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O começo da guerra entre católicos e protestantes na Irlanda do Norte foi marcado pela

manifestação dos moradores do bairro católico de Derry (para os protestantes,


Londonderry). A violenta repressão da polícia protestante contra os manifestantes resultou
em cinco mortos e 120 pessoas feridas. Em represália, os moradores fecharam o bairro
para as forças de segurança.

-Problema antigo-

The troubles, como os conflitos são chamados pelos irlandeses, haviam começado vários
séculos atrás. Desde a invasão dos normandos, no século 12, os britânicos estão presentes
na ilha. O povo local sempre foi oprimido e as leis eram impostas de fora. Tentativas de
independência sempre foram sufocadas. Em 1919, foi constituído pela primeira vez um
parlamento irlandês em Dublin.

Como os britânicos não o aceitassem, começou uma guerra que durou até 1921, período
em que surgiu o Exército Republicano Irlandês (IRA). Em 1922, a Irlanda foi dividida: o norte
protestante passou a ser governado a partir de Belfast, enquanto a República da Irlanda, de
maioria católica, tinha seu governo em Dublin. Apesar de a divisão ter sido aceita apenas
como medida provisória, inclusive pela constituição, ela acabou durando muito mais que o
previsto.

-Repressão policial-

A minoria católica do norte foi discriminada e nas eleições sempre ficou em desvantagem.
No final dos anos 60, promoveu uma manifestação pacífica para chamar a atenção sobre
seus problemas. O auge do movimento foi em 1969, depois da manifestação de 5 de
outubro de 1968 no centro do bairro de Derry. A repressão policial foi seguida pela
constituição de milícias protestantes armadas, comandas pelo líder protestante radical Ian
Paisley, que realizaram sangrentos ataques aos bairros católicos.

-Domingo Sangrento-

Em 1972, 22 mil soldados da Grã-Bretanha ocupavam o Ulster. A 30 de janeiro, uma


enorme manifestação pacífica foi reprimida a tiros pelas tropas inglesas resultando em 13
mortos. Tal tragédia ficou conhecida como Domingo Sangrento e levou à substituição do
movimento pelos direitos civis e da luta pacífica pela luta armada e o terrorismo. O IRA se
dividiu em dois grupos: os "oficiais" (que acreditavam no movimento político e na
participação nos parlamentos de Londres, Dublin e Belfast) e os "provisórios" (que só
aceitavam o terrorismo).

Em março de 72, uma resolução de Londres fechou o Parlamento de Belfast e nomeou um


administrador para o Ulster. Procurando isolar o IRA, em 1973, o governo britânico fez um
referendo sobre a independência da Irlanda do Norte. A maioria protestante deu a vitória à
permanência no Reino Unido.

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