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Questões 2ª Fase

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12ª questão
Apresentamos aqui dois documentos: Conteúdos relacionados

a) um trecho do livro Feliz Ano Velho (1982), de Marcelo Rubens Paiva, uma autobiografia
Documento Feliz Ano Velho
escrita após sofrer um acidente em Campinas, aos 20 anos, que o deixou tetraplégico;

b) uma lista de pertences, documento encontrado em novembro de 2012 na casa de um Documento Listas de pertences de

coronel reformado, assassinado naquele ano em Porto Alegre. Rubens Beyrodt Paiva

Link "Entrevista com Marcelo Rubens


Documento
Paiva"
Feliz Ano Velho
Endereço:
“Meu pai me ensinou a andar a cavalo. Meu pai me ensinou a nadar. Me incentivou a ser
http://www.viomundo.com.br/politica/marcelo-
moleque de rua (...)"
rubens-paiva-quem-mandou-matar-

meu-pai.html

Documento

Listas de pertences de Rubens Beyrodt Paiva Link "Impunidade da tortura no

Brasil"

Endereço:

http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/a-

impunidade-da-tortura-no-brasil

Link "Arquivos comprovam a prisão

do político Rubens Paiva"

Endereço:

http://zerohora.clicrbs.com.br/rs/policia/noticia/2012/11/arquivos-

comprovam-a-prisao-do-politico-

rubens-paiva-desaparecido-ha-41-

anos-3959069.html

Link "Filha de Rubens Paiva chora ao

Depois da leitura de ambos, escolha uma das alternativas. receber cópia dos documentos"

Endereço:

http://zerohora.clicrbs.com.br/rs/policia/noticia/2012/11/filha-

de-rubens-paiva-chora-ao-receber-
Alternativas
documento-historico-em-cerimonia-

A. O relato de Marcelo Paiva mostra o desespero pelo qual passou sua família em-porto-alegre-3964142.html

com o desaparecimento de seu pai, em 1971, nas mãos dos militares.

B. O documento encontrado na casa do coronel é uma lista dos pertences de

Rubens Paiva, registrados antes de sua fuga do DOI-CODI.

C. A listagem dos pertences de Rubens Paiva é uma prova de que ele realmente

foi preso pelos militares, conforme sua esposa afirmava.

D. O relato do escritor, as afirmativas da polícia à época e a lista dos pertences

de Rubens Paiva são indícios diferentes e por vezes contraditórios do mesmo

acontecimento.
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13ª questão
Em sua edição de fevereiro de 1893 a Revista Illustrada publicou em sua capa uma imagem e Conteúdos relacionados
texto em referência à demolição do maior cortiço do Rio de Janeiro – localizado na Rua Barão

de São Felix n° 154 -, no dia 26 de janeiro. Documento Revista Illustrada,

fevereiro de 1893

Documento
Link "Cortiços na ONHB: Questão 03
Revista Illustrada, fevereiro de 1893
da 3ª ONHB "

Endereço: https://skydrive.live.com/?

cid=0983cec4e1d9466f&id=983CEC4E1D9466F%21107&authkey=!AHI6YOlDcXpmuxs

Link "Visita aos cortiços do Rio

Imperial"

Endereço:

http://www.unicamp.br/cecult/mapastematicos/corticos/introcort.html

Link "Sidney Chalhoub. Cidade

Febril: Cortiços e Epidemias na Corte

Imperial. São Paulo: Companhia das

Letras, 1996."

Interpretando a imagem, os versos e recorrendo a seus conhecimentos sobre a destruição do

cortiço Cabeça de Porco escolha uma das alternativas:

Alternativas

A. Há desigualdade de forças entre o poder público e as centenas de indivíduos

pobres que viviam em locais populosos no centro da cidade.

B. A imagem e os versos trazem como personagens principais dos

acontecimentos o cortiço Cabeça de Porco e o prefeito Barata Ribeiro.

C. A imagem e os versos omitem a violência envolvida no ato de despejar

centenas de pessoas sem nenhum planejamento para realojá-las.

D. O planejamento público conseguiu reverter o problema das moradias

irregulares no centro da cidade.


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14ª questão
Conteúdos relacionados
Documento

Aspectos históricos da divulgação científica no Brasil Documento Aspectos históricos da

No Brasil dos séculos XVI, XVII e XVIII (...) atividades científicas ou mesmo de difusão das divulgação científica no Brasil

idéias modernas eram praticamente inexistentes. O país tinha uma baixíssima densidade de

população letrada, era mantido sob rígido controle e o ensino, quase unicamente elementar,

esteve nas mãos únicas dos jesuítas até meados do século XVIII (...)"

Escolha uma das alternativas:

Alternativas

A. O ensino e a divulgação dos conhecimentos científicos no Brasil estiveram

restritos por um controle da informação reservado às elites econômicas.

B. Os conhecimentos científicos têm valor estratégico, e a restrição a seu acesso

torna-se uma forma de poder.

C. Durante o período colonial, os brasileiros ignoravam a ciência e limitavam-se a

receber conteúdos religiosos.

D. O crescimento da imprensa, com o surgimento de periódicos, ampliou os

canais de divulgação dos conhecimentos científicos no Brasil.


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15ª questão
Conteúdos relacionados
Documento

A primeira escola Documento A primeira escola

“[...] em 1875, um jardim de infância causou uma verdadeira reviravolta na educação

brasileira, como reconheceu um artigo no jornal Cruzeiro quatro anos depois. O texto Link "Textos sobre o tema: "

mencionava ‘um chalé expressamente construído e mobiliado para o Jardim de Crianças’ (...)"

Link "Alessandra Arce. Friederich


Sobre o Jardim de Crianças de Menezes Vieira é possível afirmar que:
Froebel. O pedagogo dos Jardins de

Infância. Petrópolis: Vozes, 2002."

Link "Friederich Froebel. A Educação


Alternativas
do Homem. Passo Fundo: Edupf,

A. Era um método inovador por propor um momento de transição entre a família 2001."

e o ensino formal, além de trazer a ideia de um aprendizado pleno.

Link "Moisés Kuhlmann Jr. “A

Educação Infantil nos séculos XIX e


B. Embora tenha alcançado sucesso e sido implantada em outros colégios, esta
XX”. In: M. Stephanou; Bastos,
proposta não ocorreu em larga escala, pois se apresentava como uma ameaça
M.H.C. (orgs.). Histórias e Memórias
para outras formas de educação já consolidadas.
da Educação no Brasil. Petrópolis:

Vozes, 2005."

C. Era um projeto voltado ao ensino das crianças de 3 a 6 anos e que tinha


Link "Carlos Monarcha (org.).
como bases teóricas e pedagógicas os ensinamentos de educadores alemães e
Educação da infância brasileira
suíços.
(1875-1983). São Paulo: Autores

Associados/Fapesp, 2001."

D. Retirava a rigidez e a disciplina correntes na prática de ensino do século XIX,

tornado a escola infantil um espaço de brincadeiras e não de aprendizagem.


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16ª questão
Ainda a partir do artigo de Maria Helena Camara Barros (Questão 15) é possível afirmar sobre Conteúdos relacionados
a figura das professoras do Jardim de Infância:

Documento A primeira escola

Documento
Link "Textos sobre o tema: "
A primeira escola

“[...] em 1875, um jardim de infância causou uma verdadeira reviravolta na educação


Link "Alessandra Arce. Friederich
brasileira, como reconheceu um artigo no jornal Cruzeiro quatro anos depois. O texto
Froebel. O pedagogo dos Jardins de
mencionava ‘um chalé expressamente construído e mobiliado para o Jardim de Crianças’ (...)"
Infância. Petrópolis: Vozes, 2002."

Link "Friederich Froebel. A Educação

do Homem. Passo Fundo: Edupf,


Alternativas
2001."

