterapia aos cuidados em casa

e reconfortantes. Essa é a estratégia que as autoras


utilizam para dialogar com as mães/famílias, explicando
procedimentos utilizados nos cuidados com esses bebês,
como a colostroterapia, por exemplo, e orientando sobre
os cuidados das crianças nas diversas fases pelas quais
passarão, desde o nascimento até os cuidados em casa,
após a alta hospitalar.
O livro aborda diversos aspectos do cuidado com a
criança prematura, como: cuidados nos primeiros dias
após o nascimento, que podem ser muito especializados
em função do estado crítico em que algumas crianças
se encontram; início da alimentação e ganho de peso;
vacinas; choro do bebê; sono e alerta para sinais de
perigo; além de aspectos práticos, como troca de fraldas,
banho e contato físico. Dois aspectos que foram bastante
valorizados no livro e devem ser ressaltados pela sua
relevância: método Canguru e amamentação.
O método Canguru consiste em promover o contato
físico íntimo entre o bebê e a mãe, pai ou cuidador,
sempre que possível e desejável. Foi proposto
inicialmente na Colômbia, em 1979, com o intuito de
melhorar os cuidados ao recém-nascido prematuro e
reduzir os custos da assistência neonatal. Após 40 anos
e muitos estudos, essa prática atualmente é utilizada
em diversas partes do mundo, não mais para reduzir
os custos da assistência, mas como uma estratégia de
prevenção de problemas de saúde, inclusive mortes e
promoção da saúde física e mental da criança. Entre os
benefícios comprovados estão: prevenção de mortes;
infecção; hipotermia (temperatura baixa) e hipoglicemia
(glicose sanguínea baixa); diminuição da dor; melhora
de algumas funções vitais, como respiração, regulação
da temperatura e oxigenação; estímulo ao crescimento
da cabeça; diminuição do risco de reinternação após alta

xiii
Material protegido por direitos autorais
Eu, prematuro – Da colostroterapia aos cuidados em casa

da maternidade; e incentivo à amamentação. O livro


tem uma seção dedicada ao método Canguru, dando
informações e orientações sobre como praticar o método.
Outro aspecto enfatizado no livro refere-se ao aleitamento
materno, desde o início, após o nascimento, quando
muitas crianças não têm condições de mamar no peito,
até a ida ao seio e a manutenção da amamentação. Se o
aleitamento materno é importante para o recém-nascido
a termo, ele é mais importante ainda para o prematuro
devido à imaturidade de suas defesas contra doenças e
do desenvolvimento de seu cérebro. Além de todos os
benefícios conferidos pela amamentação e explicitados
neste livro, adicionam-se os seguintes, especificamente
para os prematuros: diminuição do risco de doenças graves,
como septicemia, enterocolite necrosante, retinopatia da
prematuridade e reinternação no primeiro ano de vida;
melhor desenvolvimento cerebral e promoção do vínculo
mãe-filho. Amamentar uma criança prematura pode
ser muito desafiador, mas, com certeza, o recadinho da
criança para a mãe que consta no livro é muito estimulador:
“Mamãe, chegou a hora tão sonhada! ... E eu vou poder
mamar”.
Com todas as informações, orientações e estímulo às boas
práticas no cuidado com a criança prematura contidos no
livro, fica evidente o quanto os cuidados de mães/pais/
famílias, que inicialmente se sentem impotentes não
sabendo o que podem fazer para ajudar os seus filhos
prematuros, são importantes e indispensáveis para o bom
crescimento e desenvolvimento da criança prematura.
Elsa Regina Justo Giugliani

xiv
Material protegido por direitos autorais
Eu, Bebê Prematuro

Olá! Eu sou Théo...


Olá! Eu sou o Théo...
Hoje eu venho contar a minha história:
Em versos e poemas ela está.
E, com a ajuda de profissionais,
Algumas dúvidas vou explicar.
Sou pequenininho, mas tenho muito
para falar.

Tudo começou...
Quando minha mãe, Ana, grávida ficou.
Toda minha família se alegrou e festejou.
No ventre da mamãe, eu me desenvolvia,
Lá tinha alimento, oxigênio, amor e alegria.

Material protegido por direitos autorais


Eu, prematuro – Da colostroterapia aos cuidados em casa

Mas, de repente, decidi me apressar.


Nasci antes do tempo, sou um bebê prematuro.
Foi um grande susto!
Eu não estava pronto para nascer:
Só tinha 26 semanas e 1.050 gramas!
E novas habilidades tive de aprender
Para fora do útero, continuar a crescer.

Minha mamãe, muito nervosa, começou a chorar


Eu pensei: Mamãe, pode se acalmar!
A UTI neonatal e seus profissionais irão nos ajudar.
Um espaço que imita o seu ventre vai me acolher,
Foi preparado para me ajudar a desenvolver.
A tecnologia disponível me auxiliará a sobreviver.
E tenha certeza, mamãe,
De que a equipe de profissionais que lá está,
De mim irá cuidar!

Mamãe, não vamos nos enganar,


Muitas dificuldades iremos encontrar:
Altos e baixos teremos de enfrentar.
Nossa estada nesse hospital poderá até se prolongar.
Tal qual uma montanha russa, nossos dias irão ficar,
E sentimentos diversos iremos experimentar.
Vamos ter fé e confiança, que isso tudo vai passar.
Um dia, a minha alta para casa irá chegar,
E com nossa família, juntinhos vamos ficar!
Graciete Oliveira Vieira
Camilla da Cruz Martins
Michelle de Santana Xavier Ramos
Tatiana de Oliveira Vieira

xvi
Material protegido por direitos autorais
Sumário

Seção 1
Conversando com a Mamãe
Sobre Colostroterapia 1
Camilla da Cruz Martins
Ellayne Souza Cerqueira
Jéssica Santos Passos Costa
Graciete Oliveira Vieira
Mara Viana Cardoso Amaral
Michelle de Santana Xavier Ramos
Simone Seixas da Cruz
Suelly Pinto Teixeira de Morais
Tatiana de Oliveira Vieira

Mamãe, Você Conhece a Colostroterapia?


Vou Explicar... 2
E o Colostro? Já Ouviu Falar? 3
Eu Ainda Não Mamo.
Como Posso Ter Seu Leite? 5
Hora de Retirar o Leite do Peito 7
Eu Não Estou Mais em Colostroterapia.
E Agora? 11
Mamãe, Não Estamos Sozinhos 13

Material protegido por direitos autorais


Eu, prematuro – Da colostroterapia aos cuidados em casa

Seção 2
Conhecendo os Cuidados com o
Recém-Nascido na UTI Neonatal 15
Meu Bebê Está na UTI Neonatal.
Tenho Tantas Dúvidas... 16
Lícia Maria Oliveira Moreira

Estou Preocupada com a


Respiração do Meu Filho 23
Tatiana de Oliveira Vieira
Lícia Maria Oliveira Moreira

Controle de Infecções:
Está em Nossas Mãos! 27
Tatiana de Oliveira Vieira
Lícia Maria Oliveira Moreira

Aleitamento Materno Exclusivo:


Primeira Opção 30
Maria José Guardia Mattar

Uso de Sonda para Alimentação 32


Maria José Guardia Mattar

Explicando a Icterícia e o Banho de Luz 34


Lícia Maria Oliveira Moreira

Eu Posso Ajudar o Meu Bebê com


Presença, Toque, Conversa... 39
Camilla da Cruz Martins
Michelle de Santana Xavier Ramos

xviii
Material protegido por direitos autorais
Eu, prematuro – Da colostroterapia aos cuidados em casa

Seção 3
Mamãe, Estou Indo
Para o Método Canguru! 43
Camilla da Cruz Martins
Michelle de Santana Xavier Ramos
Graciete Oliveira Vieira
Suelly Pinto Teixeira de Morais
Tatiana de Oliveira Vieira

O Que é o Método Canguru? 44


Como Praticar a Posição Canguru 46
Hora do Banho! 48
Como Fazer Troca de Fraldas 50
Mamãe, Fique Alerta Para os Sinais de Risco! 52
Chegou a Hora de Mamar! 54
Por Que Amamentar é Tão Importante? 55
Como Amamentar: Pega e Posição 56
Por Que Não Usar Chupeta e Mamadeira? 60
Mamãe, Vamos Falar Sobre o Ganho de Peso! 62

xix
Material protegido por direitos autorais
Eu, prematuro – Da colostroterapia aos cuidados em casa

Seção 4
Conhecendo os Cuidados
com o Recém-Nascido em Domicílio 65
Por Que Manter o Aleitamento Materno? 66
Maria José Guardia Mattar

A Arte de Amamentar 69
Maria José Guardia Mattar

Aleitamento Materno: Dúvidas e Soluções 71


Maria José Guardia Mattar

Uso de Leite Humano Ordenhado:


Como Extrair, Descongelar e Oferecer? 74
Maria Beatriz Reinert do Nascimento

Como Usar o Copinho Para Oferecer o Leite


Humano Ordenhado? 79
Graciete Oliveira Vieira
Maria José Guardia Mattar

Quando Introduzir Novos Alimentos? 82


Maria Beatriz Reinert do Nascimento

Saltos de Crescimento Existem? 88


Maria Beatriz Reinert do Nascimento

Como Acompanhar e
Estimular o Desenvolvimento? 91
Maria Beatriz Reinert do Nascimento

As Primeiras Vacinas 95
Maria Beatriz Reinert do Nascimento

Cuidados com a Exposição Solar


e Uso de Medicamentos de Rotina 99
Maria Beatriz Reinert do Nascimento

Cuidados com a Pele: Evitando Assaduras 102


Maria Beatriz Reinert do Nascimento

xx
Material protegido por direitos autorais
Eu, prematuro – Da colostroterapia aos cuidados em casa

O Meu Bebê Está Chorando Muito.


Isso Pode Ser Cólica? 106
Graciete Oliveira Vieira
Tatiana de Oliveira Vieira

Regurgitações em Crianças Amamentadas 109


Graciete Oliveira Vieira
Tatiana de Oliveira Vieira

Será Que o Intestino


do Meu Filho Está Normal? 113
Graciete Oliveira Vieira
Tatiana de Oliveira Vieira

Hora do Sono.... 116


Graciete Oliveira Vieira
Tatiana de Oliveira Vieira

Referências 121

xxi
Material protegido por direitos autorais
Material protegido por direitos autorais
Eu, prematuro – Da colostroterapia aos cuidados em casa
Seção 1
Conversando com a Mamãe Sobre
Colostroterapia

Mamãe, eu cheguei antes do tempo.


Prematuro, pequenino e indefeso estou.
Mas, com as gotinhas de colostro
Que aos pouquinhos eu vou tomar,
Forte e saudável poderei ficar.

Camilla da Cruz Martins


Ellayne Souza Cerqueira
Jéssica Santos Passos Costa
Graciete Oliveira Vieira
Mara Viana Cardoso Amaral
Michelle de Santana Xavier Ramos
Simone Seixas da Cruz
Suelly Pinto Teixeira de Morais
Tatiana de Oliveira Vieira
1
Material protegido por direitos autorais
Eu, prematuro – Da colostroterapia aos cuidados em casa

Mamãe, Você Conhece a Colostroterapia?


Vou Explicar...

Mamãe,
A colostroterapia é especial!
É um tratamento com benefícios
sem igual.
Assim que neste mundo eu chegar,
Gotinhas de colostro você pode me ofertar.
Não é um alimento que no estômago vai parar.

A colostroterapia como um remédio vai funcionar.


E, como todo remédio, tem horário para tomar.
De três em três horas, essas gotinhas
Os profissionais de saúde vão me dar.
Na hora certa, em seringa vai chegar,
E durante sete dias, essa terapia vai continuar.
Por isso, mamãe, colostro do seu peito você há de tirar.
Fica tranquila, que todos do hospital irão ajudar!

Nos cantinhos da minha boca, eles vão colocar


E as minhas bochechas aos pouquinhos vão molhar,
No lado direito e no esquerdo, as gotinhas vão estar.
Essa terapia, mamãe, pode minha saúde melhorar,
E mais rápido eu vou sair desse lugar.

2
Material protegido por direitos autorais
Eu, prematuro – Da colostroterapia aos cuidados em casa

E o Colostro? Já Ouviu Falar?

O colostro é o primeiro leite


Que do seu peito vai brotar.
Chega como se fosse uma calmaria,
Nos primeiros cinco dias
Depois que eu nascer.
Vem em pequenas quantidades,
Mas, tem tudo que eu preciso
Para me alimentar, crescer,
O meu peso aumentar
E meu corpo fortalecer.

Pode ter cor quase transparente,


Mas ele é especial.
Tem mais água e mais proteína
Que o leite que virá.
Mesmo que nos primeiros dias de vida
Eu não possa me alimentar,
Vou precisar desse leite inicial,
Pois nele existe uma proteína peculiar.

O nome dela é imunoglobulina A secretória,


Que, junto a outras células vivas de defesa,
No meu corpo irão atuar.
E contra doenças graves e infecções
Haverão de me defender,
Além de alergias me proteger.

3
Material protegido por direitos autorais
Eu, prematuro – Da colostroterapia aos cuidados em casa

Quando chegar no meu organismo,


A imunoglobulina A será como um tapete de proteção.
Além disso, também vai ajudar
Os meus órgãos a amadurecerem
E a minha saúde cada vez mais fortalecer,
Para que, logo que possível,
Eu possa no seu peito sugar.

Por isso, mamãe, mesmo ainda sem mamar,


Preciso dos benefícios do teu colostro,
Para me proteger e continuar a crescer.
Assim, gotinhas de teu colostro eu preciso receber!

4
Material protegido por direitos autorais
Eu, prematuro – Da colostroterapia aos cuidados em casa

Eu Ainda Não Mamo.


Como Posso Ter Seu Leite?

Mamãe,
Você já deve ter escutado
Que para o leite no peito chegar
O bebê precisa mamar!
Mas, fica esperta!
De muitas maneiras você pode ajudar:
Uma delas é o seu leite com frequência retirar,
Assim, eu poderei do colostro me beneficiar.

Sabe, mamãe,
A produção do leite nos primeiros dias é hormonal,
E para mantê-la viva
É preciso respeitar um ciclo fundamental.
Prolactina e ocitocina
São hormônios que nessa ciranda sempre vão rodar
Esses hormônios dependem
Do quão legal seu corpo e sua cabeça vão estar.

Também é importante lembrar


Que, como eu estou sem mamar,
Você mesma deve esse leite retirar.
E quando você do seu peito o colostro extrair,
Pense que será como se eu estivesse a mamar
E no quão bem e feliz eu vou ficar.

5
Material protegido por direitos autorais
Eu, prematuro – Da colostroterapia aos cuidados em casa

Sei que o cansaço e o desânimo vão chegar.


Por ter que o colostro do seu peito extrair.
Mas nem o cansaço, nem o desânimo vão nos impedir,
Sempre vamos insistir, vamos persistir!
Temos de ter força para conseguir.

Estamos juntos nessa, minha mamãe!


E juntos chegaremos lá!
Ah! E quando for me visitar,
Pode comigo conversar,
E até mesmo baixinho cantar,
Que vou estar a lhe escutar.

6
Material protegido por direitos autorais
Eu, prematuro – Da colostroterapia aos cuidados em casa

Hora de Retirar o Leite do Peito

Mamãe, eu vou dar algumas dicas


Para o leite do peito mais rápido chegar
Para ajudar na hora do leite
do peito retirar:
É importante sua mente tranquilizar,
E necessário seu coração acalmar,
Ah, pode confiar!
Juntinhos iremos conseguir.

Mamãe, tem até uma técnica


Que nesse processo pode ajudar:
O nome é Técnica de Marmet,
Foi criada por Chele Marmet
Na Califórnia, Estados Unidos.
São exercícios que você precisa aprender,
Para de uma forma prática e segura
O leite do teu peito retirar.

Tem dois passos: um ensina como massagear


E outro explica como o leite do peito retirar.
Se, no início, tiver dificuldade para realizar
Ou se não conseguir sozinha o leite extrair,
A equipe está sempre disposta a ajudar.
Eu sei que, insistindo, o seu leite vai chegar.
E, para mim, colostro não vai não faltar!

7
Material protegido por direitos autorais
Eu, prematuro – Da colostroterapia aos cuidados em casa

Técnica de Marmet
1º passo: massagear as mamas antes de retirar o leite

A. Posicionar os dedos em um ponto fixo da mama e


fazer massagem circular empurrando o peito contra as
costelas. Repetir esse movimento por alguns segundos
em cada ponto por todo o peito e ao redor da aréola.
Buscar os pontos endurecidos pela retenção de leite.
B. Fazer carícias ao redor do peito (sem pressionar), da
parte externa até o mamilo. Esse movimento favorecerá
e estimulará o reflexo de ejeção (saída) do leite.
C. Inclinar o tronco para frente e sacudir ligeiramente
o peito para cima e para baixo: a gravidade e esse movi-
mento ajudarão na ejeção (saída) do leite.

8
Material protegido por direitos autorais
Eu, prematuro – Da colostroterapia aos cuidados em casa

2º passo: retirar o leite com a mão

A. Posicionar o polegar e o indicador a uns 3 a 4 cm do


mamilo (não precisa coincidir com o final da aréola) fa-
zendo forma de “C” com as mãos, e sentir que sustenta
o peito com as mãos.
B. Empurrar o peito com os dedos para trás, contra as
costelas. Não separar os dedos, não os mova sobre a pele
e mantenha a forma de “C” com as mãos.
C. Comprimir ligeiramente os dedos polegar e indica-
dor, sem deslizar sobre a pele. Pressionar e soltar várias
vezes. Após esses movimentos deverão aparecer as pri-
meiras gotas de leite no mamilo.

