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Gama-DF
2021
JANIELLE CAROLINE DE SOUSA
Gama-DF
2021
JANIELLE CAROLINE DE SOUSA
Gama-DF
2021
DEDICO a minha mãe, avó e marido.
AGRADECIMENTOS
Nada disso teria sido possível se não fosse por Deus, que iluminou meu caminho ao
longa dessa jornada e novo ciclo.
Quero agradecer aos meus professores e professoras, principalmente minha
orientadora que foi um anjo que Deus colocou em minha vida sempre acalmando, ajudando e
orientando da melhor forma possível. Agradeço demais por tudo que aprendi com vocês.
Agradeço a minha família, principalmente mãe, avó e marido que sempre me incentivaram e
garantiram que eu não desistisse nunca.
Aos meus amigos deixo aqui minha eterna gratidão, pois foram eles que fizeram com
que eu seguisse sempre de cabeça erguida, aguentaram meus estresses e choros.
Agradeço a todos que fizeram parte desta caminhada ao meu lado.
Que venha o futuro!
Emmanuel Kan
NEOPLASIA MAMÁRIA EM CADELAS: ASPECTOS CLÍNICOS, DIAGNÓSTICOS
E TERAPÊUTICOS.
Janielle Caroline de Sousa1
Fernanda Barros de Oliveira Melo 2
Resumo:
O tumor mamário costuma ser um processo neoplásico comum em cadelas e a relevância dos tumores
de mama em caninos tem aumentado significativamente. As alterações clínicas observadas estão direta
ou indiretamente relacionadas com câncer e são pouco descritas em cadelas com neoplasia mamária. O
presente trabalho teve como objetivo principal compreender os aspectos clínicos, diagnósticos e
terapêuticos de cadelas com neoplasia mamária. A metodologia de pesquisa usada foi de revisão da
literatura. Buscou-se embasamento teórico em artigos de revistas, livros, teses, entre outros
documentos que abordam o tema e as buscas foram realizadas nas bases de dados da Scielo, Google
acadêmico entre outros. A pesquisa demonstrou que o aumento de volume da glândula mamária em
cadelas, deve obter atenção especial, principalmente, quando este aumento não estiver relacionado
com pseudociese, lactação ou mastite. Esse fator deve ser considerado devido a alta incidência de
neoplasias mamárias na referida espécie e ao fato de que 50% dos tumores mamários caninos serem
malignos. Concluiu se que as alterações clínicas em cadelas com neoplasia mamária estadiadas são
relevantes e precisam ser diagnosticadas precocemente para iniciar um tratamento adequado com o
objetivo de promover melhor qualidade de vida ao animal, amenizando seu sofrimento e em alguns
casos dependendo do estágio da doença promover a cura.
Abstrat:
Breast tumors are usually a common neoplastic process in bitches and the relevance of breast tumors
in canines has increased significantly. The clinical changes observed are directly or indirectly related
to cancer and are poorly described in bitches with breast cancer. The main objective of this study was
to understand the clinical, diagnostic and therapeutic aspects of bitches with breast cancer. The
research methodology used was a literature review. Theoretical basis was sought in journal articles,
books, theses, among other documents that address the topic, and searches were carried out in the
databases of Scielo, academic Google, among others. Research has shown that the increase in volume
of the mammary gland in bitches, should get special attention, especially when this increase is not
related to pseudocyesis, lactation or mastitis. This factor must be considered due to the high incidence
of breast cancer in this species and the fact that 50% of canine breast tumors are malignant. It was
concluded that clinical changes in staged bitches with breast cancer are relevant and need to be
diagnosed early to start an adequate treatment with the objective of promoting a better quality of life
for the animal, alleviating its suffering and in some cases, depending on the stage of the disease, it
promotes cure.
1
Graduanda do Curso de Medicina Veterinária, do Centro Universitário do Planalto Central Apparecido dos
Santos - UNICEPLAC. E-mail: janiellec@gmail.com
2
Professora e orientadora Mestra e Docente do Centro Universitário do Planalto Central Apparecido dos Santos -
UNICEPLAC. E-mail: fernanda.melo@uniceplac.edu.br
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO................................................................................................................ 12
2 REVISÃO DA LITERATURA....................................................................................... 14
2.1 Morfofisiologia.................................................................................................................14
2.2 Etiologia e incidência das neoplasias mamárias.......................................................... 16
2.3 Apresentação e sinais clínicos.........................................................................................19
2.4 Diagnósticos e estadiamento........................................................................................... 20
2.4.1 Diagnóstico por imagem.............................................................................................. 21
2.5 Tratamento...................................................................................................................... 22
3. Considerações Finais......................................................................................................... 22
REFERÊNCIAS................................................................................................................... 23.
2. LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
COX2 - Ciclooxigenase2
OH – ováriohisterectomia
LISTA DE FIGURAS
A área oncológica veterinária vem cada dia crescendo devido o grande número de
neoplasias que acometem os pequenos animais domésticos o que decorre da consequência
devido o avanço da idade desses animais e muitas vezes a falta da esterilização precoce
(ESTRALIOTO, 2019). A excessiva proliferação de células é denominada de neoplasia e
esse processo ocorre quando essas células perdem o controle no processo mitótico e acabam
por formar massas anormais e mesmo que ocorra interrupção do estímulo as mesmas
continuam a se proliferar (DALECK & DE NARDI, 2017).
As neoplasias podem ser classificadas em malignas ou benignas, sendo as malignas
como invasivas e com tendência a formação de metástases e as benignas são as neoplasias
consideradas estáveis, ou seja, não possuem características metastáticas além de possuir o
crescimento mais lento (CACEMIRO, 2017).
Segundo Menezes (2015), às neoplasias mamárias correspondem a aproximadamente
50% dos tumores observados em caninos, dentre tais neoplasias, metade são malignas e a
maioria acontece em fêmeas com idades entre 7 e 12 anos. Os animais mais acometidos são
cadelas não histerectomizadas ou que foram submetidas à ovariohisterectomia (OH)
tardiamente, e raramente em machos ou animais jovens de ambos os gêneros.
Os tumores mamários caninos apresentam diversas características epidemiológicas
clínicas, biológicas e genéticas semelhantes aos da espécie humana, dentre as quais podem ser
citadas: faixa etária de surgimento, morfologia, efeito protetor da ovariohisterectomia,
presença de receptores de estrógeno e progesterona na massa tumoral, órgãos de metástase,
evolução clínica e o fator hereditário em alguns casos. Outro fato observado, é que as
neoplasias mamárias de cadelas costumam apresentar genótipo antigênico comparável àquele
observado em lesões de mama em seres humanos com homologia entre ambos os genes
(FELICIANO et al. 2012).
De acordo com Ribas et al. (2021) a neoplasia mamária é oriunda da glândula
mamária composta de ductos epiteliais e alvéolos circunscritos por células mioepiteliais,
envoltas por tecidos conjuntivos estromal, etiologicamente apresenta alta correlação com a
produção de hormônios, como estrógeno, progesterona e hormônio do crescimento,
considerando-se que animais castrados precocemente, antes do primeiro cio, apresentam baixa
incidência tumoral (FONSECA, 2000). Dessa forma, cadelas castradas antes do primeiro cio
na grande maioria apresentam, a incidência de tumor mamário é de 0,5%; após o primeiro cio
8% e 26% após dois ou mais ciclos. Além do fator hormônio-dependente, outras causas como
as pseudocieses e o uso de anticoncepcionais à base de progestágenos também podem
aumentar a chance de tumor de mama (OLIVEIRA, 2003).
O diagnóstico das neoplasias mamárias é realizado com exames clínicos, laboratoriais
e de imagem, seu prognóstico é determinado de acordo com o estadiamento clínico do animal,
assim como a classificação histopatológica e presença de polimorfismo de interleucinas
(CASSALI, 2011, NETO, 2014). Exames de raio x, ultrassom e tomografia também podem
auxiliar no diagnóstico e estadiamento das neoplasias mamárias (SOARES, 2015).
O tratamento é feito pela nodulectomia, mastectomia simples ou radical, exceto no
carcinoma inflamatório cujo tratamento é medicamentoso de acordo com alterações do
paciente e pode ser associado com a terapia adjuvante como quimioterapia e hormonal
(KASPER, 2015).
Nesse contexto, é relevante escolher um tratamento da neoplasia de mamas nas
cadelas, sendo que a mastectomia, é um dos procedimentos indicados, pode ser simples ou
completa unilateral e completa bilateral, dependendo do acometimento e gravidade da
neoplasia. Com a mastectomia e o acompanhamento pós - cirúrgico por meio de raio x e
ultrassonografias a doença pode ser controlada e acompanhada, o que possibilita verificar se a
neoplasia foi extinta, ou se ficou algum resquício da doença.
