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Irish Republic Army (I.R.

A)
O Exército Republicano Irlandes, mais conhecido por sua sigla em inglês, IRA, foi um
grupo paramilitar católico e reintegralista irlandês, que pretendia separar a Irlanda do
Norte do Reino Unido e anexa-la à República da Irlanda. Recorria a métodos terroristas,
principalmente ataques bombistas e emboscadas com armas de fogo, e tinha como alvos
tradicionais protestantes, políticos unionistas e representantes do governo britânico. 

A principal razão pela qual o IRA lutava era a igualdade religiosa, visto que 75% da
população norte-irlandesa era protestante e o pouco que restava era católica, o que fazia
com que houvesse desigualdade e preconceito entre as religiões. Como os protestantes
eram maioria, decidiam candidaturas políticas e plebiscitos, entre outros, impedindo que
a vontade católica se manifestasse.

 Exército Republicano Irlandês (1917-1922), também conhecido como o "Velho


IRA", foi reconhecido como o exército legítimo irlandês até se ter desintegrado em
facções opostas na sequência do Tratado Anglo-Irlandês, que viriam a combater
entre si na Guerra Civil Irlandesa;
 Exército Republicano Irlandês (1922-1969), a facção anti-tratado do IRA e que
perdeu a Guerra Civil Irlandesa para a facção pró-tratado, mas que viria a continuar
o seu combate quer contra a Irlanda do Norte bem o Estado Livre Irlandês, que
considerava como fruto do imperialismo britânico;
 Exército Republicano Irlandês Oficial (1969-1972) (OIRA), a facção marxista do
IRA que se separou dos provisórios, embora tenha tido uma atividade militar
reduzida; o OIRA viria a dar origem aos comunistas do Partido dos Trabalhadores
da Irlanda;
 Exército Republicano Irlandês Provisório (1969-1998) (PIRA), que foi o mais
forte grupo sucessor do IRA e esteve fortemente ligado à refundação do Sinn Féin.
Separou-se do OIRA por defender em se recusar a reconhecer as autoridades das
duas Irlandas; o PIRA viria a terminar a sua luta armada em 1998 com a celebração
do Acordo de Sexta-Feira Santa;
 Exército Republicano Irlandês da Continuidade (1986-presente) (CIRA),
facção que se separou do PIRA por ser contra a política do PIRA e do Sinn Féin em
se apresentar em eleições na Irlanda e Reino Unido; a facção política do CIRA é
o Partido Republicano Sinn Féin;
 Exército Republicano Irlandês Real (1997-presente) (RIRA), uma cisão do
PIRA por ser contra o processo de paz na Irlanda do Norte; a sua facção política é
o Movimento pela Soberania dos 32 Condados
 Exército Republicano Irlandês pela Libertação (2006-presente), cisão do CIRA;
 Exército Republicano Irlandês (2011-presente), constituído por ex-combatentes
do PIRA, segundo a imprensa norte-irlandesa;
 Novo Exército Republicano Irlandês (2012-presente) (New IRA), formado pela
fusão do RIRA com outros diversos pequenos grupos armados republicanos.
Independência da Irlanda
O movimento de independência da Irlanda começa após o movimento
nacionalista de 1829 que conseguiu alguns direitos políticos aos católicos, a
epidemia de tifo e a fome decorrente da queda na produção agrícola devido
a uma praga em 1847 e 1948 e que foi responsável pela morte de mais de
800.000 pessoas e a imigração da maior parte da população e, por fim da
independência da Irlanda, declarada em 1921. O feito conseguido com a
atuação do “Sinn Féin” (Nós Sozinhos), movimento nacionalista fundado
em 1905, se deu através da eleição de maioria irlandesa ao Parlamento
britânico em 1918 criando as condições para que o Sinn Féin proclamasse a
independência da Irlanda. Mas, a Inglaterra só viria a reconhecê-la em 1921
através da assinatura de um tratado onde a Irlanda, com exceção da região
do Ulster, passaria a ser independente, mas, ainda um domínio inglês.

Só em 1937 através da promulgação da Constituição Irlandesa é que foi


conseguida a independência de fato e a Irlanda passou a chamar-se Eire.
Mais, uma vez a Inglaterra demorou a reconhecer o fato, o que foi feito em
1949 quando, também, foi concedida autonomia ao território de Ulster que
passou a se chamar Irlanda do Norte. Mas os conflitos e a atuação do IRA
continuam. A reivindicação agora é pela união das duas Irlandas em uma só
e por causa da intolerância religiosa provocada por grupos guerrilheiros de
ambos os lados. Os Unionistas Protestantes, da Irlanda do Norte, preferem
continuar aliados da Grã-Bretanha alegando que caso houvesse a unificação
eles seriam perseguidos pela maioria católica do Eire, incentivando,
inclusive, a criação de grupos guerrilheiros protestantes como o Esquadrão
da Morte.

The Troubles (os problemas)


(1968-1998)
A Irlanda do Norte sofreu com três décadas de violência entre as
comunidades católico-republicana e protestante-unionista que acabaram
com o Acordo de Sexta-Feira Santa, que completou 21 anos no dia 10 de
abril. Nestas décadas de violência foram mais de 3,600 mortos e mais de
50,000 feridos.
A maioria protestante da província britânica defendia a permanência como
parte do Reino Unido, enquanto a católica queria a reunificação com a
República da Irlanda.
A violência explode em 1968 quando a polícia reprime com força uma
manifestação republicana pacífica em Londonderry, a única cidade da
província de maioria católica.
A situação sai de controle: protestos e confrontos passam a acontecer com
frequência com a polícia e com a comunidade protestante.
Londonderry e Belfast se unem à violência; o exército é mobilizado nas
ruas da província.

