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21.7.2023
O ataque a
ALEXANDRE
de MORAES
68
/ Capa
O ATAQUE A ALEXANDRE DE MORAES
3 | por Plinio Teodoro
11 | "Comunista!", por Kakay
edição #68
/ Política
18 | Moro e Zambelli, os próximos na fila
da cassação?, por Ivan Longo
/ Brasil
conteúdo |
/ Global
46 | Lula em Bruxelas: "Uma viagem
extremamente exitosa", por Yuri Ferreira
/ Música
53 | Barbie, o álbum, por Julinho Bittencourt
59 | João Donato, um compositor que
ainda nem nasceu, por Julinho Bittencourt
65 / Expediente
Foto Rosinei Coutinho/SCO/STF
Capa
O ATAQUE A
ALEXANDRE DE
MORAES
E as faces da barbárie
fascista de Bolsonaro
por Plinio Teodoro
Ceivados por repetidos discursos de
ódio segregacionista do neofascismo, muitos
desses "animais" encontram-se acuados
desde o fim da barbárie bolsonarista. Mas
não foram extirpados
"A
lexandre de Moraes, deixa de ser
canalha". O urro propalado por Jair
Bolsonaro (PL) no dia 7 de setembro de
2021 à horda fascista que se acotovelava na
Avenida Paulista ainda ecoa em meio à rataria
que deixou os porões que ocupava após o fim
da ditadura militar no país.
Dois dias depois do ato de incivilidade,
quando firmou um pacto com os extremistas
de que "não mais cumpriria" as determinações
judiciais sentenciadas por Moraes, Bolsonaro
meteu o rabo entre as pernas e pediu
desculpas em nota cunhada pelo parceiro
golpista Michel Temer. Dizia ele que as
declarações "decorreram do calor do
momento". Deu, assim, uma mostra a mais de
sua reiterada covardia.
Incivilidade e covardia compõem o perfil de
todo fascista. A capacidade cognitiva limitada
pela ignorância — uma escolha própria, frise-se
Foto Reprodução
Jair Bolsonaro no dia 7 de setembro de 2021, quando chamou
o ministro Alexandre de Moraes de "canalha"
"IMAGINEMOS O ABSURDO.
ALEXANDRE DE MORAES
ESTÁ COM SUA FAMÍLIA
CAMINHANDO NO
AEROPORTO, VÊ UMA
FAMÍLIA QUALQUER E
RESOLVE AGREDIR ESSA
FAMÍLIA? ISSO É RIDÍCULO!
ISSO É RISÍVEL", DISPAROU DINO.
Incivilidade e covardia
O esfacelamento político de Bolsonaro, ainda
em curso, tem afetado os ânimos de seus
radicais, alimentados com uma sanha odiosa
contra Lula e contra tudo que ele representa
nos últimos anos.
Com seu capitão às traças, encontram-se
famintos. Sem a alienação constante por meio
de fake news e cursos olavofascistas, restou o
abatimento e a resignação.
E ratos, quando acuados, atacam sem
o mínimo de racionalidade e senso de
consequência de seus atos.
Mas, ao menor sinal de reação, fogem e
se escondem. Covardemente. É assim com
Bolsonaro. É assim com seus asseclas, as
milhões de faces da barbárie fascista no Brasil.
Incivilidade seguida de covardia. E um pedido
de desculpas para tentar apagar a selvageria e
esquecer os tempos de trevas no país. Como
se isso fosse possível.
Alexandre de Moraes não se esquece do dia
em que foi execrado e tratado como "canalha"
por Bolsonaro. E se lembrará por muito tempo
do tapa desferido em seu filho e das agressões
da família Mantovani no aeroporto de Roma.w
FILMES
EP.2
Festa da Selma
Comunista!
O ataque ao ministro
Alexandre de Moraes
por Kakay
C
" omunista!" Esse é o xingamento principal
dessa corja ignorante bolsonarista.