9
Material protegido por direitos autorais
Eu, prematuro – Da colostroterapia aos cuidados em casa

Mamãe,
Você tem que ser paciente e praticar:
Mude a posição dos dedos, para todas as partes da
mama esvaziar talvez seja necessário repetir alguns
movimentos para o leite brotar.
E dos benefícios dele, eu me privilegiar.
Pense positivo! Vai dar tudo certo!
Estão cuidando direitinho de mim por aqui.

E, lembre-se:

• Descanse sempre que puder.


• Beba líquido regularmente (aproximadamente 2 li-
tros por dia).
• Use sutiã adequado (com alças largas, base firme
e não pode ter “aro” – aquele ferrinho que fica
embaixo do peito).
• Alimente-se bem.
• Estimule as mamas com frequência (massagean-
do, chacoalhando e extraindo as primeiras gotas
de leite).
• Fique sempre próxima de mim.
• Toque-me sempre que puder, assim fico calmo e
tranquilo.
• Cultive o nosso amor com o olhar.
• Acredite que você é capaz de produzir o melhor
remédio para o meu desenvolvimento: o colostro.
• Quando puder, faça a retirada do leite próxima a
mim, ao lado do meu leito na unidade neonatal.
• Procure a ajuda de profissionais, se sentir neces-
sidade.

10
Material protegido por direitos autorais
Eu, prematuro – Da colostroterapia aos cuidados em casa

Eu Não Estou Mais em Colostroterapia.


E Agora?

Mamãe, tenho uma novidade


para contar:
Completamos os 7 dias dessa
terapia especial,
Vencemos os primeiros obstáculos!
Obrigado por todo seu esforço,
Por tanto carinho e atenção.
Ah! Você conseguiu se doar de montão!

Cada dose do seu colostro foi importante


Funcionou como uma medicação.
Me protegeu, me deixou mais forte,
Encheu meu coração de gratidão.
Estou orgulhoso por você poder me ajudar!

Ah! Mamãe, quero lembrar:


Enquanto no seu peito eu não puder mamar,
O leite você deve continuar a retirar.
Faça isso em horário regular!
Assim, a sua produção de leite não diminuirá
E disponível estará para o dia em que seu peito eu sugar.
Pode ser cansativo, mas você conseguirá.

11
Material protegido por direitos autorais
Eu, prematuro – Da colostroterapia aos cuidados em casa

Se precisar de ajuda,
Os profissionais de saúde estão preparados para auxiliar.
Aguenta mais um pouquinho, mamãe!
Carinho, dedicação, atenção e doação
Vão ajudar na minha recuperação.
Essas coisas não são compradas,
Elas vêm lá do coração.

12
Material protegido por direitos autorais
Eu, prematuro – Da colostroterapia aos cuidados em casa

Mamãe, Não Estamos Sozinhos

Tivemos cuidados dos médicos,


da enfermagem
E também de uma equipe
multiprofissional.
Todos bem preparados,
na presteza de um cuidado humanizado sensacional.
Isso foi fundamental!

Quando eu cheguei, fiquei muito assustado.


Mas, quando pelas janelinhas de minha nova morada
O seu olhar eu encontrei,
E quando sua voz escutei, eu me apaixonei!
Quando aquelas gotinhas de leite na minha boca pingaram,
Me animei, me alegrei e vibrei!
Tive a certeza de que, com a ajuda de todos,
E, talvez, de mais alguma tecnologia,
Eu iria sobreviver e crescer.

Mamãe, amanhã será outro dia, tudo vai mudar!


As barreiras do dia a dia vou superar.
A cada semana eu vou me desenvolver um tantão!
E juntos vamos ficar, quanta emoção!
Você é guerreira! Você é demais!
Gosto de você cada dia mais!

13
Material protegido por direitos autorais
Material protegido por direitos autorais
Eu, prematuro – Da colostroterapia aos cuidados em casa
Seção 2
Conhecendo os Cuidados com o
Recém-Nascido na UTI Neonatal

Ontem eu estava dentro do seu ventre


Hoje eu estou dentro de uma incubadora,
Uma caixa bem quentinha.
Esse equipamento regula minha temperatura
E diminui a passagem de luz e de barulho lá
de fora.

Não é confortável como o seu útero,


E pelas portinhas você poderá me ver e tocar.
Mamãe, muitos outros aparelhos e cuidados
Também vão me ajudar a sobreviver.
Temos muito o que conversar...

15
Material protegido por direitos autorais
Eu, prematuro – Da colostroterapia aos cuidados em casa

Meu Bebê Está na UTI Neonatal.


Tenho Tantas Dúvidas...
Lícia Maria Oliveira Moreira

Mamãe, eu sei que você tem


muitas dúvidas.
E alguns profissionais de saúde
poderão nos ajudar.
Eles sabem muito sobre cuidados
de UTI
E tudinho vão nos explicar,
Para as nossas dúvidas tirar!

Alguns bebês que nascem prematuros precisam de ajuda


para completar o seu desenvolvimento. Assim, após o
nascimento, são internados na UTI neonatal, ou seja, na
unidade de terapia intensiva, que dispõe de profissionais
treinados e de materiais especiais para ajudar o prema-
turo a executar algumas funções que ele precisa para so-
breviver fora do útero.

Quem vai cuidar do bebê na UTI neonatal?


Uma equipe multidisciplinar vai assistir e cuidar do re-
cém-nascido na UTI neonatal. Além dos médicos neona-
tologistas e de médicos de outras especialidades, existem
enfermeiros, técnicos de enfermagem, fisioterapeutas,
fonoaudiólogos, nutricionistas, terapeutas ocupacionais,
assistentes sociais e psicólogos: todos altamente qualifi-
cados e treinados para cuidarem dele da melhor maneira.

16
Material protegido por direitos autorais
Eu, prematuro – Da colostroterapia aos cuidados em casa

O que significa nascer prematuro?


Significa nascer antes de completar 37 semanas de ida-
de gestacional, ou seja, nascer antes do tempo adequado
para concluir a sua formação e desenvolvimento. Por isso
são imaturos e precisam de ajuda para desenvolverem al-
gumas funções básicas de sobrevivência. Bebês que nas-
cem antes do tempo podem ter dificuldade de executar
ações, como: lembrar-se de respirar, captar o oxigênio
do ar, distribuir o sangue pelo corpo, controlar a própria
temperatura, sugar o leite materno e coordenar o ato de
sugar com o de engolir e o de respirar.

Quem são os recém-nascidos que têm indicação de


internação na UTI neonatal?
Além dos recém-nascidos prematuros de peso mui-
to baixo, peso igual ou inferior a 1.500 gramas, outros
também se incluem nesse grupo, como: aqueles com
malformações; os que precisam de cirurgia, aqueles que
têm asfixia perinatal (sofrimento no período próximo
ao nascimento que leva à falta de oxigênio no organis-
mo); aqueles com síndromes genéticas; com problemas
de coração; com peso de nascimento inferior ou além
do previsto para a idade gestacional, os que têm doen-
ças respiratórias e muitas outras. Enfim, todo bebê com
alguma alteração de média a alta gravidade, com riscos
cardíacos, respiratórios, circulatórios, digestivos, nutri-
cionais, neurológicos ou hematológicos e que precisem
de ajuda para sobreviver ou se desenvolver. Quando o
bebê está internado na UTI neonatal, ele pode ter uma
ou mais dessas situações.

17
Material protegido por direitos autorais
Eu, prematuro – Da colostroterapia aos cuidados em casa

Como os recém-nascidos são cuidados na UTI neonatal?


A equipe da UTI neonatal vai assistir o bebê com aten-
ção individualizada e humanizada. A equipe se anteci-
pará às necessidades do bebê e respeitará seus sinais e
pedidos. Ele terá um cuidado exclusivo, adequado para
atender as suas necessidades individuais. É preciso en-
tender que os procedimentos, os aparelhos utilizados,
os exames realizados, as manipulações e as respostas de
cada bebê não são iguais, por isso os cuidados podem ser
diferentes entre um e outro recém-nascido.

Por que tantos aparelhos, tantos fios e alarmes?


Além de valorizar os sinais e padrões vitais no exame
físico, para que a equipe possa antecipar ações de cui-
dado, o bebê ficará sob monitorização de aparelhos, ou
seja, haverá fios, aparelhos e monitores conectados ao
seu corpo para medir de forma segura a frequência e
atividade cardíaca, os movimentos respiratórios, o ní-
vel de oxigênio, a temperatura, parâmetros digestivos
e neurológicos. Um cuidado especial é controlar a dor
do recém-nascido. Alguns bebês também podem estar
conectados a aparelhos que avaliam a função cerebral e
convulsões.
Enquanto houver monitorização com aparelhos, a equi-
pe do hospital ficará atenta a eles. Os alarmes são si-
nalizações e nem sempre significam que o bebê piorou;
às vezes ele está só se mexendo ou o aparelho saiu da
posição adequada para conseguir leitura.

18
Material protegido por direitos autorais
Eu, prematuro – Da colostroterapia aos cuidados em casa

Como a família pode ajudar seu filho durante a


internação na UTI neonatal?
A equipe da UTI neonatal buscará o tratamento da do-
ença básica do bebê fornecendo a melhor assistência para
que ele sobreviva e se desenvolva bem. Nesse quesito, a
participação dos pais é fundamental. Serão acolhidos e
apoiados pela equipe e poderão ter acesso ao atendimen-
to da equipe multidisciplinar para aprenderem compor-
tamentos necessários para o tratamento do seu bebê. Por
exemplo, poderão ser atendidos pelo serviço social, pelo
serviço de psicologia, além de receberem orientações e
o treinamento das equipes de enfermagem, fisioterapia,
fonoaudiologia, terapia ocupacional e banco de leite hu-
mano, dentre outros.

Os pais vão aprender a identificar os sinais do seu


filho?
Ao longo do internamento, os pais terão diversas opor-
tunidades de aprenderem com o filho! Serão convidados
a valorizarem os sinais, o comportamento, a atividade,
o padrão de sono, respiração, cor da pele, o formato e
tamanho da cabeça, da barriga, dos membros, cada de-
talhe de seu bebê. É muito importante que entendam e
conheçam o seu filho além dos aparelhos, pois assim será
em casa.

19
Material protegido por direitos autorais
Eu, prematuro – Da colostroterapia aos cuidados em casa

Nem sempre os pais entendem o que está


acontecendo!
A equipe médica é a responsável por dar notícias aos
pais. Ela sempre vai dizer tudo o que está acontecendo
com o bebê, vai falar sobre o passado e, sobretudo, do
momento atual, o hoje, o real. Não tentará adivinhar o
futuro. Logo, perguntas sobre chances, sobre o que pode
acontecer, sobre o que vai acontecer e previsões de datas
podem não ter respostas imediatas. Nos boletins médi-
cos, a equipe vai responder às dúvidas e perguntas dos
pais, de forma sincera, clara, baseada em fatos e também
em conhecimentos da literatura médica.

Os pais querem saber toda a verdade! O bebê corre


risco de morrer?
O desejo da equipe é de sempre comunicar boas notí-
cias. Contudo, os médicos também darão as más notí-
cias, sempre que for necessário. A equipe sofre junto
com os pais diante de notícias ruins, mas é um direi-
to da família e uma conduta da equipe que ela saiba e
compreenda exatamente o que o bebê está passando.
Esse conhecimento permitirá que os pais ajudem o filho,
façam parte da equipe de cuidado na UTI neonatal e,
principalmente, conheçam bem o filho para cuidarem
dele fora do hospital.
Os pais devem procurar saber da equipe da unidade
onde seu filho está internado quais são as rotinas espe-
cíficas do setor, como: horário de boletim médico, pro-
cedimentos para extração de leite materno, normas para
acompanhantes, permissão de visitas etc., e tirar todas
as dúvidas com a equipe.

20
Material protegido por direitos autorais
Eu, prematuro – Da colostroterapia aos cuidados em casa

Quando o bebê sairá da UTI neonatal?


O bebê sairá da UTI neonatal quando estiver clinica-
mente bem, estável, sem quedas na oxigenação, sem
apneia (que é a pausa da respiração por tempo igual ou
superior a 20 segundos), com peso e idade gestacional
adequados e seguros para transferência para as unidades
de tratamento de doenças de menor complexidade.

Para onde o bebê vai quando sai da UTI neonatal?


Os bebês que melhoram suficientemente e atingem peso
e idade mínimos para sair da UTI neonatal, mas que
ainda precisam concluir o tratamento internados, serão
transferidos para outras unidades do hospital, geralmen-
te para a unidade de cuidados intermediários neonatais,
que pode ser convencional ou do método Canguru. Mas
também podem ir para o alojamento conjunto ou mes-
mo para a enfermaria pediátrica: vai depender do nível
de cuidado de que ele irá precisar.

O que é preciso para o bebê ter alta hospitalar?


Ao sair da UTI neonatal, o destino do bebê pode ser a sua
casa, ou seja, recebe a desejada alta hospitalar. Para tan-
to, o bebê precisa apresentar estabilidade clínica, peso
adequado, estar ganhando peso, com idade gestacional
corrigida igual ou superior a 35 semanas e coordenando
adequadamente a sucção e a deglutição.

21
Material protegido por direitos autorais
Eu, prematuro – Da colostroterapia aos cuidados em casa

Será que os pais vão dar conta de saber cuidar do


bebê após a alta?
Os pais devem estar treinados no cuidado com o bebê,
entendendo as suas necessidades, sabendo dar o banho,
os cuidados higiênicos, além de bem envolvidos e segu-
ros em relação ao aleitamento materno. Serão orientados
quanto ao acompanhamento especializado de puericul-
tura. Crianças prematuras que tiverem acesso ao método
Canguru no ambiente hospitalar e tiverem oportunidade
de acompanhamento em serviços de follow-up, ou seja,
acompanhamento ambulatorial do método Canguru, po-
derão ter alta hospitalar com menor peso, conforme as
rotinas de cada serviço.

Papais e mamães,
Estar com o bebê em uma UTI neonatal pode ser um
grande desafio. Seu filho pode ter um caminho mais ou
menos longo de permanência e exigir muita calma. Mas,
confiem na equipe, procurem estar próximos, tirem suas
dúvidas, pois todos estarão empenhados em fazer o me-
lhor para que seu bebê fique bem e logo vá para casa
com vocês.
Boa sorte!

22
Material protegido por direitos autorais
Eu, prematuro – Da colostroterapia aos cuidados em casa

Estou Preocupada com a


Respiração do Meu Filho
Tatiana de Oliveira Vieira
Lícia Maria Oliveira Moreira

Mamãe, eu nasci antes do tempo


Antes de o meu pulmão
amadurecer
E para respirar bem, vou ter
de aprender.
Pode ser bem rapidinho,
Mas, também, pode demorar um bocadinho.
Da ajuda de aparelhos posso precisar,
De tudo eu vou fazer para melhorar.
Estou aqui para lutar!

Sei que com sua ajuda vou contar,


Cante para mim aquela musiquinha de ninar
Para minha ansiedade controlar.
Na UTI neonatal, com uma equipe multiprofissional,
vamos estar
E de muitos cuidados poderemos desfrutar.
Aos pouquinhos, os obstáculos vamos superar.
E, com orgulho, cada vitória poderemos comemorar!

23
Material protegido por direitos autorais
Eu, prematuro – Da colostroterapia aos cuidados em casa

Por que o bebê tem dificuldade para respirar?


O principal motivo da dificuldade de respirar é a pre-
maturidade. Quando o bebê nasce antes de concluir a
formação e o amadurecimento de todos os órgãos, não
consegue cumprir algumas funções sozinho. Por exem-
plo: o pulmão não oxigena bem o sangue e o cérebro não
comanda bem os movimentos de respiração. Às vezes,
até se esquece de respirar, então ele muda de cor, fica
pálido ou roxo e diminui os batimentos do coração. A
equipe vai vigiar e ajudar quando for preciso.

O bebê pode respirar sozinho? Ele vai precisar da


ajuda de aparelhos para respirar?
Quando o recém-nascido consegue respirar sozinho, a
equipe vai apenas vigiá-lo; mas, se for necessário, vai
oferecer oxigênio extra através de uma mangueira (ca-
teter de oxigênio) próxima ao nariz ou com uso de um
capacete envolvendo sua cabeça (halo de oxigênio). Por
vezes, além de oxigênio, a equipe também vai oferecer
pressão positiva de ar para os pulmões: isso pode ser
feito via ventilação não invasiva, em que o bebê respira
espontaneamente, e tubos de silicone são colocados no
seu nariz (pronga nasal), ou uma máscara é colocada so-
bre sua boca e nariz (máscara facial) oferecendo pressão
contínua de ar.

24
Material protegido por direitos autorais
Eu, prematuro – Da colostroterapia aos cuidados em casa

E se ele não melhorar?


Quando o bebê precisa de uma ajuda maior, será feita
a ventilação invasiva com um tubo orotraqueal, que é
colocado na cavidade oral e conectado a um ventilador.
A equipe vai escolher o melhor aparelho e o método
mais adequado para ventilar o bebê! Ao encontrar equi-
pamentos de respiração conectados ao seu filho, os pais
entenderão que ele está recebendo ajuda para respirar.
Sempre que for necessário, a equipe vai ampliar ou re-
duzir a complexidade da ajuda. Todos querem ver o bebê
respirando sozinho e com toda segurança.

Como a equipe da UTI neonatal pode ajudar o bebê


além dos aparelhos?
Existem várias formas de ajudar. A equipe multidiscipli-
nar enfrenta junto com o bebê um grande desafio: criar
um ambiente que imite o útero para que o pulmão se
desenvolva sem sequelas após o nascimento prematuro.
Médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, nutrólogos, nu-
tricionistas, toda a equipe atua junto para: favorecer
o bom crescimento e desenvolvimento; controlar in-
fecções; ajustar a quantidade de sangue que vai para o
pulmão; vigiar se o coração e os vasos estão conseguin-
do distribuir sangue adequadamente por todo o corpo;
além do controle de temperatura. Diferentes remédios
podem ser necessários para conseguir a melhora do bebê
e estabilidade clínica.
É muito importante evitar o uso excessivo de oxigênio,
pois ele pode provocar reações em vasos e órgãos em
desenvolvimento, causando doenças nos bebês – a mais
conhecida delas é a broncodisplasia pulmonar.