A. A função de professora “jardineira” era uma conquista de autonomia pela qual

as feministas lutavam. Link "Moisés Kuhlmann Jr. “A

Educação Infantil nos séculos XIX e

XX”. In: M. Stephanou; Bastos,


B. Eram atribuídas às mulheres qualidades profissionais que envolviam
M.H.C. (orgs.). Histórias e Memórias
características como a meiguice e o carinho pelas crianças.
da Educação no Brasil. Petrópolis:

Vozes, 2005."

C. As mulheres puderam adentrar o espaço público na condição de


Link "Carlos Monarcha (org.).
professoras, na medida em que esta condição preservava uma imagem
Educação da infância brasileira
maternal.
(1875-1983). São Paulo: Autores

Associados/Fapesp, 2001."

D. Como professoras, as mulheres ganhavam a possibilidade de deixar o

espaço privado e adentrar o âmbito público.


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17ª questão
Observe atentamente a iconografia e escolha uma das alternativas: Conteúdos relacionados

Documento Partida da Monção, 1897


Documento

Partida da Monção, 1897


Link "Questão 35 2ª ONHB"

Endereço: https://skydrive.live.com/?

cid=0983cec4e1d9466f&id=983CEC4E1D9466F%21107&authkey=!AHI6YOlDcXpmuxs

Link "Veja outras obras do pintor"

Endereço:

http://www.itaucultural.org.br/aplicexternas/enciclopedia_ic/index.cfm?

fuseaction=artistas_obras&cd_verbete=93&cd_idioma=28555

Alternativas

A. Na tela, que representa a saída das monções, podemos observar as

embarcações, seus tripulantes, a comoção dos familiares, o trabalho escravo, a

presença de um padre abençoando a partida e, ao fundo, a mata.

B. Essa pintura, assim como outras de mesma temática encontradas, por

exemplo, no Museu Paulista, compõem uma memória nacional baseada na

construção de um passado heroico paulista.

C. As expedições fluviais ocorridas no século XVIII foram menos relevantes que

as bandeiras na história do Brasil colonial, o que é atestado pela pouca

quantidade de estudos a esse respeito.

D. Nessas viagens que saíam de Porto Feliz e chegavam à Cuiabá, o papel dos

indígenas foi fundamental, já que deles os paulistas adquiriram o hábito de

dormir em redes, navegar em pé, o conhecimento geográfico dos rios, as

técnicas de construção de canoas e as práticas de cura contra doenças ou de

ferimentos por animais.


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18ª questão
Conteúdos relacionados
Documento

Tropa diferente Documento Tropa diferente

“(…) [o] viajante inglês Henry Koster, que chegou ao Recife no início do século XIX (…)

imediatamente se impressionou com a boa aparência dos Henriques,(...)"

A partir do artigo e sobre a tropa dos Henriques escolha uma alternativa:

Alternativas

A. Era uma milícia dentre tantas formadas no Brasil, de modo que não se

destacaram no cenário de lutas do período colonial, embora seus membros

tenham sido vitoriosos.

B. Era uma milícia criada para atuar ao lado daqueles que lutavam contra a

ocupação holandesa, tendo em vista a impossibilidade de manutenção do

exército na colônia.

C. Caracterizava-se por ser uma milícia composta principalmente por homens

negros forros e escravos doados por senhores de engenhos, que se

notabilizaram por sua disciplina.

D. Teve como fundador um indivíduo que, por sua influência e capacidade de

liderança, recebeu mercês e graças que não eram destinadas aos negros,

sendo restritas até mesmo entre os brancos.


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19ª questão
Leia a crônica e escolha a alternativa mais pertinente. Conteúdos relacionados

Documento O último Bragança e o


Documento
primeiro Silva
O último Bragança e o primeiro Silva

"O governo Éfe Agá acabou com a Era Vargas, na sua própria avaliação. Se a Era Vargas já foi

tarde ou se jogaram fora uma ideia aproveitável de soberania junto com ela, (...)"

Alternativas

A. A crônica rompe com a divisão tradicional existente na história do Brasil ao

criar uma ideia de continuidade política entre o Brasil Imperial e a República, sob

o título de “Era Bragança”.

B. O autor escreve a crônica no contexto de incertezas e possibilidades que a

eleição presidencial de 2002 trazia para o cenário político e social do Brasil.

C. Ao se afirmar a possível vitória de um “Silva” sobre um líder “Bragança”, o

autor demonstra a crise política do Estado democrático surgido logo após o fim

da Ditadura Militar.

D. No texto, a noção de “era”, tal como “Era Vargas” e “Era Bragança”, é uma

forma de tentar designar um período histórico que se encontra sob a hegemonia

de um determinado grupo ou líder político.


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20ª questão
O português Gabriel Soares de Souza chegou à Bahia em 1570, onde fez-se senhor de Conteúdos relacionados
engenho e proprietário de terras. Em 1587, inspirado por notícias da existência de metais

preciosos fornecidas após a morte de seu irmão João Coelho de Souza, retornou a Portugal a Documento Tratado Descritivo do

fim de pedir financiamento ao Rei para realizar expedições pela costa do Brasil. Em Madri, Brasil

ofertou a um influente membro do governo um livro, que havia escrito anteriormente, com

descrições das terras coloniais. Leia um trecho deste documento.

Documento

Tratado Descritivo do Brasil

“Capítulo XX. Que trata da grandeza do Rio de S. Francisco e seu nascimento (…)"

Alternativas

A. Demonstra que logo no primeiro século de colonização da América

Portuguesa já havia constantes incursões para o interior do território, o que

contradiz a leitura tradicional que se faz do processo colonizador lusitano.

B. Tem por objetivo mapear a região do Rio São Francisco, descrevendo seus

aspectos geográficos e hidrográficos registrados em expedições anteriores

realizadas pelo próprio autor durante os 17 anos em que esteve em terras

coloniais.

C. Ressalta a necessidade não apenas de investimento para uma expedição de

reconhecimento e mapeamento do rio e suas cercanias, mas também de um

contigente de homens para a proteção contra os gentios.

D. Mescla informações geográficas do rio e das regiões que o cercam e as

possibilidades de exploração de riquezas, além de trazer informações sobre

povos ainda não identificados, que viveriam na foz do rio e que teriam acesso

aos cobiçados metais preciosos.


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21ª questão
Leia trechos das memórias de Thomaz Davatz, sobre sua experiência como colono no Brasil Conteúdos relacionados
Imperial:

Documento Memórias de um colono

no Brasil
Documento

Memórias de um colono no Brasil

“Apenas chegados ao pôrto de Santos, depois de uma viagem marítima, favorável ou não,

mas em todo o caso fatigante e arriscada, os colonos já são, (...)"

Assinale a alternativa mais condizente com o texto:

Alternativas

A. Ao comparar imigrantes a escravos, o relato de Davatz pode ser visto como

uma contrapropaganda à vinda de imigrantes europeus para o Brasil.

B. O texto aponta que, mesmo passando por condições desfavoráveis durante

as viagens e no seu desembarque no porto de Santos, era vantajoso para os

imigrantes o trabalho nas lavouras paulistas.

C. As memórias apresentadas no texto pelo narrador descrevem, entre outros

aspectos, a busca pelo lucro por parte dos empresários e o favorecimento

destes pela esfera pública no Brasil.

D. A narrativa do imigrante suíço levanta aspectos relevantes da história imperial

brasileira como a criação do sistema de contratos de parceria, a expansão

econômica do café na província de São Paulo e a gradativa substituição da mão-

de-obra africana pela europeia.


Imagem 1

“Frontispício” de História Natural do Brasil de Guilherme Piso, 1648.


Guilherme de Piso. “Frontispício”. História Natural do Brasil. Leiden: Elsevier, 1648. Disponível em: http://
upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/a/a4/Historia_Naturalis_Brasiliae_-_Guilherme_Piso_-_1648.png.jpg

As frases

A Os nativos da terra são retratados na imagem.

