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RESUMO
1 INTRODUÇÃO
2 A CONCENTRAÇÃO EMPRESARIAL
Desse amplo conjunto de negócios jurídicos não estaria excluído, sob o prisma formal,
nenhum contrato ou operação. O prejuízo à concorrência, a rigor, pode decorrer de qualquer
ato jurídico, sendo irrelevante a sua designação, natureza ou conteúdo. Acordos de acionistas,
contratos de locação de estabelecimento, transferência de tecnologia, licença de uso de marca
e outros negócios empresariais podem ser o veículo de lesão ao livre mercado. Quando
presente, no negócio jurídico, o efeito, real ou virtual, de restrição ou limitação à
concorrência, a aprovação pelo CADE é exigida, na lei, como condição de aperfeiçoamento.
As operações societárias, a seu turno, podem levar à concentração empresarial. A
fusão de duas concorrentes, com expressivas fatias de mercado, gera uma sociedade
empresária, com poderio econômico ainda maior, superior à soma dos percentuais que cada
uma possuía. Se considerarmos que a fusão, como a incorporação, na lógica da economia de
escala, é instrumento de ampliação da capacidade empresarial das organizações envolvidas, a
tendência é a de que o market share, após a operação, supere a soma dos índices que essas
tinham quando autônomas. (MAGALHÃES; SAMPAIO, 1999).
Assim, no que tange a concorrência, os parâmetros traçados pela Constituição Federal
fixaram-se no abuso do poder econômico que objetive a dominação dos mercados, que vise à
eliminação da concorrência ou que resulte no aumento arbitrário dos lucros, significando isso
que o que veda a Lei Maior é o abuso do poder econômico, por qualquer das formas de que
se revista, e que tenda a alcançar um ou alguns dos fins previstos. Não se refere ao poder
econômico legítimo, assim configurado o alcançado mediante mecanismos próprios da
atividade mercantil.
A eliminação da concorrência é, igualmente, aceita pela ordem jurídica se decorre da
atividade industrial ou mercantil melhor desenvolvida, com oferta de produtos com melhor
tecnologia e melhor preço. Sem que haja abuso do poder econômico.
O efeito restritivo das operações societárias relativamente ao funcionamento do livre mercado
é tão significativo que a lei se preocupa em estabelecer uma presunção de lesividade
potencial, em determinados casos. Assim, a fusão ou incorporação, constituição de sociedade
controladora ou qualquer forma de grupamento de sociedades de que resulte participação de
mercado na ordem de 20%, ou que envolva sociedade com faturamento bruto anual de R$
400.000.000,00, estão condicionadas à aprovação do CADE (Lei nº 8.884/94, artigo 54, § 3º)
Quando presentes esses pressupostos, o perigo de aumento indesejado do índice de fatia de
mercado das sociedades empresariais envolvidas é considerável; e se justifica, por
conseguinte, a obrigatoriedade do exame dos efeitos do ato. Essas operações societárias
presumivelmente lesivas podem ser aprovadas se, no exame realizado pelo CADE, restar
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O que, contudo, importa, é verificar se, em razão da concentração, houve prejuízo nas
relações concorrenciais. A determinação dos prejuízos depende da verificação da participação
nos mercados relevantes, bem como dos efeitos de acumulação de recursos.
Neste contexto, o direito antitruste não repele o processo de concentração empresarial,
mas assume papel fundamental na correção das imperfeições do mercado, indo de encontro às
assim denominadas práticas anticoncorrenciais. O ato de concentração, portanto, para ser
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autorizado, deve, antes de mais nada, atender um dos seguintes objetivos: aumento da
produtividade; melhoria da qualidade de bens ou serviços; eficiência e desenvolvimento
tecnológico ou econômico; ou seja, deve gerar mais vantagens do que desvantagens à
economia nacional e ao bem comum, isto, consagrado pelo princípio da proporcionalidade.
A própria Constituição da República Federativa do Brasil, promulgada em 1988,
adotou como princípios a livre iniciativa e a livre concorrência, em seu artigo 170,
estabelecendo que a ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre
iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça
social, observados dentre diversos outros princípios, os seguintes: soberania nacional e o da
livre concorrência. Dispondo ainda que será assegurado a todos o livre exercício de qualquer
atividade econômica, independentemente de autorização de órgãos públicos, salvo nos casos
previstos em lei.
Ademais, o mesmo texto legal tem como comando a repressão ao abuso do poder
econômico nas modalidades de domínio de mercado, eliminação da concorrência e aumento
arbitrário de lucros, onde se encontra o fundamento do direito concorrencial.
Assim, para determinar-se a necessidade de submissão da prática restritiva à
apreciação do CADE, não se exige que esteja caracterizado ato de concentração de empresa,
nos termo do § 3º do artigo 54. Com efeito, basta que ele prejudique, de qualquer modo, a
livre concorrência ou resulte na dominação de mercados relevantes de bens ou serviços.
O § 3ºdo artigo 54 funciona como indicativo, exemplificando as formas de que se pode
revestir a concentração, ou seja, através de fusão ou incorporação de empresas, constituição
de sociedade para exercer o controle de empresas ou qualquer outra forma de agrupamento
societário. (SANTOS, 2006).
Em atenção aos critérios legais, a influência de determinado agente econômico no
mercado poderá ser medida com base no faturamento superior a R$ 400.000.000,00
(quatrocentos milhões de reais) anuais ou 20% (vinte por cento) do mercado relevante.
