Cha Aula 2

Curso:
Equipamentos Elétricos de Alta Tensão
Disciplina:
CHAVES SECCIONADORAS, CHAVES DE ATERRAMENTO E
RESISTORES DE ATERRAMENTO
Prof.: Helen Christian Silva

(profe.helenchristian@gmail.com
CHAVES SECCIONADORAS
CARACTERÍSTICAS NOMINAIS
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas
ABNT NBR IEC 62271-102:2006 Seccionadores e chaves de aterramento.

ABNT NBR 7571:2011 Seccionadores – Características técnicas e dimensionais.
ABNT NBR IEC 60060 Técnicas de ensaios elétricos de alta tensão Parte 1: Definições
gerais e requisitos de ensaio.
ABNT NBR IEC 60694 Especificações Comuns para Normas de Equipamentos de
Manobra de Alta Tensão e Mecanismos de Comando.
ENGENHARIA ELÉTRICA
ABNT NBR 6939:2018 Coordenação de Isolamento – Procedimento.

IEC – International Electrotechnical Commission
IEC 62271-102: 2001 High-voltage switchgear and controlgear – Part 102: Alternating
current disconnectors and earthing switches.
IEC 62271-1: 2007 High-voltage switchgear and controlgear – Part 1: Common
specifications.
IEEE – Institute of Electrical and Electronics Engineers

C37.30.1-2011 IEEE standard requirements for AC high-voltage air switches
rated above 1.000 V.
C37.34-1994 IEEE standard test code for high-voltage air switches.
C37.35-1995 IEEE guide for the application, installation, operation, and
maintenance of high-voltage air disconnecting and interrupter
switches.
C37.32-2002 IEEE Standard High Voltage Switches, Bus Supports,and
accessories Schedules of Preferred Ratings, Construction
Guidelines, and Specifications.
profe.helenchristian@gmail.com 63
As características nominais das chaves seccionadoras que não são associadas a interrupção de
correntes são as mesmas definidas para os disjuntores.
Tensão Nominal Normalizada NBR IEC :
A tensão nominal indica o limite máximo da tensão do sistema no qual a chave irá se conectar. Os
valores padronizados das tensões nominais são:
Tensão Nominal - Nível Máximo de Tensão – IEC – NBR 62271-102
Tensão Nominal - Tensão Eficaz Fase-Fase – ANSI – C37.32.
Nível de Isolamento Nominal - NBR IEC :
Os níveis de isolamento caracterizam a suportabilidade do equipamento às solicitações dielétricas.
O isolamento dos secionadores é constituído por isolamento auto-recuperante (ar e porcelana), ou

seja, mantém suas características dielétricas após uma descarga para terra, entre terminais ou
entre polos.
O NBI é o nível que estabelece a suportabilidade do equipamento em relação às sobretensões de

origem externa enquanto que o NIM é o nível que estabelece a suportabilidade para as
sobretensões de origem interna.
O nível de isolamento nominal de um equipamento de manobra deve ser selecionado a partir dos
valores indicados nas Tabelas de correlação entre tensão nominal e nível de isolamento da IEC
62271 e correspondente NBR IEC 62271.
Os valores de tensão suportável das tabelas dependem das condições atmosféricas normalizadas
de referência (temperatura (20ºC), pressão (101,3 kPa) e umidade (11g/m3) especificados na IEC
6007-1. E compreendem a correção de altitude máxima de 1.000 metros.
A descarga disruptiva num espaçamento em ar é fortemente dependente da configuração do

espaçamento, da polaridade e da forma da onda da tensão aplicada. Além disso, as condições
atmosféricas relativas afetam a rigidez dielétrica, independentemente da forma e da polaridade da
solicitação de tensão aplicada.
Natureza das sobretensões, classificação dos isolamentos, efeitos das sobretensões sobre os
isolamentos
Sistemas elétricos estão submetidos esporadicamente a várias formas de fenômenos transitórios,

envolvendo variações súbitas de tensão e corrente provocadas por descargas atmosféricas, faltas
no sistema ou operação de disjuntores e chaves seccionadoras.
Uma sobretensão pode ser definida como qualquer tensão entre fase e terra, ou
entre fases, cujo valor de crista excede o valor de crista deduzido da tensão
máxima do equipamento (Um.√2 / √3 ou Um.√2, respectivamente).
Tensão máxima de um sistema, a máxima tensão de linha eficaz que pode ser mantida em
condições normais de operação, em qualquer instante e em qualquer ponto do sistema..
Sobretensões de origem externa: provenientes de causas externas ao sistema considerado, como

