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Era vitoriana

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A era vitoriana no Reino Unido foi o período do reinado da rainha Vitória, em
meados do século XIX, de junho de1837 a janeiro de 1901.

Este foi um longo período de prosperidade e paz (Pax Britannica) para o povo
britânico, com os lucros adquiridos a partir da expansão do Império Britânico no
exterior, bem como o auge e consolidação daRevolução Industrial e o surgimento de
novas invenções. Isso permitiu que uma grande e educada classe média se
desenvolvesse.

Alguns estudiosos poderiam estender o início do período à época da aprovação do


Ato de Reforma de 1832, como a marca do verdadeiro início de uma nova era
cultural. A era vitoriana foi precedida pela era da regência ou período georgiano e
antecedeu o período Eduardiano. A segunda metade da era vitoriana coincidiu com a
primeira parte da Belle Époque, ocorrido principalmente na Europa continental.

Ao final do século, as políticas do novo imperialismo levaram ao aumento de


conflitos coloniais e posteriormente, à Guerra Anglo-Zanzibari e a Guerra dos A rainha Vitória deu o nome para a
Bôeres na África. Internamente, a política se tornou cada vez mais liberal, com uma era histórica.
série de mudanças graduais na direção de reformas políticas e ao alargamento dos
direitos do voto.

Durante a era vitoriana, a população da Inglaterra quase duplicou, passando de 16,8 milhões em 1851 para 30,5 milhões em 1901. A
população da Irlanda diminuiu rapidamente, de 8,2 milhões em 1841 para menos de 4,5 milhões em 1901.

No início da era vitoriana, a Câmara dos Comuns foi dominada por dois partidos, os whigs e os tories. A partir de 1850, os whigs são
chamados de liberais e os tories ficaram conhecidos como conservadores. Ambas as partes, foram lideradas por estadistas
proeminentes incluindo lorde Melbourne, sir Robert Peel, lorde Derby, lorde Palmerston, William Gladstone, Benjamin Disraeli e
lorde Salisbury.

Índice
Economia
População na era vitoriana
Taxa de fecundidade
Taxa de mortalidade
Sociedade
As classes sociais
Prostituição
Trabalho infantil
A cultura do ópio e de outras drogas
Obsessão com a morte
Cultura e entretenimento
Cronologia
Referências
Bibliografia

Economia
Nesta época, a indústria da Grã-Bretanha continuou a ser
predominantemente têxtil e, juntamente com a indústria do vestuário
empregava quase 40% da mão-de-obra industrial em 1880. A mecanização
aconteceu de forma distinta nos setores: alguns, como o do algodão,
adotaram-na mais rapidamente, enquanto outros, como o da lã, com um
maior atraso.[1] A indústria siderúrgica cresceu de forma bastante rápida,
mas perdeu força ao longo da época.[2] O nível de exportações britânicas foi
maior na segunda fase da Revolução Industrial, entre1840 e 1860.[3]

No período vitoriano, uma das mais importantes medidas econômicas


adotadas foi a revogação dos Atos de Navegação, que foram instituídos por
Abertura da linha ferroviária entreLiverpool Oliver Cromwell no século XVII. Tal fato deu-se em razão do crescimento
e Manchester (1830). naval de outras nações o que estava afetando o comércio e a economia
inglesa. O não envolvimento em questões de guerra na Europa também
contribuiu para o efetivo desenvolvimento económico que já era acelerado. A participação mundo afora nos transportes públicos,
com as companhias de capital, e produtos industrializados terminaram por consolidar o apogeu económico do período.

A revolução ao nível dos transportes, com a introdução do comboio e do barco a vapor, fez com que fossem necessárias maiores
quantidades de materiais pesados como o ferro e o aço e ainda o carvão, o que fez com que estes mercados se expandissem. Entre
1850 e 1873 o Reino Unido produziu dois terços do carvão a nível mundial, metade do algodão e quase metade dos produtos
metálicos.[4]

Em 1850, a Grã-Bretanha tinha pouco mais de 200 000 trabalhadores em 3 000 minas. Este número aumentou e atingiu o meio
milhão de pessoas ainda antes do final do século. O elevado número de mineiros em certos distritos tornava este grupo decisivo em
alturas de eleições e muitos, motivados pela falta de condições de segurança no trabalho e aos baixos ordenados, acabaram por aderir
a sindicatos de ideologia socialista.[5]

Em meados do século XIX, metade das empresas era de pequena dimensão. No Lancashire, em 1841, apenas 0,5% das empresas
tinha mais de 500 trabalhadores e 50% das empresas não chegavam aos 100 trabalhadores. Em 1871, mais de 23 000 fábricas tinham
em média 86 trabalhadores.[6]

Os caminhos-de-ferro conheceram um grande crescimento na época. Desde a inauguração do primeiro troço entre Liverpool e
Manchester em 1830 até 1875, construíram-se mais de 70% das linhas ferroviárias. Em 1850, 19 companhias ferroviárias tinham um
[7]
capital superior a 3 milhões de libras, sendo que na época poucas empresas ultrapassavam as 500 000 libras.