B O índio segura armas – tacape e zarabatana – em clara posição


de agressividade ao colonizador europeu.
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1 C A Holanda é representada alegoricamente pela presença do
abacaxi entre a vegetação.

D Do casal de indígenas nasce um país já maduro, representado


na imagem do velho.
5
E Trata-se do frontispício do livro História Natural do Brasil
(Historia Naturalis Brasiliae), escrito em 1648 pelo holandês
2 Guilherme Piso, e como tal tinha a função de resumir para o
leitor o que ele encontraria na obra.

F A posição em que se coloca a vegetação, indígenas e os


animais na imagem parece convidar o leitor a adentrar em um
mundo exótico e cheio de maravilhas.

G É possível identificar figuras de animais típicos da fauna


brasileira, como o tamanduá, a arara, cobras e o bicho

3 4 preguiça.

H O livro e o tema que trata são apresentados em latim, numa


posição privilegiada da imagem.

I Ao fundo vemos índios praticando rituais de canibalismo.

J Há elementos da cultura clássica greco-romana, como a


tradição de se retratar rios e mares como como velhos
desnudos, com coroa de plantas aquáticas e cornucópia para
indicar a fertilidade e a abundância que trazem à terra.

7 KUm grupo dança em tendo ao seu redor moradias e a própria


floresta.

K Um grupo dança em tendo ao seu redor moradias e a própria


floresta.

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TRECHO 1 — FRASE TRECHO 2 — FRASE

TRECHO 3 — FRASE TRECHO 4 — FRASE

TRECHO 5 — FRASE TRECHO 6 — FRASE


TRECHO 7 — FRASE TRECHO 8 — FRASE
Imagem 2

Mudança de acampamento da construção da linha de São Francisco, de Claro Jansson, 1913.


Claro Jansson, Mudança de acampamento construção da Linha de São Francisco, 1913, negativo de vidro,
esteroscópica 4x4,5cm.

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As frases

A A região parece ter sido devastada, pois é possível ver o G Ao fundo é possível identificar remanescentes da vegetação da
impacto do trabalho humano sobre a natureza. região.

B Trata-se de uma fotografia feita por Claro Jansson, retratando H A região fotografada ainda não sofreu a intervenção do homem.
um grupo formado por retirantes fugindo da seca no estado do
Paraná. I A figura em primeiro plano chama a atenção por seu olhar
sério/desesperançado/cansado.
C Pode-se afirmar que as pessoas na imagem estão em
mudança, pois é possível identificar trouxas de roupa, utensílios J Existe uma variação étnica entre os viajantes do trem.
e até uma casa sobre o trem.
K A despeito das condições dos viajantes o trem era movido por
D Não há registro de moradias no entorno do trem. uma moderna locomotiva elétrica.

E A fotografia foi feita no momento em que o trem atravessava L Trata-se de uma fotografia tirada a partir do último vagão de um
um curso d´água. trem, em que as pessoas estão olhando em direção ao
fotógrafo.
F É possível identificar homens, mulheres e crianças na imagem.
M Há pessoas trabalhando no entorno da linha férrea.
TRECHO 1 — FRASE TRECHO 2 — FRASE

TRECHO 3 — FRASE TRECHO 4 — FRASE

TRECHO 5 — FRASE TRECHO 6 — FRASE


TRECHO 7 — FRASE TRECHO 8 — FRASE

TRECHO 9 — FRASE
Imagem 3

Capa do LP Tropicália ou Panis et Circenses, 1968


Capa do LP “Tropicália ou Panis et Circenses” de Caetano Veloso, Gilberto Gil, Gal Costa, Tom Zé, Torquato
Neto, Mutantes e Rogério Duprat, 1968. Philips, R 765.040 L. Fotógrafo: Oliver Perroy.

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As frases

A O poeta Torquato Neto foi autor de letras de importantes I O disco “Tropicália ou Panis et Circensis” foi o disco
canções tropicalistas, como “Geléia geral”, “Marginália II” e manifesto da chamada “Musica Universal”, proposta por
“Domingou” (em parceria com Gilberto Gil), “Mamãe coragem” Gilberto Gil e Caetano Veloso. Ao contrário das canções
(com Caetano Veloso). engajadas ou nacionalistas, esses compositores entendiam que
“A arte, por princípio, não pode ter barreiras”.
B Gal Costa se tornou parceira de Gilberto Gil e Caetano Veloso
na canção “Quando”, gravada no LP Doces Bárbaros, de 1976, J Rogério Duprat gravou, também em 1968, o LP A Banda
cuja inspiração era Rita Lee. Tropicalista do Duprat, com participação dos Mutantes.

C Rogério Duprat era um dos importantes poetas que K Torquato Neto morreu logo depois do lançamento deste disco,
participaram do movimento tropicalista. num acidente de carro na Rodovia Presidente Dutra.

D O grupo Mutantes, formado por Sérgio Dias Baptista, Rita Lee L Tom Zé se afastou dos tropicalistas nos anos de 1970, tendo
e Arnaldo Dias Baptista, teve seu nome sugerido por Ronnie trabalhado muitos anos como jardineiro no prédio em que
Von. morava em São Paulo.

E O penico na mão de Rogério Duprat representava a crítica da M Nara Leão e Luís Carlos Capinan aparecem em quadros
contracultura à sociedade consumista e capitalista, assim como forma de crítica, por representarem movimentos musicais
como às tradições normativas da sociedade burguesa. anteriores, que não aceitavam a introdução da guitarra na
música brasileira, respectivamente Bossa Nova e Canção de
F “Panis et circensis” era também o nome de uma das canções Protesto do CPC (Centro de Cultura Popular).
do LP, a terceira do lado A.
N Gilberto Gil traja um vestido na foto, em alusão à sua porção
G A canção Tropicália de Caetano Veloso gravada neste LP era o mulher citada em “Super-Homem, a canção”, também gravada
manifesto do movimento Tropicalista. neste disco.

H Nara Leão participou de vários movimentos da MPB nos anos O “Tropicália”, que dá nome ao disco, era na verdade o nome de
de 1950 e 60, da Bossa Nova, passando pela música de um projeto ambiental do arquiteto Hélio Oiticica, do qual
protesto com o show Opinião e também pela Tropicália, neste fazia parte os famosos Parangolés, dentro da exposição “Nova
LP. Objetividade Brasileira”, no MAM-RJ em 1967..
TRECHO 1 — FRASE TRECHO 2 — FRASE

TRECHO 3 — FRASE TRECHO 4 — FRASE

TRECHO 5 — FRASE TRECHO 6 — FRASE


TRECHO 7 — FRASE TRECHO 8 — FRASE

TRECHO 9 — FRASE TRECHO 10 — FRASE


Documentos 2ª Fase
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Feliz Ano Velho Documentos da 2ª Fase

Literatura

“Meu pai me ensinou a andar a cavalo.

Meu pai me ensinou a nadar.

Me incentivou a ser moleque de rua.

Me ensinou a guiar avião (tinha um na firma dele e, depois de decolar, eu pegava no manche e ia mirando até São Paulo).

Mas meu pai não pôde me ensinar mais.

No dia 20 de janeiro de 1971 era feriado no Rio, por isso dormi até mais tarde. De manhã, quando todos se preparavam pra ir à praia (e eu dormindo), a casa foi invadida por seis

militares à paisana, armados com metralhadoras. Enquanto minhas irmãs e as empregadas estavam sob mira, um deles, que parecia ser o chefe, deu uma ordem de prisão: meu

pai deveria comparecer na Aeronáutica para prestar depoimento. Ordem escrita?

Nenhuma. Motivo? Só deus sabe.