25
Material protegido por direitos autorais
Eu, prematuro – Da colostroterapia aos cuidados em casa

Com 1 mês de vida, o bebê poderá respirar sem a


ajuda de aparelhos?
Vai depender da “idade gestacional corrigida”.
Por exemplo, Théo nasceu com 26 semanas; logo, 14 se-
manas antes do esperado. Quando Théo já tiver vivido 1
mês, ele terá apenas 30 semanas de gestação (portanto,
10 semanas antes do esperado para nascer), e poderá,
ainda, precisar de ajuda para respirar.

Então, como os pais podem ajudar?


O carinho e o amor ajudarão muito o bebê a se desen-
volver.
É importante que os pais façam todas as perguntas que
surgirem, pois nenhuma inquietação da família é boba.
Além disso, estudos indicam que o uso da terapia oral
com colostro reduz o tempo de uso de oxigênio e reduz
os riscos de pneumonia associada à ventilação mecânica
e broncodisplasia pulmonar. A mamãe também deve re-
alizar a extração do leite materno porque, se oferecido
ao bebê, vai ajudá-lo a se desenvolver melhor!

26
Material protegido por direitos autorais
Eu, prematuro – Da colostroterapia aos cuidados em casa

Controle de Infecções:
Está em Nossas Mãos!
Tatiana de Oliveira Vieira
Lícia Maria Oliveira Moreira

Cuidados especiais todos devem adotar:


Um deles é as mãos sempre lavar
Todas as vezes que forem me tocar;
Também quando tocarem nos objetos
do leito hospitalar,
Para a danada da infecção evitar!
E, mais rápido, peso e maturidade eu alcançar,
Para mais cedo em casa eu chegar!

A adequada higiene das mãos colabora para salvar vidas!


A limpeza frequente vai impedir que o bebê tenha con-
tato com germes hospitalares que, quando entram no
corpo do bebê, podem causar infecções graves. Também
vai evitar que os pais levem esses germes para casa e para
outras pessoas.

27
Material protegido por direitos autorais
Eu, prematuro – Da colostroterapia aos cuidados em casa

O que são os germes? Todos são perigosos?


Os germes são as bactérias, os vírus, os fungos, dentre
outros. São seres vivos que só conseguimos enxergar
com a ajuda de lentes de aumento, mas é certo que eles
estão em todo lugar, inclusive em nosso corpo, em nossa
pele e em nosso intestino.
Nem todos os germes nos deixam doentes. Uma forma
de evitar que o seu bebê entre em contato com germes
que o deixam doente é praticar o aleitamento materno,
além de sempre fazer a adequada higiene/lavagem das
mãos.

Quais os produtos que podem ser usados para limpar


as mãos?
Usar água e sabão líquido na lavagem das mãos, prin-
cipalmente se tiver contato com sangue ou secreções.
Além disso, pode usar também álcool a 70% para friccio-
nar as mãos antes e após qualquer contato com o bebê.

Quem vai cuidar do bebê também precisa higienizar


as mãos?
A equipe tem de lavar as mãos e/ou usar álcool a 70%.
Assim, os médicos neonatologistas, médicos de outras es-
pecialidades, nutricionistas, enfermeiros, técnicos de en-
fermagem, fisioterapeutas, fonoaudiólogos e técnicos de
laboratório terão de fazer higiene das mãos antes e depois
de tocarem e de realizarem procedimentos com bebês.

Existe técnica para lavar as mãos?


Sim, existe técnica que será explicada a seguir. Provavel-
mente, existem cartazes espalhados pelo hospital, com
ilustrações. Vamos, juntos, salvar vidas!

28
Material protegido por direitos autorais
Eu, prematuro – Da colostroterapia aos cuidados em casa

1. Abrir a torneira e molhar as mãos, evitando encos-


tar-se na pia.
2. Aplicar na palma da mão quantidade suficiente de
sabonete líquido para cobrir todas as superfícies
das mãos (seguir a quantidade recomendada pelo
fabricante).
3. Ensaboar as palmas das mãos, friccionando-as en-
tre si.
4. Esfregar a palma da mão direita contra o dorso da
mão esquerda entrelaçando os dedos, e vice-versa.
5. Entrelaçar os dedos e friccionar os espaços interdi-
gitais (entre os dedos).
6. Esfregar o dorso dos dedos de uma mão com a
palma da mão oposta, segurando os dedos, com
movimento de vai e vem, e vice-versa.
7. Esfregar o polegar direito com o auxílio da palma
da mão esquerda, utilizando movimento circular,
e vice-versa.
8. Friccionar as polpas digitais e unhas da mão es-
querda contra a palma da mão direita, fechada em
concha, fazendo movimento circular, e vice-versa.
9. Esfregar o punho esquerdo com o auxílio da palma
da mão direita, utilizando movimento circular, e
vice-versa.
10. Enxaguar as mãos, retirando os resíduos de sabo-
nete. Evitar contato direto das mãos ensaboadas
com a torneira.
11. Secar as mãos com papel toalha descartável, ini-
ciando pelas mãos e seguindo pelos punhos. No
caso de torneiras com contato manual para fecha-
mento, sempre utilizar papel-toalha.

29
Material protegido por direitos autorais
Eu, prematuro – Da colostroterapia aos cuidados em casa

Aleitamento Materno Exclusivo:


Primeira Opção
Maria José Guardia Mattar

De uma coisa preciosa novamente


iremos falar:
Pelo aleitamento materno exclusivo
vamos optar.
É a melhor escolha para a boa saúde
eu alcançar!
Eu sei que fácil não será;
Mas juntos vamos lutar e não desanimar!

A Organização Mundial de Saúde (OMS) define como


aleitamento materno exclusivo quando o bebê recebe
leite exclusivamente materno, direto da mama ou ex-
traído da mama, ou leite humano de banco de leite hu-
mano, sem outros líquidos ou sólidos, com exceção de
medicamentos, gotas ou xaropes contendo vitaminas e
sais de reidratação oral.

Por que aleitamento materno exclusivo?


A melhor forma de alimentar um recém-nascido é com
o leite da própria mãe; principalmente se ele for prema-
turo. As pesquisas demonstram que a mãe do prematuro
produz um leite diferente da mãe do recém-nascido que
nasce no tempo previsto (a termo) para atender melhor
as suas necessidades de nutrição e de proteção contra
infecções.

30
Material protegido por direitos autorais
Eu, prematuro – Da colostroterapia aos cuidados em casa

O que este leite tem de diferente?


Tem mais proteína, menos lactose (açúcar do leite),
maior quantidade de fatores de proteção, anticorpos e
outras substâncias que ajudarão no desenvolvimento do
cérebro e intestino.

Como assim o leite materno tem anticorpos?


Sim, o leite materno tem anticorpos contra muitas bac-
térias que provocam infecção. A presença da mãe den-
tro da unidade neonatal e seu contato com germes des-
sa unidade favorece a produção de anticorpos pelo seu
sistema imunológico contra algumas bactérias hospitala-
res. Esses anticorpos passarão para o leite e protegerão o
bebê contra infecções.

O que a mãe pode fazer para ajudar?


Quando a mãe está separada do bebê, deve iniciar a reti-
rada do seu leite com as mãos ou com bomba de extra-
ção o mais precoce possível. Deverá fazer a retirada em
torno de 15 a 20 minutos ao menos 6 a 8 vezes nas 24
horas, incluindo pelo menos 1 vez à noite.

Quanto de leite o bebê vai precisar?


A meta principal é que a mãe consiga um volume de
pelo menos, 500 a 700 mL por semana, para quando seu
bebê estiver mamando um volume maior, ela ter uma
produção suficiente e o bebê receber a alta hospitalar
em aleitamento materno exclusivo.

Por quanto tempo o bebê deve mamar?


A recomendação é de aleitamento materno nos primei-
ros 2 anos de idade ou mais, sendo os 6 primeiros meses
de vida em aleitamento materno exclusivo e, a partir daí,
complementado por outros alimentos saudáveis.

31
Material protegido por direitos autorais
Eu, prematuro – Da colostroterapia aos cuidados em casa

Uso de Sonda para Alimentação


Maria José Guardia Mattar

Mamãe, por eu ser prematuro,


Algumas dificuldades vou
ter de enfrentar.
Antes de no seu peito mamar,
O seu leite, por sonda,
os profissionais de saúde vão me ofertar
Até eu aprender a sugar
E coordenar o engolir e o respirar
Para não engasgar.
Você e toda a equipe vão me estimular
Para logo no seu peito eu mamar!

Por que alguns bebês prematuros não podem mamar


no peito?
Os recém-nascidos prematuros menores que 34 sema-
nas de idade gestacional podem apresentar dificuldade
de coordenação da sucção, deglutição e respiração. Por-
tanto, inicialmente, poderão ter dificuldade de sugarem
diretamente no peito.

Quando isso acontece, como o bebê vai tomar o leite?


Se o bebê apresentar essa dificuldade, o leite será ofere-
cido por meio de uma sonda orogástrica (tubo fino flexí-
vel que passa pela boca e chega até o estômago) ou sonda
nasogástrica (que passa pelo nariz e também chega até
o estômago), que permitem a alimentação e também a
administração de medicamentos.

32
Material protegido por direitos autorais
Eu, prematuro – Da colostroterapia aos cuidados em casa

Técnica de gavagem oferecida pela mãe.

Como a mãe pode ajudar?


A mamãe deverá retirar o seu leite à beira do leito do seu
bebê e a equipe neonatal vai oferecê-lo ao seu filho. Não
se preocupe! A equipe de enfermagem seguirá todas as
normas de segurança recomendadas pela Rede Brasileira
de Bancos de Leite Humano. Com o passar do tempo,
quando o seu bebê apresentar sinais de que já sabe coor-
denar a sucção, deglutição e respiração, poderá mamar
no peito.

Extração à beira do leito.

33
Material protegido por direitos autorais
Eu, prematuro – Da colostroterapia aos cuidados em casa

Explicando a Icterícia e o Banho de Luz


Lícia Maria Oliveira Moreira

Mamãe, sabia que minha pele


Amarelinha pode ficar?
Sobre a icterícia a doutora
agora vai explicar
E dúvidas vai tirar.
Vou ficar sob banho de luz especial
Para melhorar!

O que é icterícia neonatal?


A icterícia é a coloração amarelada ou alaranjada da pele
e da parte branca dos olhos e mucosas da boca do bebê.
A icterícia é muito comum, geralmente surge após as
primeiras 24 horas de vida, e pode aumentar até o 4º dia
de vida, desaparecendo próximo ao 10º dia. Nos recém-
-nascidos prematuros, pode ser mais intensa e permane-
cer por período mais prolongado.

Qual a causa da icterícia neonatal?


Todos os bebês produzem bilirrubina, pigmento amare-
lo. A icterícia acontece quando a bilirrubina atinge níveis
aumentados no sangue, seja pela produção aumentada
ou porque os recém-nascidos não conseguem eliminar
do corpo toda a bilirrubina produzida.

34
Material protegido por direitos autorais
Eu, prematuro – Da colostroterapia aos cuidados em casa

Todos os bebês que têm icterícia têm doença de


fígado?
Não. A icterícia mais comum acontece porque o fíga-
do ao nascimento ainda é imaturo e não executa bem
suas funções, e a chamamos de “icterícia fisiológica”,
manifestação muito frequente e normal, principalmente
nos bebês prematuros. Quase todos os bebês têm algum
grau de icterícia nos primeiros dias de vida, isso não sig-
nifica que estejam doentes.

Existem outras causas que podem provocar icterícia?


Sim. Existem muitas causas de icterícia no primeiro mês
de vida. Uma das mais frequentes é a diferença entre o
tipo de sangue da mãe e o do bebê (incompatibilidade
ABO ou Rh), que pode ser mais grave e mais prolongada,
exigindo tratamento. Além disso, os bebês podem ficar
ictéricos devido a várias outras doenças, como: infecção e
inflamação do fígado (hepatites) ou, ainda, devido à obs-
trução de canais do fígado (atresia de vias biliares), que
tem como característica a eliminação de fezes claras.

Como diagnosticar a icterícia?


Após o nascimento, na maternidade, o pediatra examina-
rá seu bebê todos os dias. Se identificar cor amarelada, vai
realizar exames auxiliares para descobrir se a quantidade
de bilirrubina no corpo do bebê está muito alta.
Existe um exame não doloroso, não invasivo, em que o
profissional de saúde encosta um aparelho na pele do
bebê e mede o valor da bilirrubina de forma transcutâ-
nea (através da pele). Se necessário, o pediatra indicará
tratamento e exames subsequentes que serão realizados
através de coletas de sangue.

35
Material protegido por direitos autorais
Eu, prematuro – Da colostroterapia aos cuidados em casa

Como é feito o tratamento?


Conforme o valor da bilirrubina, na maioria dos casos,
nenhum tratamento é necessário, e a icterícia melhora
espontaneamente. Quando precisar tratar, inicialmen-
te o bebê fará “fototerapia”, que é ficar em “banho de
luz” em um aparelho de lâmpadas especiais. O bebê
ficará sem roupas, apenas com fraldas, o maior tempo
possível para garantir maior superfície de pele exposta
à luz. Os olhos serão protegidos da exposição direta à
luz. A fototerapia, quando indicada, não pode ser feita
em casa e não consegue ser substituída por “banho de
sol”.

Fototerapia.

36
Material protegido por direitos autorais
Eu, prematuro – Da colostroterapia aos cuidados em casa

Como a luz da fototerapia pode ajudar a melhorar a


icterícia?
A luz especial modifica a estrutura da bilirrubina que
está próxima da pele e facilita a sua eliminação do cor-
po. Esse tratamento é necessário por um ou dois dias
nos recém-nascidos que nasceram no tempo previsto (a
termo), podendo ter duração maior nos bebês prema-
turos ou naqueles que apresentam níveis muito altos de
bilirrubina.

Como eu posso saber se o meu bebê está com


icterícia?
Em bebês nascidos no tempo certo, inicialmente, o rosto
ficará amarelo, depois o tórax e, a seguir, o abdome e as
pernas. Por fim, a cor amarela pode atingir as palmas das
mãos e a planta dos pés. Para avaliar a cor do bebê, a mãe
deve seguir os seguintes passos:
1. Procurar um local com luz natural, evitando roupas
amarelas no momento do exame.
2. Pressionar levemente, com a ponta do seu dedo, a
ponta do nariz ou a testa. Se a pele parecer branca
(isto é verdade para recém-nascidos de qualquer cor
de pele), não há icterícia.
3. Colocar o braço do bebê perto do rosto, pressionar
levemente ambos, e comparar, se a cor do braço esti-
ver tão amarela quanto a do rosto, procurar o médico
para examinar e tirar dúvidas.

37
Material protegido por direitos autorais
Eu, prematuro – Da colostroterapia aos cuidados em casa

Quais são os sinais de alerta?


A mãe deve ficar atenta para: pele e mucosas amarela-
das, urina mais escura e fezes mais claras. Quando a ic-
terícia é muito grave, o bebê pode ter, ainda, dificuldade
de sugar, desinteresse por comer, sonolência excessiva e
até uma rigidez nos músculos, assumindo uma posição
estranha. É importante saber que as icterícias prolon-
gadas por 2 a 3 semanas devem ser sempre investigadas
pelo pediatra: ele vai saber orientar!

A icterícia dos primeiros dias de vida pode se


complicar?
Sim. Quando a bilirrubina está muito elevada e não é
tratada em tempo ideal, pode causar uma patologia de-
nominada Kernicterus, que é o depósito de bilirrubina
no cérebro, o que pode causar problemas neurológicos.
Outra complicação é para o fígado. Assim, se o seu bebê
estiver com a cor amarelada, procure um médico para
avaliar e orientar.

“Caso seu bebê esteja com as fezes esbranquiçadas, tipo


massa de pedreiro, deve procurar imediatamente um
serviço de pediatria para investigar, pois condutas deve-
rão ser tomadas com brevidade”.

38
Material protegido por direitos autorais
Eu, prematuro – Da colostroterapia aos cuidados em casa

Eu Posso Ajudar o Meu Bebê com


Presença, Toque, Conversa...
Camilla da Cruz Martins
Michelle de Santana Xavier Ramos

Mamãe, você pode me tocar


E, baixinho, comigo conversar
Aquela nossa canção de ninar
Você pode cantarolar
E, juntos, vamos nos alegrar!

O nascer prematuro constitui-se um verdadeiro desafio


para a família, tanto em termos emocionais quanto fí-
sicos. E, muitas vezes, os pais ou acompanhantes que
estão vivenciando esse momento de vulnerabilidade não
entendem o que acontece em uma UTI neonatal, nem
como podem colaborar com os cuidados clínicos do re-
cém-nascido.

Na UTI, os pais são uma visita?


Os pais não são visitas na UTI neonatal! O acesso livre
dos pais, sem restrições de horário e tempo de perma-
nência, é garantido pela Lei nº 13.257, de 8 de março de
2016, como um direito que: a) fortalece o vínculo afe-
tivo com o recém-nascido; b) reduz o estresse parental
e familiar causado pela hospitalização; e c) desenvolve
nos pais o sentimento de pertencimento, competência e
autoconfiança para o cuidado.

39
Material protegido por direitos autorais
Eu, prematuro – Da colostroterapia aos cuidados em casa

Os pais ajudam o seu filho com sua participação?


