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Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência e a Concentração

de empresas no Agronegócio

RESUMO

Fusões de grandes grupos, como Brahma e Antárctica (AMBEV), recentes aquisições de


empresas de sementes pela Monsanto e negócios no setor de fertilizantes, envolvendo a
Cargill/Solorrico e Bunge/Manah, são exemplos do processo de concentração no agronegócio
brasileiro que devem passar pelo crivo do Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência, o
qual tem sua evolução, atribuições e procedimentos de análise examinados no artigo. A defesa
da concorrência não é um fim em si mesmo, mas um meio pelo qual se busca criar uma
economia eficiente. Em uma economia eficiente, os cidadãos dispõem da maior variedade de
produtos pelos menores preços possíveis e os indivíduos desfrutam de um nível máximo de
bem-estar econômico. O objetivo último da defesa da concorrência é tornar máximo o nível
de bem-estar econômico da sociedade. Economias competitivas são, também, uma condição
necessária para o desenvolvimento econômico sustentável a longo prazo. Nesse ambiente
econômico, as empresas defrontam-se com os incentivos adequados para aumentar a
produtividade e introduzir novos e melhores produtos, gerando crescimento econômico. No
Brasil, ainda que a legislação inicial sobre a matéria remonte aos anos 60, apenas ao longo do
último decênio, a defesa da concorrência passou a assumir caráter prioritário no contexto das
políticas públicas. Até então, as características que marcaram a economia brasileira ao longo
de décadas – forte presença do Estado, recurso a controle de preços, elevado nível de proteção
à indústria nacional, altos índices de inflação – eram incompatíveis com uma política eficaz
de defesa da concorrência.

PALAVRAS CHAVE: Defesa da concorrência. Concentração. Agronegócio.

1 INTRODUÇÃO

A década de 90 foi marcada por mudanças profundas, que exigiram uma rápida reestruturação
de diversos setores da economia. Os vários segmentos do agronegócio, diante da abertura
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comercial, estabilização da economia, mudanças nos padrões de consumo e mercados cada


vez mais concorrenciais, vêm adotando novas práticas competitivas, como: diversificação e
diferenciação de produtos, segmentação de mercado, desmobilização, foco no “core business”
e estabelecimento de alianças e parcerias com diversos agentes
do sistema agroindustrial.
Ante estas transformações, a indústria está passando por um processo de concentração
de capital. Com a reestruturação do agronegócio, principalmente via fusões e aquisições,
torna-se imprescindível a presença de aparatos institucionais que fiscalizem e regulamentem
as transações para evitar a exploração do poder de monopólio e a concorrência desleal, que
podem gerar prejuízos para o bem-estar social.
Como conseqüência, o número de consultas ao Sistema Brasileiro de Defesa da
Concorrência (SBDC) tem aumentado nos últimos anos, exigindo uma maior atuação do
governo na regulação desses mercados. Pode-se citar os casos com maior repercussão na
mídia, como a fusão da Brahma e da Antartica (AMBEV), as aquisições no setor de
fertilizantes (como a compra da Solorrico pela Cargill e da Manah pela Bunge), o cartel
imposto pela formação da BBA (Bolsa Brasileira do Álcool), as compras pela Monsanto da
Cargill Sementes e de outras empresas deste mesmo setor e a acusação de cartelização por
parte de algumas empresas de suco de laranja concentrado.
Deve-se destacar que os processos de fusões e aquisições podem produzir efeitos tanto
positivos quanto negativos sobre o bem-estar social e por este motivo cada caso deve ser
analisado de forma a avaliar-se seu resultado líquido.
Por outro lado, a adoção de condutas anticoncorrenciais, como cartelização, é
prejudicial à sociedade e deve ser condenada. A concorrência é uma condição para o
desenvolvimento econômico sustentável no longo prazo.