Devido à maior proximidade entre os animais de companhia e os seus tutores vem
vindo mais à tona a preocupação com a saúde, bem-estar e a longevidade, com isso a busca
pelo médico veterinário para diagnóstico, tratamento e prevenção acabam se tornando mais
rotineiros. Com isso, o presente trabalho tem como objetivo realizar um levantamento
bibliográfico acurado em relação ao acometimento de neoplasias mamárias, bem como
aspectos clínicos, diagnósticos e terapêuticos.
2 REVISÃO DA LITERATURA
2.1 Morfofisiologia
De acordo com Mirela et al., (2019) as cadelas têm cinco pares de glândulas
mamárias que ficam dispostas em duas fileiras deslocando-se em sentido cranial ou caudal são
denominadas torácicas caudais e craniais, abdominais craniais e caudais e inguinais. O tecido
mamário tem algumas peculiaridades anatômicas e histológicas que mudam entre as espécies
domésticas. Nas cadelas é possível observar de 4 a 5 pares de glândulas que são arranjadas de
forma bilateral e simetricamente desde a face ventral do tórax até a região inguinal (ARAÚJO
SOBRINHO, 2017).
Mirela et al., (2019) afirmam que elas são formadas por lóbulos com ductos que
drenam para canais excretores mais calibrosos. Quanto à irrigação sanguínea, ela é fornecida
pela artéria epigástrica superficial cranial e por meio de ramos perfurantes da artéria torácica
interna, por meio de ramos cutâneos das artérias intercostais e via ramos da artéria torácica
lateral. Por outro lado, as glândulas abdominais caudais e inguinais recebem sangue da artéria
epigástrica superficial caudal e dos ramos periovulares da artéria pudenda externa.
As estruturas mamárias têm a circulação sanguínea proporcionada pelos ramos lateral
e ventral da artéria intercostal e pelas artérias torácica interna e lateral que irrigam o segundo
par abdominal e o par inguinal, conforme ressalta Fossum (2015) apud Araújo Sobrinho
(2017).
Os linfonodos axilares drenam as torácicas craniais e caudais, caudais e abdominais
craniais, linfonodos inguinais drenam abdominais craniais e caudais e caudais inguinais. As
glândulas craniais e caudais também possuem comunicação do mesmo lado, assim como entre
as glândulas do lado direito e esquerdo por meio da reorganização linfática originada pelo
próprio tumor (MIRELA et al., 2019).
Segundo Andrade (2017) a glândula mamária canina é do tipo tubuloalvelar composta,
embriologicamente derivada do ectoderma. A mama canina desenvolve-se como botões
epiteliais que crescem no mesênquima subjacente e a partir de um espessamento linear
paralelo denominado crita mamária, que vai desde a região axilar até a inguinal. No fim do
desenvolvimento embrionário, as projeções epiteliais canalizam-se formando ductos
lactíferos, quando os botões epiteliais originam os ductos pequenos, alvéolos secretores e as
células mioepiteliais.
Cassali et al.,(2014) declaram que a drenagem linfática do tecido mamário canino
ocorre por meio de vasos linfáticos para os linfonodos axilares, inguinal superficial,
sublombar, external craniano, ilíaco medial e poplíteo. Os linfonodos são considerados
sentinelas, são os axilares e inguinais superficiais, sendo que: as mamas M1 e M2 drenam
para los linfonodos axilares ipsilateral; as mamas M4 e M5 drenam para o linfonodo inguinal
superficial ipsilateral; enquanto que M3 pode drenar para ambos os linfonodos ipsilaterais ou
apenas para o linfonodo axilar. Dessa forma, existe a possibilidade de comunicações
incomuns em processos neoplásicos, nesse sentido, é essencial o uso de técnicas de detecção
dos linfonodos sentinelas.
A compreensão da anatomia da glândula mamária é fundamental para uma abordagem
adequada e eficiente de planos de diagnóstico e terapia das neoplasias mamárias. As cadelas
possuem duas cadeias mamárias, esquerda e direita. Cada uma delas com cinco glândulas que
são denominadas conforme sua posição: duas torácicas (torácica cranial – T1; torácica caudal
– T2), duas abdominais (abdominal cranial – A1; abdominal caudal – A2) e uma inguinal
(Figura1), podendo qualquer uma delas ser foco de um ou mais tumores (KÖNIG, 2016).
A figura abaixo mostra a imagem esquemática da região ventral da cadela.
Observa-se que o tumor é visível, porém é necessário que se faça exame de citologia,
ultrassom e raio x, para ter um diagnóstico certo e diferenciar de outras doenças que se
assemelham, para iniciar o tratamento.
2.5 Tratamento
REFERÊNCIAS