Quando acordei e vi aqueles homens perguntei pra minha mãe o que era. Ela não respondeu e disse que papai tinha saído. Desci, tomei café e vi as armas na sala. Não entendi

nada e fui jogar bola na praia. Quando voltei, estavam todos assustados.

– Onde você andou? – me perguntou um sujeito.

– Fui jogar bola.

– Mas não pode.

Não tinha sacado, mas éramos prisioneiros. O telefone fora do gancho, ninguém saía. O namorado da minha irmã chegou e foi preso, levado embora. Um amigo de dezesseis anos

chegou e também foi levado.

Minha mãe chamou-me num quarto e me mandou entregar uma caixa de fósforos pra Helena, que mora perto, mas fazendo o possível pra não ser visto por ninguém. Fui pro

banheiro da empregada, subi no telhado, pulei o muro da vizinha, corri pra rua e voei pra casa da Helena com a caixa apertada na mão. Chegando lá, hesitei em tocar a campainha.

Abri a caixinha e vi um papelzinho dobrado:

O RUBENS FOI PRESO, NINGUÉM PODE

VIR AQUI, SENÃO É PRESO TAMBÉM.

Minhas pernas tremeram. Que loucura, preso, mas por quê? Toquei a campainha, entreguei o bilhete e voltei pra casa preocupado.

Tivemos que conviver o dia todo com os caras jogando baralho, botão, vendo novela. À noite, mudou o plantão. Jantar, cafezinhos e, com mais intimidade, minha mãe pediu pra

guardarem as metralhadoras num canto da sala.

Minha mãe me acorda no dia seguinte e se despede de mim. Ela também tinha que ir, junto com a Eliana (minha irmã de quinze anos). Os caras saíram, trancaram a porta, colocaram

minha mãe e irmã no banco traseiro de um fusca azul. E agora? Que fazer? Eu, Nalu (treze anos), Big (nove anos) e duas empregadas, trancados. Ligamos pra minha avó, que

morava em Santos e esperamos seis horas até ela chegar, encolhidos num canto morrendo de medo.

À noite, a casa estava cheia e ficou decidido que eu deveria deixar o Rio. No dia seguinte, um cara que nunca tinha visto na vida me levou prum sítio em Petrópolis. Não sabia de

quem era o lugar, mas devia ser alguém bem rico, pois tinha piscina e até quadra de tênis. Fiquei aos cuidados de um casal simpático (irmão do Bocaiúva) e do filho deles. Minha

irmã ficou só um dia presa, mas meu pai e minha mãe…

Não tinha muito o que fazer. Tomar banho de piscina, tentar aprender a jogar tênis (não via a menor graça nesse esporte) e ficar dando tiro com espingardinha de chumbo. À noite,

rezava pra que deus soltasse meus pais e ia dormir tranqüilo, pois sabia que nada de grave ia acontecer, afinal “cadeia é coisa pra bandido” (pelo menos deveria ser).

Duas semanas depois, toca o telefone. Minha mãe estava solta. Alívio. Meu pai ainda não. Voltei imediatamente pro Rio e encontrei minha mãe exausta, deitada na sua cama. Tava

irreconhecível, muito mais magra. Nos abraçamos e choramos. Tive o pior ataque de asma da minha vida. Ela tinha estado no quartel da Barão de Mesquita, Polícia do Exército,

treze dias numa cela individual. Foi interrogada várias vezes, sempre com as mesmas perguntas: idéias políticas do meu pai e quem freqüentava a nossa casa. Entre os

interrogatórios, era obrigada a ver coleções de fotos e exigiam que as reconhecesse. Mas ela só identificou a do meu pai e da família.

Naquela época, a censura da imprensa não estava tão rigorosa e todos os dias saíam artigos nos jornais:

ONDE ESTÁ RUBENS PAIVA?

O Governo dizia que ele não se encontrava preso.

MAS COMO NÃO ESTAVA PRESO, SE SUA

MULHER VIU A FOTOGRAFIA DELE

NO ÁLBUM DA PRISÃO?

A resposta era cínica e covarde:

A MULHER DE RUBENS PAIVA NUNCA

ESTEVE PRESA, NEM SUA FILHA.

Mas eles cometeram uma gafe. Meu pai, quando preso, foi guiando o próprio carro, que ficou estacionado no quartel da Barão de Mesquita. Mais tarde, uma tia minha foi recolher o

carro, e os caras deram um recibo com o timbre do Exército.

MAS SE RUBENS PAIVA NÃO ESTAVA PRESO,

O QUE SEU CARRO ESTAVA FAZENDO ALI?

Houve um silêncio. Com esse documento foram impetrados três pedidos de habeas-corpus, mas nada aconteceu. Minha mãe chegou a ir um dia à PE ver se conseguia alguma

notícia. Ficou de pé horas, esperando fora do portão, até que um policial comovido disse: “Não adianta, Dona Eunice. Os homens não vão devolver o que a senhora quer. Não

adianta ficar aqui”. No Congresso Nacional havia debates agitados. De um lado, Pedro Horta; do outro, o líder da maioria Eurico Resende.

No dia 20 de fevereiro, o Ministro da Justiça Alfredo Buzaid disse pra minha mãe que meu pai tinha sofrido “alguns arranhões”, mas que voltaria em breve para casa. As reuniões

do Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana passaram a ser secretas, depois do caso. Mesmo sob censura, a imprensa pegava no pé. Finalmente, no dia 24 de

fevereiro, sai no Diário Oficial da União o que até hoje é a versão do Exército:

“SEGUNDO INFORMAÇÕES DE QUE DISPÕE ESTE COMANDO, O CITADO PACIENTE, QUANDO ERA CONDUZIDO PARA SER INQUIRIDO SOBRE FATOS QUE DENUNCIAM

ATIVIDADE SUBVERSIVA, TEVE SEU VEÍCULO INTERCEPTADO POR ELEMENTOS DESCONHECIDOS, POSSIVELMENTE TERRORISTAS, EMPREENDENDO FUGA PARA LOCAL

IGNORADO…”

Em outras palavras, ele tinha fugido. Foi a versão mais idiota que já inventaram, mas o que fazer? Logo depois veio a censura da imprensa sobre o caso, foi julgado um habeas-

corpus numa sessão secreta do Superior Tribunal Militar (obviamente negado), sessão essa a que minha mãe esteve presente, sozinha (só com a ajuda do Tio Rafael). Não havia

provas. O jeito foi esperar.

Continuamos morando no Rio e começaram a chegar as informações mais terríveis: ele tinha sido torturado e morrera. “Mas como? Não existe tortura no Brasil…”

Doce ilusão, estava-se torturando gente como nunca e havia-se criado uma tática mais eficiente: mata-se o inimigo, depois some-se com o corpo.

Inimigo. Mas o que fez Rubens Paiva? Em 1978, o Jornal do Brasil lançou um caderno especial intitulado Quem matou Rubens Paiva ? , onde dois repórteres, Fritz Utzeri e Heraldo

Dias, faziam um completo levantamento do caso, sete anos depois.

O motivo da prisão parece ter sido uma carta enviada por alguns amigos exilados no Chile. Uma amiga da família, Cecília Viveiros de Castro, depois de visitar o filho no Chile, foi

detida no aeroporto, onde os agentes de segurança descobriram as cartas. Dali ela foi levada para a 3ª Zona Aérea (para onde, no dia seguinte, levaram meu pai), comandada pelo

Brigadeiro João Paulo Burnier.

Segundo versão de Dona Cecília, ela, outra mulher e meu pai permaneceram de pé muito tempo, com os braços pra cima, num recinto fechado. Com a longa duração do castigo,

Dona Cecília fraquejou, sendo amparada por meu pai, que estava ao lado dela. A atitude dele irritou o chefe do interrogatório, descrito como “um oficial loiro, de olhos azuis”, que
atacou meu pai e começou a surrá-lo.

– Vocês vão matá-lo! – gritou uma das mulheres.