Por não conhecerem nada de história,
chamam o ministro Alexandre de Moraes de
comunista! Tenho dito que é extremamente
difícil qualquer diálogo com esses ultradireitistas
porque eles são muito primários. Ignorantes
mesmo. Com uma visão pequena, rasa e
maniqueísta do mundo. Em regra são pessoas
muito despreparadas, sem nenhuma leitura,
com tendência a serem violentas pois não têm
argumentos. Agem como os “imbroxáveis”, que,
por não conseguirem completar o ato sexual,
agridem as mulheres. A escória da humanidade.
Agora, chegam ao requinte da selvageria,
crueldade e covardia ao agredirem fisicamente
o filho do ministro Alexandre. Eles são os
mesmos que tentaram o golpe em 8 de janeiro
e depredaram o Plenário do Supremo Tribunal
Federal. Se naquele dia algum ministro estivesse
na Corte, teria sido esquartejado e exposto em
praça pública. É disso que se trata. Defender
a democracia e respeitar a Constituição, mas,
também, preservar a vida daqueles que se
expõem para garantir o Estado Democrático
de Direito. O ministro Alexandre está sofrendo
esses ataques, assim como outros ministros do
Supremo Tribunal Federal e do Tribunal Superior
Eleitoral, por estarem tendo a coragem de se
posicionarem contra a ruptura institucional e
pela normalidade democrática. Esse episódio
da agressão física ao filho do ministro é de
extrema gravidade e demonstra que os fascistas
continuam atentando contra a democracia.
Estão vivos, feridos e aparentemente acuados,
mas com a mesma selvageria e violência.
Tenho dito que a estabilização institucional
só virá com a condenação criminal desses
fascistas. E é necessário ter a coragem
constitucional de responsabilizar a todos,
inclusive o mentor inquestionável desse estado
de coisas a que foi submetido o Brasil.
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Fotos Pedro França/Agência Senado | Cleia Viana/Câmara dos Deputados
Política
Moro e Zambelli,
os próximos na fila
da cassação?
Senador e deputada federal enfrentam
processos na Justiça Eleitoral por casos em
que há jurisprudência para serem cassados;
especialista explica
por Ivan Longo
E
m maio deste ano, o Tribunal Superior
Eleitoral (TSE) cassou, em decisão
unânime, o mandato de deputado federal
de Deltan Dallagnol. O ex-coordenador da
operação Lava Jato foi condenado após a Corte
entender que ele se candidatou a uma vaga na
Câmara, em 2022, de forma irregular, já que
estaria impedido de concorrer pelo fato de que
pediu exoneração de seu cargo de procurador
tendo processos pendentes no Conselho
Nacional do Ministério Público (CNMP).
Pouco mais de um mês depois, em junho,
o mesmo TSE sentenciou Jair Bolsonaro à
inelegibilidade por oito anos. O ex-presidente
foi condenado por abuso de poder e uso da
estrutura do Estado para fins privados ao
convocar uma reunião com embaixadores
estrangeiros para atacar o sistema eleitoral.
O ano não deve terminar, entretanto,
sem antes dois outros políticos ligados ao
bolsonarismo e à extrema direita perderem seus
mandatos. O senador Sergio Moro (UB-PR) e
a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) são
considerados, tanto no meio político quanto no
jurídico, os próximos na “fila” da cassação.
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Foto Antonio Cruz/Agência Brasil
Brasil
O
governo Lula comunicou em 12 de
julho que vai encerrar o Programa
Nacional das Escolas Cívico-Militares
(Pecim), uma herança da gestão de Jair
Bolsonaro. O programa foi lançado em 2019 e
era a principal bandeira do governo da extrema
direita para a educação.
No bojo do otimismo em torno do
encerramento do Pecim, a Fórum conversou
com a pedagoga e doutora em educação pela
Universidade de São Paulo (USP) Catarina de
Almeida Santos, para entender o que está por
trás da militarização das escolas, quais seus
impactos e quais as perspectivas, de forma
geral, para a educação no Brasil.
O modelo das escolas cívico-militares
é diferente daquele das escolas militares
mantidas pelo Exército; são as chamadas
escolas militarizadas. Para além do Pecim, a
militarização de escolas é realidade também
como medida de governos estaduais e
municipais no Brasil, e exige debate.
Para a pedagoga, que atualmente é
professora associada da Universidade de
Brasília (UnB), isso faz parte de um projeto de
manutenção da estrutura social que engloba,
também, iniciativas como o homeschooling e o
projeto Escola sem Partido.