Também foi durante a era vitoriana que se construíram e desenvolveram as primeiras linhas do
metro de Londres.

População na era vitoriana


Na era vitoriana houve um aumento demográfico sem precedentes no Reino Unido. A população aumentou de 13,9 milhões em 1831
para 32,5 milhões em 1901. O Reino Unido foi o primeiro país a passar pela transição demográfica e pelas revoluções agrícola e
industrial.

A Grã-Bretanha era líder no rápido crescimento económico e populacional. Na época, Thomas Malthus acreditava que a falta de
crescimento fora do Reino Unido se devia à “armadilha malthusiana” que dita que a população tem tendência a aumentar mais
rapidamente do que os recursos materiais, o que resultava em crises (tais como fomes, guerras ou epidemias) que reduziam a
população para números mais sustentáveis. O Reino Unido escapou à “armadilha malthusiana” devido ao impacto positivo da
Revolução Industrial nas condições de vida da população.[8] As pessoas tinham mais dinheiro e podiam melhorar as suas
circunstâncias, portanto o aumento da população era sustentável.

Taxa de fecundidade
A taxa de fecundidade aumentou em todas as décadas da era
vitoriana até 1901, ano em que começou a estabilizar. Existem
várias razões que justificam o aumento da taxa de natalidade.
Uma delas é biológica. Uma vez que as condições de vida
melhoraram, a percentagem de mulheres capazes de engravidar
aumentou. Uma outra explicação pode ser social. No século
XIX, o número de casamentos aumentou e a população em
geral casou-se em idades bastante jovens. As razões que
levavam as pessoas a casarem-se tão jovens são incertas. Uma
das possíveis explicações prende-se ao facto de a prosperidade
económica permitir que as pessoas conseguissem pagar o
casamento e as novas habitações mais cedo do que era possível
anteriormente. Família vitoriana. Óleo deDavid Henry Friston

As taxas de natalidade começaram por ser medidas através do


método da taxa de natalidade bruta, que media os nascimentos por ano na população por cada mil pessoas. Este método não é
considerado o mais preciso uma vez que as taxas de fertilidade dos grupos-chave não é clara. O método também não tem em
consideração as mudanças populacionais, tais como o mesmo número de nascimentos numa população mais reduzida (como quando
os homens vão para a guerra, etc.).

A estabilização da taxa de fecundidade no início do século XX deveu-se sobretudo a algumas grandes mudanças: certos
[9]
contraceptivos foram disponibilizados e o comportamento a nível sexual da população alterou-se.

Taxa de mortalidade
A taxa de mortalidade no Reino Unido mudou bastante durante o século XIX. Não houve nenhuma catástrofe de fome ou surto
epidémico na Inglaterra e na Escócia durante esse século, sendo a primeira vez na História do país que essa situação se verificou. As
mortes por cada mil habitantes na Inglaterra e no País de Gales desceram de 21,9 entre 1848 e 1854 para 17 em 1901.[10] O estatuto
social teve um grande impacto na taxa de mortalidade uma vez que as classes mais elevadas tinham uma taxa mais baixa de morte
[11]
precoce no início do século XIX do que as classes mais baixas.

As condições ambientais e de saúde também melhoraram durante a era vitoriana. As melhorias na nutrição também tiveram um papel
importante.[12] As redes de esgotos foram melhoradas, assim como a qualidade da água. Com melhores condições ambientais, as
doenças espalhavam-se mais dificilmente e as pessoas eram menos contaminadas. Houve também evoluções a nível da medicina uma
vez que a população tinha mais dinheiro para gastar em inovações na área médica (tais como técnicas para prevenir a morte durante o
parto, pelo que mais mulheres e crianças sobreviviam), o que também levou a que se encontrassem mais curas para as doenças.
Porém, houve uma epidemia decólera em Londres entre 1848 e1849 que matou 14 137 pessoas e mais 10 738 quando voltou a sur
gir
em 1853. Há quem atribua esta anomalia à substituição das fossas sépticas nos esgotos de Londres.

Sociedade
A sociedade da era vitoriana era pródiga em moralismos e disciplina, com preconceitos rígidos e proibições severas.[13] Os valores
vitorianos podiam classificar-se como “puritanos”, e na época a poupança, a dedicação ao trabalho, a defesa da moral, os deveres da
[14]
fé e o descanso dominical eram considerados valores de grande importância.
Os homens dominavam, tanto em espaços públicos, como em
privado e as mulheres deviam ser submissas e dedicar-se em
exclusivo à manutenção do lar e à educação dos filhos. Existem
vários exemplos de como a sociedade levava a moralidade ao
extremo, mas um dos mais infames foi a condenação de Oscar
Wilde e de Lord Alfred Douglas a dois anos de trabalhos forçados
por sodomia, por terem mantido um caso.[15]

Talvez tenha sido esta moralidade acentuada que levou o


psicanalista Jacques Lacan a dizer que sem a rainha Vitória não
teria existido a psicanálise, uma vez que foi ela que fez com que
[16]
fosse necessário o que Lacan apelidou de “despertar”.

