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OS
DOÌNS
DO
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ItldústÍias
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Rev. Dr. W. Robert McAlister


t"'*bt"

Os três capituloscomponentesdesÍelivro toram apre-


senÍadosem estudosno Centro de EstuttosCarismáticos
cio Rio de Janeiro os guals toram usados como ponto
clepartidapara o diálogoentre lideresda obra carismática,
enseiandoa ampliaçãodo conhecimentomtttuo das ma-
nitestaçõesdo EspíritoSanfo.

O autor do livro, é o Íundadorda igreja de Nova Vida


no Brasil e sua formaçãoé tradicionalmentepentecostal.
Serão apreciados os comentários soóre o assun-
to aqui tratado.
I
ü
Olerecemoseste livro ao preço de custo a quem de-
sejar outros exemplares.
Os pedidos deverãoser Íeitos à Redaçãoda VOZ.

Os editores
CAPÍTULO I

Os Três D o n s d e I n s p i r a Ç ã o
1) LínguasEstranhas
2) lnterpretaçãode Línguas
3) Profecia

INTRODUÇÃO

A tradição pentecostalensina que línguas estranhas


constituemuma "mensagem" que Deus envia para orien-
tar ou instruir o Seu povo.
Sendo a "mensagemem línguas" incompreensível, diz
a tradição, torna-se necessárioo dom de interpretação
para que o povo entenda a "mensagem", ouvincjo_ano
seu próprio idioma.
Na prática, a preponderantemaioria das in{erpreta-
çoes inclui "recados do céu", quase sempre contendoins-
truções, quer para a igreja em geral, quer para pessoas,
individualmente. Chegama considerarcomo proÍéticases-
ias interpretaçõesque sempre são antecedidas de ,,men-
sagem em línguas estranhas".
A prática reiterada por vários anos levou os pen-
tecostais clássicos de várias partes do mundo, do
Brasil inclusive, à seguinte conclusão: LÍNGUAS ES-
TRANHAS+ I NTERPRETAÇÃO: PROFECtA.

5-
A ser verdadeiraesta premissa,seríamos levados a LíNGUAS ESTRANHAS
admitir a existênciade duplicação nos dons de inspira-
ção. Se fosse bíblica tal tradição, poder-se-iaou elimi- I Coríntios14:2 "Pois quem Íala em outra língua,não
Ãar a profecia (dom que seria desnecessáriopor ser subs- fala a homens,senão a Deus,visto que ninguémo entende
ou eliminar as línguas
tituído por línguas-finterpretação) e em espírito fala mistérios".
estranhas (a causa de grandes dissensões entre os evan- O primeiro aspecto notável desta declaração é o di-
gélicos) e interPretação' recional. QUEM FALA EM LINGUAS, FALA A DEUSI A
TESE direção é vertical e não horizontal; sempre no sentido de
baixo para cima e nunca o inverso.
Nossa posição é a seguinte:
Se esta definição bíblica realmentenos merece con-
1) Cada dom do Espírito tem uma função singular, íiança, somos forçados a concluir que por línguas estra-
específica; nhas o homem tala a Deus e não Deus ao homem. E. mais
-fodos ainda, se em línguas estranhaso homem fala com Deus,
2) os dons são importantese há raz'áopara então a frase pentecostalmentepopular "uma mensagem
sua existência; em línguas" não pode ser válida. De fato, em parte al-
3) Não há nenhumaduplicaçãonos dons do Espírito guma da Bíblia achamosa frase "mensagemem línguas',.
Santo; A razão de muita confusão no que tange o uso de
4) Conseqüentemente, a proposição de que iínguas línguas estranhas deriva desta Írase que não tem fonte
estranhas*interpretação=profecia conflita a ori- biblica e que, conseqüentemente,deve ser rejeitada. Tal
entaçãodo ApóstoloPaulo à igreja Corintianaque, conceituaçãodeu-nos uma definição antibíblica e com-
em conseqüênciado mesmo erro, caiu em graves pletamenteerrada deste dom do Espírito.
problemas.
Consideramoslínguasestranhas,quer como evidência
Examinemos,bíblica e individualmente, cada dom pa- do batismo, quer como manifestação do dom do Es-
ra que a nossa experiênciase conforme com as Escri- pírito, nada tendo a ver com uma "mensagem" ou um
turas, deixando de exigir que a Bíblia fale o que "acon- recado que Deus quer que recebamos.A definição bíbli-
tece em nossos cultos". ca prevalece:línguas estranhassão para o homem Íalar
com Deus.
DEFINIçÃO DE TERMOS Segue-sea esta aÍirmação a pergunta óbvia: se lín-
Em qualquer matéria, seja científica, f ilosófica guas estranhasnão constituema primeira parte de uma
ou religiosa,a definiçãode palavrase termos é básica' mensagemde Deus, então o que é e qual a sua função?