Confira os principais trechos da entrevista.
As escolas cívico-militares
A militarização não começou em 2019 com
o Pecim. Quando falamos de militarização,
estamos nos referindo à transferência das
Foto Divulgação
A pedagoga e doutora em educação Catarina de Almeida Santos
Juventude hitlerista
Foto Reprodução
Militarização e fascismo
Tem um autor que costumo usar, o Tzvetan
Todorov, sobretudo sua obra Diante do Extremo,
para imaginarmos como os agentes do
fascismo ou do nazismo eram pessoas comuns
formadas a partir de uma lógica. Então, fui
estudando muito esses livros sobre a juventude
hitlerista porque está dentro da lógica do que
se tenta fazer com os estudantes dentro das
escolas militarizadas.
Massacre
da DZ7
“Vamos provar ao júri que a polícia mente”, diz
à Fórum Maria Cristina Quirino, mãe de Denys
Henrique, morto aos 16 anos durante ação da
PM em Paraisópolis, São Paulo
N
a madrugada de 1º de dezembro de
2019, uma ação da Polícia Militar (PM)
na comunidade de Paraisópolis, na zona
sul de São Paulo, deixou nove pessoas mortas,
todas jovens e adolescentes entre 14 e 29 anos,
e ficou conhecida como o Massacre da DZ7
de Paraisópolis. A operação policial tinha como
objetivo encerrar o chamado baile funk da DZ7,
festa famosa na periferia da capital paulista
que fazia com que diversos jovens de várias
quebradas se deslocassem para participar.
Um desses jovens foi Denys Henrique
Quirino, à época com 16 anos, que saiu da
Brasilândia, na zona norte da cidade, para curtir
o baile. Ele sonhava em atingir a maioridade
para comprar uma moto e trabalhava em uma
empresa de limpeza de sofás e estofados para
conseguir bancar sua festa de aniversário de
18 anos. Exímio dançarino, foi se divertir no
baile da DZ7, mas nunca mais voltou para
casa. Sua mãe, Maria Cristina Quirino, desde
então luta para que o episódio seja investigado
apropriadamente e que a justiça seja feita.
“É uma angústia estar passando por esses
quase quatro anos sem respostas. Ficar esse
tempo todo em uma luta por justiça é a pior
coisa que pode acontecer, porque você sabe
que não tinha motivação e nem justificativa
para o que a polícia fez, e temos que lutar para
provar que eles mentem e encontrar forças
para refutar a narrativa deles. É desesperador”,
contou Cristina em entrevista à Fórum.
De acordo com os PMs, tudo teria começado
com a perseguição a dois suspeitos que
Foto Reprodução
As vítimas do massacre tinham entre 14 e 29 anos
ELES PREMEDITARAM
TODA A AÇÃO, DO
INÍCIO AO FIM, ATÉ A
CONFECÇÃO DO BOLETIM
DE OCORRÊNCIA. ELES
DIZEM QUE PERSEGUIAM
OS DOIS SUSPEITOS DE
MOTO E QUE TEVE RETALIAÇÃO
DA POPULAÇÃO, MAS AS CÂMERAS
COMPROVAM O CONTRÁRIO”,
DESABAFA A MÃE.
Lula em Bruxelas:
"Uma viagem
extremamente
exitosa"
por Yuri Ferreira
A
3ª Cúpula Comunidade dos Estados
Latino-Americanos e Caribenhos (Celac)
– União Europeia (UE) foi “extremamente
exitosa”. As palavras não são nossas, mas do
presidente Lula, que concluiu a viagem à Europa
na última quarta-feira (19).
O encontro entre os países do bloco europeu
Foto Ricardo Stuckert/PR
Sessão de abertura do Fórum Empresarial União
Europeia-América Latina, em Bruxelas
Prólogo
O grande fator que antecedeu a ida de Lula
a Bruxelas, na Bélgica, para a Cúpula Celac-UE
foram as falas as falas do presidente brasileiro
durante encontro dos países do Mercosul no
início de julho. Lula criticou duramente uma
carta adicional da União Europeia que previa
a possibilidade de sanções contra países do
Mercosul com base em dados ambientais no
âmbito do acordo que o bloco europeu tenta
arranjar com o bloco sul-americano.