A diferença entre classes expressa na forma de Certas condições como a preguiça e o vício estavam vinculados à
vestir em 1871. Mulher aristocrática e mulher da
pobreza e o sexo era alvo de repulsa social, uma vez que era
classe trabalhadora.
associado a paixões baixas e o seu caráter animalesco provinha da
carne.[17] Por estas razões, considerava-se que a castidade era uma
virtude que devia ser protegida.[18]

A insatisfação feminina, em qualquer circunstância, era considerada um distúrbio de ansiedade e tratada com medicamentos e
psicanálise e, se a mulher tivesse recursos econômicos suficientes, o distúrbio era tratado por um “especialista” que a estimulava
sexualmente com as suas mãos.[19]

Uma novidade da época foi o abandono da ruralidade: em 1851, e pela primeira vez na História, o número de habitantes das cidades
ultrapassou o das aldeias. Nos anos seguintes, o número de populações rurais diminuiu de forma acelerada, ainda que o número de
camponeses se tivesse mantido estabilizado. Em 1880, a população rural constituía apenas 10% da população total ativa e a falta de
alimentos era resolvida com a importação.[20]

A industrialização deu origem a uma classe média burguesa que aumentou gradualmente a sua influência nas normas culturais, estilo
de vida e valores morais da sociedade. A casa da classe média passou a ter características que a identificavam de forma clara.
Anteriormente, tanto nas vilas como nas cidades, o espaço residencial era adjacente ou incorporado no local de trabalho e ocupava
virtualmente o mesmo espaço geográfico. A vida privada e a vida profissional passaram a ser distintas. Na era vitoriana, a vida
familiar inglesa tornou-se cada vez mais compartimentada: o lar era uma estrutura autossuficiente que abrigava a família imediata e
que era alargada de acordo com as circunstâncias e podia incluir outras relações de sangue. O conceito de privacidade tornou-se um
marco da vida da classe média. “…A casa inglesa fechou-se e tornou-se mais escura no decorrer desta década (1850), o culto da vida
doméstica associou-se ao culto da privacidade”. A burguesia vivia num espaço interior, escondido atrás de cortinas e desconfiava das
intrusões, abrindo apenas as suas portas com convites para festas ou para o chá.[21] “O facto de as pessoas não se conhecerem umas
às outras e de a sociedade contribuir para a manutenção de uma fachada que escondia inúmeros mistérios, foram os temas que
[22]
preocuparam muitos dos romancistas de meados do século”.

As classes sociais
A imagem quotidiana da era vitoriana é a de uma sociedade burguesa e de classe média. Porém, as diferenças dentro desta classe não
estavam muito definidas. A burguesia inglesa definia-se a si mesma como "middle class”, o que a distinguia da “upper class”,
constituída pela nobreza e pelos aristocratas de grandes famílias. A alta bur
guesia era constituída por banqueiros, homens de negócios
[23]
e financeiros que tinham conseguido a sua fortuna em virtude das novas características da economia.

A classe média comum e a classe média baixa tentavam imitar os costumes das classes mais altas e os seus membros eram pequenos
[24]
comerciantes e empresários, médicos e advogados, entre outros.
As normas sociais eram definidas pelas classes mais elevadas.
Os aristocratas possuíam propriedades com mais de quatro mil
hectares nas quais passavam os meses de verão e, no inverno,
iam para Londres. Os gentry, um grupo social do qual faziam
parte cerca de três mil famílias que possuíam propriedades de
tamanho superior a cem e inferior a quatro mil hectares,
seguiam também estas normas.[25]

No seu conjunto, a classe alta controlava, em 1873, quase 80%


da superfície da Inglaterra [26] e possuía ainda uma
representação no Parlamento e no conselho de ministros que
chegava a atingir os 80% e 60% respetivamente.[27] Além
disso, ocupava os postos de chefia do exército (três quartos
Segunda versão da obra de Abraham Solomon,First
destas posições estavam nas mãos de membros da classe alta Class - The Meeting (1855). A obra original causou
em 1838) e da igreja anglicana (até ao final do século, cerca de polémica por mostrar dois jovens a falar enquanto o
metade dos bispos estavam casados com mulheres da homem mais velho dormitava e teve de ser alterada
aristocracia).[28][29] para se ajustar à moral vitoriana.

A classe trabalhadora, a baixa, possuía um elevado número de


empregados domésticos. Em 1851, cerca de 1 900 indivíduos realizavam esse tipo de tarefas, em 1871 esse número atingia já quase o
[30]
meio milhão e, no final do século XIX eram já quase dois milhões e meio de pessoas.

Os trabalhadores não possuíam quaisquer benefícios sociais. A única regulação que existia consistia na
Lei dos Pobres, mas ela servia
de pouco.[31]

Prostituição
A dupla moral sexual era comum na era vitoriana. Se por um lado a rainha mandou aumentar as toalhas de mesa do palácio para que
cobrissem as pernas da mesa na sua totalidade, uma vez que dizia que elas podiam fazer lembrar as pernas de uma mulher aos
homens, por outro, desenvolvia-se um mundo sexual clandestino onde proliferava o adultério e a prostituição. Existiam ainda as
cortesãs, mulheres que “cuidavam” exclusivamente dos monarcas.

