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Atualidades

Irlanda do Norte: o que


você precisa saber sobre
os conflitos na região
Entenda os principais aspectos das tensões
atuais e o que pode aparecer nos vestibulares
sobre o tema
Por Julia Di Spagna 3 Jun 2021, 12h08

Nos últimos meses, você deve ter se


deparado com uma série de reportagens
sobre os protestos e conflitos que estão
ocorrendo na Irlanda do Norte. Algumas
consequências do Brexit acabaram
reacendendo tensões na região, mas para
entender melhor as causas e motivações de
cada lado da história, é preciso dar alguns
passos para trás e analisar o contexto
histórico que levou a essa situação.

Para te ajudar nessa tarefa, conversamos


com Daniel Simões, professor de
Geografia e Atualidades do Poliedro Curso,
Roberta Marquezi Bueno, professora
de Geografia do Colégio Oficina do
Estudante, e Thomas Wisiak,
coordenador de História, Filosofia e
Sociologia do Curso Etapa.

Contexto histórico
Em primeiro lugar, é importante entender
que a Irlanda do Norte faz parte do Reino
Unido, junto com Inglaterra, Escócia e País
de Gales. Na prática, eles funcionam como
uma unidade política, ou seja, embora
tenham certa autonomia, relacionam-se
com o mundo como se fossem um só país.

Também é fundamental diferenciar a


Irlanda do Norte da República da Irlanda.
Lembre-se que a República da Irlanda é
membro da União Europeia, mas não faz
parte do Reino Unido. Quando a República
da Irlanda se tornou independente, em
1921, uma parte do norte da ilha,
conhecida também como Ulster (Irlanda
do Norte), permaneceu no bloco.

Enquanto a maior parte da população na


ilha da Irlanda era católica, o Ulster se
diferenciava em função de uma antiga
colonização de ingleses e escoceses
protestantes. Essas divergências se
transformaram em conflitos de fronteira,
opondo protestantes e católicos. Além
disso, uma minoria católica na própria
Irlanda do Norte passou a se manifestar
em favor da união da região com a
República da Irlanda e separação do Reino
Unido, e reivindicar uma maior
representatividade no cenário político do
país já que a maioria protestante domina o
cenário político.

Já nas décadas de 1970 e 1980, esses


conflitos se tornaram ainda mais violentos,
devido à atuação do movimento separatista
armado Exército Republicano
Irlandês (IRA), que tentava, por ação
armada, pressionar o Reino Unido a ceder
a autonomia da Irlanda do Norte há
décadas.

Ad

No final da década de 1990, alguns acordos


foram firmados para acabar com a
violência tanto na fronteira quanto dentro
da Irlanda do Norte. O Reino Unido
concedeu maior autonomia em termos de
governo e acalmou a causa separatista.

Atualmente, milhares de pessoas cruzam a


fronteira entre a Irlanda e a Irlanda do
Norte todos os dias para trabalhar ou
estudar.

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E no que consistem os conflitos


mais recentes?
Com o Brexit (termo utilizado para se
referir à saída do Reino Unido da União
Europeia), a questão da fronteira na
Irlanda voltou a ganhar importância, pois
trata-se da única fronteira terrestre entre o
Reino Unido e a União Europeia. E como
parte da população era contra deixar a
União Europeia, isso reforçou o
sentimento dos católicos a favor da
separação do Reino Unido.

Também vale ressaltar que a República da


Irlanda e a Irlanda do Norte são
economicamente muito integradas.
Enquanto ambos os países eram membros
da União Europeia, isso não era um
problema. Mas com a decisão do Reino
Unido de sair do bloco, a situação se
complicou, afinal, como taxar a circulação
de bens entre eles agora?

A solução foi o Protocolo da Irlanda do


Norte. Ele determina que os produtos
podem continuar circulando entre
República da Irlanda e Irlanda do Norte,
mas criou uma barreira alfandegária entre
o último e o Reino Unido, causando uma
forte crise econômica no país e revoltando
a população – católica e protestante.

“Um acontecimento mais pontual, que


também merece destaque, é a questão
sanitária da covid-19 envolvendo um
funeral de um líder republicano irlandês
que aglomerou, sem maiores
consequências para os participantes,
milhares de pessoas em Belfast durante as
medidas de contenção da pandemia no
país e gerou revolta em parte da
população”, complementa a professora da
Oficina do Estudante.

Como esse tema pode aparecer


nas provas?
Segundo os especialistas, o tema por si só
dificilmente será cobrado nas provas, mas
os conflitos podem servir de gancho para
outras questões relevantes. “No Enem, por
exemplo, não é muito comum cair este tipo
de tema. Se acontecer, o aluno precisa
saber o básico: localizar o Reino Unido em
mapas, onde ficam cada um dos reinos e
entender as diferenciações em termos
religiosos”, afirma o professor do Poliedro.

Ele explica que, em geral, os vestibulares


podem cobrar questões mais superficiais,
com tabelas, porcentagem de religião ou
comentar ações do grupo armado IRA, que
lutou durante décadas ao lado da
população católica contra a presença do
Reino Unido.

“O tema pode ser abordado também a


partir de seu aspecto atual, ou seja, os
problemas de fronteira associados ao
Brexit ou pelo seu histórico, que remete
aos conflitos entre Irlanda do Norte e
República da Irlanda; os conflitos dentro
da Irlanda do Norte ou, ainda, o histórico
de dominação inglesa da ilha e o
surgimento dos movimentos que lutavam
por independência política”, completa o
coordenador do Etapa.

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