por exemplo as descargas atmosféricas que agem diretamente sobre os sistemas elétricos ou nas
suas proximidades.
Sobretensões de origem interna: causadas por eventos dentro do sistema em consideração, tais
como curto-circuitos ou manobras de equipamentos. Os níveis das sobretensões de origem interna
podem ser determinados a partir de avaliações durante a fase projeto, que consistem em: estudar
as condições de ocorrência de curto-circuito no sistema e determinar as possíveis sobretensões
causadas pelas operações de manobra.
Essa classificação não atende, no entanto, aos interesses relacionados a especificação dos
equipamentos, sendo mais adequada a classificação para as sobretensões, definida pela norma
NBR 6939 de acordo com a forma da sobretensão, sua duração e seu efeito sobre a isolação ou
sobre o dispositivo de proteção:
Sobretensão Temporária
Caracterizada por uma sobretensão de frequência fundamental de duração relativamente longa.

Podem originar-se de faltas, operações de chaveamento (como por exemplo rejeição de carga),
condições de ressonância, não linearidades (ferroressonâncias) ou por uma combinação dessas.
As sobretensões temporárias são de natureza oscilatória, de baixa amplitude (em geral inferior a
1,5 pu), duração relativamente longa (tempo de duração superior a dezenas de milisegundos) e
fracamente amortecida ou não amortecida. Também chamadas de sobretensões sustentadas
permanecem no sistema até que o sistema seja modificado ou que a causa que lhe deu origem
seja eliminada.
Embora as amplitudes inferiores às demais sobretensões, as sobretensões temporárias podem ser

determinantes no projeto dos isolamentos internos e externos e na especificação dos
equipamentos, que terão de suportar a essas sobretensões por um longo tempo.
Falta fase-terra, acarreta na elevação de tensão nas fases sãs, sendo a amplitude diretamente
relacionada com o tipo de aterramento do neutro do sistema no ponto em consideração. A duração
da sobretensão corresponde a duração da falta.
As amplitudes das sobretensões temporárias devido a faltas que ocorrem nos

sistemas podem ser determinadas, de forma simplificada, pela equação a seguir:
TOVsist. = K.Umax
TOVsist. Amplitude da sobretensão no ponto considerado;

K Fator de sobretensão (fator de aterramento), dependente do tipo de
aterramento do neutro do sistema;
Umax Amplitude máxima tensão fase-terra de operação do sistema antes da
ocorrência da falta = Um/√3.
O fator de aterramento consiste na relação entre o máximo valor eficaz de tensão fase-terra de
frequência fundamental em uma fase sã, durante uma falta fase-terra afetando uma ou mais fases
em qualquer ponto do sistema, e o valor eficaz de tensão fase-terra de frequência fundamental que
seria obtido no mesmo local na ausência de tal falta, ou seja, em condições de regime permanente.
Desprezando o efeito da resistência de falta, o fator de aterramento no ponto da falta para uma
falta fase-terra pode ser definido por:
Para sistemas com neutro efetivamente aterrado (0 ≤ X0 / X1 ≤ 3 e 0 ≤ R0 / X1 ≤ 1) o fator de

aterramento é inferior a 1,4, ou seja, as sobretensões temporárias atingem no máximo 80% da
tensão fase-fase do sistema. A tensão nas fases sãs será:
A duração das sobretensões devido a uma falta fase-terra para um sistema efetivamente aterrado é
normalmente inferior a 0,2 segundos para proteção de linha e 1 segundo no caso de proteção de
“Back-up”.
Sistemas com neutro isolado as sobretensões nas fases sãs podem exceder à tensão fase-fase do
sistema, ou seja, o fator de aterramento é de 1,73 ou acima. Isto se deve ao fato de que esse tipo
de sistema é acoplado à terra através de suas capacitâncias parasitas. A tensão nas fases sãs
será:
A duração da falta pode ser de poucos segundos a algumas horas, em função da corrente de falta
bem como do dispositivo de detecção / abertura da falta.
Fatores de aterramento – Valores Típicos – Referência Cigré
Sobretensão Transitória
Caracterizada por uma sobretensão de curta duração, de alguns milisegundos ou menos,

oscilatória ou não oscilatória, usualmente fortemente amortecida. De acordo com a NBR 6939, as
sobretensões transitórias apresentam a seguinte classificação:
Sobretensões de frente lenta:

