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O Regime regulatório e o mercado de planos de saúde no Brasil.

Regime regulatório. Modo pelo qual instituições estatais atuam sobre um setor da economia,
de industrias e serviços de utilidade pública, ocupado por empresas em substituição a um
monopólio estatal.

Exemplos: gás, eletricidade, indústria de agua, ferrovias, telégrafos e serviços telefônicos.

Exibiam características de monopólios naturais, na medida em que seriam atividades mais


eficientemente prestadas por meio de uma empresa só.

Teria “falalhado” nos objetivos de proteção ao consumidor, responsabilização pública, falta de


transparência, e apadrinhamento.

Tornou-se aceitável a ideia de que o interesse público desses setores econômicos poderia ser
melhor defendido por meio de uma regulação externa sobre a livre iniciativa do mercado, a
atuar nesses setores econômicos.

As instituições de regime regulatório foram criadas com muita autonomia organizacional.


Vogel: podendo sobreviver às mudanças de governo, quando assume formato organizacional
na estrutura da burocracia pública.

Wilson: As políticas regulatórias buscam soluções de soma positiva (ganha-ganha), podendo


ser aplicada com a expectativa de que todos os setores afetados pela intervenção do governo
sejam ganhadores pelo bem público gerado.

Scott: Teoria Econômica da Regulação. O comportamento dos reguladores deve ser explicado
tomando o dos agentes econômicos como referência(orientado ao lucro). A politica
governamental é regulamentada em orientação “àqueles que oferecem maiores retornos aos
reguladores.”

P2- Perceber a regulamentação como arena política entre interesses públicos e dessa ou outra
burocracia explica variada demanda por mais regulação nos Estados nacionais.

O crescimento da atividade regulatória têm acompanhado maior espaço de intervenção do


estado na proteção de consumidores, e controle de abusos. Evidenciando a ineficiência de
alocação natural ótima e virtuosa de recursos pelo mercado.

Aprendizado institucional da regulação

Para mercados competitivos as evidências demonstram maior eficiência da alocação privada.


Mas o mesmo não se pode dizer de setores econômicos de interesse público.

Assim a delegação dessas atividades a alocação privada deve ser mediante a regulamentação e
intervenção estatal nessas atividades a fim de defender o interesse público. A eficiência não
depende apenas do regime de propriedade, mas também pelas regras de competição e da
regulação.

Majone: A dúvida, é se as categorias normativas de interesse público e bem comum a orientar


as instituições reguladoras são eficientes nesta orientação.

Avaliações de casos concretos de atuação das agências reguladoras, evidenciam os riscos de


captura pelos interesses dos agentes públicos que implementam tais políticas e a desfiguração
da missão institucional por influência do setor econômico regulamentado.
Nunes: O desenho dos novos entes reguladores assumiu um desenho que obedece em resumo
as orientações de: autonomia decisória; ampla divulgação de devisões e procoedimentos;
celeridade nas relações com os consumidores e agentes econômicos; inclusão dos interessados
em audiências públicas, e limitação da atuação estatal na provisão de serviços públicos.

Um aspecto relevante é a adoção do modelo autárquico especial, do qual decorre autonomia,


insulante dos diretores nomeados, com cláusulas de estabilidade, e regulamentações voltadas
a isolá-los dos agentes econômicos e atores políticos do setor. O que, somado a amplitude das
funções desempenhadas pelas agências reguladoras, torna o controle de tais funções de
grande disputa e dissenso político.

Regime regulatório e as empresas de planos privados de assistência à saúde no Brasil

O mercado de planos privados de saúde cresceu num cenário de baixa regulação até fins da
década de 90, apenas por incentivos fiscais e pela ausência de barreiras de entrada e saída das
empresas.

Tais condições institucionais favoreceram ampliação da clientela de diversidade de portes das


empresas do setor. Compreendendo modalidades organizacionais diferenciadas, como
empresas de medicina de grupo, empresas de autogestão, seguradora, cooperativas médicas e
odontológicas.

O setor era identificado por problemas de exclusões e variações no escopo de natureza da


cobertura. O setor opereava com um baixo nível de informação ao consumidor. Então a
orientação para a evicção de riscos econômico-financeiros era dominante nos contratos em
detrimento de coberturas mais integrais ou de maior amplitude em assistência a saúde.
Tal cenário motivou regulamentação inicial pela perspectiva do direito do consumidor de
direitos a respeito dos contratos e posteriormente o regime regulatório.

A regulamentação veio com forte caráter garantidora do direito de acesso a saúde pelos
pacientes, com garantia de equidade de cobertura, contra limites de tempo para internação e
maiores coberturas.

ANS vem como princípio do estabelecimento de jurisprudência regulatória sobre medicina pré
pagãmente, antes sobre jurisdição da SUSEP

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