Sim. A atuação e proatividade dos pais na unidade neo-
natal facilita o reconhecimento das peculiaridades do
seu bebê e ajuda a fortalecer o vínculo afetivo, que pode
ser reforçado, inicialmente, com leves toques, canções
e conversas em baixos tons de voz, de forma afetuosa e
carinhosa.

Os pais podem participar do cuidado do seu filho?


Sim. A aproximação progressiva facilita o contato e a
colaboração com os cuidados de rotina do bebê, como:
banho, troca de fralda, administração da alimentação,
dentre outros. E caso o recém-nascido já apresente es-
tabilidade clínica, os pais podem iniciar o contato pele a
pele, através da posição canguru, técnica utilizada para
estimular o sistema sensorial, promover o desenvolvi-
mento cerebral, favorecer a manutenção do controle da
temperatura do corpo, reduzir o estresse e a dor dos re-
cém-nascidos.

40
Material protegido por direitos autorais
Eu, prematuro – Da colostroterapia aos cuidados em casa

Existe algum outro benefício?


Sim, muitos outros, por exemplo: o contato pele a pele
com a mãe também estimula o estabelecimento do alei-
tamento materno de forma precoce, bem como a ade-
quada frequência e duração das mamadas, de forma a
garantir todos os benefícios que essa prática alimentar
proporciona. Em outros capítulos, falaremos um pouco
mais sobre o aleitamento materno!

Outras pessoas também podem acompanhar um bebê


na UTI neonatal?
Sim, a presença e atuação dos responsáveis nesse am-
biente influencia a melhora clínica do bebê. Além disso,
o envolvimento dos pais e familiares nos cuidados de
rotina do recém-nascido na unidade neonatal associado
ao atendimento humanizado de boa qualidade favorece
maior desenvolvimento neurológico do prematuro.

41
Material protegido por direitos autorais
Material protegido por direitos autorais
Eu, prematuro – Da colostroterapia aos cuidados em casa
Seção 3
Mamãe, Estou Indo
Para o Método Canguru!

Oi, mamãe, bom dia!


Hoje tem novidade que ouvi a tia comentar...
Para a Unidade Canguru iremos nos mudar.
Aparelhos e monitores eles vão retirar.
Bem juntinhos vamos ficar!
Essa é uma excelente notícia.
Vamos comemorar!

Camilla da Cruz Martins


Michelle de Santana Xavier Ramos
Graciete Oliveira Vieira
Suelly Pinto Teixeira de Morais
Tatiana de Oliveira Vieira

43
Material protegido por direitos autorais
Eu, prematuro – Da colostroterapia aos cuidados em casa

O Que é o Método Canguru?

Eu já entendi tudinho, e vou explicar...


O método é bem simples,
E através dele, de muitos
benefícios iremos desfrutar
Ele surgiu lá na Colômbia,
na cidade de Bogotá,
E o mundo inteiro resolveu adotar.

No Brasil não foi diferente:


O Ministério da Saúde apoiou
E em hospitais da rede pública implantou.
É uma política de cuidados humanizados em saúde
Para assistir bebês prematuros como eu sou.

O objetivo desse método é ajudar


Para, mais rápido, minha alta chegar.
No Canguru, muitos benefícios vou alcançar:
A minha temperatura vou controlar,
E o baixo peso vou superar;
Vou crescer e me desenvolver,
E um dia na nossa casa vamos viver.

As batidas do teu coração irão me ninar,


E o meu coração o seu irá acompanhar
Dando-me conforto para melhorar.
E de um sono profundo irei desfrutar.

44
Material protegido por direitos autorais
Eu, prematuro – Da colostroterapia aos cuidados em casa

E a produção do meu leitinho???


Ahhhh!!!! Sobre esse, nem sei o que falar...
Pois fico tão feliz só de imaginar...
Escutei que essa produção irá aumentar.
Um dia, sem sonda vou me alimentar
E não vejo a hora de no seu seio mamar.

Mamãe, muitas coisas os profissionais de saúde vão te


ensinar:
Posição canguru, troca de fralda, banho...
Sinais de alerta, dormir e amamentar...
Cheios de atividade os seus dias vão ficar,
E de muita paciência e de apoio vai precisar.
Juntos, vamos insistir e persistir
Para mais uma etapa concluir!

45
Material protegido por direitos autorais
Eu, prematuro – Da colostroterapia aos cuidados em casa

Como Praticar a Posição Canguru

Ao fazer o Canguru, juntinhos


podemos ficar:
Eu, você e o papai, e quem mais
puder ajudar!
Ficarei muito feliz e tranquilo
no meu cantinho,
Corpo a corpo, em contato pele a pele.

Me sentirei aconchegado ao ouvir sua voz e o seu coração,


Sentindo o seu cheiro e a sua respiração.
Dessa forma, até meu peso irá aumentar
E o meu sistema imunológico se fortalecerá,
Diminuindo o risco de desenvolver infecção hospitalar.

Quando estiver pronta, você vai me posicionar.


Mamãe, sua roupa você terá que trocar.
Colocará um avental para dentro dele eu ficar
Até seu sutiã de preferência você deverá tirar,
Pois verticalmente entre suas mamas irei ficar.

46
Material protegido por direitos autorais
Eu, prematuro – Da colostroterapia aos cuidados em casa

Só a minha fralda eu usarei.


Não sentirei frio, seu corpo me aquecerá.
E no tempo frio... de gorro, luvas e meias ficarei
E se for necessário, com uma manta me cobrirei.
E já imagino que delícia será esse lugar!

Viu, mamãe, como é fácil?


Agora que já aprendeu, para a família pode explicar!
Quanto mais tempo ficarmos na posição canguru,
Mais vitórias vamos alcançar.
Estou feliz desse cuidado contigo compartilhar!

47
Material protegido por direitos autorais
Eu, prematuro – Da colostroterapia aos cuidados em casa

Hora do Banho!

Mamãe, têm umas coisinhas


Para a gente contar
Estou muito feliz, pois logo
Em casa vou estar
E lá a família de mim irá cuidar.
Por ter nascido pequenininho,
De alguns cuidados especiais irei precisar,
Mas tenho a certeza de que todos irão colaborar.

A começar pelo banho...


Imagino que será um momento legal,
Um momento para relaxar.
Não vou ficar gritando, pois não posso me estressar.
Sei que muito amor, cuidado e carinho não irão faltar.
Então, tenho umas dicas que podem ajudar...

O meu banho pode ser em um horário mais quentinho,


E que ele aconteça no melhor cantinho!
Antes de me molhar, tudo deve separar e preparar:
Sabão, toalha, pomada e fralda em local fácil de alcançar.
Ambiente limpo e sem correntes de ar;
Minha banheira, limpinha, deverá estar;
A temperatura da água, com o dorso da mão deve testar:
Se a água estiver morninha, nela você poderá me colocar!
E de sabão neutro, líquido e para recém-nascido, eu vou
precisar.

48
Material protegido por direitos autorais
Eu, prematuro – Da colostroterapia aos cuidados em casa

Ahhh, mãezinha!
O tempo de banho deve ser bem rápido,
Pois não posso ficar muito tempo exposto,
Senão com frio eu vou ficar.
Antes de meu corpo molhar,
Meu rosto e minha cabeça você deve limpar.
Ainda enrolado, na água me colocará;
Em seguida, lentamente, vai me desenrolar.
Me banhe com cuidado, sem friccionar!

Para finalizar esse momento,


Me seca rapidinho para eu esquentar.
Coloca a minha fralda,
Para o contato pele a pele iniciar.
Não deve passar em mim nem talco, nem perfume:
O cheiro da minha pele é o melhor que há!

49
Material protegido por direitos autorais
Eu, prematuro – Da colostroterapia aos cuidados em casa

Como Fazer Troca de Fraldas

Agora, mamãe, eu preciso contar:


Estou incomodado...
De xixi ou de cocô eu devo estar,
E a minha fraldinha será
necessário trocar.
O material que vai usar para me limpar
Deve estar próximo, para você logo pegar,
Pois muito tempo exposto não posso ficar!

Deitado de barriga para cima, eu devo ficar


Com a cabeça mais elevada que o corpo para não golfar.
A minha fralda suavemente irá abrir,
E o barulho do velcro evitar
Para que a zoadinha não venha a me irritar.
E também proteja a parte adesiva
Para o contato com minha pele evitar,
Pois pode me machucar.

Bolas de algodão você pode usar


Embebidas em água morna para me limpar.
Não arraste a fralda suja no meu bumbum,
Nem esfregue o algodão com força
Para a minha pele fininha não machucar.
O uso de lenços umedecidos você deve evitar,
Pois alergia posso apresentar.

50
Material protegido por direitos autorais
Eu, prematuro – Da colostroterapia aos cuidados em casa

De alguns detalhes você precisa lembrar:


Basta me virar um pouco de lado,
para minha fralda retirar.
Erguer muito as minhas perninhas, você deve evitar.
Coloque a fralda limpa no lugar,
E com cuidado você vai fechar:
Verifique o velcro, para na minha pele não grudar.

E a fralda muito apertada não deve ficar,


Para não fazer pressão na minha barriguinha.
Para o tamanho da fralda, você vai ter que atentar:
Quanto menor volume entre as minhas pernas, mais
confortável será,
E no desenvolvimento dos meus ossos vai ajudar.

Troca de fraldas.

51
Material protegido por direitos autorais
Eu, prematuro – Da colostroterapia aos cuidados em casa

Mamãe, Fique Alerta


Para os Sinais de Risco!

Sei que são muitas novidades


Que comigo vão chegar...
Mas é preciso alerta ficar
Para os sinais de risco que
eu posso apresentar
Por isso, sempre comigo você deve estar:
Com seu cuidado, as dificuldades vamos superar.

Na minha cor, você vai ter de se ligar:


Olhe a minha pele, meus lábios e dedos.
Busque auxílio se ficarem pálidos ou roxos.
Se mudo meu jeito, se recuso o peito,
Se passo muito tempo sonolento e quieto,
Se fico incomodado ou muito agitado,
Ajuda deve buscar!

Mamãe, minha temperatura terá que vigiar:


Nem frio, nem quente devo ficar
Nasci magro, sem gordura, para sozinho me aquecer
Assim, com o calor do seu corpo,
A minha temperatura vou manter.

52
Material protegido por direitos autorais
Eu, prematuro – Da colostroterapia aos cuidados em casa

Outro detalhe importante para você se atentar


É a forma como eu costumo respirar:
Tenho um ritmo especial;
Mas, se eu mudar o meu jeito de respirar,
Procure alguém da equipe para nos ajudar!

Mamãe, a cada dia mais orientações você vai receber:


Sobre cor, comportamento, temperatura e respiração
vão falar...
Fique ligada em mim, pergunte e observe.
Conhecendo os sinais de alerta, saberá me ajudar,
E logo, juntos, em casa iremos ficar!

53
Material protegido por direitos autorais
Eu, prematuro – Da colostroterapia aos cuidados em casa

Chegou a Hora de Mamar!

Uhuuu....
Mamãe, chegou a hora tão sonhada!
Eu vou poder mamar.
Eu já cresci e ganhei peso,
Eu já sei coordenar
Sução, respiração e deglutição
Para não correr o risco de engasgar.

Mamãe...
O leite materno é um alimento completo.
E, se dermos conta,
De mais nada eu vou precisar
Para me alimentar até os seis meses.
Não precisarei nem de água, nem de chá.
A partir dos seis meses... Aí sim,
Você poderá outros alimentos saudáveis me ofertar
Mas continue a me dar de mamar
Até dois anos ou mais eu completar.

Assim iremos ainda mais nos apaixonar...


O nosso vínculo vai se fortalecer
E o nosso amor só vai crescer!
Será isso possível?!
O meu coração já dispara
Só de ouvir a sua voz
E de sentir você me tocar.

54
Material protegido por direitos autorais
Eu, prematuro – Da colostroterapia aos cuidados em casa

Por Que Amamentar É Tão Importante?

Vai valer muito a pena, mamãe,


Pois juntos iremos nos beneficiar.
Eu vou crescer e me desenvolver;
Protegido contra várias doenças
eu vou ficar.
Diminui o risco de eu ter
Diarreia, pneumonia e infecção de ouvido.

Sabia que também pode me proteger


Contra algumas doenças no futuro,
Como asma, diabetes e obesidade?
No bom crescimento dos dentes,
Respiração e fala pode ajudar.
No meu desenvolvimento emocional pode contribuir.
Tem mais: ajuda o meu cérebro a se desenvolver
E mais inteligente eu vou ficar!

Você também vai se beneficiar:


Amamentar diminui o risco de sangramento após o parto,
E acelera a perda do peso que ganhou na gravidez.
Sei que você gostou de saber disso!
Mas, para você, tem ainda mais benefícios:
Evita osteoporose e diabetes tipo 2,
E reduz a chance de câncer de mama,
de ovário e de endométrio.
É muita coisa boa junto!
Vai valer a pena nos esforçar!

55
Material protegido por direitos autorais
Eu, prematuro – Da colostroterapia aos cuidados em casa

Como Amamentar: Pega e Posição

Mamãe, tenho um assunto


importante para tratar
Existe uma posição e pega
adequada de amamentar
Sei que não vai ser fácil;
Mas vamos aprender e nos adaptar!

Então, vamos lá!


Busque um lugar tranquilo para nós dois:
Tem que ser confortável para você.
Eu vou falar da posição mais comum:
Você deve estar sentada.
O meu corpo bem juntinho e virado para o seu,
A minha barriguinha virada para sua barriga.
Eu, apoiado pelo braço do mesmo lado
da mama que está sendo oferecida.
Minha coluna deve ficar retinha
E meu bumbum com sua mão apoiado.

Quanto mais bem posicionado eu ficar,


Melhor será para seu peito esvaziar e minha barriguinha
cheinha ficar.
Mas existem outras posições
Em que eu também posso mamar,
Umas de nome engraçado:
Cavalinho, invertida ou bola de futebol americano.

56
Material protegido por direitos autorais
Eu, prematuro – Da colostroterapia aos cuidados em casa

Posicionamento do bebê durante a mamada.

57
Material protegido por direitos autorais
Eu, prematuro – Da colostroterapia aos cuidados em casa

Mas o principal é a “pega”:


A minha boquinha no seu peito tem de se encaixar
Para a pega adequada ficar,
Eu poder mamar e o peito esvaziar
Sem seu mamilo machucar.

Então, vamos lá!


Se livre de todos os obstáculos
Entre a sua mama e a minha boquinha:
Sutiã, paninhos ou roupas só servem para atrapalhar!
Coloque sua mão em forma de C para a mama apoiar.
Não coloque os seus dedos em forma de tesoura,
Pois vai dificultar eu no peito pegar.

O meu nariz na frente do peito deve ficar.


Toque o bico do peito no meu lábio
Para me estimular.
E veja que bocão eu vou abrir
Para pegar o mamilo e a maior parte da aréola,
Aquela parte escura do peito em volta do mamilo.
Pronto! Vou começar a sugar.
Mas, se você sentir dor,
A pega precisamos melhorar.

Para você se orientar, vou falar


De alguns sinais de boa pega:
Minha boca deve estar bem aberta,
Os lábios voltados para fora.
Minha boquinha igual à de um peixinho deve ficar.
Meu queixo na sua mama vai encostar.
Mais aréola acima da minha boca você vai enxergar.

58
Material protegido por direitos autorais
Eu, prematuro – Da colostroterapia aos cuidados em casa

Mamãe, por eu ser pequenininho,


Eu posso fácil cansar,
Eu posso até no peito adormecer.
De muita paciência você vai precisar.
E vai ter de me despertar,
Me estimular e avisar:
Ei... É hora de mamar!

Quero lhe lembrar


Que bastante em um seio devo mamar.
Quando esvaziar, o outro seio pode me ofertar.
Agora que já sabemos a arte de amamentar,
Vamos nos aventurar.
E dessa delícia desfrutar,
Pois, nos seus braços, feliz eu vou estar.

59
Material protegido por direitos autorais
Eu, prematuro – Da colostroterapia aos cuidados em casa

Por Que Não Usar Chupeta e Mamadeira?

Mamãe, a chupeta pode


me atrapalhar a mamar.
Bebês que usam chupetas,
logo o peito querem largar.
A chance de eu ter “sapinho”
pode aumentar.
Pode também o alinhamento
dos meus dentinhos prejudicar,
Problema na fala, respiração e mastigação pode provocar.

Eu sei que você está pensando em um modo


de me acalmar.
Cante para mim. A sua voz vai me tranquilizar!
Gosto muito quando você anda bem devagarinho.
No canguru, o seu colinho vai me embalar.
Não tenha receio de me afagar,
Vou gostar muito do seu carinho
E desfrutar desse cantinho.

Sobre a mamadeira, mamãezinha,


Eu posso me confundir no modo de mamar:
É diferente o modo da mamadeira e do peito eu sugar.
Se eu sugar o peito do modo que sugo a mamadeira,
Não vou conseguir o leite do peito retirar.

60
Material protegido por direitos autorais
Eu, prematuro – Da colostroterapia aos cuidados em casa

Vou me frustrar e desabar a chorar,


E o seu peito eu posso recusar.
A mamadeira aumenta o risco de eu pegar infeção.
Tem mais: o esforço que eu faço para mamar
Vai ajudar a prevenir problemas futuros
na minha dentição.
O seu leite é precioso! Quero continuar a mamar.
Por nenhum outro leite eu quero trocar!

61
Material protegido por direitos autorais
Eu, prematuro – Da colostroterapia aos cuidados em casa

Mamãe, Vamos Falar


Sobre o Ganho de Peso!

Agora é a hora...
Vamos falar sobre o
meu ganho de peso!
Sabemos como é importante
para de alta eu sair.
Mas sossega o seu coração...
Nos primeiros dias após o
nascimento o peso pode diminuir.
Existe um limite de perda de peso para cada bebê
Bebês prematuros como eu podem mais peso perder.
A equipe com frequência vai me pesar
E medidas necessárias vão tomar para o meu peso
aumentar.