Isto fez com que este oficial ficasse completamente fora de si e, agarrando a mulher pelos cabelos, forçou-a a aproximar-se do meu pai, já estirado no chão.

– Aqui não se tortura, isto é uma guerra – gritou o oficial.

Essa mulher ainda ouviu a voz do meu pai, já no quartel da Barão de Mesquita, no dia 21 de janeiro, mas depois foi solta. É a única testemunha do caso, professora das minhas

irmãs, porém nunca contou a história seja pra nós, seja pros jornalistas. Essa versão foi contada por alto, pelo marido dela.

Passei anos da minha vida sem saber se tinha ainda um pai ou não. Lembro-me até que, um dia, já morando em Santos, pensei ter ouvido minha irmã gritar “papai”. Saí correndo

feito um louco, rodei pela casa toda, fui pra rua, procurei por todos os cantos, mas não o achei. Ainda com uma tremedeira no corpo fui perguntar pra minha irmã. Era engano meu.

Ninguém tinha gritado. Sonhei centenas de vezes com meu pai chegando um dia. Mas foram sonhos. Quando viemos morar em São Paulo, três anos depois, já estava conformado

com o fato de que realmente eu era órfão.

Depois da anistia ficou-se sabendo das barbaridades cometidas nos porões dos quartéis. Até soube que um repórter, que estava próximo do ex-Presidente Médici no aeroporto

de Recife, ouviu alguém dizer que Rubens Paiva fora morto. Segundo o repórter, nosso, ex-Presidente riu e falou pro senador Vitorino Freire:

– Acidente de trabalho.

Rubens Paiva não foi o único “desaparecido”. Há centenas de famílias na mesma situação: filhos que não sabem se são órfãos, mulheres que não sabem se são viúvas.

Provavelmente, o homem que me ensinou a nadar está enterrado como indigente em algum cemitério do Rio. O que posso fazer? Justiça neste país é uma palavra sem muita

importância. As pessoas de farda ainda são os donos do Brasil, e eles têm um código de ética para se protegerem mutuamente (como no caso do Riocentro).

Vou usar um velho chavão, mas é verdade que não é matando um corpo que se elimina um homem. Rubens Paiva está vivo em muitas pessoas. Um homem querido, respeitado.

Um homem que não temeu nada. O contrário de quem o matou. Imagine as noites da pessoa que um dia colocou um senhor de quarenta anos e pai de cinco crianças num pau-de-

arara, dando uma descarga elétrica naquele corpo…

Chegará o dia de quem desapareceu com Rubens Paiva, assim como chegará o dia dos que desapareceram com vinte mil na Argentina, porque esses desaparecimentos têm o

mesmo significado. O sadismo de alguns imbecis que apenas por vestirem fardas e usarem armas se acham no direito divino de tirar a vida de uma pessoa, pelo ideal egoísta de se

manter no poder.

MATARAM RUBENS PAIVA

JESUS CRISTO

CHE GUEVARA

HERZOG

SANTO DIAS

20 MIL NA ARGENTINA

30 MIL EM EL SALVADOR

MATARAM E DECEPARAM VICTOR JARA

Mas nunca vão matar aquela esperança que a gente tem de um mundo melhor, que eu não sei direito como vai ser, mas tenho certeza de que gente tipo “o oficial loiro, de olhos

azuis”, tipo Brigadeiro Burnier e tipo Médici não vai ter(…)”

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Título

Feliz Ano Velho

Tipo de documento

Literatura

Palavras-chave

Século XX Literatura Ditadura Militar Rio de Janeiro

Origem

Marcelo Rubens Paiva. Feliz Ano Velho. São Paulo: Círculo do Livro,1982, pp. 40-45.

Créditos

Marcelo Rubens Paiva

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Listas de pertences de Rubens Beyrodt Paiva   Registro Policial


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Listas de pertences de Rubens Beyrodt Paiva Documentos da 2ª Fase

Registro Policial Imagem no tamanho original

Sobre este documento

Título

Listas de pertences de Rubens Beyrodt Paiva

Tipo de documento

Registro Policial

Palavras-chave

Século XX Ditadura Militar Rio de Janeiro

Origem

Listas de pertences de Rubens Beyrodt Paiva. DOI-Codi, Rio de Janeiro, 21 de janeiro de 1971.

http://zerohora.clicrbs.com.br/rs/policia/noticia/2012/11/filha-de-rubens-paiva-chora-ao-receber-documento-historico-em-cerimonia-em-porto-alegre-3964142.html

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Feliz Ano Velho   Literatura


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Revista Illustrada, fevereiro de 1893 Documentos da 2ª Fase

Gravura Imagem no tamanho original

Transcrição

Cabeça de porco

Era de ferro a cabeça.

De tal poder infinito

Que, – se bem nos pareça,

Devia ser de granito.

No seu bojo secular

De forças devastadoras,

Viviam sempre a bailar

Punhos e metralhadoras.

Por isso viveo tranquilla

Dos poderes temerosos,

Como um louco cão de fila

Humilhando poderosos.

Mas eis que um dia a barata,

Deo-lhe na telha almoçal-a,

E assim foi, -sem patarata,

Roendo, até devoral-a.

Patarata: mentira pretensiosa; ostentação vã.

AULETE, Caldas. Diccionario contemporaneo da lingua portugueza. Lisboa [Portugal]: Parceria Antonio Maria Pereira, 1925, Disponível em: http://www.auletedigital.com.br/

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Título

Revista Illustrada, fevereiro de 1893

Tipo de documento

Gravura

Palavras-chave

História das Cidades Século XIX Rio de Janeiro Reforma Urbana

Origem

Angelo Agostini, Revista Illustrada, Rio de Janeiro, anno 18, n° 656, fevereiro de 1893, capa.

Créditos

Angelo Agostini
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Memórias de um colono no Brasil Documentos da 2ª Fase

Trecho de livro

“Apenas chegados ao pôrto de Santos, depois de uma viagem marítima, favorável ou não, mas em todo o caso fatigante e arriscada, os colonos já são, de certo modo, uma

propriedade da firma Vergueiro. Esta (…) deverá pagar às respectivas municipalidades a soma proveniente da metade do produto da safra de café plantadas pelos colonos (…) de

modo tal a tornar-se imediatamente devedora das mencionadas municipalidades mas ao mesmo tempo credora dos colonos. Se a firma Vergueiro paga às municipalidades as

prestações convencionadas não se tire disso a conclusão fácil de que os colonos se acham em excelentes condições e pagam, por sua vez, as dívidas que contraíram. É possível

que na Europa se amortizem dívidas de colonos; no Brasil êles acabaram devendo ainda mais do que no momento de assumirem o compromisso.

Os colonos que emigram, recebendo dinheiro adiantado tornam-se, pois, desde o comêço, uma simples propriedade de Vergueiro & Cia. Em virtude do espírito de ganância, para

não dizer mais, (…) só lhes resta conformarem-se com a ideia de que são tratados como simples mercadorias, ou como escravos.

(…)

Outras novidades os colonos aprenderão mais tarde quando, após o desembarque, se virem trancados em um pátio enorme, cercado, de um lado pelo pôrto, de outro por muros e

casas (…) guardadas por sentinelas armadas, onde vários senhores, entre êles o Sr. Vergueiro, discutem em português-língua desconhecida para os imigrantes. E depois de paga

ou bem garantida a dívida dos colonos (…) ouvem êles em bom alemão: – Agora o senhor irá com o sr. X (a pessoa que comprou o colono à firma Vergueiro) para sua colônia Z!.