Neste estudo será necessáriodeixar de lado a opi- Respondemoscom uma outra pergunta: (atendo-nos,
nião popular a respeito destes três dons, Íicando com a sempre,à definição bíblica):Que faz uma pessoa quando
dêÍiniçãobíblica.Caso contrário,defenderemosa tradição Íala a Deus? Certamentenão está orientando,nem dando
e o hâbito popular em vez de examinarmoso assunto à instruçãoao pai celestial.QUEM FALA A DEUS,OU ESTÁ
luz da revelaÇãobíblica' ORANDO OU ESTÁ LOUVANDO.

6- 7-
à oração no Espí-
As referênciasneotestamentárias é óbvia.A própria palavra"interpretação",derivaçãodo
rito são muitas.Citamosas seguintes: verbo interpretar,deÍine.sea si mesma,gramaticãlmen-
te. O dom de interpretaçãode línguasnão funcionaso-
1. Romanos8:26: "Tambémo Espírito,semelhante- zinho,mas sempreem conjuntoe para complementar o
mente, nos assisteem nossa fraqueza;porque nâo sa- dom de línguasestranhas.
bemos orar como convém,mas o mesmo Espíritointer-
cede por nós sobremaneira com gemidosinexprimíveis". Paulodiz que para ediÍicara igreja é misterinter-
pretar línguasestranhas.Ele chega a alertara quem Íala
2. I Coríntios14:14:"Porque,se eu orar em outra em línguas,no caso de não haver alguém com o dom
língua,o meu espÍritoora de Íato, mas a minha mente de interpretação, o deverde Íicar calado."Mas, não ha-
fica infrutífera". vendo intérprete,fique calado na igreja, falandoconsigo
3. I Coríntios14:15:"Que farei,pois?Orareicom o ínesmoe com Deus".(l Coríntios14:28).
espírito,mas tambémorarei com a mente;cantareicom . As razõessão explícitasnas palavrasde paulo:,,para
o espírito,mas também cantareicom a mente". que a igreja seja ediÍicada(l Goríntios14:5),e para que
4. Judas20: "Vós,porém,amados,edificando-vos na o incrédulonão considereloucaa pessoaque diz coisas
vossafé santíssima, orandono EspíritoSanto". em palavrasesquisitas". "Se, pois,toda a igrejase reu-
nir no mesmolugar,e todos se puserema falar em ou-
Enfatizandoa distinçãoentre línguase profecia,so- tras línguas,no caso de entraremindoutosou incrédulos,
mos informadosque no caso do derramamento do EspÊ não dirão porventura,que estais loucos". (l Ooríntios
rito, em Éfeso,eles, após o seu batismono EspíritoSan- 74:23).
to, "falaramem línguase profetizaram"."E, imponclo-lhes
Pauloas mãos,veio sobre eles o EspíritoSanto;e tan- Para que o Dom de interpretação de línguasseja
to falavamem línguascomo profetizavam".Atos 19:6. usado conformea vontadedo Espírito,precisaexpressar
exatamenteaquilo que Deus entende,ou seja, iriterpre-
Nossaconclusão,pela evidência,tanto da definição tar o que fora dito em línguasestranhas.Emboranão
de I Coríntios14:2,como das referências acima,é que
quandofalamosem línguasestranhasestamosorando a
Deusou, pelo EspíritoSanto.O adoramosde modo so-
brenatural.
Mencionamos muito ligeiramente(pelo fato de não
afetar este estudo) que existe uma diferençaentre lín-
guas estranhascomo conseqüênciado batismo no Es- Sendo assim,perguntamos: o gue acontecequando,
pírito Santo, maniÍestaçãoesta disponívela todos os num culto, alguémfala em outras línguase a interpreta-
crentes e o Dom de línguas. ção foge completamentedas normase definiç,õesesta-
começandocom a frase ,,Eu o Senhbrvos Ía-
,belecidas,
DE LíNGUAS
INTERPRETAçÃO lo"? Será que as línguasestranhaseram ,,umamensagem
Esteé o único dos três dons de inspiraçãosobre o de Deus"e a interpretagão Íiel; ou a fala em línguasãra,
qual a Bíblia não nos dá uma definiçãoclara. A razáo de fato, uma expressãopública de louvor, adoiaçãoou