Domingo Sangrento (1972)


Foi um confronto entre manifestantes católicos, protestantes e o exército
inglês, ocorrido em Derry, na Irlanda do Norte, no dia 30 de
janeiro de 1972. O movimento teve início com uma passeata de dez mil
manifestantes que pretendiam, saindo do bairro de Creggan em marcha
pelas ruas católicas da cidade, chegar até a Câmara Municipal. Antes disso,
entretanto, soldados ingleses partiram para a ofensiva e dispararam contra
os manifestantes, deixando 14 ativistas católicos mortos e outros 26
feridos.  Todas as vítimas estavam desarmadas e cinco delas foram
alvejadas pelas costas. Os manifestantes protestavam contra a política do
governo britânico de prender pessoas suspeitas de terrorismo sem um
julgamento prévio e contra as desigualdades religiosas presentes na Irlanda
do Norte. O incidente terminou por fortalecer ainda mais o Exército
Republicano Irlandês
Em março de 1972, o Parlamento da Irlanda do Norte é dissolvido e
Londres retoma o controle direto da administração da província.
Em 1974, o IRA amplia a campanha de atentados com bombas em
território britânico, com artefatos em pubs de Guildford, Woolwich e
Birmingham. Os ataques matam 30 pessoas.
Além disso, a organização tem como alvos figuras conhecidas e em 1979
mata Lord Louis Mountbatten, primo da Rainha Elizabeth II, ao explodir a
embarcação da vítima.
No mesmo dia, o IRA executa uma emboscada contra o exército e mata 18
soldados britânicos.
Em 1982, o braço político do IRA, o partido Sinn Fein, consegue as
primeiras cadeiras na Assembleia norte-irlandesa. No ano seguinte, Gerry
Adams assume a liderança do partido.
O IRA prossegue com as ações violentas e, em 1984, ataca o centro do
poder com uma bomba contra o Grand Hotel de Brighton, onde a primeira-
ministra Margaret Thatcher e vários ministros estavam hospedados para o
congresso do Partido Conservador. Cinco pessoas morreram.

Acordo de Belfest
O Acordo de Belfast (também conhecido por Acordo da Sexta-feira Santa)
foi assinado em Belfast em 10 de abril de 1998 pelos
governos britânicos e irlandês e apoiado pela maioria dos partidos políticos
norte-irlandeses.

 O princípio que o futuro constitucional da Irlanda do Norte deverá ser


decidido pelo voto dos seus cidadãos;
 O comprometimento de todas as partes, em usarem exclusivamente
meios pacíficos e democráticos;
 O estabelecimento de uma Assembleia da Irlanda do Norte de 108
cadeiras com poderes legislativos;
 A criação de um 'poder-partilhado' para a atribuição de ministros aos
principais partidos, segundo o método de Hondt;
 Estabelecimento de um Conselho britânico-irlandês, composto por
representantes dos governos da República da Irlanda, da Irlanda do
Norte, Inglaterra, Escócia, País de Gales, Ilhas do Canal e Ilha de Man,
para a discussão dos assuntos de interesse comum;
 A libertação, no espaço de dois anos, de prisioneiros paramilitares
pertencentes a organizações que acatem o cessar-fogo;
 A deposição das armas no espaço de dois anos;
 A modificação dos artigos 2 e 3 da constituição da Irlanda, referentes à
reivindicação do território da Irlanda do Norte pela República da
Irlanda;
 Nova legislação sobre policiamento, direitos humanos e igualdade para
a Irlanda do Norte.

O IRA atualmente:
No ano de 2005, depois de uma série de tentativas de negociação, o IRA
declarou o fim de sua “luta armada”. Entretanto, no final de 2007, um
grupo que se intitulava parte integrante do movimento nacionalista irlandês
tentou instalar uma bomba nas proximidades de um posto policial.

Em maio de 2008, um novo atentado à bomba ligado ao IRA feriu um


policial. Esses dois episódios acabaram confundindo a opinião pública.
Afinal de contas, o IRA acabou ou continua sendo uma ameaça latente? De
fato, a grande maioria que engrossava as fileiras do movimento irlandês
chegou à conclusão de que a via da luta armada não fazia mais sentido.
Porém, a declaração de cessar fogo de 2005 acabou estabelecendo um
“racha” que dividiu o IRA em três diferentes facções.
O Novo IRA ganhou destaque no noticiário britânico após o assassinato da
jornalista Lyra McKee,
McKee, de 29 anos, levou um tiro na cabeça enquanto acompanhava um
protesto no conjunto habitacional Creggan, em Londonderry, segunda
maior cidade da Irlanda do Norte.
Segundo o jornal Irish News, o Novo IRA assumiu a autoria do ataque. Em
comunicado ao jornal, o grupo pediu desculpas a parentes e amigos da
jornalista.
McKee estava perto de um carro da polícia quando um homem mascarado
atirou contra o carro e pessoas que observavam, atingindo a jornalista.

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