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EXECUTIVOS

DA SAÚDE
Maio/2023 - 3ª ed.

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redes sociais:

O Desafio da
Gestão do maior
Complexo da
América Latina

Eng Antonio José - Superintendente do


Hospital das Clinicas da FMUSP

QUALIDADE NA SAÚDE GESTÃO DESTAQUE


O Programa Nacional de A importância da Big Data, Estatística
Segurança do Paciente inteligência emocional e “quem comeu a
completou 10 anos! para gestão de alta galinha”?
performance
ARTIGOS E MATÉRIAS
SUMÁRIO 3 Atualidades
Calotes em Plantonistas

capa
7 O desafio da Gestão do maior complexo
da América Latina - HCFMUSP

qualidade na saúde
19 O programa nacional de segurança do
paciente completou 10 anos!

gestão
24 A importância da inteligência emociona
para gestão de alta performance

26 big data
Estatística e “quem comeu a galinha”?

informações para médicos


28 Valores de Honorários Médicos
Praticados no Brasil

32 contabilidade na saúde
Planejar para Economizar!

SAÚDE GLOBAL
39 Três anos de Covid-19: como podemos
chegar ao fim da pandemia?

42 STARTUPS
As inovações das 3 healthtechs brasileiras

46 EVENTOS 2023
Fique por dentro dos eventos sobre à saúde.
ATUALIDADES

CALOTE EM PLANTONISTAS
POR EVERTON RICARDO ARAGÃO ARRAES

Falta de pagamento dos médicos enfrentar dificuldades financeiras, o que po-


no Brasil de levar a uma redução da qualidade dos
serviços prestados, além de prejudicar sua
Atrasos nos pagamentos dos médicos são saúde emocional e física. Já os pacientes po-
uma questão séria e que pode ter diversas dem ter dificuldades para agendar consultas
causas, como problemas financeiros nas ins- e exames, e enfrentar longas filas e atrasos
tituições de saúde, atrasos nos repasses de nos atendimentos.
verbas por parte dos governos ou planos de
saúde, falhas no processamento de paga- Para solucionar essa questão, é necessário
mentos, entre outras. que haja transparência e responsabilidade na
gestão financeira dos serviços de saúde, a-
Essa situação pode trazer prejuízos para lém de políticas públicas que incentivem a
todos os envolvidos, pois os médicos po- valorização e remuneração adequada dos
dem ficar desmotivados e até mesmo parar profissionais da área. É fundamental tam-
de trabalhar, comprometendo a qualidade bém que os gestores das instituições de saú-
do atendimento e a saúde dos pacientes. A- de tenham uma gestão financeira eficiente,
lém disso, pode gerar processos judiciais e com controle de gastos e priorização do pa-
até mesmo o fechamento de instituições de gamento dos médicos e demais profissionais
saúde. da equipe de saúde. A comunicação aberta
entre médicos, gestores e pacientes também
Situações como essa, podem gerar conse- é importante para que sejam encontradas so-
quências graves tanto para os médicos co- luções para as dificuldades financeiras en-
mo para os pacientes e para o sistema de frentadas pelas instituições de saúde.
saúde como um todo. Os médicos podem

03
REVISTA EXECUTIVOS DA SAÚDE

O atraso no pagamento dos médicos é uma


situação muito preocupante e pode ter diver-
sos impactos negativos. Além de gerar es-
tresse e ansiedade nos profissionais, pode
prejudicar a qualidade dos serviços presta-
dos e afetar a saúde financeira dos médicos
e suas famílias.

Se o atraso no pagamento ocorre em insti-


tuições públicas, os médicos podem buscar
apoio em seus sindicatos ou em órgãos pú-
blicos responsáveis pela fiscalização da ges- Everton Ricardo - Diretor Executivo
tão dos recursos públicos. Em alguns casos,
pode ser necessário recorrer à Justiça para Uma busca no site Jusbrasil pelas palavras-
garantir o pagamento. chave "cobrança plantão médico" impressio-
na: mais de 10 mil resultados. De um lado,
No caso de instituições privadas, é impor- diferentes instituições, como cooperativas,
tante que os médicos tenham contratos bem organizações sociais (OS), empresas de saú-
definidos e que incluam prazos para o paga- de e mesmo prefeituras ou outros entes pú-
mento dos serviços prestados. Se houver a- blicos; e do outro, geralmente médicos com
trasos, é importante que os médicos bus- uma queixa comum: a não remuneração a-
quem negociar com a instituição para evitar ─
pós plantões médicos um calote.
que a situação se agrave.
Entre os vários processos registrados no site
Em todos os casos, é importante manter re- de informações jurídicas, há o de um médico
gistros precisos das consultas e procedimen- mineiro contratado por uma empresa de saú-
tos realizados, além de documentar os pra- de via credenciamento. O profissional afir-
zos de pagamento acordados. Isso pode aju- ma que realizou oito plantões, um deles na
dar em caso de necessidade de uma inter- noite de Natal, e não foi remunerado por ne-
venção legal para resolver a situação. nhuma das 120 horas de trabalho.

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REVISTA EXECUTIVOS DA SAÚDE

A precariedade de vínculos trabalhistas tam- que eles possam agir junto à secretaria de
bém contribui para a maior rotatividade da saúde, à Prefeitura ou ao Governo Estadual.
mão de obra médica e, por consequência,
para a falta de investimento em capacitação Segundo o advogado, na ausência de paga-
e aperfeiçoamento do profissional, uma vez mento dos honorários médicos, o próprio
que o empregador dificilmente investirá em ente público contratante da OS ou da coo-
um médico que não permanecerá por muito perativa também pode ser responsabilizado,
tempo na empresa. então frequentemente os contratos com es-
sas empresas contêm uma cláusula penal
Como se precaver dos calotes? com determinação de multa, e até de res-
cisão contratual, em caso de não
Os calotes médicos infelizmente são uma cumprimento dos termos acordados.
realidade no mercado de saúde, mas existem
algumas medidas que podem ser tomadas
para se precaver dessa situação;

Segundo Everton Ricardo, para se precaver,


o médico deve assinar um contrato e, caso o
pagamento não seja realizado, o profissional
pode então entrar com uma ação de cobran-
ça. Se a dívida não ultrapassar 40 salários
mínimos, a ação pode ser feita no Juizado
Especial Cível (antigo Juizado de Pequenas
Causas).

Outra providência possível, é fazer denúnci-


as para a Secretária de Saúde do Município
ou do Estado, ou seja, do órgão que contra-
tou a cooperativa ou a organização social
que “deu o calote”.

Os profissionais também podem fazer


denúncias aos sindicatos dos médicos, para

05
(11) 98894-0295
CAPA

O DESAFIO DA GESTÃO DO
MAIOR COMPLEXO DA AMÉRICA
LATINA
POR ANTÔNIO JOSÉ RODRIGUES PEREIRA, SUPERINTENDENTE DO HCFMUSP

Com nove institutos especializados, o de atenção com excelência na assistência,


Hospital das Clínicas da Faculdade de ensino e pesquisa, visando melhorar a qua-
Medicina da USP (HCFMUSP) é, lidade, acesso e equidade do sistema, o que
atualmente, o maior complexo hospita- tem se concretizado dia após dia.
lar da América Latina.
A tecnologia auxilia o atendimento público
Somos reconhecidos por projetos pioneiros de saúde de ponta a ponta, e permite a im-
e pelo atendimento de qualidade, fruto de plementação de diferentes soluções. Além
uma construção coletiva de mais de 20 mil disso, ter um planejamento estratégico é es-
colaboradores e do apoio de instituições sencial e torna possível antecipar possíveis
como a Fundação Zerbini e a Fundação percalços e buscar melhorar cada vez mais o
Faculdade de Medicina. Além disso, o atendimento público de saúde.
Complexo é norteado pela gestão de indi-
cadores, por meio de metas claras, esta- Gerir tamanha estrutura é um desafio cons-
belecidas previamente e acompanhadas ao tante, mas que tem sido possível graças a
longo do ano. uma administração superior (Conselho Deli-
berativo, Conselho Consultivo, Diretoria
A transformação digital traz mudanças sig- Clínica e Superintendência).
nificativas, inclusive para o atendimento
público de saúde. Para hospitais, o surgi- Não à toa, o HCFMUSP foi considerado o
mento de tecnologias capazes de auxiliar melhor hospital público do Brasil e ficou em
nos cuidados é imprescindível. Como mis- sexto lugar entre os melhores hospitais
são, buscamos ser protagonista em ino- (particulares e públicos) do país, subindo
vação em Saúde Digital em todos os níveis duas posições em relação ao ano de 2022,

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REVISTA EXECUTIVOS DA SAÚDE

no ranking World's Best Hospitals 2023, As três alas do Instituto Central foram to-
uma parceria da revista Newsweek com a talmente reformadas e dimensionadas con-
empresa de dados global Statista. forme às legislações vigentes, com moderna
infraestrutura e acabamentos de primeira li-
nha, seguindo padrões de ambientação mais
Obras e investimentos
humanizada e de excelência no atendimento,
Desde 2019, o Hospital das Clínicas da que beneficiam pacientes do Sistema Único
FMUSP investiu R$230 milhões em obras, de Saúde (SUS) em três especialidades:
trazendo melhorias, modernização, atendi- Reumatologia, Geriatria e Trauma.
mento as legislações e humanização em
seus Institutos. A Unidade de Internação da Reumatologia,
que contava com 16 leitos, passou a operar
Em 2022, três novas alas do Instituto Cen- com 22, sendo 8 de internação de curta
tral do HCFMUSP foram entregues. As me- permanência para pulsoterapia na modalida-
lhorias tiveram investimentos tanto para re- de Hospital Dia e 14 de internação de longa
formas como também para aquisição de
insumos e custeio.