2 O PROCESSO DE CONCENTRAÇÃO DO AGRONEGÓCIO


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Assim como em vários outros segmentos da economia, os setores que compõem o


agronegócio vêm passando por um forte processo de reestruturação.
A simples leitura de jornais e revistas permite ao leitor a constatação do volume de
negócios de fusões e aquisições envolvendo empresas diretamente ligadas aos diversos
sistemas agroindustriais, desde o setor de insumos (como fertilizantes e sementes), passando
pela indústria de alimentos, até o varejo.
Um levantamento realizado pela empresa de consultoria Price Waterhouse e Coopers
aponta que a totalidade das transações comerciais envolvendo atos de concentração divulgada
pela imprensa ao longo da década de 90 foi de 3.276. Deste total, os setores de alimentação e
fumo foram responsáveis por 343 operações, ficando atrás apenas dos setores de química e
petroquímica, que totalizaram 413 operações.
Uma das conseqüências diretas do atual “boom” de fusões e aquisições é o aumento do
grau de concentração de capital.
Este novo ambiente competitivo, com uma economia mais aberta e menos
regulamentada, associado à entrada de grandes grupos internacionais, aumentando a
concentração do setor passa a exigir uma maior atuação do governo sob a ótica de regulação
do mercado. Neste sentido, tem-se buscado o fortalecimento das políticas antitruste, e o
Estado passa a priorizar ações que visam a promoção e defesa da concorrência sem, no
entanto, serem necessariamente intervencionistas, Como foram no passado.

Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência

O Sistema Brasilerio de Defesa daConcorrência (SBDC) passa a ter um papel


cada vez mais fundamental para a promoção do bem-estar econômico da sociedade. A
legislação antitruste vem procurando se adequar para atender a essa nova demanda e
atualmente o SBDC é apoiado basicamente em três órgãos: Secretaria de Direito Econômico –
SDE, do Ministério da Justiça, Secretaria de Acompanhamento Econômico – SEAE, do
Ministério da Fazenda e o Conselho Administrativo de Defesa Econômica– CADE, que é uma
autarquia ligada ao Ministério da Justiça.
Segundo a legislação em vigor, o sistema será acionado toda vez que ocorrer
uma das seguintes situações:
Fusões e aquisições, em que qualquer dos participantes ou seu grupo econômico tenha
registrado faturamento bruto anual, no último balanço, superior a R$ 400 milhões ou
represente uma parcela do mercado acima de 20%. Em ambos os casos, as empresas
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envolvidas devem, obrigatoriamente, comunicar o ato ao SBDC para sua avaliação. As fusões
e aquisições entram no Sistema como ato de concentração.
Denúncias de práticas anticoncorrenciais, como indícios de cartelização de empresas,
preços predatórios, vendas casadas, restrições territoriais etc. Essas denúncias são
encaminhadas como processos administrativos.

Encaminhamento dos atos de concentração e processos administrativos

Em qualquer das situações acima, a SDE deverá ser sempre comunicada. No caso de
atos de concentração, o processo é encaminhado para a SEAE, que terá 30 dias para elaborar
um parecer3, avaliando o efeito líquido econômico do ato para a sociedade, sugerindo: i) a
aprovação do ato na forma proposta, ii) aprovação com restrições, ou iii) não-aprovação. Esta
análise é novamente encaminhada à SDE que, da mesma forma, terá mais 30 dias para emitir
um novo parecer, incorporando enfoque jurídico àquele primeiro. Esta é a fase de instrução do
processo. De posse das duas análises, o CADE finalmente emite um parecer próprio,
apresentando o veredicto final, constituindo-se, portanto, na etapa judicante.
No caso de processos administrativos, os indícios de infração da ordem econômica
podem ser encaminhados por qualquer interessado à SDE e caso estes não sejam suficientes
para instauração imediata do processo, serão abertas averiguações preliminares que devem ser
concluídas dentro de sessenta dias, o que irá determinar i) a instauração do processo ou ii) o
seu arquivamento. Caso haja efetivamente a instauração do processo, a SAE será informada
pela Secretaria de Direito Econômico, por ofício, para, querendo, emitir parecer sobre as
matérias de sua especialização, o qual deverá ser apresentado antes do encerramento da
instrução processual. Daí os processos elaborados por ambas as Secretarias são encaminhados
ao CADE para o julgamento.