A despeito desta determinação legal, o CADE, na apreciação do ato concentracionista,
poderá alterar os critérios quantitativos e qualitativos, de acordo com a peculiaridade do
mercado analisado. Com efeito, a averiguação destes quesitos requer a identificação do
controlador da sociedade e da estrutura do grupo empresarial para verificar-se o dano ou a
potencial infração à ordem econômica. (SANTOS, 2006).
Ainda, haverá a individualização do índice de participação de cada agente no mercado
relevante em análise, o acesso à matéria prima, produção, logística, etc. Portanto, uma
determinada fusão ou incorporação de números expressivos, dependendo do mercado em que
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estiver inserida, em razão da flexibilidade deste mercado, poderá não caracterizar afronta à
ordem econômica, vez que poderá não ser limitativo à entrada de novos agentes.
O artigo 54 determina que os atos que possam limitar ou prejudicar a livre
concorrência, ou resultar na dominação de mercado relevante de bens ou serviços, deverão ser
objeto de apreciação do CADE. Já o § 1º do mesmo artigo elenca, em quatro incisos, as
situações em que o CADE poderá autorizar o ato referido pelo caput. Ressalte-se que o § 2º
estipula exceção à cumulatividade do parágrafo primeiro, ao possibilitar a aprovação do ato
com a concorrência de no máximo três dos quatro incisos, e desde que o ato seja relevante à
economia nacional e ao bem comum, bem como desde que não implique em prejuízo ao
consumidor ou ao usuário final.
O controle dos atos poderá ser prévio à sua celebração, ou posterior, dentro do prazo
legal de 15 dias. O artigo 56 estipula as condições em que serão arquivados os atos relativos à
constituição, fusão, incorporação ou agrupamento de empresas. Ao final do processo
administrativo, caso venha ser detectada a infração à ordem econômica, fica o responsável
sujeito às penas tipificadas no artigo 23 e 24 da Lei 8.884/94.
Uma vez realizada a comunicação dos atos ao CADE, inicia-se um procedimento
administrativo que visa a respectiva análise para aprovação ou veto. Como técnica de análise
dos atos de concentração, utiliza-se das diretrizes estipuladas pelas Guidelines norte-
americana, tais como: definição do mercado relevante, identificação dos agentes deste
mercado, cálculo e avaliação das participações de mercado e o grau de concentração, análise
dos possíveis efeitos anticoncorrenciais da operação, possibilidade de entrada neste mercado e
análise das eficiências. (SANTOS, 2006).
Ressalte-se que tais critérios não têm aplicabilidade absoluta, tratando-se de mera
indicação, vez que em alguns casos específicos, será inevitável a ocorrência de concentração
de mercado por causa de fatores como alto grau tecnológico da atividade, fontes de insumo,
além de restrição do próprio mercado consumidor. Assim, importante será a avaliação técnica
da SDE e SEAE, bem como do próprio CADE no julgamento, fornecendo dados reais do
mercado relevante, e as implicações diretas e indiretas da operação societária.
Ainda, a legislação prevê o compromisso de desempenho como instrumento de
garantia das eficiências previstas no § 1º do artigo 54 da Lei 8.884/94, viabilizando a
aprovação do ato. Trata-se de um acordo perpetrado entre a Administração e o agente
econômico partícipe de uma operação restritiva da concorrência, para viabilizar sua
aprovação. (SANTOS, 2006).
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3 MATERIAL E MÉTODOS
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
5 CONCLUSÃO
ABSTRACT
The abuse of the economic power causes domination of markets and arbitrary increase of the
profits. The function of the free market defense is the protection of the market, that is, the
search of the free competition and, while legally protected interest protege, whose bearer is
the collective, to assure the full exercise of the diffuse interests constitutionally assured. After
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the analysis of the evolution of the Brazilian concorrencial right, will be elencadas the forms
of analysis of the restrictive acts of the competition, for the CADE, finishing itself with the
practical cases of the Ambev and the acquisition of the Chocolates Boy S/A for Nestle' Brazil
Ltda. Thus, it will be verified that the agreements between companies could be recognized as
practical concentracionistas or not. The CADE is instrument of the promotion of the
economic policy of the Executive. In this context, the hypotheses must be considered where
practical the enterprise one, even so tipificada as infraction to the economic or restrictive
order to the free competition, rees-echo favorably in other aspects of the economy (economic
and technological development, reduction of the unemployment tax, generation of tributes,
improvement in the product quality or services, increase of the productivity). Metodológicos
procedures: the data had been collected through bibliographical research and the analysis of
global form. The conclusions say that, for the performance of the pedagogical paper of the
CADE are essential the partnership with institutions, such as university, justinian codes of
research, associations, agencies of the government. The CADE develops this paper through
the accomplishment of seminaries, courses, lectures, of the edition of the Magazine of
Economic law, the Annual Report and Cartilhas. The year-end results of this pedagogical
paper is present in the increasing academic interestfor the area, in the consolidation of the
rules antitrust next to the society and in the constant demand for the biggest quality technique
of the decisions.
6 REFERÊNCIAS
FONSECA, José Júlio Borges da. Direito antitruste e regime das concentrações
empresariais. São Paulo : Atlas, 1997, 184 p.
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FORGIONI, Paula. Fundamentos do Antitruste. 2. ed. São Paulo, Editora RT, 2005.
PINHEIRO, Armando Castelar. Judiciário e Economia no Brasil. São Paulo: Sumaré, 2000.