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REVISTA EXECUTIVOS DA SAÚDE

duração. A Unidade de Internação da Geria- Já o Prédio dos Ambulatórios recebeu gran-


tria passou a contar com 26 leitos distribuí- des investimentos para reforma e moderni-
dos em 13 quartos, todos modernizados e zação dos blocos 1,2 e 3 do Centro Cirúr-
com banheiros próprios. gico (30 salas cirúrgicas) sendo que 15 delas
já foram entregues em 2022. Implantação de
Já a Unidade de Terapia Intensiva do Trau- sala robótica e sala híbrida com hemodinâ-
ma tem 12 leitos individualizados, sendo 2 mica; reforma setor Acolhimento PAMB
de isolamento com um posto de enferma- com adequação do cadastro, entrada, rampas
gem para cada 2 leitos, promovendo um e acessos, entrega de macas, banheiros para
monitoramento mais próximo e seguro. A pacientes, setores de exames para Gastro
área também passou a contar com uma cen- Nefro e Função Pulmonar; implantação do
tral de monitorização e estativas de gases setor de Tele Saúde; revitalização das circu-
medicinais. lações e esperas.

Além da qualificação dos ambientes assis- No Centro de Atendimento Médico houve


tenciais, todas as alas tiveram suas respecti- investimento para a ampliação do 3° pavi-
vas áreas técnicas e de apoio reformadas e mento com implantação de 15 leitos e exe-
iniciaram as suas operações em dezembro cução de Pronto Atendimento no Térreo;
de 2022, após fase de adaptação e treina- reforma para implantação de setor de acolhi-
mento de equipes. mento do centro cirúrgico 9º andar; reforma
e adequação de alguns Laboratórios da Di-
Também foram realizadas ampliações e mo- visão de Laboratório Central e reforma para
dernizações e adequações as legislações vi- implantação de copa e vestiários para cola-
gentes em diversas alas do Instituto Central, boradores do laboratório.
como nas Unidades de Internação do Trans-
plante Renal; Unidades Clinica de Terapia
Celular (Transplante de Medula Óssea);
Unidade de Internação Ala DS Gastroente-
rologia; nas Unidades de Internação e áreas
administrativas da Divisão de Ginecologia.

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REVISTA EXECUTIVOS DA SAÚDE

No Instituto da Criança foi realizada re- o Laboratório de Atividade Física, melho-


forma para adequação e modernização de rando a infraestrutura para pacientes.
terapia renal e do Centro de Terapia Inten-
Novos prédios
siva Pediátrica; retrofit da Unidade de Inter-
nação Especialidades; execução de obra de Em uma parceria inédita, a USP vai investir
reforma, adequação e modernização das R$150 milhões na ampliação do complexo
Unidades de Internação e da Unidade da do Hospital das Clínicas com construção de
Farmácia e Gastro. Os Institutos de Psiquia- dois novos prédios: o Centro de Pesquisas
tria e de Ortopedia também receberam in- Clínicas e o Instituto Dr. Ovídio Pires de
vestimento para reforma, ampliação e mo- Campos. A ampliação do complexo com a
dernização, além da implantação de novos construção dos edifícios vai aumentar a ca-
equipamentos pacidade de atendimento do HC nas espe-
cialidades de oftalmologia, otorrinolaringo-
O Hospital Auxiliar de Suzano, que tem logia, bucomaxilo, cabeça e pescoço e cirur-
uma forma de assistência focada nos pacien- gia plástica craniofacial.
tes de longa permanência, também teve in-
vestimento para reforma do prédio existente O Instituto Dr. Ovídio Pires de Campos se
(110 leitos) e construção de um novo prédio juntará aos oito já existentes no complexo
com 120 leitos. Já a Casa da Aids reformou do HC. As obras devem ser iniciadas no

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REVISTA EXECUTIVOS DA SAÚDE

primeiro semestre de 2023, com duração Já o novo Instituto Perdizes do Hospital das
prevista de 24 meses. O instituto contará Clínicas da Faculdade de Medicina da USP
com 14 salas cirúrgicas, 17 leitos de recupe- (HCFMUSP) foi inaugurado em novembro
ração cirúrgica e outros 10 de UTI. A nova de 2022. A unidade agora conta com 200
estrutura permitirá ainda aumentar em 178% leitos, sendo 80 para pacientes em tratamen-
a capacidade mensal de realização de cirur- to contra álcool e drogas e 120 para reta-
gias ambulatoriais, em 75% a realização de guarda do complexo HCFMUSP. O edifício
cirurgias de grande porte, que necessitam de tem uma área de 23 mil m² e abriga um
internação, e em 47% as consultas ambula- centro de tratamento de doenças relaciona-
toriais nas especialidades abrangidas. das ao uso de álcool e drogas, unidade de
hospital-dia, 80 leitos de internação, ambu-
O novo Centro de Pesquisas Clínicas será latórios médicos e multiprofissionais, giná-
uma estrutura centralizada e profissionaliza- sio de fisioterapia e atividades físicas e espa-
da para o recrutamento e acompanhamento ços de convivência e reuniões terapêuticas,
de pacientes e voluntários dos estudos clí- com total estrutura para que o paciente re-
nicos que são realizados no complexo do ferenciado tenha assistência integral no tra-
HC, seguindo padrões nacionais e interna- tamento à dependência química, com base
cionais em pesquisa avançada. nos protocolos adotados pelo Instituto de
Psiquiatria do HCFMUSP, que é referência
Além disso, R$ 20 milhões serão destinados na especialidade.
para a aquisição de equipamentos para os
centros cirúrgicos. O local contempla ainda uma unidade de
internação de transição de cuidados de pa-
cientes em diversas especialidades, com 120
leitos para a assistência integral a casos
agudos não-críticos, possibilitando melhor
rotatividade dos leitos de internação dos de-
mais institutos do complexo HCFMUSP.

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REVISTA EXECUTIVOS DA SAÚDE

Saúde é feita de gente Atrair e reter talentos nesse cenário exige


muito mais energia e dedicação dos profis-
Costumo dizer que Saúde é feita de gente e sionais que atuam com gestão de pessoas,
ter gente competente, comprometida e que que precisam elaborar programas que supe-
entenda seu papel dentro de um hospital rem bons salários e benefícios. Ao mesmo
universitário é essencial. De nada adianta tempo, encontrar aqueles que realmente se
todos os investimentos em obras e equipa- identificam com os valores das empresas se
mentos se não houver uma política para torna uma necessidade para mantê-las com-
mantermos os bons colaboradores. Retenção petitivas em um mercado exigente e ávido
de talentos é um dos grandes desafios para por inovação.
os gestores atualmente, em especial porque,
nas últimas décadas, aconteceram mudanças Por isso, no HCFMUSP investimentos na
profundas na maneira como as pessoas en- qualificação de excelência para esses novos
caram a vida profissional. profissionais. Na Escola de Educação Per-
manente temos o Centro de Simulação para
Treinamento com Realidade Virtual em par-
ceria com o Instituto Simutec;

Projetos inovadores

A estrutura do HCFMUSP conta com


Centros de Inovação (CITs) em todos os
institutos, que são interligados ao InovaHC
(Núcleo de Inovação). Essa cultura de
inovação possibilita diversas aplicações, e
tenho a honra de apresentar algumas delas a
seguir.

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REVISTA EXECUTIVOS DA SAÚDE

OpenCare 5G - com o uso do 5G, o Entre as metas está, por exemplo, realizar
Complexo atua, inicialmente, para realizar 40% de todos os atendimentos do
exames de ultrassom e acompanhamento de HCFMUSP a distância e o monitoramento
cirurgia a distância. A iniciativa funciona de 30 mil pacientes crônicos até o fim de
por meio de uma rede privativa em 3,5 GHz 2023.
e arquitetura Open RAN.
APS Digital - médicos e pacientes, indepen-
A realização do ultrassom, por exemplo, dente da distância física, podem se conectar,
poderá auxiliar no pré-natal de grávidas de por meio de chamada de vídeo, para resolver
comunidades distantes, agilizando a fila de casos na atenção primária. Isso evita o avan-
espera e garantindo um atendimento mais ço da doença, já que o tratamento é iniciado,
universal. A solução conta com a coordena- e reduz a sobrecarga nos outros níveis de
ção da Deloitte e a parceria de um ecossis- atenção.
tema de empresas.
Um projeto piloto, na UBS de Paissandu, no
Better Health Programme Brazil - o Pará, mostrou que 90,9% dos casos foram
projeto é uma parceria do HCFMUSP com resolvidos com apoio da equipe de saúde
o governo britânico, que oferece insumos local - ou seja, a minoria precisou ser enca-
técnicos e operacionais. Ao todo, 20 ini- minhada para um centro especializado. O
ciativas foram selecionadas para entregar o local encontra dificuldade de reter médicos,
rol das inovações. já que são aproximadamente seis horas até
Santarém, num percurso de estrada de terra
O projeto pretende atuar em três pilares: e balsa.
melhorar o atendimento na atenção primá-
ria; levar a implementação das ferramentas
digitais desenvolvidas a todos os níveis de
atendimento na rede de saúde; e capacitar
profissionais do sistema público de saúde e
se adaptar às realidades regionais do país.