Mamãe, para meu peso eu recuperar,


Posso precisar de mais tempo,
E, de grama em grama irei engordar
E, com certeza,
A sua ansiedade irá passar.

62
Material protegido por direitos autorais
Eu, prematuro – Da colostroterapia aos cuidados em casa

Se sobre o meu peso quiser saber,


Pergunte à equipe que irá responder.
Posso até um dia peso perder ou não ganhar;
Mas no outro dia tudo pode mudar.
Se a cada semana um pouquinho eu crescer,
Mais forte e capaz vou estar,
E de nossa casa eu poderei desfrutar.

63
Material protegido por direitos autorais
Material protegido por direitos autorais
Eu, prematuro – Da colostroterapia aos cuidados em casa
Seção 4
Conhecendo os Cuidados
com o Recém-Nascido em Domicílio

Finalmente em casa eu estou


Depois de tanto tempo de internação.
Eu sou pura animação e gratidão,
Mas também ansiedade e preocupação.
Novas experiências vamos ter de enfrentar
Sem ter a equipe para nos ajudar.
Mas, na alta recebemos, por escrito,
várias orientações
Que em casa seguiremos com toda atenção!

65
Material protegido por direitos autorais
Eu, prematuro – Da colostroterapia aos cuidados em casa

Por Que Manter o Aleitamento Materno?


Maria José Guardia Mattar

Mamãe, o seu leite


é muito importante para mim
É o melhor alimento do mundo
Tem tudo de que eu preciso
Para crescer forte e saudável!

Amamentar é manter o padrão-ouro de alimentação in-


fantil. É oferecer o leite que o organismo do bebê está
preparado para digerir. Esse leite muda de composição
ao longo do período de amamentação, durante a mama-
da e de acordo com as necessidades do bebê, propician-
do um desenvolvimento e crescimento saudável. A ama-
mentação possui inúmeras vantagens para a mãe, para o
bebê, a família, a sociedade e até para o meio ambiente.

Quais as vantagens do aleitamento materno para a mãe?


Além de favorecer o retorno ao peso anterior mais rápi-
do, diminui o sangramento após o parto e o risco de de-
senvolver a anemia; propicia o fortalecimento do vínculo
afetivo e favorece o espaçamento de partos (chamada de
lactação amenorreica), desde que a prática seja de aleita-
mento exclusivo; também protege contra doenças a lon-
go prazo, como: câncer de mama (quanto maior o tempo
de amamentação e por mais vezes amamentar, maior será
essa proteção), câncer de ovário, câncer de endométrio
na pós-menopausa, osteoporose, diabetes mellitus tipo 2,
infarto, artrites e osteoporose na pós-menopausa.

66
Material protegido por direitos autorais
Eu, prematuro – Da colostroterapia aos cuidados em casa

Quais as vantagens do aleitamento materno para a


criança?
É um alimento completo! Protege contra infecções e
processos alérgicos; estabelece maior vínculo afetivo e
menor risco de abandono; propicia o desenvolvimento
da mandíbula e da língua; evita a morte de muitas crian-
ças por problemas respiratórios e por diarreia; previne
uma série de doenças não somente no período da ama-
mentação, como em toda a vida, reduzindo o risco de
desenvolver algumas doenças crônicas, como sobrepeso,
obesidade e diabetes. A amamentação está também re-
lacionada com o melhor desenvolvimento mental e cog-
nitivo e favorece a aprendizagem.

Quais as vantagens para a família?


O aleitamento materno é mais prático e econômico.
Propicia melhor vínculo familiar; menor gasto com cui-
dados com a saúde, pois as crianças amamentadas ado-
ecem menos; ajuda na economia familiar, pois não é ne-
cessário gastar com a compra de leite e mamadeira, e
o dinheiro economizado possibilita o investimento em
outros alimentos e bens materiais.

Quais as vantagens para o meio ambiente?


Amamentar preserva o meio ambiente, pois não requer
o uso de gás ou eletricidade para ser aquecido, e não pro-
duz lixo desnecessário (latas, caixas, mamadeiras, bicos,
embalagens). A amamentação contribui para o desen-
volvimento sustentável e reduz desigualdades sociais. A
amamentação faz bem para o seu filho, para você e para
o planeta.

67
Material protegido por direitos autorais
Eu, prematuro – Da colostroterapia aos cuidados em casa

Existe algum benefício para a flora intestinal do bebê?


Existem diferenças na composição da microbiota intesti-
nal (bactérias, vírus e fungos) de bebês que são amamen-
tados ou não. Os amamentados recebem microrganis-
mos que favorecem o surgimento de bactérias intestinais
benéficas, compostas, principalmente, por bifidobacté-
rias e lactobacilos, chamadas de “bactérias do bem”, que
ajudam na imunidade, na proteção contra infecções e
alergias.

Por quanto tempo amamentar?


A Organização Mundial da Saúde, o Ministério da Saúde
e a Sociedade Brasileira de Pediatria recomendam que o
aleitamento materno será iniciado na primeira hora de
vida, sempre que possível. Deverá ser sob livre deman-
da e exclusivo até 6 meses de vida. A partir do 6º mês
devem-se introduzir os alimentos próprios para a ida-
de, mas o aleitamento deverá ser mantido por 2 anos ou
mais, se assim a mãe desejar.

68
Material protegido por direitos autorais
Eu, prematuro – Da colostroterapia aos cuidados em casa

A Arte de Amamentar
Maria José Guardia Mattar

Mamãe, quanto mais eu sugar,


Mais leite você produzirá...
Deixa-me mamar até o peito
eu soltar,
Assim satisfeito eu vou estar!

A mama é uma fábrica! O leite produzido na primeira


semana é chamado de colostro. Tem maior viscosidade,
é rico em proteínas e fatores de proteção. Nos primeiros
dias a mãe poderá produzir pouco leite, mas será o su-
ficiente para atender à necessidade do bebê que tem o
estômago pequeno.

Por que as mamas aumentam tanto nos primeiros dias


após o parto?
Por volta de 3 a 5 dias pós-parto, ocorre um aumento
abrupto das mamas, e o volume de leite aumenta mui-
to. Algumas vezes, em uma quantidade muito superior à
necessidade do bebê. Se isso ocorrer, será necessário ex-
trair o volume de leite que sobrou após a mamada para
não acontecer o empedramento do leite (ingurgitamen-
to), que causa desconforto e dor, dificulta o bebê aboca-
nhar a aréola e favorece o aparecimento de traumas nos
mamilos.

69
Material protegido por direitos autorais
Eu, prematuro – Da colostroterapia aos cuidados em casa

O que significa livre demanda?


Significa que o bebê irá mamar quando quiser, ou seja,
quando mostrar sinais de fome, pelo tempo que desejar.
Quando ele fica satisfeito, saciado, solta o peito. A mãe
precisa saber reconhecer os sinais de fome do bebê: pro-
cura do peito com a boca, leva a mão à boca e até emite
sons. Nesse momento, deverá colocá-lo para mamar. Ele
estará mais tranquilo: isso facilitará ele abocanhar gran-
de parte da aréola e, com os movimentos da mandíbula
coordenados com a movimentação da língua (da ponta
para a base), extrairá todo o leite de que precisa.

O bebê mama várias vezes ao dia. Isso é normal?


Sim. O tamanho do estômago do bebê varia conforme o
peso. O prematuro com baixo peso, por ter o estômago
ainda pequeno, fica cheio com pequenos volumes de lei-
te. Assim, ele quer mamar com frequência! Outra coisa
é que os horários das mamadas são irregulares, principal-
mente no primeiro mês de vida.

70
Material protegido por direitos autorais
Eu, prematuro – Da colostroterapia aos cuidados em casa

Aleitamento Materno: Dúvidas e Soluções


Maria José Guardia Mattar

O leite materno é sempre bom,


Sempre forte,
Tem tudo de que eu preciso
Para crescer e me desenvolver!

A cor do leite materno varia muito: durante uma mama-


da, ao longo do dia, durante o período da lactação, de
acordo com o tipo de alimentação materna ou até com o
uso de medicamentos.

Mesmo quando a cor do leite é azulada, esverdeada


ou alaranjada ele é normal?
Sim, é normal!
A cor azulada ou esverdeada pode ocorrer quando a mu-
lher consome grande quantidade de vegetais verdes ou
alimentos que contenham corantes verdes.
A coloração rosa ou laranja pode ser devida à ingestão
de alimentos ou bebidas dessas cores, como beterraba,
refrigerantes, sucos e gelatinas. O consumo de cenoura,
abóbora e vegetais de cor laranja pode deixar o leite mais
amarelado, devido à maior concentração de betacarote-
no, um pigmento presente nesses alimentos.

71
Material protegido por direitos autorais
Eu, prematuro – Da colostroterapia aos cuidados em casa

E se a cor for avermelhada?


Se a mãe tiver trauma na mama com sangramento, o
seu leite poderá ficar rosado, avermelhado ou até amar-
ronzado. Embora o bebê possa receber esse leite, a mãe
deve procurar ajuda na atenção básica ou em um banco
de leite humano para corrigir a técnica da mamada, pois
a principal causa de trauma (fissura) e dor no mamilo é
a pega inadequada.

Existe leite materno fraco?


Não existe leite materno fraco. O leite de cada mãe tem
características únicas para atender às diferentes neces-
sidades do bebê. Sua composição muda com o estágio
da lactação, período do dia, frequência das mamadas,
tempo decorrido desde a última mamada, grau de esva-
ziamento da mama, idade gestacional do bebê, estado
de nutrição e uso de medicações maternas, entre ou-
tras causas. Sua composição é peculiar, contendo açúcar,
gorduras, proteínas, vitaminas e minerais. Tem tudo que
o bebê precisa para crescer e se desenvolver!
No início da mamada, o leite pode ter uma coloração
parecida com a da água de coco, sendo muito rico em
anticorpos que protegem a criança contra doenças. Isso
não significa leite fraco.
É importante o bebê esvaziar ao máximo a mama para
receber todos os nutrientes de que necessita para ganhar
peso.

72
Material protegido por direitos autorais
Eu, prematuro – Da colostroterapia aos cuidados em casa

Às vezes a mãe acha que está com pouco leite. O que


fazer para aumentar a produção?
Sabemos que quanto mais vezes o bebê mamar nas 24
horas (em torno de 8-12 vezes por dia), maior será o vo-
lume de leite produzido. Caso a mãe esteja separada do
seu filho, é preciso extrair o leite regularmente, de pre-
ferência de forma manual ou com ajuda de uma bomba
para manter o estímulo necessário para a produção do
leite.

73
Material protegido por direitos autorais
Eu, prematuro – Da colostroterapia aos cuidados em casa

Uso de Leite Humano Ordenhado:


Como Extrair, Descongelar e Oferecer?
Maria Beatriz Reinert do Nascimento

Eu tenho uma novidade para contar;


Quando de casa você sair
e eu precisar ficar
O seu leite poderá ser retirado
e guardado
Para depois a mim ser ofertado!

O leite materno é composto por ingredientes de quali-


dade, está sempre pronto, combate doenças, promove
crescimento e desenvolvimento, além de favorecer pro-
ximidade emocional da mãe com seu filho.
É importante aprender a retirar o leite do peito com as
mãos, bem como armazenar adequadamente o leite ex-
traído para ser oferecido ao bebê.

Por que retirar o leite de peito?


O leite pode ser oferecido ao bebê em diversas situa-
ções: aquela saidinha rápida para ir ao salão, para ir ao
seu médico, ir ao mercado ou algum compromisso do
trabalho ou social. Outra situação importante é no retor-
no ao trabalho, pois, para algumas mulheres, o período
de licença maternidade é menor do que a recomendação
de aleitamento materno exclusivo, que é de até 6 meses
de idade. Assim, você vai precisar de alternativas para
poder se ausentar do lar para trabalhar e não interrom-
per o aleitamento exclusivo ou desmamar o seu bebê.

74
Material protegido por direitos autorais
Eu, prematuro – Da colostroterapia aos cuidados em casa

Quais cuidados devem ser tomados em relação ao


preparo dos frascos para guardar o leite?
Alguns cuidados são necessários para garantir a seguran-
ça do leite ofertado:
• Lavar o frasco de vidro (do tipo maionese ou café
solúvel) e a tampa de plástico, e remover qualquer
tipo de papel e rótulo: só ficará o frasco de vidro e a
tampa plástica. Proceder do mesmo modo em caso de
embalagens específicas para armazenamento de leite
materno.
• Ferver o frasco e a sua tampa em uma panela, total-
mente imersos em água, por no mínimo 15 (quinze)
minutos do início da fervura.
• Colocá-los sobre um pano seco e limpo até secar. Não
usar panos e papel para enxugar.
• Fechar com cuidado, sem que haja qualquer contato
com a parte interna deles.

Qual o local e os cuidados para a coleta de leite?


• Escolher um lugar limpo e tranquilo, com uma mesa
forrada com um pano limpo, para apoiar o frasco e a
tampa.
• Utilizar uma touca ou lenço para cobrir os cabelos, e
uma máscara sobre a boca e nariz.
• Lavar mãos e antebraços com bastante sabão.
• Lavar as mamas apenas com água e secar com uma
toalha limpa.

75
Material protegido por direitos autorais
Eu, prematuro – Da colostroterapia aos cuidados em casa

Como fazer a retirada do leite?


Vamos explicar:
• Fazer massagem com movimentos circulares, inician-
do pelas aréolas e indo até a base das mamas.
• Posicionar o dedo polegar acima, e os dedos indicador
e médio abaixo da aréola. Pressionar com movimento
firme, de forma repetida, tipo “aperta-solta”, aproxi-
mando os dedos e os direcionando para o tórax, até o
leite começar a fluir.
• Desprezar os primeiros jatos de leite (10 a 20 gotas).
• Mudar a posição dos dedos para esvaziar todas as par-
tes da mama.
• Com o frasco debaixo da aréola, recolher o leite, sem-
pre deixando encher no máximo até dois dedos abaixo
da borda do frasco.
• Caso o frasco não tenha ficado cheio, ele pode ser
completado na próxima extração.
• Após a coleta, tampar bem o frasco e anotar a data de
início da coleta na tampa, pois pode colocar mais leite
nele em outro momento. Mas é a data da primeira co-
leta que orienta a validade do leite desse frasco.

76
Material protegido por direitos autorais
Eu, prematuro – Da colostroterapia aos cuidados em casa

Extração manual do leite materno.

Se quiser saber mais, consulte o capítulo “Hora de re-


tirar o leite do peito”, na Seção 1 deste livro, que traz
informações sobre a “Técnica de Marmet”.

Como armazenar o leite materno retirado?


• Imediatamente após a retirada, colocar o leite no freezer/
congelador ou geladeira, sempre nas prateleiras inter-
nas (temperatura mais constante) e nunca na porta,
pois a temperatura oscila ao abrir.
• O leite materno congelado pode ser guardado no fre-
ezer ou congelador por 15 dias, a partir da data da
primeira coleta.
• O leite materno fresco ou descongelado pode ser ar-
mazenado em geladeira por no máximo 12 horas.

77
Material protegido por direitos autorais
Eu, prematuro – Da colostroterapia aos cuidados em casa

Como descongelar o leite materno?


• O leite materno não pode ir diretamente ao fogo.
• O degelo do leite deve ser realizado em banho-maria,
com o fogo desligado, colocando-se o frasco dentro de
um recipiente com água potável e aquecida (40º C)
até que o leite fique completamente líquido.
• É importante lembrar que todo leite que for descon-
gelado não deve ser congelado novamente.

Como oferecer o leite retirado à criança?


• Ferver bem um copo ou xícara pequeno; deixar esfriar.
• Agitar delicadamente o frasco para misturar bem o
leite e colocar a quantidade estimada para uma refei-
ção no copo.
• Enrolar o bebê para limitar o movimento do braço e
evitar bater no copo.
• Colocar o bebê, bem acordado e calmo, sentado no
colo, com a cabeça e corpo alinhados.
• Encostar a borda do copo ou xícara no lábio inferior
do bebê, deixando que o leite toque os lábios para que
ele leve o leite à boca com a língua, por meio de um
movimento de lambida.

Você poderá também saber sobre a técnica do copinho


no capítulo “Como usar o copinho para oferecer o leite
humano ordenhado”, a seguir.

78
Material protegido por direitos autorais
Eu, prematuro – Da colostroterapia aos cuidados em casa

Como Usar o Copinho Para Oferecer o


Leite Humano Ordenhado?
Graciete Oliveira Vieira
Maria José Guardia Mattar

Mamãe,
Se você precisar
De nossa casa se ausentar,
O seu leite você pode retirar.
No copinho eu vou tomar,
Para mamadeira eu não usar
E seu peito eu não abandonar.

Caso a mãe se encontre ausente, e o bebê já coordene


a sucção, deglutição e respiração, o cuidador pode ofe-
recer o leite materno ordenhado por meio do copinho
ou qualquer outro utensílio que não tenha saliência ou
irregularidade em seu rebordo, ou seja, com borda arre-
dondada e que possa ser lavado e fervido, como xícara
de cafezinho ou copos de vidro pequenos. Não utilize
copos plásticos descartáveis, pois não permitem boa hi-
gienização e podem machucar o bebê.

79
Material protegido por direitos autorais
Eu, prematuro – Da colostroterapia aos cuidados em casa

Por que usar o copinho?


O principal motivo para usar o copinho é evitar o uso de
mamadeiras. O uso de chupetas e mamadeiras atrapalha o
aleitamento materno, pois as crianças que usam mamadei-
ra largam o peito com menor tempo, além de ter prejuízo
para as estruturas da face, mastigação, respiração e fala.

E sobre a confusão de bicos? Isso existe?