A noite encarregava-se de ocultar os vícios: no Este de Londres aglomeravam-se os bordéis, as salas de espetáculos e as salas de
jogos. Nas ruas vendiam-se drogas, sexo e faziam-se apostas. Além disso, havia orgias, espetáculos eróticos, relações homossexuais,
abuso de menores e violência. Nesta Inglaterra, desenvolveu-se o primeiro preservativo em látex, numa época em que em público se
[32]
defendia que as relações sexuais deveriam existir apenas com fins reprodutivos.

A prostituição era uma atividade bastante frequente no Reino Unido do século XIX. Só em Whitechapel, a polícia metropolitana
estimava que existiam cerca de 1 200 prostitutas de classe social baixa e 62 bordéis.[33] No geral, estas mulheres vendiam os seus
serviços por valores bastante baixos e tinham diferentes nacionalidades. Londres era uma capital em crescimento económico
acentuado e um destino popular para muitos estrangeiros.

As prostitutas enchiam os bares e as ruas de Whitechapel, um dos bairros mais pobres do East End de Londres. Porém, também se
encontravam perto de teatros e de estabelecimentos de ócio masculinos, desde bordéis até locais onde os homens bebiam e viam
espetáculos eróticos, muitas vezes protagonizados por menores. A prostituição homossexual também existia, ainda que o seu
secretismo fosse ainda maior.

Em 1864, foram aprovadas as Contagious Diseases Acts (leis que regulavam as doenças transmissíveis), que foram modificadas em
1866 e em 1869. Estas leis estabeleciam a criação de um comité que deveria investigar as doenças venéreas nas forças armadas e nas
áreas adjacentes. Estas leis permitiam que os polícias detivessem e submetessem as prostitutas a controles venéreos e, se alguma
doença fosse diagnosticada, a prostituta era enviada para um hospital e ficava isolada até à sua recuperação. Uma das primeiras
mulheres que pediu a abolição destas leis foi Josephine Buttler, que
ajudava prostitutas numa instituição de caridade católica e considerava
que elas eram vítimas da opressão masculina. Buttler iniciou uma
campanha contra estas leis em 1869.

Um estudo realizado no final da era vitoriana revelou que mais de 90%


das prostitutas na prisão de Millbank eram filhas de trabalhadores não
qualificados ou semi-qualificados e mais de 50% tinham sido criadas
por serventes e as restantes por mulheres com trabalhos precários como
vendedoras ambulantes, lavadeiras e empregadas de limpeza.

O surgimento de Jack, o Estripador no verão de 1888 foi devastador The Whitehall Mystery, uma ilustração da
para as prostitutas de Londres. A histeria apoderou-se não só de descoberta de um torso humano numa cave em
1888
Londres, mas também do país inteiro que lia as notícias nos jornais
com assombro e indignação por a polícia não ter detido nem um só
homem. O homicídio de prostitutas era comum na altura. Registavam-se bastantes esfaqueamentos, assim como suicídios de
mulheres que cortavam as suas próprias gargantas com facas (na época, este método de suicídio era bastante comum), mas o modus
operandi do assassino surpreendeu até os mais insensíveis. O assassino nunca foi encontrado.

Trabalho infantil
O livro Oliver Twist de Charles Dickens é talvez o melhor reflexo da
vida precária de muitas crianças na era vitoriana. Foi publicado em 1838
e caiu como um “balde de água fria” nos britânicos, fazendo uma crítica
mordaz à hipocrisia social, às instituições e à justiça devido aos estragos
que causaram e por terem levado a fome, o trabalho e a mortalidade às
crianças.[34] O próprio Charles Dickens começou a trabalhar aos 12 anos
numa empresa que produzia graxa de sapatos quando a sua família se
encontrava detida numaprisão civil.

Trabalho infantil numa mina de carvão no Reino Na época as crianças oriundas de famílias mais pobres deviam contribuir
Unido para o orçamento familiar e faziam muitas vezes trabalhos de alto risco
em troca de ordenados bastante baixos.[35] As fábricas procuravam
crianças a partir dos 4 anos de idade para trabalhar. Os rapazes mais ágeis limpavam chaminés e as crianças pequenas eram
contratadas pelas indústrias mineira e têxtil onde entravam por túneis demasiado estreitos e baixos para adultos e em máquinas em
funcionamento para as limparem, procurar cones e encontrar linhas rotas nos teares.[36] Os acidentes de trabalho eram comuns e
muitas crianças morreram nos seus locais de trabalho. O pó e a humidade das fábricas faziam com que muitas crianças morressem de
doenças contraídas no trabalho tais como tuberculose, asma e alergias. Um inquérito realizado em 1878 mostrou que as crianças
guesas.[37] Além disso, as crianças eram
trabalhadoras mediam em média menos 12 centímetros do que as crianças aristocráticas e bur
açoitadas se a sua produtividade diminuísse. No Reino Unido, as crianças desfavorecidas pertenciam à igreja que as vendiam às
fábricas através de anúncios publicados em jornais quando elas começavam a ser demasiadas e já não havia condições para tratar
[38]
delas. Em muitos casos, as crianças eram vendidas sem o consentimento dos pais.