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REVISTA EXECUTIVOS DA SAÚDE

A importância do SUS e seus Falta de receitas para o setor, alto custo de


desafios aquisição e manutenção de equipamentos e
medicamentos, aumento da expectativa de
O Sistema Único de Saúde (SUS) é refe- vida do brasileiro e crescimento populacio-
rência mundial, sendo o Brasil o único país nal acima da média são apenas alguns gar-
com mais de 200 milhões de habitantes a galos que a gestão pública brasileira enfren-
oferecer a saúde pública de forma universal. ta todos os dias na tentativa de oferecer um
bom atendimento público de saúde. Digo
O país também se destaca pelo Programa isso para afirmar que a saúde pública tem
Nacional de Imunizações (PNI), criado em um potencial gigantesco, mas precisa supe-
1973, que tem atuado como modelo de erra- rar os desafios se quiser se consolidar como
dicação de doenças, e o Sistema Nacional direito de todos e dever do Estado, conforme
de Transplantes (SNT), o maior programa previsto na Constituição de 1988.
público de transplante de órgãos, tecidos e
células do mundo - sendo que 88% dos pro- Para avançar, o SUS precisa lidar com o
cedimentos são financiados pelo SUS. subfinanciamento, já que investe apenas a
metade dos valores médios dos países inte-
Vale mencionar também a vigilância epide- grantes da Organização para a Cooperação
miológica e sanitária. A primeira é respon- de Desenvolvimento Econômico (OCDE).
sável pelo mapeamento de doenças, como a O Instituto Brasileiro de Geografia e
Covid-19, a compreensão da transmissão, Estatística (IBGE) aponta que, em 2019,
fatores de risco e estabelecimento de polí- enquanto o país investiu 3,8% do PIB em
ticas de saúde pública. Já a segunda, atua saúde, a média dos países da OCDE foi de
nos problemas sanitários, fiscalizando e in- 6,5%.
tervindo em setores como comércios, por-
tos, fronteiras, entre outros. Outro relatório, da OCDE, alerta que o SUS
precisa oferecer melhores estratégias de pre-
venção e saúde pública, além de acompa-
nhar a trajetória clínica dos pacientes para
monitorar regularmente a qualidade e de-
sempenho dos serviços de saúde.

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REVISTA EXECUTIVOS DA SAÚDE

Desta forma, a falta de comunicação entre É importante que os profissionais responsá-


os níveis de atenção é um obstáculo a ser veis pelo gerenciamento de processos te-
superado. Instalar uma cultura de prevenção nham experiência não somente na área da
pode evitar a pressão sobre esse tipo de saúde, mas também em gestão e em funções
atendimento. Já existem ações como mutirõ- administrativas. Também é necessário o
es de vacinação, orientações para prevenção acompanhamento de perto, cobrando resul-
de doenças, Programa Saúde da Família, tados efetivos e o cumprimento das metas
Programa Remédio em Casa e acompanha- estabelecidas. O HCFMUSP, dentro desta
mento psicossocial. A lacuna entre os níveis realidade, tem buscado otimizar os custos e
faz com que casos que poderiam ter sido recursos de saúde, mas é preciso que po-
resolvidos ainda na atenção primária, avan- líticas públicas avancem e revejam os va-
cem e se tornem demandas da atenção ter- lores investidos no sistema, e possibilitem a
ciária - o que sobrecarrega a alta complexi- aplicação de mais projetos de saúde digital,
dade e prejudica o sistema como um todo. tais como os que já vêm sendo estudados e
Esse atendimento é fundamental para redu- citei acima. A saúde digital veio para ficar -
zir a pressão sobre os prontos-socorros e e ainda bem!
hospitais da rede pública.

Sobre o Autor

Eng. Antonio José


Está à frente do HCFMUSP, maior complexo hos-
pitalar da América Latina, como superintendente,
desde 2014. Foi Diretor de Engenharia do Hospital
A.C. Camargo, Gerente Geral de Engenharia da
Pepsico do Brasil e Diretor Brasil da Philips do
Brasil. Possui MBA Executivo Internacional pela
USP e MBA em Gestão de Projetos. Concluiu
Administração Hospitalar pela FGV, onde faz seu
doutorado.

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SUS

MESMO COM O SUS, BRASILEIROS


GASTAM EM MÉDIA 20% DA
RENDA COM SAÚDE

Brasileiros buscam alternativas como O dado é de um estudo inédito da Universi-


cartões de multibenefícios com descon- dade de São Paulo (USP), que reuniu pes-
tos em consultas e exames e fogem dos quisadores da Faculdade de Economia e
tradicionais convênios. Administração (FEA), da Faculdade de Eco-
nomia de Ribeirão Preto e da Escola de Ar-
Um dilema quase que unânime para os tes, Ciências e Humanidades da USP Leste,
brasileiros é a questão do acesso à saúde. entre outros. Medicamentos e planos de saú-
Apesar de o Brasil ter um Sistema Único de são hoje as principais despesas de saúde
de Saúde (SUS) que pressupõe acesso uni- das famílias brasileiras.
versal, integral e equânime ao atendimen-
to, sem desembolsos extras além dos im- Mas para a classe média tradicional que an-
postos que todos pagam, 7% dos domicíli- tes da pandemia era 51% e hoje diminuiu
os brasileiros, nos quais vivem cerca de 11 para 47%, segundo o Instituto Locomotiva,
milhões de pessoas, já comprometem 20% uma opção que vem sendo utilizada para os
ou mais do seu poder de compra com saú- atendimentos de qualidade em rede creden-
de. ciadas e referenciadas são os cartões de mul-
tibenefícios que garantem preços acessíveis
e uma agenda de consultas eficaz, um exem-
plo disso, é a SecureCard, que só neste ano
de 2023 pretende credenciar 300 mil car-
tões.

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REVISTA EXECUTIVOS DA SAÚDE

“Em um universo em que os planos de “Cada vez mais os brasileiros estão buscan-
saúde não conseguem atender a grande do alternativas acessíveis à saúde, mas fu-
maioria da população por seus altos cus- gindo dos tradicionais convênios, que men-
tos, a SecureCard vem para universalizar salmente cobram preços cada vez mais al-
saúde de qualidade com baixo custo, agre- tos. Com os planos do nosso cartão, o clien-
gando descontos em consultas e exames, te paga só a mensalidade e consegue plane-
em todas as especialidades médicas e assim jar quais consultas e exames deseja realizar
resgatando dignidade, mostrando que a po- garantindo atendimento eficaz com baixo
pulação pode ter atendimento de qualidade investimento”, completa Iuri Leite.
sem pagar altos valores.” Afirma Iuri Leite,
CEO e fundador da empresa. No Brasil, apenas 1% dos domicílios atingi-
ram o limite máximo da capacidade de pa-
Gastos catastróficos são aqueles que ultra- gamento, mas, trocando em números, trata-
passam uma proporção da renda ou da capa- se de 1,6 milhão de pessoas que têm esse ní-
cidade de pagar dos cidadãos, podendo con- vel de despesa com saúde. O maior índice
tribuir para o empobrecimento e dificultar o de comprometimento foi encontrado no
acesso à saúde. Diferentes estudos têm a- Centro-Oeste do País, que atingiu 8% dos
pontado que esse porcentual de comprome- domicílios com 20% ou mais da renda en-
timento perigoso pode ser de 20%, 30% ou gessada. O menor foi registrado na Região
40% da capacidade de pagamento (gasto to- Norte, 5%. O Sudeste ficou na média nacio-
tal menos as despesas com alimentação). nal, com 7%.

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QUALIDADE NA SAÚDE

O PROGRAMA NACIONAL DE
SEGURANÇA DO PACIENTE
COMPLETOU 10 ANOS!
POR ALLAN EGON KERN

Em abril de 2013, foi lançado o Programa Danos evitáveis são todos os eventos que
Nacional de Segurança do Paciente poderiam ter sido evitados com base no co-
(PNSP), pelo Ministério da Saúde, por nhecimento atual e adoção de boas práticas, por
meio da publicação da Portaria GM/MS exemplo:
Troca de medicamentos; Queda de
no 529/2013. Vale ressaltar que segurança
pacientes; Infecção por falta de higiene das
do paciente, segundo uma recente publica-
mãos; Falhas na comunicação; e cirurgia
ção da Organização Mundial da Saúde, é
em local errado.
“uma estrutura de atividades organizadas
que cria culturas, processos, procedimen- Diariamente, os eventos adversos (EA) cus-tam
tos, comportamentos, tecnologias e ambi- vidas! Mas, se considerarmos os impac-tos
entes na área da saúde que reduz riscos financeiros deles, alguns estudos apon-tam que
de forma consistente e sustentável, o valor médio pago pelo atendi-mento aos
diminui a ocorrência de dano evitável, pacientes com EA foi 200% superior ao valor
2
torna os erros menos prováveis e reduz o pago aos pacientes sem EA.
impacto do dano quando este ocorrer”.