Sim, existe. Para que se tenha sucesso na amamenta-
ção, é necessário que o bebê aprenda a sugar de maneira
adequada, o que pode ser prejudicado por qualquer ob-
jeto de sucção artificial, pois o modo de sugar o peito
é diferente do modo de sucção na mamadeira e o bebê
pode fazer confusão de bico e deixar o peito. É mais fácil
mamar na mamadeira do que no peito.

Como oferecer o leite no copinho?


Não é difícil. De preferência, oferecer o leite nos pri-
meiros sinais de fome. Se necessário, despertar o bebê,
fazer massagens nos pés e face.
Em seguida, realizar os passos:
• O cuidador deve acomodar o bebê no colo, na posição
sentada ou semissentada, para que ele não engasgue e
também o leite não derrame.
• Encher o copinho com leite até a metade e incliná-lo
até que o nível do líquido chegue à borda.
• Encostar a borda do copo no lábio inferior do bebê e,
gentilmente, fazer com que o leite materno toque no
lábio.
• O bebê vai sorver o leite com movimentos de lambi-
das, como um gatinho, seguidas de deglutição.
• Não despejar o leite na boca do bebê.

80
Material protegido por direitos autorais
Eu, prematuro – Da colostroterapia aos cuidados em casa

E quais são os sinais precoces de fome?


O bebê apresenta braços agitados com movimentos, vi-
rando a cabeça de um lado para o outro, abrindo a boca,
bocejando, lambendo, fazendo movimentos mão-boca,
ruídos de sucção, estalidos com a língua, suspiros, antes
mesmo de começar a chorar. O choro é um sinal tardio
de fome que dificulta o uso do copinho, pois o bebê fica
inquieto e agitado.

81
Material protegido por direitos autorais
Eu, prematuro – Da colostroterapia aos cuidados em casa

Quando Introduzir Novos Alimentos?


Maria Beatriz Reinert do Nascimento

Já cresci, me desenvolvi
Muitas coisas aprendi.
O leite materno sozinho
até aqui me bastou
Uma nova aventura agora começou:
É hora de outros alimentos acrescentar,
Novos sabores e texturas vou experimentar.
Mas vou continuar a mamar
Até dois anos ou mais eu completar.

Conforme os bebês ficam mais velhos, precisam de ou-


tros alimentos, além do leite materno, para que possam
obter diversos nutrientes essenciais para seu crescimen-
to e desenvolvimento. A introdução de sólidos também
é importante para ajudar os bebês a aprender a comer,
dando-lhes a experiência de uma variedade de alimentos
com novos gostos e diferentes consistências.

82
Material protegido por direitos autorais
Eu, prematuro – Da colostroterapia aos cuidados em casa

Em que idade vamos introduzir outros alimentos?


É por volta dos 6 meses de idade que os bebês estão
prontos para alimentos sólidos, pois já têm bom con-
trole de cabeça e pescoço, ficam bem sentados quando
apoiados, mostram interesse por comida (p. ex., olhan-
do e estendendo a mão para pegar a comida do prato da
mãe), e abrem a boca quando a comida é oferecida em
uma colher.
O comportamento do bebê prematuro pode ser dife-
rente, pois as etapas de desenvolvimento acontecem em
momentos mais tardios. Desse modo, a hora ideal para
o início da oferta de outros alimentos precisa ser orien-
tada pelo profissional de saúde. O pediatra irá calcular a
“idade corrigida”, ou seja, qual seria a idade que o bebê
teria se tivesse nascido a termo. Como ele nasceu antes
do tempo, a introdução de novos alimentos poderá ser
adiada para quando a “idade corrigida” alcançar os 6 me-
ses, para garantir que ele esteja pronto e maduro para
mastigar e deglutir.
Não é recomendado introduzir sólidos antes de quatro
meses de idade corrigida.

83
Material protegido por direitos autorais
Eu, prematuro – Da colostroterapia aos cuidados em casa

Quais são as dicas para a hora das refeições?


• No início da alimentação complementar, as refeições
e seus horários podem ser bastante flexíveis.
• Escolher uma hora do dia em que a mãe e o bebê es-
tejam calmos, relaxados e sem pressa.
• Lavar as mãos, colheres, tigelas e pratos antes de pre-
parar ou oferecer os alimentos.
• Sentar o bebê em uma cadeira alta, ou em algum lugar
seguro, e oferecer a comida em uma colher.
• Dar ao bebê uma colher e pedaços de alimentos bem
macios para que ele tente se alimentar sozinho.
• Conversar com a criança, sorrir, falar sobre os alimen-
tos.
• Prestar atenção aos sinais de fome e saciedade.

O apetite das crianças pode mudar de um dia para o


outro. Essas mudanças geralmente não são motivo de
preocupação.

Que alimentos dar ao bebê?


O primeiro passo é oferecer a comida da família, amas-
sada com o garfo, com alimentos in natura (obtidos
diretamente das plantas ou dos animais, como frutas,
legumes, verduras, raízes, tubérculos e ovos) ou mi-
nimamente processados (como arroz, feijão e carne),
preparados com óleo vegetal em pequena quantidade e
temperos naturais no primeiro ano de vida. Os açúcares,
melado, rapadura e mel não devem ser oferecidos para
crianças menores de 2 anos.
Tentar sempre incluir alimentos dos 4 grupos no almoço
e no jantar em cada refeição, que são: 1. feijões; 2. cere-
ais, raízes ou tubérculos; 3. carnes ou ovos; 4. legumes

84
Material protegido por direitos autorais
Eu, prematuro – Da colostroterapia aos cuidados em casa

e verduras. Os alimentos devem ficar separados no pra-


to, para apresentar à criança diferentes cores, sabores e
texturas. É preciso montar um prato variado e colorido,
com quantidades sendo aumentadas gradativamente.
Pode ser oferecida uma fruta rica em vitamina C, tal
como laranja, goiaba, manga, mamão, melão, banana ou
maracujá, junto ou após o almoço e jantar.
Lembrar-se de oferecer água ao longo do dia, e leite ma-
terno sempre que a criança quiser.

Qual o esquema alimentar para as diversas idades?


Até o 6º mês
• Leite materno exclusivo em livre demanda, sempre
que a criança quiser.

6 meses de idade
• Início da manhã: aleitamento materno.
• Meio da manhã: fruta amassada ou raspada e aleita-
mento materno.
• Hora do almoço: prato com alimentos dos quatro gru-
pos.
– Quantidade: cerca de 2 a 3 colheres de sopa no total.
– Consistência: os alimentos devem ser bem amas-
sados e dispostos separadamente, e não devem ser
batidos no liquidificador nem passados pela penei-
ra. As carnes, bem cozidas, devem ser picadas ou
desfiadas.
• Meio da tarde: fruta e aleitamento materno.
• Hora do jantar: aleitamento materno.
• Noite: aleitamento materno.

85
Material protegido por direitos autorais
Eu, prematuro – Da colostroterapia aos cuidados em casa

7-8 meses de idade


• Início da manhã: aleitamento materno.
• Meio da manhã e da tarde: fruta amassada ou raspada
e aleitamento materno.
• Hora do almoço e jantar: prato com alimentos dos
quatro grupos.
– Quantidade: cerca de 3 a 4 colheres de sopa no total.
– Consistência: alimentos menos amassados do que an-
tes ou bem picados.
• Noite: aleitamento materno.

9-11 meses de idade


• Início da manhã: aleitamento materno.
• Meio da manhã e da tarde: fruta amassada ou raspada
e aleitamento materno.
• Hora do almoço e jantar: prato com alimentos dos
quatro grupos.
– Quantidade: cerca de 4 a 5 colheres de sopa no total.
– Consistência: alimentos picados, na mesma consis-
tência dos alimentos da família.
• Noite: aleitamento materno.

86
Material protegido por direitos autorais
Eu, prematuro – Da colostroterapia aos cuidados em casa

1-2 anos de idade


• Início da manhã: fruta ou pães caseiros/cereais/tubér-
culos e aleitamento materno.
• Meio da manhã e da tarde: frutas e aleitamento ma-
terno.
• Hora do almoço e jantar: prato com alimentos dos
quatro grupos.
– Quantidade: cerca de 5 a 6 colheres de sopa no total.
– Consistência: alimentos em pedaços maiores na
mesma consistência dos alimentos da família.
• Meio da tarde: frutas ou pães caseiros/cereais/tubér-
culos, e aleitamento materno.
• Noite: aleitamento materno.

Uma alimentação saudável é importante para a saúde


das crianças.

87
Material protegido por direitos autorais
Eu, prematuro – Da colostroterapia aos cuidados em casa

Saltos de Crescimento Existem?


Maria Beatriz Reinert do Nascimento

Se eu quiser mamar toda hora,


Não precisa se agoniar!
Eu posso estar
Em um pico de crescimento;
E mais leite vou solicitar.
Mas logo vai passar!

As mães ficam preocupadas quando seus bebês querem


mamar a toda hora, pois elas acham que não têm leite
suficiente. Mas, se o ganho de peso é adequado, e o bebê
tem de 5 a 6 fraldas muito molhadas por dia e evacua
regularmente, então, pode ser apenas um “Salto ou Pico
de Crescimento”.

O que são “Saltos ou Picos de Crescimento”?


Correspondem a períodos transitórios, de 2 a 3 dias, em
que o bebê quer mamar com mais frequência ou por
mais tempo, e costuma ficar mais agitado, dormindo
menos e exigindo mais colo. Também são chamados de
“crises transitórias da amamentação”, e são uma par-
te normal do desenvolvimento de um bebê, e podem,
eventualmente, durar até 1 semana.

88
Material protegido por direitos autorais
Eu, prematuro – Da colostroterapia aos cuidados em casa

Por que ocorrem os “Saltos ou Picos de


Crescimento”?
Essa mudança de comportamento, supostamente, acon-
tece para acompanhar o aumento repentino de cresci-
mento do bebê, e a amamentação frequente é a única
maneira de aumentar a ingestão de leite para manter o
ganho ponderal.

Quando surgem os “Saltos ou Picos de Crescimento”?


Os “Picos de Crescimento” acontecem durante toda a
infância, mas os lactentes terão esses surtos com mais
frequência, porque eles crescem mais rapidamente do
que as crianças maiores. Essas fases de crescimento rá-
pido são mais comuns entre 2 e 3 semanas, 6 semanas e
3 meses de idade. Podem, ainda, ocorrer aos 6 meses e
entre 7 e 9 meses de vida. Mas cada bebê é diferente, e
não há regra estabelecida de quando um bebê terá um
salto de crescimento.

Por que as mães não precisam ficar preocupadas?


Embora elas achem que não estão produzindo leite em
quantidade suficiente, provavelmente esse não é o caso.
Se o bebê mamar mais, o corpo materno vai se ajustar
rapidamente, já que o estímulo constante sinalizará para
que as mamas produzam mais leite. Quanto mais o bebê
mama no peito, mais leite a mãe produzirá.

89
Material protegido por direitos autorais
Eu, prematuro – Da colostroterapia aos cuidados em casa

Como lidar com essa situação?


Não há necessidade de outras medidas além de apenas
amamentar, amamentar e amamentar. Amamentar com
mais frequência ajudará a incrementar a produção de lei-
te; e, assim que isso ocorrer, a rotina de mamadas voltará
ao normal.
As duas mamas devem ser sempre oferecidas a cada ma-
mada, deixando o bebê na primeira mama enquanto ele
estiver efetivamente sugando e engolindo. Ao ser perce-
bida mudança no padrão ou parada de sucção, ele deve
ser trocado para a outra mama. Pode-se alternar as ma-
mas na mesma mamada por várias vezes.
Caso as mamas não tenham sido totalmente esvaziadas,
pode ser tentada a expressão láctea manual ou mecâni-
ca, já que quanto mais leite é retirado, mais é produzido.

Eu preciso oferecer outro leite?


É preciso resistir à tentação de oferecer fórmula infantil
nessa situação, pois, a despeito de acalmar o bebê, dimi-
nui seu acesso à mama, reduzindo a estimulação e, por
consequência, diminuindo o leite materno produzido.
A melhor maneira de lidar com os saltos de crescimento
do seu bebê seria apenas tentar relaxar e deixar o bebê
mamar mais, tanto durante o dia como várias vezes à
noite. Apesar de ser um momento estressante, passa
rápido. Por isso, essas oportunidades extras de conta-
to com o bebê devem ser aproveitadas para desenvolver
uma relação especial com ele.

90
Material protegido por direitos autorais
Eu, prematuro – Da colostroterapia aos cuidados em casa

Como Acompanhar e Estimular


o Desenvolvimento?
Maria Beatriz Reinert do Nascimento

Converse, leia e cante para mim.


Quanto mais estímulo eu receber,
Mais meu cérebro vai
se desenvolver,
E mais coisas eu vou aprender!

Todas as crianças apresentam variações de crescimento e


desenvolvimento, independentemente de serem prema-
turas ou a termo. Para descobrir se o desenvolvimento
do seu bebê prematuro está ocorrendo de maneira nor-
mal, é preciso utilizar a “idade corrigida”.

O que é “idade corrigida”?


Idade corrigida ou idade ajustada é a idade cronológica
menos o número de semanas ou meses que ele nasceu
antes.
Acompanhar o desenvolvimento usando a “idade corrigi-
da” é especialmente relevante durante os primeiros anos
de um prematuro, porque ele pode parecer mais atrasa-
do que outros bebês. Mas se você pensar no tempo em
que ele nasceu antes, ele provavelmente está fazendo o
adequado para a idade dele. Por exemplo: uma criança
de 1 ano que nasceu 3 meses antes, teria uma idade cor-
rigida de 9 meses; logo, poderá apresentar o desenvolvi-
mento de uma criança de 9 meses.

91
Material protegido por direitos autorais
Eu, prematuro – Da colostroterapia aos cuidados em casa

Vamos acompanhar as etapas de desenvolvimento do


bebê?
Os marcos do desenvolvimento são as coisas que a maio-
ria das crianças consegue fazer em determinada idade. A
maior parte dos bebês prematuros desenvolve-se como
os nascidos a termo; porém, quanto mais cedo nasce-
ram, maior o risco de atraso no desenvolvimento.

2 meses
O bebê sorri para as pessoas; acalma-se rapidamente (le-
vando as mãos à boca); olha para os pais; faz barulhos
e vira a cabeça em direção aos sons; presta atenção a
rostos; segue objetos com os olhos e reconhece as pesso-
as de longe; mantém a cabeça elevada e ergue o tronco
quando está de bruços.

4 meses
Gosta de brincar com as pessoas e pode chorar se a brin-
cadeira acaba; imita os sons que ouve; tenta pegar um
brinquedo com a mão; mantém a cabeça erguida firme-
mente; empurra as pernas quando os pés estão encos-
tados em uma superfície dura; segura um brinquedo e
chacoalha; leva as mãos à boca; e, quando está de bruços,
apoia-se sobre os cotovelos.

6 meses
Reconhece rostos familiares e percebe estranhos; gos-
ta de brincar com os pais; responde ao próprio nome;
observa as coisas ao seu redor; passa objetos e coisas de
uma mão para a outra; rola em ambas as direções; e co-
meça a sentar-se sem apoio.

92
Material protegido por direitos autorais
Eu, prematuro – Da colostroterapia aos cuidados em casa

9 meses
Tem medo de estranhos; compreende o “não”; usa os
dedos para apontar as coisas; procura objetos que vê al-
guém esconder; brinca de esconder e achar o rosto; sen-
ta-se sem apoio e engatinha.

12 meses
Tem pessoas e objetos preferidos; repete sons ou rea-
ções para conseguir atenção; balança a cabeça para dizer
“não”; dá “tchau”; diz “mamã” e “papá”; coloca e tira
os objetos em uma caixa; cutuca com o dedo indicador;
segura para se levantar; fica de pé sozinho; caminha se-
gurando nos móveis; e dá alguns passos sem apoio.

18 meses
Pode ter ataques de birra; aponta para mostrar a alguém
o que ele quer ou algo interessante; explora sozinho com
um dos pais por perto; fala diversas palavras simples;
sabe para que servem coisas comuns (telefone, escova,
colher); aponta para uma parte do corpo; faz rabiscos;
anda sozinho; sobe degraus e corre; puxa brinquedos en-
quanto anda; ajuda a se despir; bebe de um copo; come
com uma colher.

24 meses
Fica empolgado quando com outras crianças; está mais
independente e tem comportamento desafiador (faz o
que lhe foi pedido para não fazer); forma frases com
duas a quatro palavras; segue instruções simples; repete
palavras que ouviu em uma conversa; aponta para coisas
em um livro; separa formas e cores; constrói torres de
quatro ou mais blocos; fica na ponta do pé; chuta uma
bola; corre; sobe e desce escadas se segurando; arremes-
sa a bola com as mãos; desenha linhas retas e círculos.

93
Material protegido por direitos autorais
Eu, prematuro – Da colostroterapia aos cuidados em casa

O uso de celular e de televisão ajuda no


desenvolvimento do bebê?
O uso desregrado das telas (celular, smartphones, no-
tebooks, computadores, TV) pode ser prejudicial ao
desenvolvimento do bebê, pois se trata de um tipo de
distração passiva que é muito diferente das brincadeiras
ativas e cuidados proporcionados pela mãe/pai/família.
A recomendação é evitar a exposição de crianças me-
nores de 2 (dois) anos às telas, sem necessidade. É um
mito pensar que o acesso precoce das crianças, inclusive
bebês, às telas vai aumentar sua inteligência (QI) ou ha-
bilidades cerebrais.

Como todas as crianças, o bebê prematuro aprenderá


muito se tiver experiências diferentes e estimulantes.
Conversar, ler, cantar e brincar com ele todos os dias,
ajuda o cérebro dele a se desenvolver.