Algumas crianças da época trabalhavam como moços de recados, varredores, engraxadores de sapatos e vendiam artigos de baixo
preço nas ruas tais como fósforos e flores. Outras aprendiam certas aptidões, tais como construção e serviço doméstico. As horas de
trabalho eram longas: os trolhas chegavam a trabalhar 64 horas por semana no verão e 52 horas no inverno, enquanto que os
empregados domésticos chegavam a trabalhar 80 horas por semana. Muitas jovens trabalhavam como prostitutas (a maioria das
[39]
prostitutas em Londres tinham entre 15 e 22 anos).
Um dos pioneiros na investigação do trabalho infantil e das suas consequências, foi o cirurgião e farmacêutico Charles Turner
Thackrah, que publicou vários estudos onde revelou os seus riscos para a saúde e propôs medidas preventivas. Na sua obra, The
Effects of Arts, Trades and Professions and of Civic States and Habits of Living, on Health and Longevity, revela, num tom de
preocupação, os longos horários que as fábricas têxteis deviam cumprir, principalmente as mais pequenas. A sua opinião e diversas
obras contribuíram para a criação de reformas nas leis.[40] O Estado inglês tomou medidas em 1833 que regulavam o trabalho
infantil. O Factory Act impedia que crianças com menos de 9 anos trabalhassem e obrigava que as fábricas registassem os seus
horários e fornecessem apoio escolar. O facto de as crianças terem uma profissão impedia que fossem para a escola e, em 1828, 2 em
[41]
cada 14 crianças britânicas tinham andado na escola.

[42]
Em Inglaterra, 44% dos ladrões e 23% dos agressores tinham menos de 21 anos de idade.

A cultura do ópio e de outras drogas


Apesar da rigorosa moral vitoriana, eram muitas as práticas não
tão morais como a cultura do ópio, cujo relato mais
significativo foi o de Thomas de Quincey no livro
autobiográfico Confessions of an English Opium-Eater, que foi
amplamente difundido e traduzido em várias línguas e no qual
se retrata o uso e vício do ópio. Quincey consumiu ópio em
forma de láudano para tratar uma nevralgia dental e ficou
viciado.[43] Tal não é muito estranho, uma vez que o ópio era
distribuído livremente na corte real e até a própria rainha
Vitória o consumia misturado com cocaína na forma de
pastilhas e, na ficção, Sherlock Holmes (cujas histórias
venderam milhões de cópias) injetava cocaína frequentemente,
Representação de um grupo de homens a fumar ópio
uma vez que esta droga era receitada a pessoas que pensavam
em 1874
demais e eram muito nervosas. O ópio era consumido como
uma “droga social” e com o tempo a sua conceção mudou e
[44]
passou a ser consumido nos mesmos locais onde se praticava a prostituição.

Os britânicos não só viam no ópio benefícios medicinais, como também benefícios económicos, uma vez que o exportavam. Em
1830, a situação crítica da sociedade chinesa fez com que fosse ordenado um combate ao ópio e, em 1839, o representante chinês Lin
Hse Tsu enviou uma carta à rainha Vitória a pedir-lhe para não autorizar a comercialização de substâncias tóxicas: “(…) Parece que
esta mercadoria envenenada é fabricada por algumas pessoas diabólicas em locais que estão sob a lei de Sua Majestade (…) Ouvi
dizer que é proibido fumar ópio no seu país. Isso significa que não ignora até que ponto ele pode ser nocivo. Porém, em vez de
proibir o consumo de ópio, era melhor proibir a sua venda ou, melhor ainda, o seu fabrico”.[45] Obviamente, a rainha rejeitou o
pedido. Entre 1839 e 1842, teve lugar a Primeira Guerra do Ópio que terminou com a China a render-se, a entrega da ilha de Hong
Kong ao Reino Unido e a subsequente abertura das importações. Entre 1856 e 1869, teve lugar a Segunda Guerra do Ópio, na qual a
Grã-Bretanha e a França eram aliadas e que teve consequências ainda mais catastróficas para a China que não aceitou os primeiros
tratados que ditavam que devia, quando terminasse a guerra, legalizar o comércio do ópio, indemnizar a Grã-Bretanha e a França,
abrir o seu comércio, indemnizar os comerciantes britânicos e abrir a cidade de Pequim ao comércio.

O ópio era de tal forma aceito pela sociedade que os grandes autores da era vitoriana, como Charles Dickens, Oscar Wilde e Sir
[46]
Arthur Conan Doyle fazem referências à droga em muitas das suas obras.