Danos evitáveis Fontes: Adaptado de (1) Adaptado de Instituto de Estudos


de Saúde Suplementar (IESS). 2º Anuário da segurança
assistencial hospitalar no Brasil. Belo Horizonte, 2018.
Disponível em: <https://www.iess.org.br/biblioteca/anuario-
Segundo o Instituto de Estudos de Saúde e-pareceres/anuario-da seguranca-hospitalar/2o-anuario-
Suplementar (IESS), a cada 60 minutos, da-seguranca-assistencial>. Acesso em 25 mar. 2023.; (2)
Travassos, C. ; Porto et al. A magnitude financeira dos
seis brasileiros morrem por consequência eventos adversos em hospitais no Brasil. Disponível em: <
https://proqualis.fiocruz.br/artigo/magnitude-financeira-
de eventos adversos graves, ocasionados dos eventos-adversos-em-hospitais-no-brasil>. Acesso em 25
por erros, falhas assistenciais ou processua- mar. 2023

is ou infecções, entre outros fatores. Desses,


mais de quatro óbitos seriam evitáveis.1
19
REVISTA EXECUTIVOS DA SAÚDE

O PNSP visa, especialmente, prevenir, mo- • Higienização das mãos: Adotar a higie-
nitorar e reduzir a incidência de eventos ad- nização correta e constante das mãos para
versos nos atendimentos prestados, promo- prevenir infecções relacionadas à assistência
vendo melhorias relacionadas à segurança à saúde.
do paciente e à qualidade em serviços de
saúde do país. Entre seus diversos objetivos, • Prevenção de queda: Avaliar os pacientes
destacamos a implantação e manutenção de em relação ao risco de queda, bem como as
protocolos básicos de segurança do paciente instalações físicas e a assistência prestada.
em diferentes áreas, tais como:
• Prevenção da lesão por pressão: Prevenir a
• Identificação do paciente: Confirmar a ocorrência de lesão por pressão e de outras
identidade dos pacientes antes do cuidado e lesões de pele.
antes de realizar exames e procedimentos.
Adicionalmente, o PNSP também visa a
• Comunicação efetiva: Melhorar a comuni- criação e disseminação de uma cultura de
cação entre profissionais da assistência, as- segurança nas organizações prestadoras de
segurando a transmissão das informações de serviços de saúde, que segundo Resolução
forma completa e com a garantia da com- da Diretoria Colegiada (RDC) da Anvisa no
preensão de todos os envolvidos. 36/2013 é definida como um “conjunto de
valores, atitudes, competências e comporta-
• Segurança na prescrição, uso e adminis- mentos que determinam o comprometimen-
tração de medicamentos: Promover práticas to com a gestão da saúde e da segurança,
seguras na prescrição, uso e administração substituindo a culpa e a punição pela opor-
de medicamentos, incluindo o fluxo de se- tunidade de aprender com as falhas e me-
paração, identificação e dispensação de me- lhorar a atenção à saúde”.
dicamentos, em estabelecimentos de saúde.
Na Portaria no 529/2013, do Ministério da
• Cirurgia segura: Promover práticas seguras Saúde (MS) evidencia-se que a cultura de
na realização de procedimentos cirúrgicos, segurança se configura com base em cinco
no local correto e no paciente correto, bem características operacionalizadas pela gestão
como o correto funcionamento dos equi- de segurança da organização:
pamentos e os procedimentos necessários.

20
REVISTA EXECUTIVOS DA SAÚDE

Na Portaria no 529/2013, do Ministério da de erros e uma quase ausência total de falhas


Saúde (MS) evidencia-se que a cultura de catastróficas, a indústria da saúde é não ape-
segurança se configura com base em cinco nas insegura, mas também incrivelmente de-
características operacionalizadas pela gestão ficiente. Portanto, é preciso uma completa
de se-gurança da organização: reprogramação da cultura de segurança.

1. cultura na qual todos os trabalhadores, Os danos ao paciente acontecem em todas as


incluindo profissionais envolvidos no cui- organizações prestadoras de serviços de
dado e gestores, assumem responsabilidade saúde e frequentemente são decorrentes de
pela sua própria segurança, pela segurança falhas no atendimento ao paciente, incluindo
de seus colegas, pacientes e fa-miliares; atos de comissão (realizar uma ação proi-
bida – p. ex., administrar um medicamento
2. cultura que prioriza a segurança acima de por uma via incorreta) e omissão (não rea-
metas financeiras e operacionais; lizar uma ação – p. ex., não higienizar as
mãos), e não do progresso natural de uma
3. cultura que encoraja e recompensa a iden- doença ou enfermidade, tais como:
tificação, a notificação e a resolução dos
problemas relacionados à segurança; • Falhas na coleta de sangue no laboratório;

4. cultura que, a partir da ocorrência de inci- • Infecção adquirida no hospital;


dentes, promove o aprendizado organizacio-
nal; e • Identificação equivocada na unidade de
hemoterapia;
5. cultura que proporciona recursos, estru-
tura e responsabilização para a manutenção • Instruções confusas no ambulatório;
efetiva da segurança.
• Sintomas despercebidos no atendimento
Diferentemente das organizações de alta domiciliar;
confiabilidade (p. ex., aviação comercial,
energia nuclear e indústria química), que • Medicamento trocado no atendimento on-
buscam de forma coletiva, sistemática e cológico;
intensa manter uma proporção muito baixa

21
REVISTA EXECUTIVOS DA SAÚDE

• Falta de higiene no serviço de medicina • Siga os procedimentos e práticas seguras;


hiperbárica; evite “atalhos”;

• Diagnóstico incorreto do serviço de dia- • Reconfirme a tarefa com a equipe. Discuta


gnóstico por imagem; o que, quem e como deve ser feita;

• Mau funcionamento do equipamento no • Pare e concentre-se em sua tarefa;


serviço de nefrologia, entre outros.
• Obtenha treinamento e/ou orientação espe-
Dependendo do dano, a consequência inicial cífica, atualize-se;
pode ser passageira, temporária ou
permanente, incluindo a morte. • Trabalhe para mudar práticas potencial-
mente perigosas;
Mas, como melhorar este cenário?
• Pare o seu trabalho se a comunicação não
Acredite, segurança é uma questão de cul- foi clara. Reforce comunicação eficaz;
tura! Por isso, apresento algumas dicas va-
liosas para reduzir ou eliminar o impacto de • Exerça a liderança: dê apoio, feedback e
algumas situações indesejáveis ou fatores autonomia;
que afetam a segurança do paciente, do co-
laborador e do ambiente (onde os pacientes • Mude a cultura para uma situação na qual
são tratados e a equipe trabalha), a saber: todos profissionais envolvidos direta ou in-
diretamente no cuidado creem que um erro
• Preste atenção nos riscos ou na probabi- (ato não intencional) é perigoso (fonte po-
lidade de ocorrência de uma falha; tencial de dano);

• Tenha atitudes que facilitem a interação e • Entenda que infalibilidade humana é im-
o atingimento de objetivos; possível. A fadiga, limitações sensoriais e fí-
sicas, restrições à memória, personalidade e
• Use o tempo necessário para fazer a tarefa outros fatores podem favorecer o erro hu-
de forma segura; mano.

22
REVISTA EXECUTIVOS DA SAÚDE

Além disso, é essencial que os profissionais


de saúde trabalhem juntos como uma equipe
para compartilhar informações e tomar de-
cisões em conjunto, com ênfase na comuni-
caçãoclara e aberta e na transparência, bem
como, que os pacientes sejam educados e
capacitados para participar ativamente em
seu próprio cuidado, comunicando seus
sintomas, preocupações e histórico médico
para os profissionais de saúde, e partici-
pando ativamente de decisões relacionadas a
seu tratamento.
Allan Egon Kern

Concluindo, embora seja impossível evitar Sócio-diretor da Allan Kern – Treinamento e


Consultoria em Saúde. Membro do corpo
completamente os eventos adversos, o sis-
diretivo da Fundação para Segurança do
tema de saúde pode e deve trabalhar para Paciente. Docente convidado em renomadas
minimizar os riscos de erro, proteger a se- instituições acadêmicas. Autor de sete livros e
de diversas publicações sobre qualidade,
gurança dos pacientes e colaboradores e ga- segurança e sustentabilidade em Saúde.
rantir a prestação de cuidados de alta quali-
dade. Certamente, falta ainda muito mais
trabalho a ser feito! Pois, apesar do cresci-
mento da conscientização, os pacientes ain-
da sofrem danos evitáveis durante suas in-
terações com o sistema de assistência à
saúde.

Fontes: Adaptado de: 1) Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Resolução RDC no 36, de 25 de julho de 2013. Institui ações
para a segurança do paciente em serviços de saúde e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF: 2013.; 2) Brasil.
Ministério da Saúde (MS). Documento de referência para o Programa Nacional de Segurança do Paciente / Ministério da Saúde;
Fundação Oswaldo Cruz; Agência Nacional de Vigilância Sanitária. – Brasília : Ministério da Saúde, 2014. 40 p. : il.; 3) Brasil.
Ministério da Saúde (MS). Portaria no 529, de 1o de abril de 2013. Institui o Programa Nacional de Segurança do Paciente (PNSP).
Diário Oficial da União, Brasília, DF: 2013.; 4) Nance, John J. Como fazer a segurança dos hospitais decolar? : o que os hospitais
podem aprender com os procedimentos da aviação para proporcionar mais qualidade e segurança aos pacientes / John J. Nance ;
tradução: Raul Rubenich ; revisão técnica: Equipe do Hospital Paulistano Grupo Amil. Porto Alegre : Bookman, 2011. 232 p. ; 23 cm.;
5) Organização Mundial da Saúde (OMS). Plano de ação global para a segurança do paciente 2021-2030: Em busca da eliminação dos
danos evitáveis nos cuidados de saúde. Genebra: Organização Mundial da Saúde; 2021. Licença: CC BY-NC-SA 3.0 IGO.; 6) Vincent
C., Amalberti R. (2016) Seeing safety through the patient’s eyes. IN: Safer healthcare. Springer, Cham. Disponível em
<https://link.springer.com/chapter/10.1007/978-3-319-25559-0_4>. Acesso em: 25 mar. 2023. 23
GESTÃO