Procedimento de análise de atos de concentração


Os atos de concentração ensejam, potencialmente, efeitos tanto positivos quanto
negativos sobre o bem-estar econômico. As concentrações podem, ao reduzir o número de
concorrentes em um mercado, facilitar a adoção de condutas que reduzem o bem-estar, como
aumento de preços, reduções na quantidade, qualidade e variedade de produtos disponíveis,
entre outras. Por outro lado, os atos de concentração podem proporcionar ganhos de escala e
escopo, reduzir os custos de transação etc. Assim, uma aquisição ou fusão não pode ser per se
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aprovada ou condenada, exigindo a aplicação da regra da razão para julgar o seu efeito
líquido.
Primeira etapa: a primeira preocupação da análise refere-se à definição do mercado
relevante que é a identificação do conjunto de agentes econômicos (consumidores e
produtores) que efetivamente limitam as decisões referentes a preços e quantidades da
empresa concentrada;
O mercado relevante se determinará em termos dos produtos e serviços que o
compõem (dimensão produto) e da área geográfica para a qual a venda destes produtos é
economicamente viável (dimensão geográfica).
Segunda etapa: esta etapa é caracterizada pela determinação da parcela de mercado. A SEAE
considerará que uma concentração gera o controle de parcela de mercado suficientemente alta
para viabilizar o exercício unilateral de poder de mercado sempre que resultar em uma
participação igual ou superior a 20% do mercado relevante. Além disso, a SEAE considerará
também que uma concentração gera o controle de uma parcela de mercado suficientemente
alta para viabilizar o exercício coordenado de poder de mercado sempre que as quatro maiores
empresas (C4) detiverem 75% ou mais de participação no mercado relevante e a participação
da empresa concentrada for igual ou superior a 10% desse mesmo mercado.
Os atos que não gerarem o controle de uma parcela de mercado suficientemente alta
obterão parecer favorável da SEAE, sendo dispensável a continuação da análise.
Terceira etapa: Nesta etapa são analisadas as condições para o exercício de poder de
mercado e neste sentido, examina-se a possibilidade de as importações e da entrada de novas
empresas inibirem o exercício de poder de mercado unilateral ou coordenado da empresa
concentrada. A efetividade da competição entre a empresa concentrada e seus rivais pode
converter em pouco provável o exercício de poder de mercado ainda que as importações não
sejam expressivas e a entrada não seja “fácil” nem suficiente. Quando a probabilidade de
exercício de poder de mercado for improvável, a concentração receberá conceito favorável.
Caso contrário, a
análise será continuada.
Quarta etapa: Nesta etapa examinam-se os benefícios econômicos gerados pelo ato e que
não poderiam ser gerados de outra forma. As eficiências específicas da concentração
econômica podem se dar sob a forma de economias de escala, de escopo, da redução dos
custos de transação, da introdução de uma tecnologia mais produtiva, de apropriação de
externalidades positivas ou eliminação de externalidades negativas e da geração de um poder
compensatório.
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Quinta etapa: Nesta última etapa é feita uma avaliação da relação entre custos e benefícios
derivados da concentração e emite-se o conceito final. Quando os benefícios econômicos à
sociedade forem superiores aos custos a SEAE emitirá um parecer favorável à concentração.
Caso contrário, a SEAE recomendará a proibição da concentração ou condicionará
sua aprovação à adoção de medidas que considere necessárias.