94
Material protegido por direitos autorais
Eu, prematuro – Da colostroterapia aos cuidados em casa

As Primeiras Vacinas
Maria Beatriz Reinert do Nascimento

Fique atenta e esperta,


Para a data da minha vacina não perder!
A vacina é importante para me proteger
E evitar que doenças eu venha a ter!

A vacinação protege as crianças contra algumas doenças


infecciosas graves. Bebês prematuros precisam da pro-
teção das vacinas porque são mais predispostos a certas
infecções, que podem deixá-los realmente doentes.

Quando o prematuro deve ser vacinado?


Os bebês prematuros geralmente recebem as vacinas na
mesma idade cronológica que os nascidos a termo. Al-
gumas vacinas podem ser aplicadas ainda quando o bebê
está internado na unidade neonatal.

95
Material protegido por direitos autorais
Eu, prematuro – Da colostroterapia aos cuidados em casa

Quais são as vacinas que o prematuro deve receber


nos primeiros meses de vida?
Ao nascer
• BCG: vacina contra tuberculose, dose única. Adiar a
vacinação até que o recém-nascido atinja peso maior
ou igual a 2.000 g.
• Hepatite B: aplicar primeira dose ao nascimento. Se o
recém-nascido nasceu com peso inferior a 2.000 g ou
idade gestacional inferior a 33 semanas, recomenda-se
a aplicação de uma quarta dose, ou seja, aos 0, 2, 4 e
6 meses de vida. Esse esquema propicia resposta imu-
ne adequada, semelhante às três doses aplicadas, roti-
neiramente, nos recém-nascidos a termo.

Aos 2 meses
• PENTA: vacina que é assim denominada por proteger
contra cinco tipos de doenças, quais sejam: difteria,
tétano, coqueluche (DPT), doenças causadas pelo
Haemophilus influenzae (HiB), além de hepatite B.
• VIP: vacina inativada contra a paralisia infantil (polio-
mielite), aplicada via intramuscular.
• Rotavírus: vacina que contém vírus vivo e protege
contra diarreia por rotavírus. O bebê não deve receber
essa vacina enquanto estiver internado, pelo risco teó-
rico de transmissão do vírus vacinal para outras crian-
ças imunodeprimidas internadas na unidade neonatal,
sendo, portanto, contraindicada para uso em ambien-
te hospitalar. O prazo máximo para aplicar a 1ª dose é
aos 3 meses e 15 (quinze) dias de idade.
• Pneumo 10: protege contra a pneumonia e meningite
causada por pneumococos.

96
Material protegido por direitos autorais
Eu, prematuro – Da colostroterapia aos cuidados em casa

Alguma outra recomendação especial quanto ao uso


dessas vacinas?
O prematuro menor de 1.000 g ou 31 semanas de ges-
tação deve receber a vacina preferencialmente acelular
contra coqueluche (DTPa) devido à redução de eventos
adversos.

O prematuro pode receber todas as vacinas do


calendário de vacinação?
O prematuro pode receber todas as vacinas indicadas
para os bebês que nasceram no período gestacional es-
perado. Assim, as vacinas contra meningite, pneumonia,
difteria, coqueluche, hepatite B e gripe (influenza) de-
vem ser aplicadas conforme a idade cronológica da crian-
ça, independentemente de ter nascido prematuramente
e do peso de nascimento.
Fazer as vacinas recomendadas é muito importante por-
que além de protegerem o bebê, impedem que doenças
infecciosas se espalhem na comunidade. É importante
consultar e seguir o calendário de vacinação que consta
na caderneta da criança disponibilizada pelo Ministério
da Saúde. Os pais devem se organizar para seguirem as
datas e não deixarem de vacinar seus filhos!

97
Material protegido por direitos autorais
Eu, prematuro – Da colostroterapia aos cuidados em casa

E sobre a prevenção contra o vírus sincicial


respiratório?
O vírus sincicial respiratório (VSR) é causa frequente
de infecções pulmonares, com quadros de pneumonias
e bronquiolites, sobretudo em recém-nascidos prema-
turos. A sua prevenção pode ser realizada com o uso do
anticorpo monoclonal específico contra o VSR (pali-
vizumabe), que deve ser aplicado nos meses de maior
circulação do vírus, o que depende da região do Brasil:
região Norte, de janeiro a junho; região Sul, de março a
agosto; e regiões Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste, de
fevereiro a julho.

E sobre a vacinação dos cuidadores?


Manter o calendário vacinal atualizado é fundamental
para todas as pessoas: crianças, adolescentes, adultos e
idosos.
É muito importante realizar a vacinação das pessoas que
terão contato com o prematuro, sobretudo se forem
conviver e cuidar dele, atentar-se especialmente para
as seguintes vacinas: coqueluche, influenza, varicela, sa-
rampo, caxumba e rubéola.

98
Material protegido por direitos autorais
Eu, prematuro – Da colostroterapia aos cuidados em casa

Cuidados com a Exposição Solar


e Uso de Medicamentos de Rotina
Maria Beatriz Reinert do Nascimento

Você sabia que alguns cuidados


São precisos para a minha
pele proteger?
Tem também que lembrar
Que vitaminas e ferro tenho
que tomar
Para mais forte ficar!

A pele infantil é mais delicada e fina do que a de um


adulto, podendo queimar e ficar irritada com mais fa-
cilidade. No bebê pré-termo, ela é ainda mais sensível.
Os seus olhos também não estão totalmente maduros,
pois não têm o pigmento que filtra os raios ultravioleta
do sol. Nessa fase, o bebê é muito vulnerável aos raios
ultravioleta, talvez mais do que jamais será em sua vida.
A exposição solar excessiva, em idade precoce, aumenta
a chance de câncer de pele em longo prazo.

Quando for passear, como deve vestir o bebê?


Deve-se vestir o bebê com roupas leves de algodão e um
chapéu de aba larga ou boné. Usar métodos de proteção
solar que criem uma barreira física entre a pele e os raios
solares, como uma sombrinha ou guarda-sol, também é
importante.
Tanto quanto possível, mantenha o bebê na sombra, evi-
tando sair entre 10 e 14 horas, quando os raios do sol são
mais fortes.

99
Material protegido por direitos autorais
Eu, prematuro – Da colostroterapia aos cuidados em casa

O bebê pode usar filtro solar?


A partir de 6 meses de idade, é hora de introduzir os fil-
tros solares infantis, sempre com fator de proteção solar
de, pelo menos, 30 (FPS 30), e contendo poucas subs-
tâncias químicas prejudiciais à pele da criança. Aplique a
proteção 15 a 30 minutos antes de sair ao sol, cobrindo
todas as áreas expostas da pele do bebê, incluindo rosto,
dorso das mãos, nuca, pontas das orelhas e dorso dos
pés. O FPS 30 é suficiente se for aplicado na quantida-
de adequada e reaplicado a cada 2 horas. Reaplique o
protetor solar regularmente, especialmente se estiver na
praia ou na piscina. Ao sair de casa, quando estiver calor,
coloque uma sombrinha no carrinho para mantê-lo longe
da luz solar direta.

E se o bebê tiver “amarelão”, posso dar banho de sol?


O banho de sol não é indicado para o tratamento do
“amarelão” (icterícia neonatal). A recomendação, nesse
caso, é o “banho de luz” (fototerapia), com lâmpadas
específicas, em ambiente hospitalar.

Quais são os suplementos vitamínicos normalmente


utilizados pelos bebês prematuros?
A suplementação de vitamina D (a partir de uma semana
de vida) e de ferro (a partir de 30 dias de vida) pode ser
iniciada ainda durante o período de internação hospitalar,
e deve continuar de acordo com orientação médica.
Outros suplementos de vitaminas e minerais, bem como
alguns medicamentos, podem ser necessários e serão
prescritos pelo médico. É preciso seguir as orientações
corretamente para atender às necessidades especiais
desses bebês, garantindo o melhor cuidado para uma
vida saudável.

100
Material protegido por direitos autorais
Eu, prematuro – Da colostroterapia aos cuidados em casa

Podem-se pingar gotas de medicamentos diretamente


na boca do bebê?
Não é recomendado. É mais seguro oferecer de colher
ou no copinho, pois permite a contagem do número de
gotas com segurança. Se forem pingados diretamente na
boca do bebê, pode cair uma quantidade maior de gotas
do que a desejada, salvo para aqueles medicamentos que
têm uma seringa dosadora que permite a aspiração da
quantidade pretendida.

101
Material protegido por direitos autorais
Eu, prematuro – Da colostroterapia aos cuidados em casa

Cuidados com a Pele: Evitando Assaduras


Maria Beatriz Reinert do Nascimento

Minha pele é muito, muito fininha


E precisa de cuidado especial
Para não machucar
Vamos aprender?

A pele do recém-nascido é diferente da pele de um adul-


to. A pele do bebê prematuro é ainda mais suscetível à
irritação e lesão, pois, como nasceram antes do tempo,
ela está em formação e por isso ainda é muito fina, está
vulnerável à invasão de microrganismos, e deve ser pro-
tegida até que a sua maturação ocorra.

102
Material protegido por direitos autorais
Eu, prematuro – Da colostroterapia aos cuidados em casa

Como prevenir assaduras?


As assaduras (ou dermatite de fralda) são um problema
comum. Consistem em lesões da pele da área coberta
pelas fraldas, decorrentes do contato prolongado com a
umidade, e pela irritação da exposição frequente à urina
e fezes. Na pele úmida, as suas propriedades de barreira
estão alteradas, o que a torna mais suscetível a danos
mecânicos, irritantes químicos, e à proliferação de mi-
crorganismos.
Há uma forma leve de assadura, caracterizada por ver-
melhidão de aspecto brilhante e descamação, até uma
forma grave, quando aparecem úlceras, mas sempre
poupando a região das dobrinhas.
Como os bebês urinam muitas vezes ao dia, precisam
de higiene adequada e trocas frequentes de fraldas,
pelo menos 5 a 6 vezes por dia, bem como exposição
da pele ao ar pelo maior tempo possível, reduzindo o
contato com a umidade e a fricção, para que se mante-
nha íntegra.

103
Material protegido por direitos autorais
Eu, prematuro – Da colostroterapia aos cuidados em casa

Como fazer a limpeza da região das fraldas?


A limpeza delicada, com água e algodão, é a forma mais
utilizada e geralmente suficiente para a higiene da área
das fraldas. Caso haja fezes, a utilização de um sabone-
te líquido infantil ajuda na limpeza. Depois de limpa, a
região deve ser secada suavemente, sem ser esfregada
vigorosamente, e o bebê pode ficar sem as fraldas por
alguns minutos. Em seguida, aplica-se um creme próprio
para assaduras (geralmente à base de óxido de zinco),
para formar uma película protetora, que impedirá a ação
de irritantes sobre a pele, além de limitar o atrito. Esses
cremes devem ser utilizados sempre, não sendo desejá-
vel toda a sua remoção a cada troca de fralda, pois isso
pode atrapalhar a cicatrização das lesões.
A dermatite de fraldas geralmente se resolve por con-
ta própria em três dias, mas pode ser complicada com
infecção por bactérias ou fungos. No entanto, cremes
contendo medicamentos como nistatina, corticosteroi-
des e antibióticos só devem ser utilizados por indicação
médica.

104
Material protegido por direitos autorais
Eu, prematuro – Da colostroterapia aos cuidados em casa

Quais cuidados devem ser tomados para evitar danos


à pele? E os banhos?
O bebê prematuro não precisa de muitos banhos: se la-
var bem a área da fralda durante as trocas, pode ser re-
alizado 2 a 3 vezes por semana. Mas, no caso de banhos
diários, é importante lembrar que banhos com muita
frequência acabam ressecando a pele, especialmente se
forem usados sabonetes não indicados para recém-nas-
cido e em quantidade excessiva. No caso de uso de sa-
bonete, tenha sempre o cuidado de fazer o enxágue no
final do banho para retirar resíduos.
Um sabonete indicado para recém-nascido tem pH neu-
tro ou ligeiramente ácido, sem perfume e nem corante.
Após o banho, os hidratantes podem ser utilizados, tam-
bém se evitando produtos com fragrância, cor ou preser-
vativos com potencial irritativo.
A limpeza da área de fralda deve ser adequada para im-
pedir a ação irritante do contato com urina e, especial-
mente, fezes.
Outras condições desfavoráveis precisam ser evitadas,
como o atrito ou esfregação.

Eu posso usar lenços umedecidos?


Os lenços umedecidos podem ser usados de modo even-
tual, desde que tenham poucos produtos químicos e
nenhum perfume em sua composição, pois há relatos
de processos irritativos e alérgicos relacionados a eles.
Existem alguns específicos para recém-nascidos que não
contêm fragrâncias em sua composição.

105
Material protegido por direitos autorais
Eu, prematuro – Da colostroterapia aos cuidados em casa

O Meu Bebê Está Chorando Muito.


Isso Pode Ser Cólica?
Graciete Oliveira Vieira
Tatiana de Oliveira Vieira

Como eu não sei falar,


O choro é uma maneira
de me expressar,
Para dizer que alguma coisa
não está bem.
Preste atenção com carinho
Para entender o que o eu quero mostrar!

O choro é um modo de comunicação do bebê e indica


uma necessidade ainda não atendida, como: fome, sede,
fralda suja, calor, frio, incômodo para fazer cocô, alguma
dor, como a cólica, ou até porque ele quer aconchego e
carinho. O choro é a sua primeira linguagem.

Como eu posso saber se o meu bebê está com cólicas?


O bebê com cólicas pode ficar irritado, agitado, choroso,
vermelhinho, sacudir os bracinhos, dobrar as perninhas
em direção à barriga. As cólicas geralmente iniciam sem
uma causa aparente, com maior frequência no final da
tarde e início da noite, podendo durar até 3 horas. Com
o tempo, os pais aprendem a identificar as crises de có-
licas.

106
Material protegido por direitos autorais
Eu, prematuro – Da colostroterapia aos cuidados em casa

A cólica é uma doença?


A cólica não é uma doença e sim uma alteração no fun-
cionamento do intestino, que faz parte do desenvolvi-
mento normal do bebê. É mais frequente nos primeiros
3 meses de vida e melhora em até 5 meses de idade. É
uma condição benigna e transitória. Não sendo uma do-
ença, não são necessários exames para sua investigação.

Qual a causa da cólica?


Não se sabe com precisão as causas da cólica, mas o seu
aspecto autolimitado, com melhora espontânea ao longo
dos primeiros meses de vida, sugere que a cólica pode
ser uma manifestação de imaturidade do lactente que
melhora com o desenvolvimento do tubo digestivo e do
sistema nervoso central. Mas outras causas podem estar
envolvidas, como: fatores ligados ao ambiente, incluindo
o aspecto emocional da família, intolerância à lactose,
anormalidades em hormônios gastrintestinais, alteração
da motilidade e da flora intestinal.

Leite materno ou leite de vaca podem causar cólica?


Qual produz mais cólica?
A cólica pode acontecer tanto em bebês que mamam
do peito quanto naqueles que usam fórmulas de leite de
vaca, sendo mais frequente em bebês alimentados com
fórmula de leite de vaca.

107
Material protegido por direitos autorais
Eu, prematuro – Da colostroterapia aos cuidados em casa

Eu preciso fazer dieta sem tomar leite de vaca?


Dieta materna isenta de leite de vaca só se justifica se o
bebê tiver o diagnóstico de alergia à proteína do leite de
vaca. Nesses casos específicos, logo que a mãe parar de
comer alimentos com leite, as cólicas melhoram. Mas,
para confirmar o diagnóstico, é recomendado retornar
o leite na dieta materna, em torno de 4 semanas. Se as
cólicas piorarem, confirmam o diagnóstico de alergia ao
leite de vaca e o bebê deve ser avaliado por um pediatra
ou gastroenterologista pediátrico.

O que a mãe pode e não pode fazer no caso de cólicas?


• Ficar calma, pois a ansiedade dos pais pode piorar as
cólicas.
• Pesquisar se o bebê está agitado por conta da fome,
sono, calor, frio, barulhos, fralda molhada ou aperta-
da, ou por outros fatores desconfortantes.
• Fazer movimentos, como “pedalar no ar” ou “imitar
um sapinho pulando” para ajudar na eliminação dos
gases acumulados.
• Fazer massagens na barriguinha, no sentido horário,
para ajudar na eliminação dos gases.
• Banho morno pode ajudar o bebê a relaxar.
• Uso de chás não é recomendado por não ter compro-
vação de que melhoram as cólicas e podem atrapalhar
o aleitamento materno.
• Não realizar mudanças de marcas de leite ou usar me-
dicamentos sem a orientação do médico.

108
Material protegido por direitos autorais
Eu, prematuro – Da colostroterapia aos cuidados em casa

Regurgitações em Crianças Amamentadas


Graciete Oliveira Vieira
Tatiana de Oliveira Vieira

Depois que eu mamar,


É importante eu arrotar
para expelir o ar
Que engoli durante a mamada
E as cólicas evitar!
E menos vezes golfar!

As regurgitações (golfadas) são muito frequentes no pri-


meiro ano de vida, devido ao retorno passivo dos alimen-
tos deglutidos ou de secreções para a boca. As “golfadas”,
geralmente, são eliminadas em pequena quantidade e
sem esforço pela criança.

Por que isso acontece?


As regurgitações ou golfadas, na maioria das vezes, são
uma situação fisiológica, sendo denominadas como re-
fluxo gastroesofágico (RGE) fisiológico. Isso ocorre de-
vido à imaturidade de uma região do esôfago (esfíncter),
que se abre para a passagem dos alimentos quando es-
tes são engolidos, e também tem a função de impedir o
retorno do alimento do estômago para o esôfago. Essa
condição faz parte do desenvolvimento normal da crian-
ça. Habitualmente, tanto os adultos quanto as crianças
apresentam alguns episódios de refluxo, especialmente
após as refeições, que são considerados normais.