A IMPORTÂNCIA DA
INTELIGÊNCIA EMOCIONAL PARA
GESTÃO DE ALTA PERFORMANCE
POR TATIANE SANTOS

No mercado de saúde cada vez mais com- pessoais saudáveis e produtivas. Ela envolve
petitivo, a gestão de alta performance tor- competências como autoconhecimento, au-
nou-se essencial para garantir a sobrevi- torresponsabilidade, empatia, além de outras
vência e o crescimento das instituições. habilidades comportamentais.
Nesse contexto, a inteligência emocional
tem se destacado como uma habilidade Quando se trata de gestão de alta performan-
fun damental para líderes e gestores. ce, a inteligência emocional é ainda mais es-
sencial. Gestores que possuem alta inteli-
A gestão de alta performance é um con- gência emocional são capazes de inspirar e
ceito que se refere à capacidade de uma motivar os membros da equipe, estabelecer
equipe de alcançar e superar metas e obje- um clima organizacional positivo e pro-
tivos de forma eficiente, maximizando os mover o desenvolvimento pessoal e profis-
resultados. Para que isso seja possível, é sional dos colaboradores.
fundamental que os líderes saibam lidar
com as emoções de seus colaboradores, Além disso, a inteligência emocional está
incentivando o desenvolvimento de com- relacionada diretamente com a capacidade
petências socioemocionais. de tomada de decisão. Gestores que pos-
suem essa habilidade são capazes de tomar
O que é inteligência emocional? decisões mais assertivas e equilibradas, con-
siderando não apenas fatores racionais, mas
É a capacidade de reconhecer e lidar com também as emoções e sentimentos envolvi-
as próprias emoções e as emoções dos ou- dos.
tros, de forma a estabelecer relações inter-

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REVISTA EXECUTIVOS DA SAÚDE

Outro aspecto importante é que a inteli- Diante disso, é importante destacar que a
gência emocional pode contri-buir para a inteligência emocional pode ser desenvol-
resolução de conflitos. Em um ambiente de vida. Treinamentos, cursos e práticas de au-
trabalho, é comum que conflitos interpes- toconhecimento podem contribuir para o
soais apareçam. Um líder que possui alta desenvolvimento dessa habilidade, que se
inteligência emocional é capaz de lidar com tornou uma das mais requisitadas pelas em-
essas situações de forma construtiva, pro- presas.
movendo o diálogo e a busca por soluções
que atendam aos interesses de todas as A jornada de desenvolvimento que aconte-
partes envolvidas. ceu na Casa de Saúde Stella Maris, de Cara-
guatatuba, é um case de sucesso. Foram 5
Por isso, eu digo, gestores que possuem essa encontros nos quais trabalhamos inteligência
habilidade são capazes de criar um ambiente emocional, autorresponsabilidade, zona de
de trabalho mais produtivo, motivador e conforto, a verdadeira identidade (crenças
saudável, o que pode contribuir para o au- limitantes / fortalecedoras), metas e objeti-
mento da satisfação e engajamento dos cola- vos e visão positiva de futuro.
boradores e, consequentemente, para o au-
mento da produtividade e dos resultados da Programas de desenvolvimento podem aju-
empresa. Inteligência emocional é tão im- dar os gestores, principalmente da área da
portante quanto habilidades técnicas. saúde, a entenderem melhor suas emoções e
as emoções dos membros da equipe, a man-
terem a motivação e a visão positiva do fu-
turo e a tomarem decisões mais assertivas e
produtivas.

A inteligência emocional não deve ser vista


como um complemento ou algo secundário
em relação às habilidades técnicas. Na ver-
dade, ela é um fator essencial para alcançar
um alto desempenho na gestão empresarial.
Investir no desenvolvimento dessa habili-
dade certamente trará benefícios para toda e
Tatiane Santos qualquer organização de saúde.
Diretora Executiva da Casa de
Saúde Stella Maris 25

BIG DATA

BIG DATA, ESTATÍSTICA E “QUEM


COMEU A GALINHA”?
POR RICARDO G. KORTAS

Tornou-se de conhecimento público e uni- usados nas tomadas de decisão podem ser
versal que gigantescos bancos de dados aprimorados quando se alimenta o sistema
permitiram o aprimoramento de sistemas com mais resultados confiáveis e, num in-
de inteligência artificial (I.A.) capazes de cansável vai-e-vem, reavaliam decisões anti-
executar o impossível. ChatGPT e GPT4 gas para ver se o desempenho melhora.
estão se tornando palavras mais populares
que Coca-Cola e Jesus Cristo! Isso merece É uma técnica que pode apresentar resulta-
cuidado e atenção. dos incríveis mas longe de qualquer se-
melhança com a magia da I.R. com sua
Sistemas inteligentes, sejam de I.A. ou I.R. inteligência subconsciente (Einstein estuda-
(inteligência real, biológica) se qualificam va um problema e, num certo ponto, ia tocar
à condição de inteligentes pela habilidade violino esperando o Eureka !!).
de tomar decisões. Os nomes variam
dependendo da área de estudo: decision
making, pattern recognition, hypo-thesis
testing mas a metodologia e o objetivo são
os mesmos: minimizar a chance de erro
quando se escolhe entre A e B.

A evolução da I.A. nos últimos 40 anos


mostra que a gigantesca capacidade de
processamento das máquinas atuais
(muscle power) é que está fazendo toda a
diferença. E que diferença! Os parâmetros

26
REVISTA EXECUTIVOS DA SAÚDE

Deixando a magia da I.R. de lado, a tomada Juntar informação de vários indivíduos per-
de decisão baseada em números é bem mite a criação de indicadores (estatísticas)
ilustrada pela previsão do resultado de uma muito úteis para o estudo de populações,
eleição presidencial: NINGUÉM vai a cam- como a média e o desvio padrão. MAS,
po coletando zilhões de informações para paga-se um preço que é a destruição da
criar um banco de dados grande o suficiente capacidade de individualizar as conclusões.
para se ter uma previsão confiável. A regra:
“quanto maior, melhor” mostra que, a partir Ilustra bem o velho exemplo de saber o
de um certo ponto, não vale a pena consumo de frango durante a semana: João
continuar aumentando o banco de dados come todos os dias, Pedro come duas vezes
porque o ganho é ínfimo. semana e Antônio não come em nenhum
dia. Na média, o grupo come frango 3 vezes
É esse mundo maravilhoso criado pela por semana mas depois de misturados os
estatística que permite definir o tamanho de dados individuais, não dá mais para saber
uma pequena amostra capaz de tomar a que um indivíduo ficou só olhando o prato
decisão com a precisão que queremos. Mas, cheio dos outros!
mesmo para coisas maravilhosas como a
estatística, ainda vale o velho bordão: “não
existe almoço de graça”.

Ricardo G. Kortas - M.D., Ph.D.

27
INFORMAÇÕES PARA MÉDICOS

VALORES DE HONORÁRIOS
MÉDICOS PRATICADOS NO BRASIL

Levantamento feito com 23 mil profissionais médicos de todas as regiões, referente ao


honorários médicos no ano de 2022. Os valores a seguir, se referem aos profissionais
médicos que atendem como pessoa jurídica, ou seja, emitem Notas Fiscais, pagam
impostos e outros encargos. Valores médios por hora.

