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오후 4:36 Hospitais privados retornam índices pré-Covid, mas receita com operadoras diminui

Hospitais privados retornam aos


indicadores pré-pandemia, mas
participação de planos de saúde
diminui
Com faturamento de 53 bilhões de reais, hospitais privados da Anahp
retornam aos indicadores de 2019 e buscam diálogo com operadoras.
        
Por Rafael Machado - 12 de abril de 2023

A Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp) lançou em 30 de março o


Observatório 2023, levantamento anual com os indicadores sobre os hospitais
associados, que juntos representavam 30 mil leitos no país e uma receita de
mais de 53 bilhões de reais em ao final de 2022, além de representarem 24,69%
do total de despesas assistenciais na saúde suplementar. Atualmente a
entidade conta com 127 membros espalhados por todo o Brasil.
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de pacientes, internação via pronto-socorro e taxa de ocupação em torno de


76,64%.

Por outro lado, o relatório destaca que as operadoras reduziram a participação


na fonte de receitas dos hospitais da Anahp: em 2018, os planos de saúde
representavam 91% da receita bruta e, em 2022, compõem 83,4% do total. O
cenário pode ser explicado por um aumento na prestação de serviços ao SUS e
pacientes particulares, mas a dificuldade de reajustes das operadoras aos
serviços prestados, frente aos altos custos, à sinistralidade alta e aos gastos da
pandemia, também teve papel importante nessa redução.

“As negociações têm sido mais duras, do ponto de vista dos seguros com os
empregadores, o que faz com que não consigam repor todos os custos. E isso
acaba caindo na relação dos seguros com os hospitais, que acabam não tendo a
recomposição total dos seus custos muitas vezes nesse processo”, afirma André
Medici, economista e coeditor do Observatório 2023 da Anahp.

A situação se agrava com o aumento de glosas e prazo médio para o


recebimento, sendo o maior dos últimos 4 anos, por volta de 73,51 dias. Medici e
Ary Ribeiro, coeditor e ex-CEO do Hospital Infantil Sabará, analisam que, em
2023, é preciso que todos os players da cadeia da saúde dialoguem para
encontrar diferentes soluções.

“É o ano para ter muito desprendimento e diálogo. Estamos em uma crise


estrutural e todos os atores, independente da regulação, têm que se entender
melhor. Na relação com o governo tem que debater os medicamentos de alto
custo e o financiamento deles”, defende Ary.

Retorno ao pré-pandemia
A pandemia de Covid-19 modificou a realidade dos hospitais públicos e privados.
Com uma nova doença rondando o país, quadros graves e altos índices de
internações,
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nesses dois anos variou entre 3,29 % e 3,46%. Agora, os
números mostram uma aproximação do que era antes da pandemia. Em 2019, a
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taxa era de 2,16%. Agora, em 2022, está em 2,30%. Os autores do Observatório


apontam que a imunização da população contra a Covid-19 foi essencial para
reduzir essa mortalidade.

Sendo os hospitais da Anahp de alta complexidade, com 60,45% deles de


grande porte, a ocupação de leitos e a eficiência das unidades são pontos-
chave para o trabalho. O índice de intervalo de substituição, que mede o tempo
entre a saída e entrada de pacientes em um leito, voltou aos patamares
aproximados de 2019, com 1,38 dia.

“2022 é o ano que os indicadores mais se aproximam de 2019 com algumas


pequenas diferenças. Não diria que volta para uma normalidade, mas é o que
mais se aproxima dos padrões do período, sobre vários indicadores assistenciais
e operacionais”, afirma Ary Ribeiro.

A taxa de pacientes submetidos a procedimentos cirúrgicos também teve


impacto. Durante a pandemia, cirurgias e exames eletivos acabaram sendo
adiados para evitar a circulação da população e favorecendo aqueles que
precisavam de atendimento urgente. Em 2022, com a melhora do cenário da
doença no país, houve uma retomada. A taxa de pacientes ficou em 55,26%,
ante 50,73% e 53,30%, respectivamente, em 2021 e 2022. Da mesma forma, a
mortalidade operatória voltou ao índice de 2019, com 0,32%.

“Sobre a ótica assistencial, vimos que os indicadores ligados a infecções e


mortalidade voltaram ao patamares de 2019. Por uma combinação de fatores,
como eficiência, atenção à qualidade e segurança, tivemos indicadores bem
melhores. É importante a gente discutir não só aspecto econômico e financeiro,
mas sim o que foi feito de melhoria no cuidado”, defende Ary.

Mudança no perfil da receita dos hospitais


privados
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Configuraçõesligados à saúde suplementar, nos últimos 5 anos, caiu de 91% em 2018 para
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83,42% em 2022. As explicações são as mais diversas e é preciso entender o


cenário que os planos de saúde se encontram.

Com a sinistralidade em 90%, as operadoras têm enfrentado dificuldades e


registraram um prejuízo recorde em 2022, de R$ 5,5 bilhões no 3º trimestre. Com
o alto custo de medicamentos e procedimentos, uma mudança no
comportamento da população utilizando mais os planos, a falta de
possibilidades em criar novos produtos, como planos ambulatoriais, e repassar
as despesas aos beneficiários através do reajuste, há uma limitação na
arrecadação dessas empresas.

“Para as operadoras manterem várias empresas em seu portfólio, elas


precisaram segurar o reajuste durante os anos de pandemia, o que fez com que
a capacidade diminuísse. Se o que era para pagar a utilização não teve uma
correção inflacionária, por conta da dificuldade de repassar para as empresas
com dificuldade pela pandemia, a sinistralidade também aumenta”, explica Ary
Ribeiro.