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oração,enquantoque a interpretaçãoé infieï ao que fora .menteedifica,exorta e confortaa igreja. Mas pergunta-
dito? mos: O que aconteceuàs línguas?Foramignoradas. On-
Explicamosde outra maneirao dilema:SE LTNGUAS de está a função de interpretaras línguas?.Por igno-
ESTRANHAS SÃOPARAO HOMEMFALARA DEUS,COMO rânciae ensinamento errado,ESTEDOM É QUASEINE-
'É POSSÍVELA INTERPRETAçÃO DESTASLÍNGUASSER XISTENTENA IGREJAEM NOSSOSDIAS.Como resulta-
DEUS FALANDOAOS HOMENS? do, as riquezasdo louvor e adoração,da oração inspi-
rada pelô EspíritoSanto,estão perdidas.A lgreja é po-
Se a definiçãodada em I Coríntios14:2 é verdadei- bre por causada má funçãodos dons.Os culpadosdisto
ra, então o caráter de qualquer interpretaçãotem que são os líderesque seguem,cegamente, a tradiçãoe, desta
obedecerà deÍinição.O dom precisainterpretaro que o maneira,duplicamdons, por um lado,e ignoramoutros,
homemdisse a Deusem línguasestranhas.A direçãodas por outro lado,perdendo,assim,as grandesbênçãosque
lÍnguasé do homempara Deus,de baixo para cima, do Deus quer derramarsobre nós.
mundo para o céu; a interpretaçãoprecisater a mesma
assumindo
direção,ou então deixa de ser interpretação,
uma independência que a Bíblianão permite. CONCLUSÕES