ESPECIALIDADE MÉDICA - CONSULTAS

ESPECIALIDADE SUDESTE SUL CENTRO-OESTE NORDESTE NORTE

PEDIATRIA R$ 180,00 R$ 150,00 R$ 140,00 R$ 160,00 R$ 160,00

ORTOPEDIA R$ 160,00 R$ 130,00 R$ 124,00 R$ 122,00 R$ 130,00

GINECOLOGIA R$ 200,00 R$ 170,00 R$ 160,00 R$ 180,00 R$ 180,00

CIRURGIA GERAL R$ 180,00 R$ 160,00 R$ 150,00 R$ 160,00 R$ 150,00

DERMATOLOGIA R$ 170,00 R$ 140,00 R$ 140,00 R$ 160,00 R$ 145,00

PSIQUIATRIA R$ 190,00 R$ 160,00 R$ 160,00 R$ 180,00 R$ 160,00

CARDIOLOGIA R$ 200,00 R$ 150,00 R$ 140,00 R$ 150,00 R$ 180,00

NEUROLOGIA R$ 190,00 R$ 180,00 R$ 173,00 R$ 190,00 R$ 190,00

OFTALMOLOGIA R$ 160,00 R$ 140,00 R$ 140,00 R$ 153,00 R$ 151,00

ENDOCRINOLOGIA R$ 184,00 R$ 161,00  R$ 155,00 R$ 190,00 R$ 190,00

USG CONVENCIONAL R$ 190,00 R$ 167,00 R$ 158,00 R$ 165,00 R$ 173,00

USG DOPPLER R$ 230,00 R$ 200,00 R$ 180,00 R$ 183,00 R$ 196,00

valores por hora

28
CLÍNICA MÉDICA - UBS E SAÚDE DA FAMÍLIA

GENERALISTA – VALOR BRUTO

REGIÃO SUDESTE R$ 109,00/hora

REGIÃO SUL R$ 103,00/hora

REGIÃO CENTRO-OESTE R$ 100,00/hora

REGIÃO NORTE R$ 105,00/hora

REGIÃO NORDESTE R$ 100,00/hora

CLÍNICA MÉDICA - TELEMEDICINA

GENERALISTA – VALOR BRUTO

REGIÃO SUDESTE R$ 107,00/hora

REGIÃO SUL R$ 100,00/hora

REGIÃO CENTRO-OESTE R$ 100,00/hora

REGIÃO NORTE R$ 100,00/hora

REGIÃO NORDESTE R$ 90,00/hora

CLÍNICA MÉDICA - PRONTO SOCORRO ADULTO E PRONTO ATENDIMENTO

GENERALISTA – VALOR BRUTO

REGIÃO SUDESTE R$ 121,00/hora

REGIÃO SUL R$ 118,00/hora

REGIÃO CENTRO-OESTE R$ 115,00/hora

REGIÃO NORTE R$ 105,00/hora

REGIÃO NORDESTE R$ 100,00/hora

29
INTENSIVISTA - UTI ADULTO

GENERALISTA – VALOR BRUTO

REGIÃO SUDESTE R$ 140,00/hora

REGIÃO SUL R$ 127,00/hora

REGIÃO CENTRO-OESTE R$ 120,00/hora

REGIÃO NORTE R$ 125,00/hora

REGIÃO NORDESTE R$ 130,00/hora

NEONATAL - UTI PEDIATRIA

GENERALISTA – VALOR BRUTO

REGIÃO SUDESTE R$ 170,00/hora

REGIÃO SUL R$ 150,00/hora

REGIÃO CENTRO-OESTE R$ 140,00/hora

REGIÃO NORTE R$ 160,00/hora

REGIÃO NORDESTE R$ 180,00/hora

ESPECIALIDADE MÉDICA - PLANTÕES

ESPECIALIDADE SUDESTE SUL CENTRO OESTE NORDESTE NORTE

PEDIATRIA R$ 160,00 R$ 153,00 R$ 148,00 R$ 153,00 R$ 157,00

ORTOPEDIA R$ 140,00 R$ 140,00 R$ 134,00 R$ 132,00 R$ 130,00

GINECOLOGIA R$ 170,00 R$ 160,00 R$ 150,00 R$ 170,00 R$ 170,00

CIRURGIA GERAL R$ 140,00 R$ 140,00 R$ 132,00 R$ 140,00 R$ 150,00

EMERGENCISTA R$ 145,00 R$ 132,00 R$ 130,00 R$ 130,00 R$ 135,00

ANESTESISTA R$ 190,00 R$ 180,00 R$ 160,00 R$ 200,00 R$ 208,00

valores por hora MATÉRIA E LEVANTAMENTO DE INFORMAÇÕES DA EXECUTIVOS DA SAÚDE

30
CONTABILIDADE NA SAÚDE

PLANEJAR PARA ECONOMIZAR!


POR GILBERTO HOLOVATINO

Dados apontam que no próximo ano mais a)Você faz investimentos em aplicações fi-
de 150.000 médicos serão surpreendidos nanceiras?
pela malha fina da receita federal, isso por- b)Seu patrimônio está crescendo sem justi-
que como profissionais de saúde, os médi- ficativa?
cos geralmente têm um alto nível de renda,
mas também têm despesas e responsabili- Essas são as principais perguntas a serem
dades financeiras significativas. Portanto, respondidas para avaliar o risco de você ser
é importante que os médicos desenvolvam surpreendido pela malha fina, se você não
um plano financeiro para gerenciar suas tiver muita clareza sobre as questões acima
finanças de maneira eficaz e fiquem em sugiro que procure imediatamente um pro-
dia com o leão. Aqui estão algumas dicas fissional para te dar todas as orientações,
de planejamento financeiro para médicos: mas caso tenha plena clareza, siga então pa-
ra o planejamento financeiro.
1 – De onde e como está vindo seu di-
nheiro: O primeiro passo é entender como 2 - Faça um orçamento: O primeiro passo é
funciona o sistema tributário da pessoa entender suas despesas mensais e criar um
física no Brasil, embora pareça bem sim- orçamento. Liste todas as suas despesas,
ples, muitas variáveis devem ser conside- incluindo despesas fixas, como aluguel, ser-
radas: viços públicos e pagamentos de emprésti-
mos, bem como despesas variáveis, como
a)Você recolhe algum valor sobre suas alimentação e entretenimento. Depois de
rendas (imposto de renda)? saber onde seu dinheiro está indo, você pode
b)Você recolhe algum valor a previdência começar a procurar maneiras de reduzir seus
social (INSS)? gastos e economizar dinheiro.

32
REVISTA EXECUTIVOS DA SAÚDE

3 - Estabeleça um fundo de emergência: É


importante que os médicos tenham um
fundo de emergência para cobrir despesas
inesperadas, como despesas médicas ou re-
paros de carro. Como regra geral, seu fundo
de emergência deve cobrir pelo menos três a
seis meses de despesas.

4 - Invista em sua aposentadoria: Como


médico, você pode ser elegível para uma
variedade de planos de aposentadoria. Certi-
fique-se de aproveitar esses planos e contri-
buir com a quantia máxima possível para Gilberto Holovatino

garantir uma aposentadoria confortável.

5 - Pague suas dívidas: Se você tem dívidas 6 - Considere um consultor financeiro: Se


estudantis ou outros empréstimos, é impor- você não tem experiência em investimentos
tante que você faça um plano para pagá-los. ou gerenciamento financeiro, pode ser útil
Considere a consolidação de suas dívidas trabalhar com um consultor financeiro para
para reduzir seus pagamentos mensais e pa- ajudá-lo a criar um plano financeiro
gar menos juros ao longo do tempo. personalizado e atender às suas necessidades
específicas.

Lembre-se de que o planejamento financeiro


é um processo contínuo e que sua situação
financeira pode mudar ao longo do tempo.
Fique atento às suas finanças e faça ajustes
conforme necessário para garantir sua es-
tabilidade financeira a longo prazo e, caso
precise estaremos aqui para orientá-lo entre
em contato!

Telefone: (11) 93710-3946 - Gilberto

33
NOTÍCIAS

ATLÂNTICA HOSPITAIS E EINSTEIN


ANUNCIAM NOVO HOSPITAL EM SP

A Atlântica Hospitais e Participações – do hospital será de responsabilidade da BSP


empresa do Grupo Bradesco Seguros – e Empreendimentos Imobiliários, empre-sa
o Einstein formaram uma joint venture que integra o Grupo Bradesco Seguros.
para a constituição de um novo hospital
na Vila Mariana, na capital paulista. Com investimento total estimado em R$600
milhões, o hospital geral deverá ter as obras
Com a iniciativa, a Atlântica Hospitais finalizadas em 2027 e vai contar com 300
visa aumentar a estrutura assistencial no leitos com acomodações individuais (60
país, por meio da atividade hospitalar, e para UTI Adulto), todas as especialidades
fomentar a capilaridade de ativos médicos médicas, além de maternidade, UTI neo-
privados. Já para o Einstein, a operação irá natal, pediatria e UTI Infantil. O espaço vai
fortalecer as suas atividades enquanto so- dispor de 20 salas de cirurgia com tecno-
ciedade civil sem fins lucrativos, uma vez logias de vanguarda – inclusive para robó-
que permitirá à organização compartilhar tica, centro de parto humanizado, duas salas
expertises ligadas à excelência na assistên- de hemodinâmica e medicina intervencio-
cia, ampliando o acesso da população aos nista para procedimentos mínimamente in-
serviços de saúde de qualidade. vasivos guiados por tomografia e ultrasso-
nografia.
A Atlântica terá controle da nova unidade,
enquanto o Einstein fará a gestão e a ope- Além disso, contará com um conjunto com-
ração do hospital, sendo responsável tam- pleto de serviços de medicina diagnóstica,
bém pela contratação e treinamento do com tomografia computadorizada, ressonân-
corpo clínico e funcionários. A construção cia magnética, ultrassonografia, radiologia,

34
REVISTA EXECUTIVOS DA SAÚDE

endoscopia, anatomia e análises clínicas. A “Ao unir forças, podemos proporcionar o


nova unidade ainda terá um Centro de In- acesso a serviços de referência em saúde para
uma parcela cada vez maior da sociedade.
fusão para quimioterapia e imunobiológicos
Entre os fatores preponderantes para a
e pronto atendimento adulto e infantil.
sustentabilidade de um projeto em saúde estão
os recursos humanos de excelência, foco em
serviço humanizado e desfecho clínico de
qualidade, buscando proporcionar um
equilíbrio no balanço de custo-benefício para
a população”, afirma Marinelli.

Segundo Sidney Klajner, presidente do


Einstein, a iniciativa vem ao encontro do
compromisso da organização de, desde sua
fundação, perseguir a excelência na assis-
tência à saúde e levar esse conhecimento a
toda a sociedade não somente em suas uni-
dades privadas em São Paulo e em Goiânia,
mas também por meio da gestão das uni-
dades públicas de saúde, dos 41 projetos
com o Ministério da Saúde por meio do
PROADI-SUS, das pesquisas científicas
rea-lizadas e pela consultoria a instituições
Carlos Marinelli - Diretor Atlântica Hospitais
de saúde Brasil afora ou do desenvolvi-
mento de inovações em diversos âmbitos.
De acordo com Carlos Marinelli, diretor
geral da Atlântica Hospitais e Participações, “Enquanto organização filantrópica, nossa
empresa responsável pelas iniciativas de missão é gerar e compartilhar conhecimento
gestão e investimentos de ativos de saúde do na área da saúde, em vários aspectos. Todos
Grupo Bradesco Seguros, o novo hospital os nossos esforços são direcionados a
reitera o foco da companhia na ampliação aprimorar, a inovar, a capacitar, a investir em
da estrutura assistencial privada no país de novas descobertas baseadas na ciência para
entregar mais saúde." [...]
forma sustentável.