Foto Reprodução
Ursula von der Leyen,
presidenta da Comissão Europeia
Acordo Mercosul-UE
A abertura da cúpula da Celac-UE foi feita
pela presidenta da Comissão Europeia, Ursula
von der Leyen, que já indicou um arrefecimento
em busca de um acordo com o Mercosul.
“Queremos discutir hoje como conectar mais
os nossos povos, empresas, como reduzir
o risco, reforçar e diversificar as cadeias de
abastecimento e como modernizar nossas
economias de forma a reduzir as desigualdades
e trazer benefícios a todos. Tudo isso é possível
se conseguirmos concluir o acordo União
Europeia e Mercosul”, disse Von der Leyen.
Lula manteve uma postura forte frente
aos europeus, rejeitando as sanções. “Não
vamos ceder porque, primeiro, pouca gente
no mundo pode falar [mais] de energia limpa
ou preservação do que a gente. Temos um
compromisso histórico e de campanha,
de que vamos, até 2030, acabar com o
desmatamento na Amazônia. Esse é um
compromisso nosso, do governo brasileiro”,
disse o presidente Lula.
A expectativa é que mais de 100 bilhões
de dólares sejam destinados para o Brasil nos
próximos anos para o cuidado das florestas do
país, como comprometido pela União Europeia.
A questão venezuelana
e o apoio de Macron
Lula seguiu defendendo uma posição menos
agressiva frente à questão venezuelana. E
conseguiu apoio de Macron para suas posições,
que são claras: o país merece eleições limpas
e livres e as sanções econômicas têm que ser
derrubadas rapidamente.
“A conclusão a que chegamos é que a
situação na Venezuela será resolvida quando
partidos e governo venezuelanos chegarem à
conclusão da data das eleições e das regras
que vão estabelecer as eleições. Com base
nisso, o compromisso de que as punições
impostas pelos Estados Unidos devem
começar a cair. São sanções absurdas que
não possibilitam à Venezuela sequer lidar com
o próprio dinheiro que está [depositado] em
outros países”, disse o presidente brasileiro.
Os compromissos estão estabelecidos em
carta assinada conjuntamente por Brasil, França,
Colômbia, Argentina e pelo Alto Representante
da União Europeia para Relações Exteriores e
Política de Segurança, Josep Borrell.
A conjuntura favorável
A necessidade da União Europeia de se
aproximar da América Latina tem se tornado
cada vez mais evidente: com o conflito na
Ucrânia, a dinâmica global tem se tensionado
e os países do nosso continente não têm mais
um alinhamento direto com os países europeus
Foto Ricardo Stuckert/PR
e com os Estados Unidos.
Lula afirmou que a cúpula Celac-UE foi a
mais produtiva de todos os tempos, e que o
bloco europeu se comprometeu seriamente com
investimentos na América Latina e, em especial,
no meio ambiente. Para isso, não precisou se
dobrar aos desejos dos países mais ricos e
conseguiu manter posição firme de soberania
nacional frente aos interesses da Europa.
“Poucas vezes vi tanto interesse político
e econômico dos países da União Europeia
para com a América Latina. Possivelmente pela
disputa dos EUA e China; possivelmente pelos
investimentos da China na África e na América
Latina; possivelmente pela Nova Rota da Seda;
possivelmente pela guerra [entre Rússia e
Ucrânia]”, disse o presidente em coletiva em Cabo
Verde, última parada antes da volta ao Brasil.w
500k
Valeu,
comunidade!
A cantora Ava Max
Música
Barbie,
o álbum
por Julinho Bittencourt
Foto Divulgação
Choose Your Fighter, de Ava Max,
tem tudo para ser o destaque da trilha,
meio na cola de I Will Survive, guardando
as devidas proporções
O
enorme e poucas vezes visto esquema
de divulgação que envolve o lançamento
do filme Barbie tem custado para seus
realizadores, a Mattel Films e a Warner Bros,
algo em torno de US$ 100 milhões, de acordo
com as estimativas.