O SBDC e o agronegócio

O aumento das transações de fusões e aquisições e das acusações de práticas


anticoncorrenciais nos diversos setores que compõem o agronegócio, nos últimos anos, pode
ser percebido pelo crescimento do número de atos e processos submetidos ao SBDC.
Será apresentado, a seguir, um panorama sucinto de alguns dos principais
segmentos do agronegócio:
Insumos: setores produtores de insumos agrícolas, como os de sementes, fertilizantes,
agroquímicos e tratores, vêm passando por um forte processo de reestruturação na década de
90. Empresas originariamente do setor de agroquímicos passaram a atuar no setor de
sementes, principalmente, por meio da aquisição de empresas deste segmento. Nos setores de
fertilizantes também houve várias operações de aquisição, intensificadas após as
privatizações. Pode-se verificar também uma forte movimentação de compras dessas
empresas de fertilizantes principalmente por agroindústrias e tradings, que passam, ainda, a
exercer um papel financiador do sistema produtivo, por meio de contratos que vinculam a
venda de insumos à entrega de grãos, como a soja.
Soja: na indústria de derivados de soja, o processo de reestruturação encontra-se bastante
avançado, como na maior parte dos países produtores dessa oleaginosa. Na década de 90,
houve aumento do grau de concentração industrial e vários “global players” do setor entraram
no Brasil, conquistando expressivas do mercado nacional.
A maioria das empresas que entrou no setor o fez por meio da aquisição de
outras, dado o menor custo desta operação se comparada à construção de
nova capacidade produtiva, principalmente em um segmento com elevado
grau de ociosidade como este.
Laranja: a indústria de suco de laranja é um oligopólio/oligopsônio altamente concentrado,
no qual as empresas de capital externo também têm aumentado sua participação nas
exportações totais. Várias operações de fusões e aquisições ocorreram no setor na década de
90, o que contribuiu para elevar o grau de concentração atualmente existente na indústria.
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Essa condição, associada ao fim do contrato padrão, o grande crescimento da oferta de laranja
no mercado interno e estagnação do consumo de suco de laranja concentrado no mercado
mundial têm gerado algumas tensões no relacionamento entre produtores e agroindústria,
provocando inclusive o encaminhamento de denúncia por parte dos produtores de formação
de cartel por algumas indústrias, atualmente em fase de análise no sistema de defesa da
concorrência.
Café: o segmento de torrefação e moagem de café também vem apresentando tendência de
concentração nos últimos anos. No entanto, esta foi, em grande parte, ditada pela empresa
líder, que tem aumentado sua participação no mercado. Este setor possui baixo grau de
concentração se comparado a outros setores, mas acredita-se que novas transações de fusões e
aquisições virão a ocorrer nesta indústria. No setor de café solúvel, ao contrário, o grau de
concentração é muito elevado.
Lácteos: a indústria de produtos lácteos apresenta grau de concentração médio se comparado
ao das outras indústrias analisadas, quando considerada a captação de leite das empresas. Já se
consideradas as vendas de derivados lácteos, a concentração é maior. O processo de
reestruturação nesta indústria, no entanto, está longe de terminar e importantes empresas
transnacionais ainda deverão entrar no setor. A situação das cooperativas lácteas ainda é uma
incógnita e já se pode observar que estas têm perdido participação no mercado nacional.
Atualmente, o setor de lácteos no Mercosul está passando por uma onda de aquisições e
parcerias, em que várias empresas da Argentina e do Uruguai procuram posicionar-se no
mercado brasileiro, dado o baixo crescimento de seus mercados originários.
Varejo: finalmente, no setor varejista, o processo de fusões e aquisições intensificou-se nos
últimos anos e as grandes redes de supermercado vêm ampliando cada vez mais sua
participação no mercado, o que determina o crescimento dos índices de concentração em
algumas áreas geográficas. Os setores mais pulverizados da indústria de alimentos, como o de
laticínios e o de café torrado e moído poderão ter dificuldades para negociar principalmente
com as grandes redes que possuem elevado poder de barganha.

3 MATERIAL E MÉTODOS

Trata-se de uma pesquisa do tipo bibliográfica. Este trabalho ativo de leitura e reflexão
é que possibilita a produção do conhecimento a respeito de um assunto sobre o qual existiam
muitas interrogações. Assim sendo, a principal fonte de dados foi obtida através de pesquisa
bibliográfica com a consulta em livros, revistas, sites, artigos, monografias, enfim, em
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diversos estilos de bibliografia que dizem respeito ao sistema brasileiro de defesa da


concorrência e sua influência no agronegócio.
A pesquisa tem um caráter teórico. O fato de ser considerada teórica se deve aos
conhecimentos construídos cientificamente sobre o tema em questão por estudiosos
anteriormente e que servem de fonte atualmente. A análise dos dados ocorreu de forma
qualitativa.