35
REVISTA EXECUTIVOS DA SAÚDE

"A nova operação vem justamente fortale- de cuidado para organizações, ou seja, ofe-
cer esse propósito porque permitirá que rece consultoria de gestão de saúde popula-
mais pessoas tenham acesso à saúde de cional e atendimentos de atenção primária.
qualidade" completa Sidney.
Outro exemplo desta atuação focada na
cria-ção e disseminação de boas práticas
com ba-se em protocolos assistenciais e
evidências científicas é por meio do
Escritório de Exce-lência Einstein, braço
especializado no de-senvolvimento de
projetos colaborativos com instituições
públicas e privadas, pelos quais é possível
criar uma comunidade de aprendizagem e
compartilhamento de co-nhecimentos com
diferentes organizações e culturas.

No privado, destacam-se projetos como o


Parto Adequado, para redução de cesáreas e
Sidney Klajner - Presidente do Hospital da mortalidade materna, assim como outros
Israelita Albert Eisten
desenvolvidos em parceria com a Agência
Nacional de Saúde (ANS) e com a indústria
Hoje, o Einstein atua no setor privado hos-
farmacêutica.
pitalar em suas unidades no Morumbi, em
São Paulo, e em Goiânia. Na área pública, é
“Temos uma larga experiência na
responsável pela gestão de 29 unidades,
preparação, condução, execução de
sendo: 2 hospitais, 2 UPAs, 14 UBS, 4
projetos de gestão de hospitais de alto nível
CAPS, 3 AMA, 1 AMA especialidades, 2
não só no Brasil, mas também na América
serviços de residência terapêutica em São
Latina e levaremos estas ações para a
Paulo e um hospital municipal em
construção e gestão do novo hospital”,
Aparecida de Goiânia.
informa Klajner.
Já na atenção primária, a organização assiste
O novo hospital estará localizado próximo à
os pacientes em unidades ambulatoriais e
estação de metrô Ana Rosa, na região da
conta com um amplo portfólio de soluções
Av. Paulista.
36
NOTÍCIAS

MEDICINA PREVENTIVA DA HAPVIDA


NOTREDAME INTERMÉDICA É
CERTIFICADA

A Medicina Preventiva da Hapvida Notre- “A reconquista da acreditação Qmentum nos


Dame Intermédica foi contemplada, pela deixa muito orgulhosos e confiantes de
segunda vez, com o selo Padrão Diamante estarmos no caminho certo das estratégias de
da certificação canadense QMentum Inter- prevenção com serviços de qualidade e
iniciativas de inovação para o mercado
national Accredition, que avalia os ser-
brasileiro”, relata Vanessa Moraes Assalim,
viços de saúde e é aplicada em mais de 30
diretora médica corporativa da Medicina
países, com uma metodologia que monito-
Preventiva do Hapvida NotreDame Intermé-
ra os padrões de alto desempenho de quali-
dica.
dade e segurança. A avaliação aconteceu
entre os meses de setembro e outubro de
2022 e o resultado foi divulgado em de-
zembro. Desde 2019, quando recebeu a
primeira certificação, a Companhia conti-
nua sendo contemplada, anualmente, com
o selo.

Segundo dados da Agência de Saúde Su-


plementar (ANS), existem, no Brasil, 693
operadoras médico-hospitalares com bene-
ficiários e a Hapvida Notredame Intermé-
dica se destaca pelo pioneirismo em ofere-
cer o serviço de medicina preventiva no
país (desde 1982) e ser a única companhia
na América Latina a receber o selo Vanessa Moraes Assalim

QMentum.
37
REVISTA EXECUTIVOS DA SAÚDE

Os clientes também têm acesso ao serviço Para os especialistas que atuam no Qualivida, a
Perfil Saúde, responsável por avaliar os conquista do selo veio para afirmar a qualidade
do serviço, além de trazer benefícios para o
principais riscos à saúde de colaboradores
paciente. “A qualificação, por meio de
de empresas clientes, além de cartilhas,
avaliadores externos mostram que o trabalho
vídeos e palestras online. No último biênio,
está dando certo. Este resultado é positivo, para
o Programa desenvolveu um projeto para todos os envolvidos, pois melhora a condição
facilitar o acompanhamento remoto. Por clínica de tratar o paciente, trazendo
meio de uma plataforma digital e de perspectivas de intervenção e de como o
interação via chatbot, foram monitorados trabalho deve seguir. Portanto, é uma
mais de 160 mil pacientes com covid-19, ferramenta de qualidade que traz a classificação
orientando-os sobre os cuidados para evitar e eleva nosso potencial”, destaca Ordânio
o contágio e encaminhando de maneira Pereira de Almeida, médico com atuação em
assertiva casos que demandam atendimento nutrologia e foco na obesidade.
de urgência.

38
SAÚDE GLOBAL

TRÊS ANOS DE COVID-19: COMO


PODEMOS CHEGAR AO FIM DA
PANDEMIA?

No dia 11 de março de 2020, a Orga- À época, a OMS foi criticada pela demora
nização Mundial da Saúde (OMS) decla- em declarar a emergência global como uma
rou que a emergência causada pelo coro- pandemia.
navírus atingiu o patamar de uma pan-
demia. “Pandemia não é uma palavra para usar
levianamente ou descuidadamente. É uma
Nas duas semanas anteriores àquela data, o palavra que, se mal utilizada, pode causar
número de casos de Covid-19 fora da medo irracional ou aceitação injustificada
China havia aumentado 13 vezes e o nú- de que a luta acabou, levando a sofrimento
mero de países afetados havia triplicado. e morte desnecessários. Descrever a situa-
No momento da declaração, o mundo con- ção como uma pandemia não altera a ava-
tabilizava 118 mil casos e 4.291 mortes em liação da OMS sobre a ameaça repre-
pelo menos 114 países. sentada por esse vírus. Não muda o que a
OMS está fazendo e não muda o que os
“A OMS tem avaliado esse surto o tempo países devem fazer”, afirmou Adhanom.
todo e estamos profundamente preocupa-
dos com os níveis alarmantes de dissemi- Nos últimos três anos, o mundo se viu di-
nação e gravidade e com os níveis alar- ante de um vírus respiratório novo, capaz de
mantes de inação. Portanto, avaliamos que provocar quadros clínicos com impactos que
a Covid-19 pode ser caracterizada como vão além dos danos ao sistema respiratório.
uma pandemia”, afirmou o diretor-geral da
OMS, Tedros Adhanom, em comunicado à A sociedade lidou com fechamentos de
imprensa nesta mesma data de três anos fronteiras e diferentes níveis de confinamen-
atrás. to ou restrição à circulação. Passou a enten-

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REVISTA EXECUTIVOS DA SAÚDE

der de maneira mais profunda o significado mortes semanais relatadas por Covid-19 ha-
de termos técnicos que, até então, perma- via sido o menor desde março de 2020.
neciam restritos aos ambientes de labo-
ratório como variante, cepa ou imunidade de “Nunca estivemos em melhor posição para
rebanho. Foi desafiada pelo fortalecimento acabar com a pandemia. Ainda não chega-
de discursos anticiência, pelo negacionismo mos lá, mas o fim está à vista. Um mara-
às vacinas e sobre os reais riscos de uma tonista não para quando a linha de che-
nova doença. gada aparece. Ela corre mais forte, com to-
da a energia que lhe resta. Nós também
Houve a queda progressiva no número de devemos. Podemos ver a linha de chegada.
casos e de mortes pela doença com o avanço Estamos em uma posição vencedora. Mas
da vacinação no mundo. E, em 2023, a agora é o pior momento para parar de cor-
sociedade vive um cenário mais próximo da rer”, destacou.
realidade que conhecemos na pré-pandemia.
Especialistas consultados, avaliam a proxi-
Fim da pandemia? midade do fim da pandemia. No entanto,
enfatizam também a necessidade de se com-
Em mais de uma ocasião ao longo de 2022, pletar o esquema vacinal contra a doença e
o diretor-geral da OMS afirmou sobre os que algumas medidas de prevenção devem
riscos da percepção equivocada de que a ser incorporadas ao comportamento social.
pandemia de Covid-19 chegou ao fim.

“A percepção de que a pandemia de Covid-


19 acabou é compreensível, mas equivo-
cada. Uma variante nova e ainda mais
perigosa pode surgir a qualquer momento,
e um grande número de pessoas perma-
nece desprotegido”, disse Tedros Adhanom
à imprensa em junho.

Três meses depois, o chefe da OMS


mostrou um discurso mais otimista ao citar Tredoos Adhonon
que, no início de setembro, o número de

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REVISTA EXECUTIVOS DA SAÚDE

A pesquisadora Paola Resende, do Labo- Para o pesquisador Julio Croda, da Fun-


ratório de Vírus Respiratórios e do Sarampo dação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o fim da
do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), pandemia está próximo, mas depende da
afirma que o encerramento da pandemia de- ampliação do acesso igualitário à vacina.
pende da melhoria do cenário epidemio-
lógico a nível global. “Estamos próximos do fim da pandemia,
sim. Para que isso ocorra, é importante que
“Mas o fim só vai se dar em um contexto a gente tenha uma maior porcentagem da
global. Não adianta no nosso país o população mundial vacinada. Que a gente
número de casos estar mais baixo, com consiga diminuir a desigualdade no que diz
aumentos sazonais, sendo que em outras respeito ao acesso à vacina, principalmente
regiões do mundo esse vírus ainda está para os países pobres e para as populações
causando óbitos e um alto número de mais vulneráveis, porque isso diminui a
hospitalizações. Precisamos atingir em um letalidade da doença e o número de óbitos
contexto global uma diminuição da diários”, diz Croda.
gravidade dessa pandemia para que aí sim
a Organização Mundial da Saúde possa ter
segurança para o decreto do fim dessa
emergência global”, afirma.