Entre as inúmeras peças que circundam o
filme – entre elas envelopamentos de metrôs
em grandes cidades, comidas cor-de-rosa,
brinquedos, cosméticos, produtos de higiene
etc. – e que chegam ao mercado nesta
semana está “Barbie The Album”, com a trilha
sonora do filme de Greta Gerwig.
Lançado na sexta-feira (21), com uma
verdadeira constelação da música pop
contemporânea, o álbum traz contribuições
inéditas de nomes como Lizzo, HAIM, Sam Smith,
além de vários singles lançados anteriormente,
como Dance The Night (de Dua Lipa), What Was I
Foto Divulgação
Margot Robbie como Barbie e Ryan Gosling como Ken
“Empoderamento feminino”
Entre eles, o tal “empoderamento feminino”
que os fabricantes, divulgadores e fãs da
boneca insistem que ela tem. A canção tem
como tema central o clichê: “você pode ser o
que você quiser ser, independentemente da
opinião dos outros”. E, a partir disso, desfila em
seus versos coisas como: “a vida é como uma
passarela e você é o
estilista”.
A canção, com
trechos que lembram
vagamente o megahit
Bad Romance, de
Lady Gaga, tem
a melodia vigorosa e, além de muito bem
interpretada pela autora, traz a produção
do canadense Henry Russell Walter, mais
conhecido como Cirkut, que já assinou álbuns
e composições com B.o.B, Britney Spears, Kim
Petras, Flo Rida, Jessie J, Karmin, Katy Perry,
Kesha, Miley Cyrus, Rihanna, entre outros.
O resultado final, descontando as
obviedades, é um sério candidato a ser não só
mais um sucesso instantâneo da cantora, que
conta com mais de 30 milhões de ouvintes no
Spotify, como uma das grandes explosões da
temporada, fazendo eco ao filme.
A gravação final começa com a
multiplicação de vozes da melodia à capela,
até a entrada solo da cantora sobre uma batida
acelerada, que deve levar a canção facilmente
para as pistas do planeta.
A roupa com que Cirkut vestiu Choose Your
O álbum traz contribuições inéditas de nomes como Lizzo, HAIM,
Sam Smith, além de singles lançados anteriormente de Dua Lipa,
Billie Eilish e Nicki Minaj, entre outros
Música
João
Donato,
um compositor
que ainda
nem nasceu
por Julinho Bittencourt
A
os incautos é muito comum que digam
“a música do meu tempo”. Sempre
impliquei um tanto com a expressão. De
que tempo afinal estariam eles falando, já que
estamos todos ainda vivos no mesmo tempo?
A primeira vez que ouvi João Donato, ele
fazia a música de um outro tempo, da Bossa
Nova, dos anos 1950. A seguir, Donato passou
a fazer a música dos tropicalistas, imortalizado
em parcerias com Caetano Veloso, Gilberto Gil,
entre outros.
E foi assim, pulando de uma era para a outra,
que fui me dando conta de que a música de
Donato era mesmo de um outro tempo, nem
do passado nem do presente, mas sim de um
tempo que ainda está por vir. A música de João
Donato sempre foi feita de futuro.
Um grande pianista e compositor. Ou o
contrário. Na verdade, Donato foi grande em
tudo. Tinha (tem) um jeito mínimo de tocar que
se confunde com suas composições, feitas a
partir de pouquíssimas notas combinadas com
uma sequência rítmica surpreendente. Tudo isso
desencadeado de uma maneira absolutamente
elegante, leve, rápida, urgente e simples.
Foto Divulgação
João Donato com seu piano jazz com ecos do samba e da música cubana
Coro de cor
Sombra de som de cor
De mal me quer
De mal me quer de bem
De bem me diz
De me dizendo assim
Serei feliz
Serei feliz de flor
De flor em flor...
Será
No fundo do quintal
Quintal do seu olhar
Olhar do coração
João Donato com Tom Jobim, João Gilberto, Gal Costa, Caetano Veloso,
Donatinho, seu filho, e Gilberto Gil
Diretor de Redação
_ Renato Rovai
Editora executiva
_ Dri Delorenzo
Designer Revisão
_ Marcos Guinoza _ Laura Pequeno
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