(…)

O pátio que (…) serviu de albergue noturno (…), embora ofereça pouco agasalho contra o vento e, pelo aspecto das paredes e outros pormenores, lembr[a] muito uma prisão

brasileira. No pátio era costume outrora, ao que consta, encerrarem-se e venderem-se os escravos negros logo após sua chegada”. p. 38-9

Sobre este documento

Título

Memórias de um colono no Brasil

Tipo de documento

Trecho de livro

Palavras-chave

Século XIX São Paulo Memória Escravidão Imigração

Origem

Thomas Davatz. Memórias de um colono no Brasil. São Paulo: EdUSP, 1972 [1858]. p. 1-40.

Créditos

Thomas Davatz.
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Tratado Descritivo do Brasil Documentos da 2ª Fase

Trecho de livro

“ Capítulo XX

Que trata da grandeza do Rio de S. Francisco e seu nascimento

(…)

Está o Rio de S. Francisco em altura de dez graus e um quarto, que tem na boca da barra 02 léguas de largura, por onde entra a maré salgada para cima 02 léguas somente, e dali

para cima é água doce, que a maré faz recuar outras 02 léguas (…). O gentio chama a esse rio “o Pará”, o qual é muito nomeado entre todas as nações, das quais foi sempre muito

povoado, e tiveram umas com outras [nações] sobre os sítios grandes guerras, por ser a terra muito fértil pelas suas ribeiras, e por acharem nelas grandes pescarias.

Ao longo deste rio vivem agora alguns Caités, de uma banda, e, da outra, vivem Tupinambás; mais acima vivem os Tapuias de diferentes castas, Tupinaês, Amoipiras, Ubirájáras e

Amazonas; e além delas, vive outro gentio (não tratando dos que se comunicam com os portugueses), que se atavia com jóias de ouro (…) Este gentio se afirma viver à vista da

Alagoa Grande, tão afamada e desejada de descobrir, da qual este rio nasce. (…)

(…) Navega-se este rio com caravelões até a cachoeira, que dista da barra 20 léguas, pouco mais ou menos, até onde tem muitas ilhas, que o fazem espraiar muito mais que na

barra, por onde entram navios de cinquenta toneis pelo canal do sudoeste, que é mais fundo que o do nordeste. Da barra deste rio até à primeira cachoeira há mais de 300 ilhas; no

inverno não traz este rio água do monte, como os outros, nem corre muito; e no verão cresce de dez até quinze palmos. E começa a vir esta água do monte, de Outubro por diante

até Janeiro, que é a força do verão nestas partes; e neste tempo se alagam a maior parte destas ilhas, pelo que não criam nenhum arvoredo nem mais que canas bravas de que se

fazem flechas.

Por cima desta cachoeira, que é de pedra viva, também se pode navegar este rio em barcos (…) até o sumidouro, que pode estar da cachoeira 80 ou 90 léguas, por onde também

tem muitas ilhas. Este sumidouro se estende no lugar, onde este rio sai de debaixo da terra, por onde vem escondido 10 ou 12 léguas, no cabo das quais arrebenta até onde se

pode navegar, e faz seu caminho até o mar. Por cima deste sumidouro está a terra cheia de mato, sem se sentir que vai o rio por baixo, e deste sumidouro para cima se pode

também navegar em barcos (…): os índios se servem por ele em canoas feitas para isso. Está apto este rio para, perto da barra, abrigar de uma banda uma povoação valente; e de

outra banda, para segurança dos navios da costa, podem os moradores, que nele vivem, fazer grandes fazendas e engenhos até a cachoeira, em derredor da qual há muito pau-

brasil, que com pouco trabalho se pode carregar.

(…) trabalhou-se muito para se descobrir este rio, por todo o gentio que nele viveu, e por ele andou-se a afirmar que pelo seu sertão havia serras de ouro e prata; à conta da qual

informação se fizeram muitas entradas de todas as capitanias sem poder ninguém chegar ao cabo; com este desengano e sobre esta pretensão, veio por duas vezes Duarte Coelho

a Portugal, a partir da sua capitania de Pernambuco, trazendo da segunda vez um desenho do rio, mas desconcertou-se com S. A. por não receber as honras que pedia. E sendo

governador deste Estado Luiz de Brito de Almeida mandou entrar por este rio acima a um Bastião Alvares, que se dizia do Porto Seguro, o qual trabalhou por descobrir quanto

pode, no que gastou quatro anos e um grande pedaço da Fazenda d’El-Rei, sem poder chegar ao sumidouro, e por derradeiro veio acabar com quinze ou vinte homens entre o

gentio Tupinambá, em cujas mãos foram mortos; o que lhe aconteceu por não ter cabedal de gente para se fazer temer, e por querer fazer esta jornada contra água; o que não

aconteceu a João Coelho de Sousa, porque chegou acima do sumidouro mais de 100 léguas, como se verá do roteiro que se fez da sua jornada. (…).”

Barra: entrada de baía; embocadura.

Caravelões: antiga embarcação, mais grosseira que a caravela.

Tonel: vasilha própria para líquidos, igual a duas pipas e correspondente a 840 litros.

Atavia: ornar, adornar; aformosear, enfeitar.

S. A.: Sua Alteza = título honorífico, tratamento dado antigamente aos reis de Portugal e também aos príncipes e infantes de Portugal e Brasil: Sua Alteza Real. Sua Alteza Imperial.

Sobre este documento

Título

Tratado Descritivo do Brasil

Tipo de documento

Trecho de livro

Palavras-chave

Século XVI Rio São Francisco Exploração do Território Colonização

Origem

Gabriel Soares de Souza. Tratado descriptivo do Brasil em 1587. Rio de janeiro: Typografia de João Ignácio da Silva, 1879, pp. 29-32. Disponível em:

http://www.brasiliana.usp.br/node/495

Créditos

Gabriel Soares de Souza.


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Aspectos históricos da divulgação científica no Brasil Documentos da 2ª Fase

Texto Acadêmico

“No Brasil dos séculos XVI, XVII e XVIII (…) atividades científicas ou mesmo de difusão das idéias modernas eram praticamente inexistentes. O país tinha uma baixíssima densidade

de população letrada, era mantido sob rígido controle e o ensino, quase unicamente elementar, esteve nas mãos únicas dos jesuítas até meados do século XVIII. Mesmo no século

XVIII, com a inexistência de imprensa, a proibição de publicação de livros na Colônia e o sistema de ensino deficiente, os poucos indivíduos dos setores sociais dominantes que

tiveram acesso aos novos conhecimentos científicos, que estavam sendo gestados na Europa, conseguiram isto geralmente por meio de algum tipo de formação adquirida no

exterior. As raras ações do governo português no Brasil, ligadas à ciência, estavam quase sempre restritas a respostas às necessidades técnicas ou militares de interesse imediato:

na astronomia, cartografia, geografia, mineração ou na identificação e uso de produtos naturais. (…).

No final do século XVIII e início do século XIX, muitos dos brasileiros que haviam ido para Portugal, França, Bélgica e Escócia freqüentar cursos superiores começaram a retornar ao

país e contribuíram para uma difusão lenta das novas concepções científicas.

[Com] a chegada da Corte portuguesa no país, abriram-se os portos e a proibição de imprimir foi suspensa. Pouco depois, surgiram as primeiras instituições de ensino superior ou

com algum interesse ligado à ciência e às técnicas como a Academia Real Militar (1810) e o Museu Nacional (1818). Com a criação da Imprensa Régia, em 1810, textos e manuais

voltados para a educação científica, embora em número reduzido, começaram a ser publicados ou, pelo menos, difundidos no país. Vários deles eram manuais para o ensino das

primeiras academias de engenharia e medicina, em geral traduzidos de autores franceses. Nesse período, os primeiros jornais como A Gazeta do Rio de Janeiro, O Patriota e o

Correio Braziliense (editado na Inglaterra) publicaram artigos e notícias relacionados à ciência. Em O Patriota, que duraria apenas dois anos, entre 1813 e 1814, vieram à luz vários

artigos de cunho científico ou Divulgativo (…). O número de periódicos gerais cresce lentamente, com alguns poucos, tais como Miscelanea scientifica (1835), Nictheroy (1836) e

Minerva brasiliense (1843), publicando também artigos relacionados à ciência.”