Como consequência disso, os autores do Observatório afirmam que as


negociações entre operadoras e hospitais se tornaram mais duras e houve
pouco reajuste nos valores pagos aos prestadores. Um efeito cascata que aos
poucos vai afetando todas as cadeias do setor. Por isso, a expectativa é que em
2023 ocorram mudanças para conseguir melhorar esse cenário.

Essa relação tem se complicado ainda mais com as dificuldades com as glosas,
que seguem aumentando desde 2019, chegando ao marco de 4,55% da receita
líquida dos hospitais. Normalmente, isso ocorre porque há inconsistência nas
informações nas contas enviadas, mas o aumento tem preocupado a Anahp e
pode impactar as receitas.

“Além das glosas você tem a questão da dilatação dos prazos de pagamento,
que em anos de inflação alta, como 2022, é bastante complicado. Se você
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explica André Medici. O prazo aumentou de 66,95 dias em 2019 para 73, 51 dias
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Aumento do SUS e particulares


Com essas dificuldades das operadoras em recompor as despesas, houve um
aumento na parcela atribuída ao SUS, chegando a 8,58%, um acréscimo de 3,9
pontos porcentuais em relação a 2019. De acordo com André Medici, a
explicação para essa mudança pode estar ligada aos contratos com os estados
para atender a demanda da saúde pública.

“A maioria dos hospitais da Anahp está no Sul e Sudeste, e os estados dessas


regiões complementam a Tabela SUS melhor, de maneira geral, do que em
outras regiões. Boa parte do aumento da receita vinda do SUS está também na
recuperação do valor de pagamento via Tabela SUS, que sempre são muito
baixos”, explica o economista. Ary Ribeiro complementa que essa receita é
proveniente do atendimento de serviços de alta complexidade e que também
pode estar ligada às internações em UTI decorrentes da Covid-19.

Os pagamentos particulares pelos pacientes também tiveram um aumento de


1,2 pontos porcentuais que, apesar de discreto, começa a se tornar mais
expressivo, representando 4,7% do total da receita. Ribeiro também acredita
que a Covid-19 possa ter impactado. As chamadas “outras receitas”, que não
são identificadas com descrição, subiram de 1,23% em 2019 para 3,32%, e
podem estar ligadas a serviços que os hospitais prestam, por exemplo, de saúde
corporativa direto às empresas, como é o caso do Hospital Sírio-Libanês, que já
atende 190 mil vidas com esse serviço.

Existe a possibilidade de os hospitais privados aumentarem ainda mais a


parcela do SUS, mas para isso, André Medici defende que é preciso um
reconhecimento e uma atualização dos valores propostos. Ele explica que
“existe uma forte dependência do SUS com os hospitais privados e é uma
questão que não tem sido reconhecida ao longo do tempo. Se houver uma
perspectiva de uma reconstituição dos recursos do SUS, devem recuperar as
perdas históricas que houveram”.
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No total, os hospitais da Anahp empregam 216 mil colaboradores, representando
15,25% de todo o setor. É exatamente com pessoal que está a maior despesa
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pré-Covid, mas receita com operadoras diminui

dos hospitais, cerca de 42%. Contudo, a possibilidade de efetivação do piso


salarial de enfermagem pode impactar esse número, apesar dos coeditores do
Observatório 2023 afirmarem que os hospitais da Anahp, em geral, já pagam
acima do piso.

Esse deve ser apenas um dos diversos desafios que os hospitais podem
enfrentar ao longo de 2023. André Medici aponta que a crise estrutural que o
setor suplementar atravessa deve perdurar esse ano, ainda mais com a
perspectiva de uma inflação alta e baixo crescimento do PIB. Por isso, há muito
trabalho a se fazer, principalmente em relação à revisão da regulação e a
discussão sobre a chamada lei do rol exemplificativo, que permite cobertura
além dos tratamentos e procedimentos incluídos pela Agência Nacional de
Saúde Suplementar (ANS).

“Tanto a ANS quanto outras agências reguladoras estão percebendo isso, mas
devem se mover mais rápido. Os planos deveriam ser mais flexíveis em seu
desenho, atendendo às necessidades de saúde de cada família. Se você
negocia planos mais flexíveis é possível reduzir o preço, com opções mais
baratas. Ao mesmo tempo, tem que reduzir aquilo que a gente chama de
ativismo judicial na área de saúde”, afirma o economista.

Para Ary Ribeiro, esse será o ano em que o diálogo deve ser prioridade entre
empresas, indústrias, hospitais, corretoras e operadoras, sendo possível
encontrar caminhos para diversas questões sem precisar passar pelos órgãos
públicos. No entanto, ele defende que outras pautas, como os medicamentos de
altos custos, precisam de um apoio do Ministério da Saúde:

“Na relação com o governo tem que debater os medicamentos de alto custo e o
financiamento deles, que são coisas novas, que tem que chegar e podem
trabalhar em uma visão de parceria entre os sistemas públicos e privados. Por
outro lado, os hospitais privados podem prestar melhores serviços com
eficiência e resultados assistenciais adequados ao financiamento do sistema
público”.
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Rafael Machado
Jornalista com foco em saúde. Formado pela FIAMFAAM, tem certificação em
Storyteling e Práticas em Mídias Sociais. Antes do Futuro da Saúde, trabalhou no
Portal Drauzio Varella. Email: rafael@futurodasaude.com.br

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