Obsessão com a morte


A morte era algo que estava bastante presente na sociedade vitoriana. A esperança média de vida de 1830 em Londres das classes
mais altas era de 44 anos, a dos homens de negócios era de 25 anos e a das classes trabalhadoras não ultrapassava os 22 anos de
[47]
idade. Além disso, 57% das crianças das classes trabalhadoras morriam antes de completarem 5 anos.
Ao contrário do que acontece nos dias de hoje, em que cerca de 80% das mortes
ocorre em hospitais, na era vitoriana a maioria das pessoas morria em casa, o que
fazia com que houvesse uma maior proximidade com a morte e que se criassem
certos rituais em seu redor. Quando alguém estava às portas da morte, era costume
chamar toda a família que se reunia à volta da cama e aguardava com expectativa as
últimas palavras do falecido.[48] Devido à elevada mortalidade infantil e ao facto de
esta ser, em muitos casos, uma das poucas ocasiões em que a família estava toda
reunida, começou a surgir o costume de tirar fotografias aos falecidos. No caso das
crianças, estas fotografias eram muitas vezes a única recordação que a família tinha
dos seus filhos e era costume colocá-las em locais de destaque da casa, como a sala
de visitas.[49]
As cinco filhas da rainhaVitória em
Havia ainda regras bastante restritas no que diz respeito ao luto. As viúvas tinham de
luto após a morte do seu pai, o
príncipe Alberto usar vestimentas de luto durante dois anos e meio após a morte dos maridos e não
podiam socializar durante esse período.[50] A própria rainha Vitória manteve um
luto de 40 anos quando o seu marido, o príncipeAlberto, faleceu.

Esta ligação à morte estendia-se ainda ao entretenimento. Os espectáculos de espiritismo atraiam multidões e em privado as sessões
de espíritos com a presença de médiuns estavam em voga, principalmente nas classes mais altas. A popularidade do espiritismo nesta
época é atribuída ao declínio na crença religiosa ao mesmo tempo que o prestígio da ciência aumentava. Muitos vitorianos achavam
que este fenómeno apresentava uma explicação mais racional para o que sucedia após a morte e procuravam nas sessões de espíritos
provas de vida após a morte.[51]

Cultura e entretenimento
O reflorescimento da arquitetura gótica sob a forma conhecida como neo-gótica tornou-se cada vez mais significativo nesse período,
levando ao conflito entre os ideais góticos e clássicos. A arquitetura para o novo Palácio de Westminster (destruído em 1834 por um
incêndio) planejada pelo arquiteto Charles Barry traz elementos góticos, inspirados nas partes intactas do edifício. A intenção foi
construir uma narrativa de continuidade cultural, em oposição aos violentos rompimentos culturais e artísticos como a Revolução
Francesa. O estilo gótico era apoiado pelo crítico John Ruskin, que argumentou que o mesmo sintetizava os valores sociais de
comunidade e inserção, em contraste com o Classicismo, que o crítico considerava ser o epitomo da estandardização mecânica.

Em meados do século XIX, Londres acolheu a Grande Exposição de 1851, a primeira Exposição Mundial que mostrou as maiores
inovações do século. No seu centro esteve o Palácio de Cristal, uma estrutura modular de vidro e ferro que foi a primeira do género a
nível mundial. John Ruskin criticou a desumanização mecânica do seu desenho, mas esta estrutura acabou por ser considerada o
protótipo da arquitetura moderna. Na Grande Exposição, foram mostrados os primeiros exemplares da fotografia, algo que acabou
por influenciar a arte vitoriana, tendo sido a rainha Vitória a primeira monarca britânica a ser fotografada. John Everett Millais foi
bastante influenciado pela fotografia (principalmente no seu retrato de John Ruskin), assim como outros artistas pré-rafaelitas. Mais
tarde, a fotografia foi associada às técnicas impressionistas e de realismo social que dominariam os últimos anos de atividade de
artistas como Walter Sickert e Frank Holl.

A era vitoriana foi pródiga na literatura. Enquanto que no período romântico que a precedeu a poesia foi dominante, o romance foi o
género mais importante na época vitoriana. Charles Dickens (1812-1870) dominou a primeira metade do reino de Vitória: o seu
primeiro romance, Pickwick Papers, foi publicado em 1836 e o seu último, Our Mutual Friends, entre 1864 e 1865. O famoso
romance Vanity Fair de William Thackeray (1811-1863) foi publicado em 1848 e as três irmãs Brontë, Charlotte (1816-55), Emily
(1818-48) e Anne (1820-49) também publicaram obras importantes na década de 1840. Mais tarde, em 1872, surgiu o romance
Middlemarch de George Eliot (1819-80) e o maior romancista dos últimos anos do reinado de Vitória foi Thomas Hardy (1840-1928)
que publicou o seu primeiro romance,Under the Greenwood Tree, em 1872 e o seu último,Jude the Obscure, em 1895.
Os romances vitorianos são, no geral, retratos idealizados de vidas difíceis nas quais o
Teatro
trabalho duro, a perseverança, o amor e a sorte vencem no final. A virtude é recompensada
e os vilões são punidos. No decorrer do romance, as personagens melhoram, no geral, o seu
caráter e há uma lição moral. Ainda que esta fórmula tenha sido a base de muitos dos
primeiros romances da era vitoriana, as situações foram-se tornando mais complexas à
medida que o século progredia. Outros autores notáveis da época incluem: Thomas Love
Peacock, sir Arthur Conan Doyle, Wilkie Collins, Walter Scott, Lewis Carroll e Robert
Louis Stevenson.
Representação de Charles
Robert Browning (1812-89) e Alfred Tennyson (1809-92) foram os poetas mais famosos da Dickens com as suas
era vitoriana, apesar de o público mais recente preferir a poesia de Thomas Hardy que, personagens

apesar de ter escrito poemas durante toda a sua vida, só viu o seu trabalho nesse género ser
publicado em 1898. Gerard Manley Hopkins (1844-89), cujos poemas foram publicados
após a sua morte, em 1918, também ganhou mais reconhecimento mais recentemente. Os
primeiros poemas de W.B. Yeats foram publicados ainda durante o reinado de V
itória.