O QUE ACONTECE 1. Línguasestranhassão,sempre,a maniÍestação


do
EspíritoSanto em oração e louvor;
Explicamoso que "acontece"da seguintemaneira; 2 . A direçãode línguasestranhasé sempreverti-
Cremosque o falar públicoem línguasestranhas seja re- cal; do homem para Deus;
almenteuma manifestaçãodo Espíritoe não meramente
alguémjá batizadono Espíritodesejandoexpressarsua 3 . A frase "mensagemem línguas"não é bíblicae
alegria,ou, na pior das hipóteses,querendose mostrar. dá uma definiçãoerradade línguasestranhas;
Sabendoque as línguasestranhassão inspiradaspelo 4. lnterpretaçãode línguas precisa ser fiel tanto
Espírito, esperamosuma interpretaçãono sentido de no seu conteúdocomo na direção;
louvor a Deus, adoraçãoao Senhor Jesus ou uma ex- 5 . Sendofiel à deÍiniçãobíblica,a interpretação
de
pressãode oração no Espírito.Esta interpretaçãocerta- línguasdeverá traduzir o que foi falado a Deus
mente supriria o requisitode edificar a igreja. O que em louvor,adoraçãoou oração;
pode edificar mais o povo de Deus do que louvor e
adoração?Exemplodesta verdadesão os Salmos,Íonte 6. Os costumese a tradição levaram-nosa perder
inesgotávelde louvor e edificação. as riquezasdo louvorem línguase interpretação,
transformandoestes dois dons que passarama
Quando,porém,depoisde Íalar em línguas,uma pes- ser usadoscomo mensagensde Deus para o ho-
soa começa a dar um 'recado ao povo, ESSA PESSOA mem, guandoa intençãodo EspÍritonão é esta;
IGNORACOMPLETAMENTE O QUE FORADITO e entra
no campoda profecia,cuja definiçãodaremosadiante. 7. Para Deusalcançara igrejacom uma mensagem
Ele usao dom de proÍeciae nuncalínguase inter-
O que estásendogonsiderado real-
uma interpretação pretação.

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3 _ PROFECIA: do, porém,o dom mais enfatizadopelo apóstoloPaulo,
que afirmaser este dom vital à operaçãoe vida do cor-
po de Cristo,acrescentando o fato de que "todos podeis
profetizar",
(l Coríntios14:31),somosobrigadosa ouviro
que o Espíritodiz a respeitode proÍecia.

CONFORTAR
O aspectomais óbvio de proÍeciaé exatamenteem
Em contrasteevidenteao "Íalar em línguas estra- seu significado,o que a palavradiz. Desprezamoseste
nhas",cuja direçãoé no sentidode baixo para cima,.a aspectoda profeciapor ser ela o menosespetaculardos
proÍeciaé a mãnifestação espiritualem que Deus fala dons.Mas nem por isso deixa de ser importante,
neces-
a o h om e m . sária e uma manifestaçãopuramentedo EspíritoSanto.
O argumentoconstantede Pauloem I Coríntios14 Mas perguntamos: quem hoje em dia busca o dom
é que prõÍeciatem mais valor do que línguas'Ele .exor- de profeciacom a intençãode conÍortaros outrosmem-
ta bs coríntiosa buscaremos dons mas "principalmen- bros do corpo de Cristo?Ousamosignorarou desprezar
te" a proÍecia.(l Coríntios14:1-5). este aspectoda profeciapor ser ela menos espetacular
do que, digamos,dar um recadoà igreja? Obviamente
Pelovalor que Pauloatribuiao dom de profecia,to.r- todos os dons têm valor, todos são necessários,e na
na-se necessáriòentendera naturezadeste dom; utili- medida que ignoramosqualqueraspectodeles, na mes-
zar a profeciade maneiracorreta, e não transÍormara ma proporção,Íicamosempobrecidos.
profeciaem algo que o Espíritonuncaquis que fosse'
EDIFICAR
O dicionáriodescreveeste verbo assim:"construír,
levantar,instituir,Íundar,etc". Comoé que isto acontece
atravésda profecia?Respondemos que, seguindoos li-
mites já citadosde I Coríntios14:3,Íalamosuns aos ou-
tros na inspiraçãodo EspíritoSantoe, em conseqüência
do testemunho ou meditação, mensagem ou palestra,
quem
nosouve,querseja um crentesó, querseja a igrejainteira,
cresce espiritualmente. É, enfim, edificadopor palavras
proféticasque atingemo âmagodo seu espírito,efetuan-
do o crescimentoaté a maturidadealmejada por
todos nós.
estas finalidades. O fator edificanteda profecia,talvez seja o aspecto
Voltamosa repetir que a proÍeciaseria desnecessá- mais importantedeste dom de inestimávelvalor. Todos
ria se fosse substiiuídafor línguase interpretação'Sen- precisamoscrescer.Carecemos, todos nós,de maturidade