Sobretensão transitória, usualmente unidirecional, com tempo até a crista tal que 20 µs < T1
≤ 5000 µs, e tempo até o meio valor (na cauda) T2 ≤ 20 ms. Podem originar-se de faltas,
operações de chaveamento ou descargas atmosféricas diretas nos condutores de linhas
aéreas.
Sobretensões de frente rápida:

Sobretensão transitória, usualmente unidirecional, com tempo até a crista tal que 0,1 µs < T1
≤ 20 µs, e tempo até o meio valor (na cauda) T2 ≤ 300 µs. Podem originar-se de operações
de chaveamento, descargas atmosféricas ou faltas.
Sobretensões de frente muito rápida:

Sobretensão transitória, usualmente unidirecional, com tempo até a crista tal que T1 ≤ 0,1 µs,
duração total Tt ≤ 3 ms, e com oscilações superimpostas de freqüências 30 kHz < f < 100
MHz. Podem originar-se de faltas ou operações de chaveamento em subestações isoladas a
gás (GIS).
Classes e Formas das Solicitações de Tensão definidas na NBR 6939

Baseado nas tensões nominais e nas tabelas de referência o nível de isolamento do equipamento é
especificado.
É o conjunto de tensões suportáveis nominais aplicadas ao equipamento durante ensaios e

definidos pelas normas.
O estudo de coordenação de isolamento define as faixas de tensão máxima para os equipamentos.
As tensões definidas em norma a serem aplicadas nos ensaios para comprovar o nível de
isolamento de um equipamento são:
 Tensão Suportável Nominal à frequência industrial de curta duração;

 Tensão Suportável Nominal de Impulso atmosférico
 Tensão Suportável Nominal de Impulso de Manobra.
Para a maioria das tensões nominais existem vários níveis de isolamento nominal permitindo a
aplicação de diferentes critérios de desempenho ou tipo de sobretensões.
Tipo de aterramento do neutro do sistema, tipos de dispositivos limitadores de sobretensão, grau

de exposição a sobretensões de frente rápida e frente lenta (descargas ou manobras).
Tensão Suportável Nominal à frequência industrial de curta duração;
É o valor eficaz especificado da tensão, à frequência industrial, que o equipamento deve suportar
em condições de ensaio especificadas e durante um período de tempo, geralmente não superior a
1 minuto. É definida pela norma em função da tensão máxima dos equipamentos.
Tensão Suportável Convencional Nominal de Impulso Atmosférico ou Manobra;
É o valor de crista especificado da tensão de impulso para o qual não deve ocorrer descarga
disruptiva num isolamento submetido a um número especificado de aplicações em condições
especificadas(aplica-se somente a isolamento auto-recuperante).
Diferenciar os tipos de isolação em função do seu comportamento frente a uma descarga.
Isolações auto-recuperantes:
São aquelas que recuperam integralmente as suas propriedades isolantes após a ocorrência
de uma descarga disruptiva provocada pela aplicação de uma tensão de ensaio. Os
isolamentos externos em ar, alguns isolamentos internos em gás e alguns isolamentos
líquidos apresentam propriedades auto-recuperantes.
Cadeias de Isoladores, parte externa Buchas de transformadores, isolamentos em ar,

espaçamentos entre condutores, condutor-estrutura e barramento-estrutura.
Diferenciar os tipos de isolação em função do seu comportamento frente a uma descarga.
Isolações Não auto-recuperantes:
As isolações não auto-recuperantes são aquelas que perdem parcialmente ou não recuperam
integralmente as suas propriedades isolantes após a ocorrência de uma descarga disruptiva
provocada pela aplicação de uma tensão de ensaio, ou seja, após uma descarga ocorre a
danificação parcial ou total das suas propriedades dielétricas. Os dielétricos sólidos
apresentam propriedades não recuperantes.
Normalmente uma parte interna dos equipamentos de um sistema de potência e consiste de

uma combinação de diferentes tipos de materiais sólidos, líquidos ou gasosos. Sua finalidade
é prover a separação entre diferentes elementos condutores sem que haja falhas quando
submetidas a condições operativas.
Transformadores de Força, Enrolamento interno dos Transformadores de Corrente e de

