O conceito do caráter nacional não foi inventado neste século. Mesmo os gregos antigos, nomeadamente Heródoto descreveu outros povos reais e fantásticos, colocando certas caraterísticas no seu comportamento. Hoje em dia podemos definir “o caráter nacional” como um resumo das peculiaridades mais marcantes na língua, nas tradições e no comportamento de uma nação. No meu trabalho queria destacar os pontos mais significantes que a meu ver são muitas vezes ignorados e apresentar um perigoso resultado possível da ideia do caráter nacional. Em primeiro lugar, vou debruçar-me da questão a que ponto atributos de uma nação mantêm estáveis durante o tempo. Estou convencido que nem que um aspeto marque um agrupamento de pessoas este aspeto alterará dentro de um período do tempo. Em particular, a relação aos franceses no século XIX mudou várias vezes. No início do século foram considerados bárbaros e criminosos por degolar o seu rei, apoiar Napoleão e desatar uma série das guerras na Europa. Mas pouco tempo passando depois do fim das guerras, todo o povo francês ganhou reconhecimento como os profundos intelectuais até o último camponês. O exemplo mostra a velocidade das mudanças sociais acentuadas na nossa época pela revolução digital para nem falar de que muitos factos “gerais” se revelem falsos. Em segundo lugar, a construção da imagem de um povo não representa um processo primitivo. A nação manifesta um interesse por outras nações e em geral pelo outro a fim de que crie o mais pleno conhecimento de si próprio. Daí resulta que na imagem do outro não que se reflita mentira total, mas são sublinhados os momentos mais distinguíveis em comparação com o primeiro. Um exemplo clássico são as relações entre cruzados e muçulmanos do Médio Oriente. De batalhas e combates nasceram sofrimentos vezes sem conta, porém aquela interação produziu ao mesmo tempo a imagem do Oriente e do Ocidente que pertencem nas nossas mentes até hoje. Mistérios e segredas não constituíram um traço mais importante do Oriente, contudo aquilo desviava mais da vida tradicional europeia e foi marcado. Em resumo, os carateres nacionais informam mais sobre nós próprios que de outros. Antes de tirar conclusões é de assinalar as graves consequências que podem acarretar o fanatismo em descrever as caraterísticas nacionais. Por exemplo, quando Jorge Amado escreva: “Há qualquer coisa de pagão na religião dos baianos… as múltiplas igrejas não sejam senão uma continuação, estilizada e civilizada, das macumbas misteriosas”, as pessoas religiosas, em especial espirituais formam a relação negativa ou até pejorativa aos baianos e à sua fé. Daqui falta uns passos e coincidências trágicas para um conflito religioso como ocorreu já inúmeras vezes na história europeia. Concluindo, queria enfatizar mais uma vez tais caraterísticas do caráter nacional como instabilidade, variabilidade e dependência dos nossos próprios atributos. Assumindo as proporções grandes, preconceitos podem incentivar colisões e conflitos. Mais seguro e justo parece julgar e avaliar cada um em vez de generalizar sem base sólida.