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

A fusão entre as concorrentes Sadia e Perdigão pode ser suspensa pelo Conselho
Administrativo de Defesa Econômica (Cade), do Ministério da Justiça, caso venha a ser
confirmada. O negócio está sendo visto como um dos maiores desafios ao órgão antitruste por
criar uma grande empresa e envolver diversos mercados no setor de alimentos.
Conforme o Valor Econômico, nos últimos anos o Cade tem determinado a suspensão
de fusões e de aquisições com características semelhantes a essa. O objetivo é evitar o fato
consumado: preservar as estruturas das empresas em separado para que, caso o Cade conclua
que deva vetar o negócio no futuro, essa decisão possa ser tomada. Isso ocorreu com a compra
da Garoto pela Nestlé e com a aquisição da Varig pela Gol.
A expectativa inicial é que a suspensão do negócio Sadia-Perdigão não se dê de
maneira traumática, ou como imposição do órgão antitruste às empresas. Assim que o negócio
for confirmado, os conselheiros do Cade deverão convocar representantes de ambas para
negociar os termos de um acordo, indicando ponto a ponto quais ativos não poderão ser
unificados. Será uma negociação entre as autoridades e as companhias, num chamado Acordo
de Preservação da Reversibilidade da Operação (Apro).
Caso as empresas se neguem a negociar, o Cade deverá impor a separação por meio de
medida cautelar. Mas essa é uma determinação que ambas as partes querem evitar. A
imposição é ruim para o Cade, pois as companhias podem recorrer à Justiça para derrubá-la. É
ruim também para as empresas, já que caberá ao órgão antitruste dar a palavra final sobre o
negócio.
Em 2008, o Cade aprovou a compra da Eleva pela Perdigão. Na ocasião, os
conselheiros falaram que a concorrência com a Sadia garantia a competição no setor, apesar
de elevadas concentrações em alguns mercado, como no de carnes industrializadas. No caso
da Sadia-Perdigão, o órgão antitruste terá de analisar todos os negócios das companhias, da
venda de carnes e frangos à de produtos específicos, como pizzas congeladas
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5 CONCLUSÃO

A reestruturação dos vários segmentos do agronegócio, principalmente via fusões


e aquisições, tem influenciado o ambiente competitivo por meio da modificação da estrutura
industrial e das novas práticas competitivas que provocam impactos sobre todos os segmentos
do sistema agroindustrial, promovendo, inclusive, alterações nas relações entre os agentes
desse sistema.
Concomitantemente, o papel intervencionista do Estado nos mercados agrícolas e
agroindustriais tende a ser cada vez menor, focando-se em setores e regiões menos
favorecidas. Nem por isso, a atuação do governo perde importância: em uma economia
globalizada e com menos intervenção estatal, o fortalecimento e aperfeiçoamento do sistema
de defesa da concorrência torna-se cada vez mais desejável e necessário para o bem-estar
econômico. Há apenas uma mudança na forma de atuação.

ABSTRACT
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Mergers of large groups such as Brahma and Antarctica (AmBev), recent acquisitions of seed
companies Monsanto and the business sector of fertilizers, involving Cargill / Solorrico and
Bunge / Manah, are examples of the concentration in the Brazilian agribusiness that must pass
the scrutiny of the Brazilian System for Protection of Competition, which has its evolution,
functions and procedures of analysis discussed in the article. Competition advocacy is not an
end in itself but a means by which it seeks to create an efficient economy. In an efficient
economy, citizens have the greatest variety of products for the lowest prices possible and
individuals enjoy a level of economic well-being. The ultimate goal of protection of
competition is to make the maximum level of economic well-being of society. Competitive
economies are also a prerequisite for sustainable economic development in the long term. In
this economic environment, companies are faced with the appropriate incentives to increase
productivity and introduce new and better products, generating economic growth. In Brazil,
though the original legislation on the subject dates back to the 60s, just over the last decade,
the protection of competition began to take priority in the character of public policy. Until
then, the characteristics that marked the Brazilian economy for decades - strong presence of
the state, the use of price controls, high level of protection to domestic industry, high rates of
inflation - were incompatible with an effective policy of protection of competition.

KEYWORDS: Free market defense. Concentration. Agronegócio

6 REFERÊNCIAS
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BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil.

Guia Para Análise Econômica de Atos de Concentração. Ministério da Fazenda – Secretaria


de Acompanhamento Econômico, 1999.

Leme, M.F.P. Concentração e Internacionalização de Capital na Indústria Brasileira de


Alimentos. Piracicaba, 1999. 89p. Dissertação (Mestrado) – Escola Superior de Agricultura
“Luiz de Queiróz”, Universidade de São Paulo.

PINHEIRO, Armando Castelar; SADDI, Jairo. Direito, Economia e Mercados. Rio de


Janeiro: Campus e Elsevier, 2005.

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