potencial.
Valores de Nível de Isolamento para Valores de Tensão Nominal Range I – IEC – NBR 62271-102
Níveis de Isolamento Normalizados para 1 kV < Um ≤ 245 kV – NBR 6939
Valores de Nível de Isolamento para Valores de Tensão Nominal Range II – IEC – NBR 62271-102
Valores de de níveis de Isolamento pra Instalações Desabrigadas – ANSI C37.32-2002
Níveis de Isolamento Normalizados para Um > 245 kV – NBR 6939
Faixas para as Tensões Máximas do Equipamento
Faixa 1 (3,6 kV – 245 kV)
Abrange os sistemas de distribuição e de transmissão. Os diferentes aspectos operacionais devem,

no entanto, serem levados em consideração na seleção do nível de isolamento nominal do
equipamento.
Risco para os equipamentos advém das descargas atmosféricas diretas, indiretas e induzidas nas
redes de distribuição e linhas de transmissão aéreas conectadas.
Em sistemas com cabos não conectados a linhas aéreas, as sobretensões devido a faltas ou
operações de manobra tem maior probabilidade de ocorrência. Em casos raros entretanto,
sobretensões de origem atmosférica induzidas podem também ser geradas.
Faixa 2 (300 kV- 800 kV)
Para sistemas situados na faixa 2, em adição aos fatores da faixa 1, sobretensões de manobra
tornam-se fenômenos importantes, aumentando a sua importância para sistemas com tensões
mais elevadas.
Para equipamentos na Faixa 1:
 Tensão suportável normalizada de impulso atmosférico,

(Rated Lightining Impulse Withstand Voltage / Basic Lightning Insulation Level)
 Tensão suportável normalizada de frequência fundamental de curta duração;

(Rated Power Frequency Withstand Voltage)
Para equipamentos na Faixa 2:
 Tensão suportável normalizada de impulso de manobra,

(Rated Switching Impulse Withstand Voltage ou Basic Switching Impulse Insulation Level)
 Tensão suportável normalizada de impulso atmosférico;

(Rated Lightining Impulse Withstand Voltage / Basic Lightning Insulation Level)
A característica de suportabilidade de um material isolante é dependente das condições ambientais

e da altitude. As características dielétricas de um material isolante são reduzidas para maiores
altitudes.
Recomendado, para altitudes superiores a 1.000 metros acima do nível do mar, uma redução na
suportabilidade dielétrica da isolação de 1% para cada 100 metros acima deste nível.
Fatores de correção devem ser utilizados quando da análise de suportabilidade da isolação

submetida a meios externos e a altitudes acima do nível considerado.
Corrente Nominal: (Rated Normal Current ou Rated Continuous Current)
Corrente que o equipamento deverá conduzir continuamente sem exceder os valores de

temperatura especificados para seus diversos componentes. Os valores de elevação de
temperatura estão apresentados na tabela VIII – retirados da ABNT.
Estes valores baseiam-se em seccionadores operando a uma temperatura ambiente máxima de

40ºC.
Os valores padronizados pela ABNT e IEC de corrente nominal são:
200, 400, 630, 800, 1.250, 1.600, 2.000, 2.500, 3.150, 4.000, 5.000 e 6.300 A.
Para especificação de corrente nominal dos equipamentos de uma subestação, é necessário saber
o carregamento dos circuitos, através do estudo de fluxo de potência dentro de um horizonte de
planejamento, além das condições operativas da subestação (manutenção de equipamentos ou
linhas).
Condições de expansão futura, paralelismo de fontes devem ser analisadas como cenário do
estudo de fluxo de potência.
Estudo do sistema elétrico tendo como base parâmetros da rede, de centrais geradoras, de cargas
e tensões, com o objetivo de se avaliar o fluxo de potência nas redes, as perdas e o carregamento
do sistema elétrico.
Os seccionadores devem suportar condições de trabalho acima dos valores nominais durante
intervalos de tempo específicos:
Sobrecarga Contínua:
É a percentagem de corrente adicional que o seccionador pode suportar dentro dos limites de
temperatura normalizados. Outra maneira de definir uma sobrecarga contínua é: A

corrente de qualquer valor superior à corrente nominal do seccionador, que é capaz de conduzi-la
durante um período de tempo suficientemente longo para permitir a estabilização de sua
temperatura de operação.
A sobrecarga de um seccionador é função da elevação de temperatura sofrida pelo equipamento,