Sobre este documento

Título

Aspectos históricos da divulgação científica no Brasil

Tipo de documento

Texto Acadêmico

Palavras-chave

Brasil História da Ciência Séculos XVI-XIX

Origem

Ildeu de Castro Moreira e Luisa Massarani. Aspectos históricos da divulgação científica no Brasil. In: Ildeu de Castro Moreira, Luisa Massarani e Fatima Brito (orgs.). Ciência e

Público. Caminhos da divulgação científica do Brasil. Casa da Ciência/UFRJ:2002, p.44.

Créditos

Ildeu de Castro Moreira e Luisa Massarani.


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A primeira escola Documentos da 2ª Fase

Artigo de revista

“[…] em 1875, um jardim de infância causou uma verdadeira reviravolta na educação brasileira, como reconheceu um artigo no jornal Cruzeiro quatro anos depois. O texto

mencionava ‘um chalé expressamente construído e mobiliado para o Jardim de Crianças’, que vinha sendo bastante prestigiado pelo imperador e por diversas autoridades. […]

Criado […] pelo médico e educador Joaquim José de Menezes Vieira (1848-1897) e sua esposa, Carlota, o Colégio Menezes Vieira (1875-1887) funcionava no Centro do Rio de

Janeiro, na Rua dos Inválidos, 26. Oferecendo os ensinos primário, secundário e profissional em três sistemas – internato, semi-internato e externato –, a escola foi o primeiro jardim

de infância do Brasil.

Menezes Vieira se inspirou na iniciativa do pedagogo Friedrich Froebel (1782-1852), que havia fundado o primeiro kindergarten (jardim de infância) na Alemanha em 1837. Até então,

nenhum projeto como esse havia emplacado no Brasil. Tanto foi o sucesso da empreitada, que outros educadores começaram a tocar projetos semelhantes na capital do Império a

partir da década de 1880 […]

A ideia de educação infantil ainda não estava suficientemente incorporada ao debate pedagógico no século XIX; era como se a sua existência ameaçasse o papel da família ou a

própria função da escola primária. E mesmo a iniciativa e a defesa intransigente dos jardins de infância feita por Menezes Vieira e muitos outros não bastaram para a sua

implementação em larga escala no Brasil daquela época. Defendidos e atacados, eles permaneceram por longo tempo restritos a um número de alunos privilegiados.

O jardim de infância do Colégio Menezes Vieira só admitia meninos e funcionava em um prédio cuja forma era a de um pavilhão hexagonal. Construído no centro de um jardim, ele

tinha um vestíbulo, uma secretaria, um vestiário, salas de trabalho, um pátio coberto para os exercícios físicos, um refeitório e dormitórios, além de latrinas para os alunos e para as

professoras. Em suas dependências, crianças de três a seis anos eram introduzidas à ginástica, à pintura, à jardinagem, ao desenho, aos exercícios de linguagem e de cálculo, à

escrita, à leitura, à História, à Geografia e à religião.

Uma parte do terreno do colégio era dividida em canteiros para os exercícios de ‘jardinicultura’, que eram realizados pelos alunos mais velhos, sob a orientação das professoras.

Nas salas de aula, que acomodavam até trinta alunos, havia pequenos bancos e mesas com cantos arredondados, que permitiam que ‘a professora entretivesse com os

educandos como uma boa e carinhosa mãe entre os filhos’, como consta no Manual para os Jardins de Infância, de Menezes Vieira (1882). As salas eram decoradas com os

trabalhos dos alunos e com quadros que exibiam frases de Froebel, como ‘A vida da criança deve ser uma festa perpétua’ e ‘Oh! O Jardim há de dar o que os cárceres não

deram’.

Dona Carlota seguia princípios como esses e também os ensinamentos do pastor Friederich Oberlin (1740-1826), o primeiro a abrir, em 1770, uma sala de asilo em uma aldeia da

Alsácia, França, para cuidar das crianças pequenas enquanto os pais trabalhavam. Posteriormente, muitas outras professoras tiveram a mesma orientação. Desde então, a atuação

da ‘jardineira’ está vinculada à de educadora, que era vista como uma extensão da ação materna. Sobre o tema, inclusive, a Gazeta de Notícias publicou em 10 de dezembro de

1879: ‘A professora de um jardim de crianças faz, nada mais, nada menos, do que o papel de uma mãe zelosa do futuro de seu filho’. Essa filosofia seguia uma tendência da época:

a de redimensionar o papel da mulher, que estava deixando de se restringir à esfera familiar (privada) e se estendendo para a esfera escolar (pública). Isso criou algumas

expectativas a respeito das características dessa profissional, que deve ser meiga, carinhosa e abnegada. Ainda hoje, essas características permanecem formando um ‘modelo’,

pois se fala em ‘maternagem’.

Menezes Vieira conhecia profundamente o que havia de mais avançado na literatura pedagógica daquele final do século XIX. No seu jardim de crianças, ele se valia de algumas

novidades com as quais entrava em contato toda vez que viajava pela Europa. Uma das que mais influenciaram seu trabalho foi a metodologia propagada pelo educador suíço

Johann Heinrich Pestalozzi (1746-1827), que vinha fazendo experiências pioneiras no Internato de Yvedon, na Suíça. O canto, a ginástica, os jogos e as brincadeiras também

representaram um material valioso para o educador.

Além dessas práticas, Menezes recomendava que as professoras se valessem de ‘conversas morais e instrutivas, (…) exercícios manuais de construção, de modelação, de

recorte, de picado, de traçado, de desenho’. Para ele, tais atividades acostumavam a criança ‘a ver e ouvir bem, adquirir noções corretas, interessando-a ao mesmo tempo pelos

objetos circunvizinhos, desenvolvendo-lhe as faculdades inventivas, a necessidade do método, (e) o gosto pelo trabalho’.

O jogo, de acordo com sua visão, era a linguagem do brincar e o modo mais pleno de expressão da identidade infantil, o que contrariava a rigidez e o imobilismo característicos do

modelo escolar vigente.

Assim como aconteceu com outras novidades introduzidas no ensino brasileiro daquele tempo, Menezes Vieira também foi um entusiasta do método intuitivo, que preconizava o

desenvolvimento da percepção das crianças. Segundo ele, os educadores não deveriam se ater apenas ao que era concreto, mas também ajudar os alunos a desvendar todo um

universo abstrato. O ‘Jardim de Crianças’ seria então o primeiro estágio do método, e tinha como objetivos ‘o desenvolvimento integral, harmônico, da parte física, moral e intelectual

do educando, para que aproveite a instrução primária. Não é uma escola na acepção vulgar do termo, é a transição suave e racional da família para a escola. Não ensina

especialmente a ler, escrever e contar; prepara as crianças para que mais rápida e utilmente possam aprender’. Em dezembro de 1880, a Revista Ilustrada trouxe um artigo sobre

as vantagens do método – que também era usado no curso primário – e enaltecia as virtudes do Menezes Vieira: ‘Não se bate ali, ensina-se à criança; não há castigo, há promessa,

o carinho em vez do bolo, um jardim em lugar da escola. E quanto progresso: quanta alegria’”.

Bolo: pancada com a palmatória na palma da mão.

AULETE, Caldas. Diccionario contemporaneo da lingua portugueza. Lisboa [Portugal]: Parceria Antonio Maria Pereira, 1925, Disponível em: http://www.auletedigital.com.br/

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Título

A primeira escola

Tipo de documento

Artigo de revista

Palavras-chave

Século XIX Rio de Janeiro História da Educação

Origem

Maria Helena Camara Barros. “A primeira escola”. Revista de História da Biblioteca Nacional, 02/05/2011. Disponível em: http://www.revistadehistoria.com.br/secao/educacao/a-

primeira-escola

Créditos

Maria Helena Camara Barros.


