Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
outraspalavras.net
1 of 10 11/27/23, 11:26
Judicialização da saúde privada e a crise do setor - Outras ... about:reader?url=https%3A%2F%2Foutraspalavras.net%2...
2 of 10 11/27/23, 11:26
Judicialização da saúde privada e a crise do setor - Outras ... about:reader?url=https%3A%2F%2Foutraspalavras.net%2...
indicadores de acesso à saúde, morbidade, índices sanitários gerais. Para onde está
indo esse dinheiro? Para os intermediários, o setor financeiro. É um destino final
diferente daquele estritamente relacionado com a assistência em saúde. Nosso
sistema está se tornando cada vez mais caro, mas não necessariamente mais
eficiente”.
A trama, como Sestelo faz questão de ressaltar, é das mais complexas e não se trata
de acabar com a saúde suplementar. No entanto, ela parece ter batido num teto,
inclusive em termos de capacidade de oferta de serviços. E, como descreve o
pesquisador e também autor do livro Planos de saúde e dominância financeira,
tampouco bastaria simplesmente aumentar o financiamento do SUS.
“Muito se fala que o SUS é subfinanciado. De fato é, mas é preciso observar que
nessa engrenagem complexa do nosso sistema de saúde o componente privado está
entranhado no sistema como um todo. Portanto, quando se coloca mais água nesse
moinho, da forma como ele está organizado, as empresas vão continuar faturando
alto e continuaremos tendo problemas de acesso e distribuição de recursos”, alerta
Sestelo. “A impressão é que basta colocar mais dinheiro no Sistema Único de
Saúde e não há mais nada a ser discutido. Não é bem assim. É preciso diminuir o
tamanho do privado. É preciso que o gasto total tenha um componente público
ampliado, mas que o controle sobre os fluxos de produtos e serviços de acesso seja
da esfera pública, do gestor federal, estadual, municipal. Que tenham a prerrogativa
de controlar.”
Fique com a entrevista completa.
O ano de 2023 está sendo marcado por uma alta conflituosidade entre seguros
de saúde e usuários desses serviços. Grupos de clientes de planos de saúde ou
representantes públicos denunciam até uma onda de cancelamentos
unilaterais de convênios médicos enquanto as empresas alegam combate à
fraude no uso desses planos. De todo modo, matéria do Estado de S. Paulo
informa que o número de ações na justiça contra os seguros de saúde voltou a
aumentar depois de um certo recuo durante o período da pandemia. Como
você entende esse panorama?
A judicialização é um sintoma que denota graves problemas de regulação no
3 of 10 11/27/23, 11:26
Judicialização da saúde privada e a crise do setor - Outras ... about:reader?url=https%3A%2F%2Foutraspalavras.net%2...
4 of 10 11/27/23, 11:26
Judicialização da saúde privada e a crise do setor - Outras ... about:reader?url=https%3A%2F%2Foutraspalavras.net%2...
5 of 10 11/27/23, 11:26
Judicialização da saúde privada e a crise do setor - Outras ... about:reader?url=https%3A%2F%2Foutraspalavras.net%2...
6 of 10 11/27/23, 11:26
Judicialização da saúde privada e a crise do setor - Outras ... about:reader?url=https%3A%2F%2Foutraspalavras.net%2...
tanto públicos como privados. Uma linha ascendente sem uma contrapartida de
melhora correspondente nos indicadores de acesso à saúde, morbidade, índices
sanitários gerais. Para onde está indo esse dinheiro? Para os intermediários, o setor
financeiro; enfim, é um destino final diferente daquele estritamente relacionado
com a assistência em saúde.
Nosso sistema está se tornando cada vez mais caro, mas não necessariamente mais
eficiente. E tem a ver com essa cadeia a rigor insustentável, mas que tem sido
mantida por uma decisão política, de diferentes governos ao longo dos anos,
Congresso Nacional, lideranças políticas, associações, lideranças sindicais, enfim,
a sociedade. Isso tem se mantido intocável. E a conta vem chegando, há um limite.
É isso que está ocorrendo, está ficando mais claro que este sistema é insustentável.
Não é uma solução estrutural para um país como o Brasil, um país tão grande, tão
desigual. Não dá para acreditar em um esquema de intermediação privativa de
planos de saúde dessa envergadura como solução de nossos problemas
assistenciais. Ao contrário, é um problema a ser equacionado. Não que que a
intermediação assistencial privativa deva deixar de existir, mas não deveria ocupar
tanto espaço e ter tanta influência política dentro do sistema de saúde como
atualmente.
Como fica o Estado neste contexto? Que estratégias de atuação pode
desenvolver para mediar as situações aqui descritas?
Precisamos falar de macrorregulação. É algo que a ANS sempre se furtou a fazer,
no máximo ela faz uma microrregulação. Mas a macrorregulação setorial, aquela
regulação que olha com uma grande angular para todos os agentes políticos e
econômicos envolvidos no sistema de saúde, não tem sido feita. As estruturas do
Estado não têm dado conta e as iniciativas políticas têm passado ao largo desse
tema, que é espinhoso, um tema que na verdade define quem vai ganhar e quem vai
perder, quem vai pagar mais, quem vai pagar menos, quem vai ter mais acesso,
quem vai ter menos acesso. É um tema espinhoso politicamente, mas que precisa
ser enfrentado.
E esse enfrentamento passaria mais diretamente pela ampliação do SUS,
inclusive com absorção de parte dos serviços e estruturas privadas pelo
Estado?
Aqui temos uma discussão sobre o que chamamos de padrão de relação público-
7 of 10 11/27/23, 11:26
Judicialização da saúde privada e a crise do setor - Outras ... about:reader?url=https%3A%2F%2Foutraspalavras.net%2...
8 of 10 11/27/23, 11:26
Judicialização da saúde privada e a crise do setor - Outras ... about:reader?url=https%3A%2F%2Foutraspalavras.net%2...
9 of 10 11/27/23, 11:26
Judicialização da saúde privada e a crise do setor - Outras ... about:reader?url=https%3A%2F%2Foutraspalavras.net%2...
10 of 10 11/27/23, 11:26