sendo necessário, estabelecer os limites admissíveis de temperatura suportável, de forma que não
provoque modificações temporárias ou permanentes das características técnicas de qualquer de
seus componentes.
Admitindo-se, por exemplo, um aquecimento exagerado nos componentes condutores de cobre,

estes podem chegar ao ponto de recozimento, com drástica redução das suas propriedades
mecânicas.
A norma estabelece que a máxima temperatura ambiente admitida para seccionadores é de 40°C.
Se essas chaves operarem em temperaturas inferiores à temperatura ambiente, é admissível uma

sobrecarga contínua de conformidade com a Equação a seguir:
−
= × ( )
− 40
É preciso ressaltar que o limite de elevação de temperatura é estabelecido para o componente do

seccionador que primeiro atingir a sua temperatura máxima de operação.
Isc Corrente de sobrecarga admissível na temperatura ambiente considerada, em A;

In Corrente nominal do seccionador referida à temperatura ambiente de 40°C;
TM Temperatura permissível no ponto mais quente do seccionador que normalmente se
localiza nos contatos, conexões e terminações e que resumidamente pode ser obtida
através de tabelas de referência;
TA Temperatura ambiente.
Corrente Nominal de Curto-circuito : (Rated Short Circuit)
Quando ocorre um curto-circuito em um sistema de potência, a corrente resultante é composta de

duas componentes:
• Componente de regime (CA) determinada pelo valor de tensão da fonte e pela
impedância (R + jX) da rede,
• Componente contínua (CC) cujo valor inicial e taxa de decréscimo são determinados em
função do instante de ocorrência do curto na onda de tensão e do valor de X/R da rede.
Ip – Corrente de curto-circuito assimétrica de pico

Ik” – Corrente de curto-circuito inicial simétrica (rms)
Idc – Componente de decaimento dc da corrente de curto-circuito
Ik – Corrente de curto-circuito em regime (sem contribuição de motores)
 A relação X/R define o decaimento exponencial da componente contínua que, por sua vez,
determina a assimetria da corrente de curto-circuito.
 A forma de onda da corrente de curto-circuito em função do tempo, pode ser obtida diretamente
da utilização de programas de cálculo de transitórios eletromagnéticos, onde pode ser adotada
a representação trifásica da rede em estudo, por meio de suas resistências e reatâncias a 60
Hz.
 A relação X/R pode ser obtida pela redução da rede de impedâncias através de programas de
cálculo de curto-circuito, ou valores típicos recomendados no guia ANSI C37.010.
 A relação X/R de uma rede indica o total da impedância e a assimetria da forma de onda da
corrente de curto-circuito.
O percentual do componente dc (%DC) especificada para os disjuntores está relacionada com o

intervalo de tempo mínimo de abertura do primeiro polo
Contact Parting time - Tempo de abertura mais o tempo estimado de trip do relé. O tempo mínimo
de abertura é especificado pelo fabricante.
A relação X/R definirá a constante de tempo do circuito RL.
1
= = = ×
=2× × = 377 = 60
Utilizando como exemplo X/R= 20 (Típico para TF 15-20 MVA extraído do C37.10)
1 1
= × = × 20 = 50 = 3,2
2× × 377
1 ciclo ~16.67 ms
Percentual da componente contínua da corrente de curto-circuito é: % = 100 ×
,
t – tempo de separação dos contatos do disjuntor - % = 100 × , = 100 0,624 = 62%
Corrente Nominal de Curto-circuito : (Rated Short Circuit Current)
O valor de crista da corrente de curto-circuito que depende do valor de X/R da rede é da ordem de
2,5 a 2,6 vezes o valor eficaz da corrente de curto-circuito simétrica.
Devem ser selecionadas entre as correntes padronizadas pelas normas, em função das correntes
de curto-circuito encontradas nos locais das instalações. As correntes especificadas, segundo as
normas, são as seguintes:
Corrente suportável nominal de curta duração
ABNT/IEC: Valor eficaz da corrente de curto-circuito que a chave pode conduzir por um tempo
especificado (1 segundo ou 3 segundos).
Valores padronizados (em kA): 8, 10, 12,5, 16, 20, 25, 31,3, 40, 50, 63, 80 e 100.
ANSI: Valor eficaz da corrente assimétrica que a chave pode conduzir por um pequeno intervalo de
tempo.
Valores padronizados (em kA): 20, 40, 61, 70, 100 e 120.
Valor de pico (crista) nominal da corrente suportável de curta duração
ABNT/IEC: Valor de pico da corrente que a chave pode conduzir sem deteriorar o material. Os
valores padronizados são 2,5 vezes a corrente nominal de curta duração.
Corrente de curto-circuito momentânea
ANSI: Valor eficaz da corrente assimétrica no pico máximo que a chave pode conduzir pelo menos
durante um ciclo.
Corrente de curto-circuito nominal de 3 segundos
ANSI: Valor eficaz da corrente assimétrica no pico máximo que a chave pode conduzir por 3
segundos.
Tempo de Duração do Curto-Circuito
Para NBR / IEC e ANSI, o tempo de duração da sobrecarga de curta duração é igual ao intervalo
de tempo que a chave consegue suportar, em posição fechada, a corrente de sobrecarga de curta
duração. O padrão utilizado para este tempo é de 1 s, porém se forem necessários tempos
inferiores ou superiores a 1 s, os valores recomendados são 0,5 s, 2 s e 3 s.
Desempenho Durante Curto
As chaves devem suportar as correntes nominais de curto-circuito, na posição fechada, durante os