Outros poetas de destaque incluem: William Morris, Dante Gabriel Rossetti, Algernon
Charles Swinburne, Matthew Arnold, Christina Rossetti, Emily Brontë, Lionel Johnson,
Ernest Dowson e Alfred Edward Housman.

A década de 1890 é de particular interesse, onde viram-se as primeiras tentativas por parte
dos escritores ingleses de adotar os métodos e ideais dossimbolistas franceses.

No que diz respeito a textos dramáticos, não foram publicadas obras de destaque até às
últimas décadas do século XIX. Na década de 1870, foram publicadas as óperas cómicas de
Cartaz a promover o Astley's
Gilbert e Sullivan, na de 1890, foram publicadas várias peças de George Bernard Shaw Amphitheatre
(1856-1950) e Oscar Wilde (1854-1900) publicou a sua peça The Importance of Being
Earnest em 1895.

Outras peças e autores da época incluem: adaptações para os palcos do Frankenstein de


Mary Shelley e do novo gênero de romances sobre vampiros. Em 1849 as histórias de
Frankenstein e dos vampiros são finalmente combinadas em Frankenstein; ou A Vítima do
Vampiro. Em 1887, The Model Man, uma peça teatral na qual o monstro Frankenstein e um
vampiro estão no Ártico, aparece em Londres. As peças de Henrik Ibsen causam
controvérsia no palco de Londres, com homens como James Joyce e George Bernard Shaw
apoiando o novo estilo dramático oriundo daNoruega.

A nível musical, as brass bands eram bastante populares. Uma vez que a gravação de
música ainda não era uma realidade, muita gente tinha apenas acesso à mesma quando estas
bandas tocavam em coretos.

Oscar Wilde

A era vitoriana foi ainda a era dourada do circo britânico. O


Astley's Amphitheatre em Lambeth, Londres um circo com
mais de 1000 metros de largura, estava no epicentro dos
circos do século XIX. A estrutura era permanente e durou
um século. Os circos ambulantes dominaram nas províncias
Casas em estilo vitoriano emSão Francisco, Califórnia.
britânicas, na Escócia e na Irlanda.[52]
Foi na era vitoriana que o desporto foi sistematicamente introduzido nas escolas privadas (public schools) inglesas. Desta forma
reiniciava-se a era das atividades físicas que fora interrompida por Teodósio no século IV. Este movimento está intimamente ligado
ao renascimento dos jogos olímpicos, que aconteceria em 1896 em Atenas, e este foi idealizado pelo Barão de Cobertin, mas o mérito
deve ser partilhado aos primórdios da Educação Física Inglesa que já idealizava a formação do homem como um todo, nem só
intelectual e nem só físico.

O futebol também surgiu nesta época. A primeira liga de futebol foi criada pelo diretor do Aston Villa, William McGregor em 1888.
O Aston Villa foi a equipa de futebol de maior sucesso na era vitoriana, uma vez que foram campeões da liga por cinco vezes e
venceram três taças FA. Outros clubes proeminentes da época foram o Blackburn Rovers, o Sunderland e o Preston North End. No
final do século XIX, o futebol era já um fenómeno de massas, atraindo grandes multidões maioritariamente constituídas por homens
da classe trabalhadora.

Outros desportos modernos que foram introduzidos ou desenvolvidos nesta época incluem: o críquete, o ciclismo, o croquet, o skate,
o hipismo e desportos aquáticos. O ténis moderno teve origem em Birmingham entre 1859 e 1865. O torneio de ténis mais antigo do
mundo, o de Wimbledon, foi disputado pela primeira vez em Londres em 1877.