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STARTUPS

AS INOVAÇÕES DAS 3 HEALTHTECHS


BRASILEIRAS QUE ESTÃO NA LISTA DAS
MAIS PROMISSORAS DO MUNDO

O setor de saúde é visto como um dos que Alinea Health - faz a gestão de planos de
mais apresentam oportunidades para ino- saúde para empresas, para obter mais
vação, sobretudo no Brasil. Um cenário eficiência no seu uso pelos colaboradores e
que combina necessidades urgentes (uma gerar redução de custos;
pandemia e acesso restrito a planos de Bloom Care - plataforma de gestão de saú-
saúde) e oportunidades (avanço na digitali- de e bem-estar de mulheres e famílias, tam-
zação entre a população e surgimento de bém no modelo B2B, funcionando como um
novas tecnologias) motivou a criação de benefício para funcionárias;
um grande número de healthtechs. O Sami - operadora de saúde digital com foco
número delas dobrou nos últimos quatro em micro empreendedores que procuram
anos, segundo estudo da plataforma Dis- opções a custo reduzido;
trito divulgado no ano passado.
Diagnósticos semelhantes
O avanço das startups brasileiras foi re-
conhecido pela empresa de pesquisas CB Um traço em comum na história das três
Insights, que, neste ano, incluiu pela pri- startups foi a constatação de que existiam
meira vez empresas do país em seu rela- grandes lacunas no acesso dos brasileiros a
tório anual Digital Health 150, que reúne serviços de saúde.
as 150 companhias mais promissoras na
área de saúde em todo o mundo. “A digitalização tem atingido setores como
bancos, agro, entretenimento etc. Falta le-
Foram três as startups brasileiras selecio- var mais tecnologia para a saúde, e com
nadas para a lista – todas elas criadas nos isso democratizar o acesso ao atendimen-
últimos 5 anos: to”, explica Vitor Asseituno, presidente da
Sami.
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REVISTA EXECUTIVOS DA SAÚDE

Mesmo no caso das pessoas que têm plano “Fizemos uma pesquisa com 15 mil mulhe-
de saúde, são observadas falta de informa- res e constatamos que muitas estavam bus-
ção e dificuldade em usar o serviço com cando maneiras de criar filhos de maneira
celeridade. Além de agravar problemas de saudável, sem abrir mão dos cuidados com
saúde, essas dificuldades aumentam o custo a saúde. Mas elas não consideravam os
das empresas com a utilização dos planos planos de saúde profissionais e tinham
por seus funcionários. problemas ao acessar os serviços”, diz a
cofundadora e CEO da startup, Roberta
“No Brasil, a gente tem muita fraude e Sotomaior. No caso da Bloom, o atendi-
desperdício, que equivalem a algo entre mento funciona por aplicativo próprio.
20% e 40% do total gasto em saúde.
Muitas empresas entregam a carteirinha e Uma nova era para as healthtechs
falam ‘boa sorte’ às pessoas, deixando-as
em uma jornada super fragmentada”, Um impulso para os serviços digitais de saú-
avalia o CEO da Alinea Health, Fernando de no Brasil veio durante a pandemia de
Ribeiro. covid-19, segundo os empreendedores. O
cenário emergencial proporcionou a regula-
A proposta da Alinea é reduzir esse des- mentação e o uso disseminado da teleme-
perdício oferecendo um serviço simplifi- dicina.
cado de atendimento aos funcionários via
Whatsapp, tirando dúvidas e encaminhando “Hoje 95% dos nossos atendimentos pri-
atendimentos às áreas identificadas como mários acontecem online. E alcançamos
responsáveis. um alto grau de resolução das demandas”,
diz Vitor Asseituno, CEO da Sami, a
Diagnóstico parecido foi feito pela Bloom terceira startup escolhida pela CB Insights.
Care, que também oferece a gestão de
serviços de saúde a empresas, mas com foco Independentemente do formato da consulta,
em mulheres e necessidades familiares. é possível criar soluções simples que faci-
litem a jornada dos pacientes. “Percebemos
que muita gente ligava para a Sami para
perguntar sobre carência. Levavam um tem-
po enorme para agendar consultas. Aí lan-
çamos um QR code no app para responder

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REVISTA EXECUTIVOS DA SAÚDE

essa dúvida e fazer o autoagendamento. E já Essa necessidade é o que faz com que as
na primeira semana 50% das consultas healthtechs sejam empresas com composi-
foram marcadas usando esse sistema”, conta ção únicas: elas reúnem desenvolvedores,
o presidente da operadora. cientistas de dados, médicos e enfermeiros
(e eventualmente profissionais de outras es-
No caso da Bloom e Alinea, a disposição pecialidades médicas), que precisam traba-
dos funcionários em acessar a saúde por vi- lhar em conjunto para que o atendimento se-
as digitais ajudou a gerar economias para as ja integrado e eficiente.
empresas empregadoras, reduzindo atendi-
mentos presenciais desnecessários. Open health

“A telemedicina foi destravada no país e Embora tenha havido avanços, os desafios


ajudou a melhorar a indústria como um tecnológicos na saúde estão apenas come-
todo. As pessoas estão mais habituadas, e çando a ser endereçados, segundo os empre-
isso ajuda a evitar as visitas ao pronto- endedores.
socorro, onde as pessoas vão muitas vezes
por sintomas bastante leves. Conseguimos “Ainda é necessária uma maior inserção
fazer 97% dos atendimentos com te- da tecnologia na área de saúde. Nem
lemedicina”, explica Ribeiro, da Alinea mesmo o prontuário eletrônico é bem
Health. disseminado no país. Quem sabe no futuro
possamos pensar em soluções mais com-
O desafio, dizem os empreendedores, é plexas, como o Open Health”, opina o CEO
combinar inovação tecnológica e cuidado da Alinea.
humano na medida certa.

“É preciso proporcionar uma boa experi-


ência. Ninguém gosta de atendimento ne-
gligente, seja online ou não. Só a tecno-
logia não adiantaria. Sabemos que as mu-
lheres precisam de algo personalizado para
suas necessidades”, aponta Roberta, CEO
da Bloom.

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REVISTA EXECUTIVOS DA SAÚDE

Nesse momento, as startups investem em “Ainda há muito o que fazer, mas pelo
interoperabilidade de dados – o acesso com- menos já há o entendimento sobre o que é
partilhado a informações de atendimento em necessário. Vemos grandes empresas que-
diferentes hospitais e instituições, para que rendo se aproximar das startups para
se possa ter um histórico completo dos paci- avançarem juntas, o que é muito legal”, diz
entes. Este ainda é considerado um gargalo Roberta, da Bloom.
do setor no país.
Esse cenário faz com que as healthtechs
“A interoperabilidade é nosso maior foco estejam otimistas com o crescimento a curto
hoje”, afirma Roberta, da Bloom. prazo. A Alinea recebeu investimentos re-
centes de fundos pesos-pesados, como
A Sami deu um passo importante nesse Founders Fund e General Catalyst, e prepara
sentido com uma parceria com o hospital um aplicativo próprio para aperfeiçoar o
Beneficência Portuguesa, em São Paulo – serviço. Já a Bloom pretende lançar novas
quando o atendimento acontece lá, a opera- áreas de atendimento em breve, expandindo
dora já consegue ter uma visão completa do o serviço. E a Sami espera que a receita
histórico dos usuários. Mas trata-se de ape- anual recorrente de cerca de R$60 milhões
nas um dos mais de 30 hospitais atendidos em 2022 dobre em 2023.
pela Sami, o que dá uma noção do caminho
a percorrer.

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EVENTOS

EVENTOS 2023

MAIO

30° Congresso Brasileiro de Reprodução Humana 2023


Data: 18 a 20 de maio
Local: Rio de Janeiro - RJ
Site: https://cbrh2023.org.br/

Hospitalar
Data: 23 a 26 de maio
Local: São Paulo Expo - SP
Site: https://www.hospitalar.com/pt/home.html

JULHO

14° Convenção Brasileira de Hospitais


Data: 27 e 28 de julho
Local: Expo Mag - Rio de Janeiro - RJ
Site: https://fbh.com.br/convencao/

AGOSTO

27° Congresso Brasileiro de Reprodução Assistida


Data: 30 de agosto a 2 de setembro
Local: Centro de Convenções Aracajú - SE
Site: https://sbra.com.br/eventos-nova/

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CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO DA
EXECUTIVOS DA SAÚDE

DIRETOR EXECUTIVO:
EVERTON RICARDO ARAGÃO ARRAES

DIRETORA ADMINISTRATIVA:
CYNTHIA ANDRADE

GERENTE ADMINISTRATIVA :
ELIZABETH ANDRADE

INFORMAÇÕES PARA CONTATO:


AV. DOMINGOS ODÁLIA FILHO, 301 CJ 1024 - CENTRO - OSASCO/SP
WHATSAPP (11)97394-3600 - EMAIL: contato@executivosdasaude.com.br

EXECUTIVOS
DA SAÚDE
Liderança, Tecnologia, Inovação, Serviços,
Negócios e Atualidades na Área da Saúde

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