tempos especificados sem acarretar:
• Danos mecânicos em qualquer uma de suas partes;
• Separação dos contatos;
• Sobre aquecimento, ou seja, sem ultrapassar os limites de temperatura especificados para
cada componente, em condições normais de operação, a ponto de danificar seu isolamento.
CARACTERÍSTICAS PARTICULARES - MANOBRAS

Esforços Mecânicos Sobre os Terminais
A norma NBR IEC 62271-102 na tabela 3 apresenta os valores recomendados de esforços

mecânicos nominais nos terminais das chaves. Os esforços calculados dos terminais do
seccionador não devem ultrapassar 50% do valor do esforço indicado pelo fabricante do isolador.
Os seccionadores devem ser projetados para suportar a ação do vento e das forças
eletromagnéticas das correntes de curto-circuito que atuam sobre ela própria, mais os
esforços nos seus terminais provocados pela ação do vento e das forças eletromagnéticas das
correntes de curto-circuito que atuam sobre os condutores, barramentos rígidos
(tubos) ou flexíveis (cabos), ligados aos terminais das chaves.
PORQUÊ O ARCO ELÉTRICO OCORRE NAS MANOBRAS DE CHAVES

SECCIONADORAS?
Arco elétrico acontecimento que surge devido a ruptura dielétrica na qual produz uma descarga
elétrica entre dois pólos, superior à resistência do ar (rompe a isolação feita pelo ar) e mantida
pela formação de gases que agem como meio condutor para a corrente elétrica.
Dois pólos e entre pólos, gás condutor – Arco difunde grande quantidade de energia, que é
transmitida em forma de luz e calor.

Arco Elétrico e Manobras das Chaves
Na manobra das chaves, tem-se afastamento lento dos contatos, uma distância máxima entre
terminais elevada, meio entre contato constituído por ar atmosférico (arco não confinado).
No afastamento dos contatos com corrente não nula através da chave, tem-se uma formação de
arco elétrico, num plasma (o gás ionizado) condutor e o comprimento aumenta com o afastamento
dos contatos.
Quando a corrente é nula, ou seja, ocorre a diminuição da seção do plasma e uma redução na
temperatura na região central do arco, com consequente aumento de resistência e extinção térmica
do arco.
Logo após, o ar na região onde existia o arco fica á temperatura elevada e com menor rigidez
dielétrica que em condições normais.
Se a tensão posterior á extinção térmica do arco não for suficiente para provocar a ruptura
dielétrica (restabelecimento brusco da corrente), tem-se a interrupção definitiva da corrente.
Manobras das chaves seccionadoras, caracterizada com afastamento lento dos contatos acarreta
ocorrência de números reacendimentos entre os mesmos se comparados com disjuntores.
Cada reacendimento dá origem a sobretensões que podem atingir valores elevados e devem ser
especificados para tais solicitações dielétricas.