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O último Bragança e o primeiro Silva Documentos da 2ª Fase

Crônica

O ÚLTIMO BRAGANÇA E O PRIMEIRO SILVA

O governo Éfe Agá acabou com a Era Vargas, na sua própria avaliação. Se a Era Vargas já foi tarde ou se jogaram fora uma ideia aproveitável de soberania junto com ela, é assunto

para 17 textos maiores do que este. Mas se Lula vencer as próximas eleições, o governo Éfe Agá também pode passar à História como o fim – pelo menos até ela ser restaurada,

numa eleição futura – de outra era, muito maior do que a Era Vargas, já que tem a idade do Brasil: a Era Bragança.

Desde que a nossa independência do reinado de Portugal foi declarada pelo filho do rei de Portugal, que depois se declarou imperador na nação rebelde, vivemos essa era inédita

no mundo, em que tudo num país, inclusive as suas revoluções, é feito por uma classe só.

A Era Bragança atravessou quase dois séculos de História com tanta persistência que sobreviveu até ao fim da dinastia que lhe deu o nome. Todos os presidentes da República

brasileira foram herdeiros políticos dos Bragança, protótipos da grande esperteza brasileira de simular uma História para não ter que fazê-la. E é poeticamente justo, ou pelo menos

simétrico, que a fase republicana da Era Bragança acabe como acabou a fase monárquica: com um bom homem no poder, um filósofo moderno e um cidadão do mundo, um Pedro

II sem, esperemos, o exílio.

Éfe Agá era o melhor que a nossa oligarquia esclarecida podia produzir, sem ironia. Seu fracasso significa o esgotamento entre nós do ideal ciceroniano da casta iluminada, capaz de

fazer o necessário para a maioria em vez do conveniente para poucos.

Nem Vargas nem qualquer outro pseudo ou pretenso populista na Presidência escapou do molde da era, ou teve tempo para tentar escapar. Todos eram da linhagem, mesmo que

não quisessem. Ou soubessem.

Uma improvável vitória do Lula não significará, claro, a tomada do poder pela ‘classe perigosa’, para finalmente se apossar da sua própria história.

Ele também dependerá de uma casta intelectual a seu lado e da boa vontade do patriciado, sem falar no Congresso e no ‘mercado’, para poder governar. Mas será o primeiro

presidente da nossa história a não ter ‘Bragança’ implícito no nome. O primeiro Silva autêntico. Não é nada, não é nada, já é um pé na porta.”

Ciceroniano: que remete ao político e pensador romano Cícero [106 a.C – 43 a.C]

AULETE, Caldas. Diccionario contemporaneo da lingua portugueza. Lisboa [Portugal]: Parceria Antonio Maria Pereira, 1925, Disponível em: http://www.auletedigital.com.br/

Sobre este documento

Título

O último Bragança e o primeiro Silva

Tipo de documento

Crônica

Palavras-chave

Século XXI Brasil História Política Eleições

Origem

Luis Fernando Veríssimo, 30 janeiro 2002, jornal O Estado de S. Paulo.

Créditos

Luis Fernando Veríssimo.


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Tropa diferente Documentos da 2ª Fase

Artigo de revista

“(…) ° viajante inglês Henry Koster, que chegou ao Recife no início do século XIX (…) imediatamente se impressionou com a boa aparência dos Henriques, uma milícia negra que,

segundo o cronista, era o mais organizado e garboso de todos os corpos militares de Pernambuco. Um grupo que, além disso, contava entre suas fileiras com homens agraciados

com títulos nobilitantes, como o Hábito da Ordem de Cristo e o da Ordem de Santiago (…)

Os Henriques eram assim chamados por causa de seu fundador, Henrique Dias (?-1662), homem preto, livre no período da guerra, e sobre quem pouquíssimo se sabe, nem

mesmo sua data de nascimento. Assim como outras milícias, seu grupo era formado por homens livres que não atuavam como militares profissionais, não recebiam soldo e tinham

que bancar sua farda e suas armas. Por essa razão, todos eles precisavam ter outra profissão. Mas a honra de se destacar pela boa reputação, diante de um desprestigiado e

empobrecido exército português, era o bastante para qualquer tropa miliciana, em geral organizada separadamente em tropas brancas, pardas e pretas. E era ainda mais

importante no caso dos Henriques.

Esse terço – denominação seiscentista para as tropas de origem ibérica de qualquer tipo – foi criado de acordo com a tradição militar do século XVI, que usava colonos para formar

tropas. Foi assim que Dias arregimentou voluntariamente, em 1633, uma unidade formada por negros que se puseram a serviço daqueles que lutavam contra a ocupação

holandesa. Mais tarde, em 1639, ele recebeu a patente de “governador de crioulos, negros e mulatos”, enquanto sua tropa não parava de crescer. Em 1647 ele contava com 300

soldados, entre escravos – muitos deles doados por senhores de engenho – e forros.

(…)

O fundador do terço, Henrique Dias, chegou a receber o Hábito da Ordem de Cristo, um título que equivalia ao de fidalgo, muito cobiçado pelos senhores de engenho, que

raramente conseguiam obtê-lo. Mesmo assim, a trajetória de Dias espelha as muitas contradições associadas aos Henriques: ele pode ter morrido Cavaleiro da Ordem de Cristo,

mas não parou de pleitear as recompensas financeiras constantemente atrasadas que a Coroa lhe prometera.

Apesar disso, era tanto o prestígio dos milicianos que um dos genros de Dias, Amaro Cardingo, tentou conquistar a mesma Ordem de Cristo. Ele era um homem livre de segunda

geração, ou seja, filho de forros. Jamais servira como escravo e se casara com a filha do negro mais importante da Colônia. Mas nunca conseguiu o hábito, pois a Coroa – cujas

regras determinavam que todos os nobres deveriam estar livres de ‘máculas’ de ascendência judaica, moura, negra ou índia até a quarta geração para que pudessem obter a

comenda – comprovou que seus avós haviam sido escravos.

Investigar o passado das pessoas que pleiteavam títulos de fidalguia era prática comum no Império português (…) No entanto, a Coroa sabia ser flexível e conceder hábitos das

ordens para pessoas com comprovadas ‘máculas’, mas suficientemente influentes nas colônias. (…)”

Nobilitante: que confere nobreza, enobrece;

AULETE, Caldas. Diccionario contemporaneo da lingua portugueza. Lisboa [Portugal]: Parceria Antonio Maria Pereira, 1925, Disponível em: http://www.auletedigital.com.br/

Sobre este documento

Título

Tropa diferente

Tipo de documento

Artigo de revista

Palavras-chave

Brasil Holandês Pernambuco Séculos XVII-XIX História Militar

Origem

Kalina Vanderlei Silva. “Tropa diferente”. Revista de História Biblioteca Nacional. Rio de Janeiro: 2/3/2011. Disponível em: http://www.revistadehistoria.com.br/secao/artigos-

revista/tropa-diferente

Créditos

Kalina Vanderlei Silva.


Documentos 2ª Fase
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Partida da Monção, 1897 Documentos da 2ª Fase

Pintura Imagem no tamanho original

Técnica: Óleo sobre tela

Dimensões: 3,90 × 6,40 m

Sobre este documento

Título

Partida da Monção, 1897

Tipo de documento

Pintura

Palavras-chave

Século XIX São Paulo Monções

Origem

A Partida da Monção (1897) José Ferraz de Almeida Júnior, Óleo sobre tela- 3,90 × 6,40 m Acervo do Museu Paulista da USP. Disponível em:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Almeida_J%C3%BAnior_-_Estudo_da_Partida_da_Mon%C3%A7%C3%A3o,1897(Bandeirantes).jpg).jpg

Créditos

José Ferraz de Almeida Júnior

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