Cronologia
1832 - Aprovação do primeiro Ato de Reforma.
1837 - Ascensão da rainha Vitória para ao trono.
1839 - Tem início a Primeira Guerra do Ópiona China.
1839 - Tem inicío a Primeira Guerra Anglo-Afegãno Emirado do
Afeganistão (atual Afeganistão).
1840 - A Nova Zelândia se torna uma colônia britânica, através do
Tratado de Waitangi.
1842 - Ocorre a assinatura doTratado de Nanquim, que simbolizou o
fim da Primeira Guerra do Ópioe cessão da soberania deHong Kong
ao Império Britânico por parte da China. A Grande Exposição de Londres em
1851. O Reino Unido foi o primeiro
1842 - Termina a Primeira Guerra Anglo-Afegã.
país do mundo a ter se
1842 - Massacre do exército Elphinstone pelos afegãos noEmirado do
Afeganistão, resultando na morte ou prisão de 16.500 soldados e civis. industrializado.
1842 - O "Ato das Minas" de 1842 proíbe as mulheres e as crianças
trabalhem em minas de carvão, ferro, chumbo e estanho.
1842 - O "Illustrated London News" foi publicado pela primeira vez.
1845 - A grande fome irlandesa. A pior catástrofe humana do Reino Unido, a morte por inanição e a emigração em
massa reduziu a população da Irlanda em mais de 50%. Essa tragédia definitivamente mudou a demografia da
Irlanda e se tornou um ponto culminante do sentimento nacionalista que permeou política britânica durante a maior
parte do século seguinte.
1848 - 2.000 pessoas morrem por semana, em uma epidemia de cólera.
1850 - Restauração da hierarquia católica-romana na Grã-Bretanha.
1851 - A Grande Exposição (considerada a 1° Grande Feira Mundial), realizada noHyde Park em Londres
apresentou as maiores inovações doséculo XIX. Em seu centro, havia oPalácio de Cristal, um enorme módulo de
vidro e estrutura de ferro (a primeira do seu tipo). Essa estrutura foi condenada por
John Ruskin como o modelo de
desumanização no desenho, mas mais tarde veio a ser apresentado como o protótipo da arquitetura moderna.O
aparecimento da fotografia, que foi demonstrada na Grande Exposição, resultou em mudanças significativas na arte
vitoriana.
1851 - A Corrida do Ouro vitoriana. Em dez anos, a população australiana quase triplicou.
1852 - Ocorre a Segunda Guerra Anglo-Birmanesana Birmânia (atual Myanmar).
1854 - Guerra da Crimeia: O Reino Unido declara guerra àRússia.
1855 - David Livingstone descobre as Cataratas Vitória.
1856 - Tem início a Segunda Guerra do Ópiona China.
1856 - Tem início a Guerra Anglo-Persa na Pérsia (atual Irã).
1857 - Termina a Guerra Anglo-Persa.
1857 - O Motim dos Indianos: Uma revolta generalizada na Índia contra a Companhia Britânica das Índias Orientais,
foi impulsionado pelosSipais (Soldados indianos a serviço da Coroa Britânica). A rebelião, que não envolveu
apenas Sipais, mas muitos setores da população indiana, durante um ano. Em resposta ao motim, a Companhia
Britânica das Índias Orientais foi abolida em Agosto de 1858 e se inicia o período do Raj britânico.
1858 - É inaugurado no dia16 de agosto o primeiro cabo telegráfico
transatlântico que ligou a Europa às Américas. Nesta ocasião a Rainha
Vitória enviou um telegrama de congratulações ao então presidente dos
Estados Unidos, James Buchanan, o qual levou 16 horas para ser
enviado.
1859 - Charles Darwin publica "A Origem das Espécies".
1860 - Termina a Segunda Guerra do Ópiona China.
1861 - Morte do príncipe Alberto. A rainha se recusa a sair em público
por muitos anos.
1871 - Henry Morton Stanley encontra David Livingstone em Ujiji, na
atual Tanzânia, após anos sem notícias de seu paradeiro.
1875 - O Reino Unido compra do Egito ações docanal de Suez.
1877 - Ocorre o Delhi Durbar de 1877.
1878 - Tratado de Berlim é assinado. Chipre se torna uma colônia
Britânica.
1878 - Tem início a Segunda Guerra Anglo-Afegãno Emirado do
Afeganistão (atual Afeganistão).
O explorador britânicoDavid
1880 - Termina a Segunda Guerra Anglo-Afegã.
Livingstone, famoso por ter sido o
1881 - Tem início a Guerra Mahdista na África.
primeiro europeu a ter explorado o
1882 - Ocorre a Guerra Anglo-Egípcia no Egito.
interior da África subsaariana.
1882 - As tropas britânicas começam a ocupação doEgito, a fim de
Livingstone descobriu asCataratas
assegurar uma rota comercial e a passagem para a Índia. O Egito se
torna um protetorado. Vitória em 1855, tendo se tornado
1885 - Ocorre a Terceira Guerra Anglo-Birmanesana Birmânia (atual em uma das principais
Myanmar). personalidades do Império Britânico
1888 - O assassino em série conhecido como "Jack o Estripador" matou durante a era vitoriana.
e mutilou prostitutas nas ruas de Londres, levando a uma e histeria e
cobertura internacional daimprensa. Os jornais usaram as mortes para
trazer maior foco na situação difícil dos desempregados e para atacar líderes políticos e da polícia. Apesar do
assassino nunca ter sido capturado, o caso levou a renúncia de sir Charles Warren.
1896 - Ocorre a Guerra Anglo-Zanzibariem Zanzibar, no dia 27 de agosto.
1898 - Ocorre a Segunda Convenção de Pequim, onde aChina estendeu por 99 anos a cessão deHong Kong ao
Império Britânico.
1898 - Ocorre o Incidente de Fachoda na cidade de Fachoda (atual Kodok), no Sudão Mahdista (atual Sudão do
Sul).
1899 - Termina a Guerra Mahdista na África.
1901 - Com a morte da rainha Vitória, Eduardo, seu filho, ascende ao trono e dá início ao período eduardiano.

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