Manobras de Correntes de Magnetização de Transformadores e Bancos de Capacitores
Na manobra de abertura da corrente de um transformador a vazio, com valor da corrente nominal,

mesmo no instante de máximo módulo e com extinção brusca, resulta em sobretensões
moderadas. (Sem fenômenos transitórios ou saturação e núcleo).
A manobra de abertura por chave, como a distância entre contatos aumenta lentamente, a tensão
de restabelecimento consequente da interrupção da corrente origina a reignição ou disrupção,
térmica ou dielétrica, com sucessivas interrupções de corrente, á medida que os contatos se

afastam.
Na ocorrência dessas reignições, pode ocorrer inrush com elevados valores de corrente, e na
interrupção brusca elevadas sobretensões durante a manobra de abertura que poderia danificar o
equipamento. Como os seccionadores não interrompem bruscamente a corrente, não estão
sujeitos à sobretensões impostas nesta manobra.
As chaves seccionadoras que se aplicam a essas manobras são especificadas para tais correntes
indutivas ou capacitivas e são do tipo seccionadoras sob carga (Circuit Switchers).
O guia IEEE C37.016-2006 estabelece as características nominais, de projeto, fabricação operação

e testes específicos para esse tipo de chave.

Desafio do Cliente – Eletropaulo
Sistema de Transmissão em expansão com necessidade de rápido acréscimo de pontos de

seccionamento. Seccionamento típico por Disjuntores e seccionadoras Bypass localizadas em
subestações.
Para redução no tempo, construção, investimento, obras civis e elétricas e permissões autoridades
locais para instalação de subestações de manobras convencionais, alternativa instalar chaves
seccionadoras montadas em torres de transmissão.
Capazes de interromper a carga e com poder de comutar segmentos de linhas de transmissão

descarregados, lonbgos e com altas correntes capacitivas.

Solução S&C
Considerou os Circuit-Switchers da S&C, projetados originalmente para proteção de

transformadores, possuem três interruptores selados independentes com seccionadoras
integradas, o que os torna ideais para a solução do problema.
Foi necessário, engenheiros da Eletropaulo, desenvolvesse um projeto de uma torre de

transmissão para suportar dois Circuit-Switchers na configuração horizontal fase-sobre-fase.
 Interrupção de linha
 Alívio de carga
 Reconfiguração dos circuitos.
 Custo 20% SE convencional.
Circuit-Switchers
 138 kV – Tensão de Operação.

 1600 A e 2000 A – Corrente Nominal
 8 kA - Corrente Suportável de curta duração
95
profe.helenchristian@gmail.com
ENSAIOS
Os seccionadores devem ser submetidos a diversos ensaios, sejam para homologação de

protótipo, rotina ou para aceitação / recebimento no cliente final.
Para os ensaios de homologação de protótipo, ou ensaios de tipo, na maioria das vezes precisam
ser feitos em laboratórios com grande capacidade de tensão ou níveis altos de corrente, como, por
exemplo, ensaios de impulsos de manobra sob chuva para chaves de 550 kV ou ensaios de curto-
circuito da ordem de 63 kA/3 s. São ensaios de grande valor financeiro e que merecem o maior
cuidado e esmero durante o preparo da montagem do equipamento no laboratório.
Os ensaios de rotina visam a retirada de vícios ou defeitos na linha de produção, e estes defeitos
devem também ser evitados sempre. Já os ensaios de aceitação tem a finalidade de comprovar
perante o cliente ou representante que todas as características oferecidas e construídas estão de
comum acordo com os ensaios de tipo de protótipo, ou seja, uma falha durante os ensaios de
aceitação tem implicações mais sérias, que podem levar a repetição do ensaio em lotes maiores de
amostras ou até mesmo a rejeição completa de todo lote.
Três tipos de Ensaios:
 Ensaios de Rotina
 Ensaios de Aceitação (Repetem os ensaios de rotina. Falha implica ensaio com

maior número de amostras)
 Ensaios de Tipo

Cha Aula 2

Enviado por

Dados do documento

Título original

Direitos autorais

Formatos disponíveis

Compartilhar este documento

Compartilhar ou incorporar documento

Opções de compartilhamento

Você considera este documento útil?

Este conteúdo é inapropriado?

Direitos autorais:

Formatos disponíveis

Cha Aula 2

Enviado por

Direitos autorais:

Formatos disponíveis

Curso:

Equipamentos Elétricos de Alta Tensão

Prof.: Helen Christian Silva

ABNT NBR IEC 62271-102:2006 Seccionadores e chaves de aterramento.

ABNT NBR 6939:2018 Coordenação de Isolamento – Procedimento.

