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Guerra de Independência da Irlanda

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Guerra de Independência da Irlanda

Um memorial à Guerra da Independência da Irlanda


em Dublin.

Data 21 de janeiro de 1919 - 11 de
julho de 1921

Local Irlanda

Desfecho Cessar-fogo; Tratado Anglo-Irlandês

Mudanças Partição da Irlanda, criação do Estado


territoriais Livre Irlandês e eclosão da guerra
civil

Beligerantes

 República Irlandesa  Reino Unido

Comandantes

Líderes militares: Líderes militares:


Michael Collins Frederick Shaw
Richard Mulcahy Nevil Macready
Cathal Brugha Henry Hugh Tudor
Comandantes locais do IRA
Líderes políticos:
Líderes políticos:
David Lloyd George
Éamon de Valera
John French
Arthur Griffith
Hamar Greenwood

Forças

Exército Republicano Exército Britânico:


Irlandês: c. 15 000 c. 20 000
Royal Irish Constabulary:
9 700
Black and Tans:
7 000
Auxiliares:
1 400
Polícia de Ulster:
4 000

Baixas

c. 550 combatentes mortos[1] 410 mortos do RIC


261 mortos do Exército
c. 750 civis mortos[1] Britânico[1]
43 policiais de Ulster

A Guerra de Independência da Irlanda (em irlandês: Cogadh na Saoirse),[2] ou Guerra Anglo-


Irlandesa, foi um conflito armado assimétrico travado de 1919 a 1921 entre o Exército
Republicano Irlandês (as forças da auto-proclamada República da Irlanda) e o Exército
Britânico. Esta guerra foi o resultado de um desenrolar de eventos após anos de tensão. Em
dezembro de 1918, houve eleições gerais na Irlanda e o partido republicano Sinn Féin levou a
grande maioria dos votos. Em 21 de janeiro de 1919, foi formado o primeiro governo de
ruptura (na Dáil Éireann) e é declarada a independência da Irlanda do Reino Unido. No mesmo
dia, dois membros da polícia real irlandesa (a Royal Irish Constabulary, ou RIC) foram mortos no
condado de Tipperary. Este incidente é considerado o primeiro confronto armado da guerra.
Durante boa parte de 1919, as atividades do IRA focaram em roubar armas e libertar
prisioneiros republicanos. Em setembro o governo inglês em Londres baniu e declarou ilegal
a Dáil (o parlamento separatista) e o Sinn Féin, intensificando o conflito. Os rebeldes do IRA
começaram então a emboscar policiais da RIC e militares britânicos nas ruas, além de atacar
seus quartéis, acuando-os. O Reino Unido decidiu enviar mais tropas, especialmente as milícias
conhecidas como Black and Tans e a divisão auxiliar — que ficaram conhecidos pelos
problemas de comportamento e por brutalizar a população civil. O conflito foi marcado por
agressões mútuas, violência e represálias contra civis irlandeses. [3]
Um dos eventos mais notórios foi o infame "Domingo Sangrento", onde cerca de quatorze
membros da inteligência britânica foram mortos em Dublin em uma ação coordenada pelo IRA.
A RIC e um grupo de soldados britânicos, em retaliação, abriram fogo contra civis que assistiam
a um jogo de futebol, matando quatorze inocentes e ferindo outros 65. Uma semana mais tarde,
dezessete membros da divisão auxiliar inglesa foram mortos pelos militantes republicanos em
Kilmichael, no condado de Cork. O governo britânico respondeu impondo a lei marcial em boa
parte do sul da Irlanda. Apesar da luta ter se travado principalmente por guerrilhas e confrontos
de baixa e média intensidade, grandes batalhas tradicionais chegaram a ser travadas. A cidade
de Cork, por exemplo, foi destruída por soldados britânicos em dezembro de 1920. Nos meses
seguintes mais embates violentos continuaram, matando mais de mil pessoas e terminando na
prisão de pelo menos 4 500 republicanos irlandeses. A luta se concentrou principalmente na
região sul, na área de Munster (particularmente no condado de Cork), em Dublin e em Belfast,
no norte. Nestes locais foram registrados até 75% das fatalidades desta guerra. A violência na
região de Ulster e, especialmente na área de Belfast, tomou um caráter mais sectário e religioso,
com católicos e protestantes se digladiando em sangrentos confrontos.[4]
Depois de dois anos de conflito, foi acertado um cessar-fogo (ou "trégua") em 11 de julho de
1921. Em maio, a Irlanda foi oficialmente dividida em duas, respeitando uma lei previamente
aprovada no parlamento britânico, que garantiu que os seis condados da Irlanda do
Norte permanecessem parte do Reino Unido. As conversas entre ambos os lados terminou na
assinatura do Tratado Anglo-Irlandês em 6 de dezembro de 1921. O acordo finalmente encerrou
o governo britânico de boa parte da Irlanda e depois de dez meses acertou a transição
democrática para a independência do país, criando o chamado Estado Livre Irlandês que,
embora continuasse como um Domínio, ainda ligado à Comunidade Britânica de
Nações (Commonwealth), era na prática uma nação emancipada. Contudo, o norte seguiu como
um território subordinado ao Reino Unido. Após o cessar-fogo, a violência sectária entre os
republicanos (em sua maioria católicos) e os lealistas de Ulster (em sua maioria protestantes)
continuou no norte da Irlanda. O Estado Livre deu ao menos 62 868 medalhas para veteranos
por serviços na guerra de independência. Mais de duas mil pessoas foram mortas diretamente
nos combates.[5]
Em junho de 1922, desentendimentos dentro do movimento republicano a respeito do tratado
anglo-irlandês levaram o país a mergulhar em uma violenta guerra civil, que terminou como uma
vitória para o Estado Livre Irlandês e a confirmação da independência da nação nos termos do
tratado. A república, que os mais extremistas membros do IRA exigiam com veemência, só seria
oficialmente proclamada em 18 de abril de 1949, desligando assim o país completamente de
seus laços políticos com a coroa britânica.[6]

Índice

 1Origens

o 1.1Começo da crise

o 1.2Revolta da Páscoa

o 1.3A primeira Dáil

 2A guerra

o 2.1Começo das hostilidades

o 2.2Escalada da violência

o 2.3Os colaboradores irlandeses se tornam o alvo

o 2.4Colapso da administração britânica

o 2.5Organização e operações do IRA

o 2.6Lei marcial

o 2.7Intensificação dos combates: outubro – dezembro de 1920

o 2.8Auge da violência: dezembro de 1920 – julho de 1921

o 2.9Trégua: julho – dezembro de 1921

 3Tratado
 4Conflito no norte

o 4.1Verão de 1920

o 4.2Primavera de 1921

o 4.3Julho de 1921 – maio de 1922

o 4.4Maio – junho de 1922

 5Evacuação das forças britânicas

 6Perdas em vidas

 7Guerra de propaganda

 8Memorial

 9Referências

 10Bibliografia

 11Ligações externas

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