109
Material protegido por direitos autorais
Eu, prematuro – Da colostroterapia aos cuidados em casa

Como o RGE se manifesta?


As regurgitações, geralmente, aparecem em torno de 3
semanas de vida. Aumentam em número e volume en-
tre 2 e 4 meses, e diminuem progressivamente com o
crescimento, com desaparecimento em torno de 12 a
24 meses de idade. Acontecem tanto em crianças ama-
mentadas quanto nas não amamentadas. Por se tratar de
evolução benigna e autolimitada, não é necessário o uso
de medicamentos.

Se o bebê golfa muito, ele vai continuar ganhando


peso?
Na maioria das vezes, a ingestão do alimento é suficiente
e o bebê continua a ganhar peso regularmente. Na ver-
dade, são aquelas crianças denominadas como “regurgi-
tadoras felizes”, pois regurgitam e estão sempre bem e
engordando normalmente.

Quando é motivo de preocupação?


Em alguns casos os bebês regurgitam e requerem trata-
mento por se tratar de doença do refluxo gastroesofágico
(DRGE). Os principais sinais de alerta para a DRGE
são: recusa alimentar, ânsia de vômitos, irritabilidade,
choro após a alimentação, alteração do sono e, principal-
mente, dificuldade de ganho de peso.
Nos casos de DRGE, o bebê deverá ser avaliado pelo seu
médico. Não se deve iniciar ou fazer medicamentos sem
a orientação médica.

110
Material protegido por direitos autorais
Eu, prematuro – Da colostroterapia aos cuidados em casa

O que os pais podem fazer?


Algumas medidas estão indicadas tanto no refluxo fi-
siológico quanto no patológico. São elas: não utilizar
roupas apertadas no bebê; realizar a troca das fraldas
antes da amamentação ou alimentação; observar a boa
pega, para não permitir a deglutição de ar durante as
mamadas; colocar o bebê para arrotar após todas as
mamadas; evitar exposição do bebê à fumaça de cigar-
ros, pois o fumo favorece o relaxamento do esfíncter
do esôfago e piora o refluxo. O aleitamento materno
deve ser continuado sempre, tanto no refluxo fisioló-
gico quanto no patológico. Nas crianças com sintomas
leves e nenhum sinal de alerta, não é necessário uso de
medicamentos.

Por que colocar para arrotar?


Muitos bebês, quando mamam, engolem ar, principal-
mente, quando não existe o que chamamos de perfeito
vedamento labial, ou seja, durante a pega, o lábio do
bebê não fica bem acoplado à região da aréola e ele
engole ar juntamente com o leite. Na mamadeira pode
acontecer também a ingestão de ar junto com o leite. O
ar ingerido gera desconforto e aumenta a possibilidade
de cólicas. Os bebês devem ser colocados para arrotar
para expelirem o excesso de ar ingerido durante as ma-
madas.

111
Material protegido por direitos autorais
Eu, prematuro – Da colostroterapia aos cuidados em casa

Como colocar para arrotar?


Os bebês devem ser colocados para arrotar após cada
mamada. A maneira mais usada é segurá-lo na posição
vertical, com a barriguinha aconchegada ao corpo da
mãe. Além disso, deve-se apoiar a sua cabecinha. Em
seguida, dão-se alguns tapinhas bem suaves nas costas,
para ajudar a expulsão do ar ingerido durante a mamada.
Permanecer nessa posição em torno de 20 a 30 minutos,
principalmente se o bebê tem refluxo. Habitualmente,
ao arrotar, vem junto um pouco de leite. Não é motivo
para preocupação, isso é normal.

112
Material protegido por direitos autorais
Eu, prematuro – Da colostroterapia aos cuidados em casa

Será Que o Intestino


do Meu Filho Está Normal?
Graciete Oliveira Vieira
Tatiana de Oliveira Vieira

Mamãe, é bom observar


sempre o meu cocô
Posso fazer muitas vezes por dia
Ou ficar alguns dias sem fazer.
Lembre-se da minha fralda trocar,
Para sempre limpinho eu ficar!

O aspecto, coloração, consistência e frequência das eva-


cuações dizem muito sobre a saúde do bebê. Os pais
devem conhecer o que é normal para não terem preocu-
pações desnecessárias.

Como são as fezes de um bebê que mama no peito?


Os bebês que só mamam no peito costumam fazer cocô
de consistência mais líquida. A cor das fezes pode va-
riar do amarelo-ouro ao verde-escuro e conter alguns
grumos, ou seja, pequenas partes mais consistentes. A
presença de pequena quantidade de muco também é
normal. Bebês alimentados exclusivamente com leite
materno dificilmente têm diarreia.

113
Material protegido por direitos autorais
Eu, prematuro – Da colostroterapia aos cuidados em casa

O bebê faz cocô todas as vezes que mama. Isso é


diarreia?
Não. Evacuar todas as vezes que mama é um reflexo
normal do intestino. Mas, como os bebês amamentados
geralmente se alimentam em maior número de vezes,
este reflexo é mais notado pelos pais, que podem inter-
pretá-lo como indícios de diarreia. Em torno de 1 ano de
idade, o ritmo intestinal do bebê vai se aproximando de
um adulto. Não é necessário o uso de medicamentos ou
fazer exames.

Por que isso acontece?


Acontece por causa do reflexo gastrocólico, ou seja,
quando o bebê mama e o alimento chega ao estômago,
estimula os movimentos intestinais, com contrações do
cólon (intestino), que empurram as fezes para o reto,
com a eliminação de fezes amolecidas. Ocorre tanto em
crianças amamentadas quanto nas que usam outro leite.

Pode um bebê ficar vários dias sem evacuar?


Uma criança amamentada pode ter grande variabilidade
da frequência das evacuações, ou seja, evacuar 10 ou mais
vezes ao dia ou até ficar 10 dias sem evacuar. Mas, quando
evacuar, as fezes devem ser de consistência amolecida e
ser eliminadas sem dor ou dificuldade.

114
Material protegido por direitos autorais
Eu, prematuro – Da colostroterapia aos cuidados em casa

Quando se deve se preocupar com intestino preso


(constipação)?
Os principais sinais de alerta para intestino preso são:
dificuldade para evacuar, presença de sinais de dor e de
esforço ao defecar e eliminação de fezes endurecidas.
É importante diferenciar a constipação da pseudocons-
tipação, em que ocorre espaçamento entre as dejeções,
mas com eliminação de fezes amolecidas.

O que se precisa fazer?


A pseudoconstipação não é uma doença. Não requer uso
de medicamentos. Não se deve aplicar supositório. Não
interromper o aleitamento materno e não oferecer ao
bebê em aleitamento materno exclusivo, alimentos para
soltar o intestino (laxantes).

115
Material protegido por direitos autorais
Eu, prematuro – Da colostroterapia aos cuidados em casa

Hora do Sono....
Graciete Oliveira Vieira
Tatiana de Oliveira Vieira

Humm... e para finalizar essa conversa,


De algo bem importante iremos falar:
É da hora do soninho!!!
Momento tão especial e necessário
quanto me alimentar.
Através dele posso crescer
e me desenvolver;
E, com isso, feliz toda minha família irá ficar.

O sono é muito importante para o bom crescimento e


desenvolvimento do bebê, bem como influencia a quali-
dade de vida de seus pais.

Como deve ser o sono?


Para o sono ser saudável, precisa ser na duração adequa-
da, com boa qualidade e de modo regular. Cada pessoa
apresenta necessidade individual quanto à duração do
sono, que sofre influência de fatores genéticos, compor-
tamentais, médicos e ambientais. Os distúrbios do sono
devem ser avaliados no contexto da família, pois existe
uma relação bidirecional entre maternidade, paternida-
de e sono da criança.

116
Material protegido por direitos autorais
Eu, prematuro – Da colostroterapia aos cuidados em casa

Quanto tempo o bebê deve dormir por dia?


A necessidade de sono varia de acordo com a idade. A
duração do sono de uma criança na faixa etária de 4 a
12 meses corresponde a 12 a 16 horas, incluídos os co-
chilos. Na faixa de 1 a 2 anos, a necessidade de tempo
de sono é de 11 a 14 horas, incluídos os cochilos. Com a
idade, o tempo de sono vai diminuindo até ficar entre 8
a 10 horas, na idade adulta.

O bebê troca o dia pela noite. Até quando?


No primeiro mês de vida, o recém-nascido não diferen-
cia o dia e a noite, além de apresentar ciclos de sono que
duram de 40 a 50 minutos. Mas em torno de 2 a 3 meses
de idade, ele vai fazendo uma transição gradual para o
sono noturno, ficando períodos mais longos acordados
durante o dia.

Como ajudar?
É preciso favorecer o que chamamos de “higiene do
sono”, ou seja, um conjunto de hábitos, comportamen-
tos, rituais e condições ambientais que facilitam o iní-
cio e a manutenção do sono adequado. Assim, é preciso
criar um ritual que sinalize para o bebê que é hora de
dormir, como: banho, massagens, atividades tranquilas,
desligar as luzes do quarto, cantigas, contar histórias.
Além disso, deve-se ter uma regularidade de horários,
ambiente com boa temperatura, não usar tablet, celular
ou televisão, pois funcionam como estímulos para man-
ter o bebê acordado.

117
Material protegido por direitos autorais
Eu, prematuro – Da colostroterapia aos cuidados em casa

E o berço? Como arrumar?


Os lençóis devem ser bem presos no colchão do berço,
e não se devem deixar brinquedos, travesseiros, almofa-
das, paninhos, cheirinhos ou qualquer objeto no berço
do bebê para não correr o risco de sufocamento.

E a posição de dormir?
Até o bebê completar 1 ano de idade, deve ser colocado
para dormir de barriga para cima, ou seja, olhando para o
teto. Não deve dormir de lado ou de barriga para baixo.
De lado, ele pode virar e ficar de barriga para baixo (de
bruços), posição não recomendada nos primeiros meses
de vida.

118
Material protegido por direitos autorais
Eu, prematuro – Da colostroterapia aos cuidados em casa

Humm....
E agora para finalizar,
Uma rima não poderia faltar!
Este livro ensina boas práticas
De como de mim cuidar!
Mas, se dúvidas ficarem,
Um profissional de saúde pode ajudar.

Lembro que magrinho e indefeso eu nasci,


E com cuidados até a alta progredi.
Agora, em minha casa, eu estarei;
Cercado de amor e atenção, eu crescerei
A todos que estiveram comigo,
Por todo zelo e cuidado,
Agradecido para sempre ficarei
E para me despedir,
Um breve adeus eu darei!

119
Material protegido por direitos autorais
Material protegido por direitos autorais
Eu, prematuro – Da colostroterapia aos cuidados em casa

Referências

• Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à


Saúde. Núcleo Técnico da Política Nacional de Hu-
manização. HumanizaSUS: visita aberta e direito a
acompanhante. 2. ed. Brasília: Ministério da Saúde,
2007. Disponível em: <https://bvsms.saude.gov.br/
bvs/publicacoes/visita_acompanhante_2ed.pdf>.
Acesso em: 07 mar. 2023.
• Brasil. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Ban-
co de leite humano: funcionamento, prevenção e
controle de riscos. Brasília: Anvisa, 2008. 160p.
• Brasil. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Segu-
rança do Paciente em Serviços de Saúde: Higieniza-
ção das Mãos. Brasília: Anvisa, 2009. 105p.
• Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à
Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estra-
tégicas. Atenção à saúde do recém-nascido: guia para
os profissionais de saúde. 2. ed. Brasília: Ministério
da Saúde, 2014. 4 v. Disponível em: <https://bvsms.
saude.gov.br/bvs/publicacoes/atencao_saude_recem_
nascido_v1.pdf>. Acesso em: 07 mar. 2023.
• Brasil. Manual do Método Canguru: seguimento
compartilhado entre a Atenção Hospitalar e a Aten-
ção Básica. Brasília: Ministério da Saúde, 2015. 274p.
• Brasil. Ministério da Saúde. Lei nº 13.257, de 8 de
março de 2016. Dispõe sobre as políticas públicas
para a primeira infância e dá outras providências. Bra-
sília: Ministério da Saúde, 2016.
• Brasil. Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à
Saúde, Departamento de Ações Programáticas Estra-
tégicas. Atenção humanizada ao recém-nascido: Mé-
todo Canguru: manual técnico. 3.ed. Brasília: Minis-
tério da Saúde, 2017. 340p. 121
Material protegido por direitos autorais
Eu, prematuro – Da colostroterapia aos cuidados em casa

• Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à


Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estra-
tégicas. Método canguru: diretrizes do cuidado [re-
curso eletrônico]. Brasília: Ministério da Saúde, 2018.
80p. Disponível em: <https://bvsms.saude.gov.br/bvs/
publicacoes/metodo_canguru_diretrizes_cuidado_re-
visada.pdf>. Acesso em: 07 mar. 2023.
• Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção
Primária à Saúde. Guia alimentar para crianças bra-
sileiras menores de 2 anos versão resumida [recurso
eletrônico]. Brasília: Ministério da Saúde, 2021. Dis-
ponível em: <https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publi-
cacoes/guia_alimentar_crianca_brasileira_versao_re-
sumida.pdf>. Acesso em: 07 mar. 2023.
• Carvalho, M.R.; Gomes, C.F. Amamentação: bases cien-
tíficas. 4.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017.
• da Cruz Martins, C.; Ramos, M.S.X.; Amaral, M.V.C.;
Costa, J.S.P.; Cerqueira, E.S.; Vieira, T.O.; Seixas
da Cruz, S.; Vieira, G.O. Colostrum oropharyngeal
immunotherapy for very low birth weight preterm in-
fants: protocol of an intervention study. BMC Pedia-
trics, v. 20, n. 371, 2020. Disponível em: <https://doi.
org/10.1186/s12887-020-02266-8>. Acesso em: 07
mar. 2023.
• Glass, K.M.; Greecher, C.P.; Doheny, K.K. Oropha-
ryngeal administration of colostrum increases sal-
ivary secretory IgA levels in very low-birth-weigth
infants. American Journal of Perinatology, v. 34, n.
14, p. 1389-95, 2017. Disponível em: <https://doi.
org/10.1055/s-0037-1603655>. Acesso em: 07 mar.
2023.
• Rodriguez, N.A.; Vento, M.; Claud, E.C.; Wang, C.E.;
Caplan, M.S. Oropharyngeal administration of moth-

122
Material protegido por direitos autorais
Eu, prematuro – Da colostroterapia aos cuidados em casa

er’s colostrum, health outcomes of prematures infants:


study protocol for a randomized controlled trial. Bio-
Med Central, v. 16, n. 453, p. 1-14, 2015. Disponível
em: <https://doi.org/10.1186/s13063-015-0969-6>.
Acesso em: 07 mar. 2023.
• Sociedade Brasileira de Neurologia Infantil. Centers
of Disease Control and Prevention. E-Book Aprenda
os sinais, Aja cedo [online]. São Paulo: SBNI/ CDC.
2019. Disponível em: <https://sbni.org.br/wp-con-
tent/uploads/2019/09/1568137484_livreto_alta.
pdf>. Acesso em: 07 mar. 2023.
• Sociedade Brasileira de Pediatria. Departamento
Científico de Neonatologia. Seguimento ambulatorial
do prematuro de risco. [online]. Porto Alegre: SBP,
2012. Disponível em: <https://www.sbp.com.br/fi-
leadmin/user_upload/2015/02/Seguimento_prema-
turo_oficial.pdf>. Acesso em: 07 mar. 2023.
• Sociedade Brasileira de Pediatria. Departamento
Científico de Dermatologia. Guia de fotoprote-
ção na criança e adolescente. Rio de Janeiro: SBP,
2017. Disponível em: <https://app.isend.com.br/
iSend/external/magazine?encrypt=856C7AD3F
35DE85DA917FC6D79749975342476CDB528F
629880FDD92D0E28577>. Acesso em: 07 mar. 2023.
• Sociedade Brasileira de Pediatria. Departamentos
Científicos de Imunizações e Neonatologia. Guia Prá-
tico de Atualização: vacinação em pretermos [online].
Rio de Janeiro: SBP, 2018, nº 8. Disponível em:
<https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/
20947d-GPA_-_Vacinacao_em_pretermos-ok.pdf>.
Acesso em: 07 mar. 2023.
• Sociedade Brasileira de Pediatria. Departamen-
to Científico de Aleitamento Materno. Doação de

123
Material protegido por direitos autorais
Eu, prematuro – Da colostroterapia aos cuidados em casa

leite humano: o que o pediatra precisa saber? In:


Guia prático de aleitamento materno [online]. Rio
de Janeiro: SBP, v. 11, p. 20-3, 2020. Disponível em:
<https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/
22800f-GUIAPRATICO-GuiaPratico_de_AM.pdf>.
Acesso em: 07 mar. 2023.
• Sociedade Brasileira de Pediatria. Departamento
Científico de Imunizações. Documento Científico:
Calendário de Vacinação do Prematuro [online]. Rio
de Janeiro: SBP, 2022, nº 22. Disponível em: <https://
www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/sbp/2022/
abril/28/23474h-DC_Calendario_Vacinacao_do_Pre-
maturo.pdf>. Acesso em: 07 mar. 2023.
• Sociedade Brasileira de Pediatria. Departamentos
Científicos de Dermatologia e Neonatologia. Docu-
mento Científico: Atualização sobre os Cuidados
com a Pele do Recém-Nascido [online]. Rio de Janei-
ro: SBP, 2021, n. 11. Disponível em: <https://www.
sbp.com.br/fileadmin/user_upload/22978c-Doc
Cient-Atualiz_sobre_Cuidados_Pele_do_RN.pdf>.
Acesso em: 07 mar. 2023.

124
Material protegido por direitos autorais
Material protegido por direitos autorais
Material protegido por direitos autorais

Você também pode gostar