IEEE – Institute of Electrical and Electronics Engineers

Tensão Nominal Normalizada NBR IEC :

Tensão Nominal - Nível Máximo de Tensão – IEC – NBR 62271-102

Tensão Nominal - Tensão Eficaz Fase-Fase – ANSI – C37.32.

Os níveis de isolamento caracterizam a suportabilidade do equipamento às solicitações dielétricas.

O isolamento dos secionadores é constituído por isolamento auto-recuperante (ar e porcelana), ou

O NBI é o nível que estabelece a suportabilidade do equipamento em relação às sobretensões de

A descarga disruptiva num espaçamento em ar é fortemente dependente da configuração do

Sistemas elétricos estão submetidos esporadicamente a várias formas de fenômenos transitórios,

Sobretensões de origem externa: provenientes de causas externas ao sistema considerado, como

Caracterizada por uma sobretensão de frequência fundamental de duração relativamente longa.

Embora as amplitudes inferiores às demais sobretensões, as sobretensões temporárias podem ser

As amplitudes das sobretensões temporárias devido a faltas que ocorrem nos

TOVsist. Amplitude da sobretensão no ponto considerado;

Para sistemas com neutro efetivamente aterrado (0 ≤ X0 / X1 ≤ 3 e 0 ≤ R0 / X1 ≤ 1) o fator de

Fatores de aterramento – Valores Típicos – Referência Cigré

Caracterizada por uma sobretensão de curta duração, de alguns milisegundos ou menos,

Sobretensões de frente lenta:

Sobretensões de frente rápida:

Sobretensões de frente muito rápida:

Classes e Formas das Solicitações de Tensão definidas na NBR 6939

Nível de Isolamento Nominal - NBR IEC :

É o conjunto de tensões suportáveis nominais aplicadas ao equipamento durante ensaios e

O estudo de coordenação de isolamento define as faixas de tensão máxima para os equipamentos.

 Tensão Suportável Nominal à frequência industrial de curta duração;

Tipo de aterramento do neutro do sistema, tipos de dispositivos limitadores de sobretensão, grau

Nível de Isolamento Nominal - NBR IEC :

Tensão Suportável Nominal à frequência industrial de curta duração;

Tensão Suportável Convencional Nominal de Impulso Atmosférico ou Manobra;

Diferenciar os tipos de isolação em função do seu comportamento frente a uma descarga.

Cadeias de Isoladores, parte externa Buchas de transformadores, isolamentos em ar,

Diferenciar os tipos de isolação em função do seu comportamento frente a uma descarga.

Isolações Não auto-recuperantes:

Normalmente uma parte interna dos equipamentos de um sistema de potência e consiste de

Transformadores de Força, Enrolamento interno dos Transformadores de Corrente e de

Valores de de níveis de Isolamento pra Instalações Desabrigadas – ANSI C37.32-2002

Nível de Isolamento Nominal - NBR IEC :

Faixas para as Tensões Máximas do Equipamento

Faixa 1 (3,6 kV – 245 kV)

Abrange os sistemas de distribuição e de transmissão. Os diferentes aspectos operacionais devem,

Faixa 2 (300 kV- 800 kV)

 Tensão suportável normalizada de impulso atmosférico,

 Tensão suportável normalizada de frequência fundamental de curta duração;

Para equipamentos na Faixa 2:

 Tensão suportável normalizada de impulso de manobra,

 Tensão suportável normalizada de impulso atmosférico;

A característica de suportabilidade de um material isolante é dependente das condições ambientais

Fatores de correção devem ser utilizados quando da análise de suportabilidade da isolação

Corrente que o equipamento deverá conduzir continuamente sem exceder os valores de

Estes valores baseiam-se em seccionadores operando a uma temperatura ambiente máxima de

Os valores padronizados pela ABNT e IEC de corrente nominal são:

temperatura normalizados. Outra maneira de definir uma sobrecarga contínua é: A

A sobrecarga de um seccionador é função da elevação de temperatura sofrida pelo equipamento,

Admitindo-se, por exemplo, um aquecimento exagerado nos componentes condutores de cobre,

Se essas chaves operarem em temperaturas inferiores à temperatura ambiente, é admissível uma

É preciso ressaltar que o limite de elevação de temperatura é estabelecido para o componente do

Isc Corrente de sobrecarga admissível na temperatura ambiente considerada, em A;

Quando ocorre um curto-circuito em um sistema de potência, a corrente resultante é composta de