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espiritual.ProvocamosestaediÍicaçãouns nos outrospor e iluminaçãodo Espírito,transmitindoenergiaespiritual
profecia,Íalando uns aos outros pelo EspíritoSanto. e contribuindopara o seu desenvolvimento
Portanto,esta edificaçãoaconteceem qualquersi- A INDEPENDÊNCIA
tuaçãoquandoum crente batizadono EspíritoSantofala DA PROFECIA
a outro crente. Pela mensagem pregada do púl- Uma mensagem proféticageralmente
dirigidaà igre-
pito; pelo testemunhopessoalque Íalamosno culto de- ia, (embora possa até acontecer entre dois cien-
vocional; pela conversaentre apenas duas pessoas,o
dom poderosode profeciapode operar.

EXORTAR

Exortaré uma palavraque,paraalgunscrentes,apre-


senta problemas,pois aparentemente abre a porta para
o tipo de "profecia" que atualmenteaconteceem círcu-
ReÍiro-meà profecia"instrutiva"ou "ori-
los carismáticos.
entadora",chegandoaté ser uma ordem do Altíssimo,
que não pode ser recusadaou olvidada.Estasprofecias,
pelo que ouvimos,constituema maior parte do que se
chama"proÍecia"nos dias atuais.Sou obrigadoa repetir
que a profeciaautoritária,ou preditivaou orientadora,
NÃO íaz parte da proÍeciadescritaem I Coríntios14:3.
. Nestestermos,todos podemosproÍetizar!Todos po-
A deíinição"exortar"não dá margem,nem ensejade demosedificar,exortare conÍortar,não nos esquecendo
maneiranenhuma,às ordensou à disciplinaque os cren- nunca de que este assuntoconstitui algo sobfenatural,
tes aplicamuns aos outros.Deploramos a violênciacontra uma incontestávelmanifestaçãodo EspíritoSanto.
a profeciaque está sendo praticadapor multidõesde A parte predominantede nossasreuniõesdeve cons-
crentesmal orientados e poucodisciplinados pelalideran- tituir-se de trabalho profético. Se somos batizados
ça carismática. e ungidos pelo Espírito; se há liberdade suficiente
Entendemos a palavraexortarcomo significando:ins- no meio do culto previamenteprogramado,onde o Es-
pirar, elevar a novas alturasespirituais.Neste sentido, pÍrito do Senhorpode ungir um instrumento,certamente
percebemosque a revelaçãoda Palavrade Deus,ilumi- o resultadoserá a edificação,a exortaçãoe o conforto
nando-noscom resoeitoa doutrinase verdadesencober- proféticos.
tas por dogmase tradição,Íaz parte do trabalho profé- Acrescentoapenas uma ressalva:esta definiçãodo
tico de exortar.Em váriascomunidades, antes de se ele- dom de profecia,com os seus limitesespecificados,
separado para trei- não
var um homem ao é
ministério, ele governao dom ministerialdo proÍeta.
namentoe chamado "um exortador".A intenção é ter
uma pessoa'que fale ao povocom unção,com inspiração (Trataremosdeste assuntonum outro estudo).

-14- -15-
CONCLUSÕES
Para seguir o EspíritoSanto é necessário,às vezes,
deixarde seguiros homens.Paraser Íiel à verdadeé ne- CAPÍTULO II
cessário,às vezes,virar as costasàs tradições.Paramani-
Íestar,constantemente, os dons espirituaisé necessário,
sempree sempre,deixar de usá-loserradamente.
Concluímoso seguinte: Os Três D o n s d e R e v e l a ç ã o
1. Nemtoda expressão públicaem línguasestranhas
é a manifestação do dom de línguas,muitasve- I Coríntios12:8,10
zes é uma expressãopessoal de louvor, que
deve ser restritaà adoraçãoparticulardo crente; í) A Palavrada Sabedoria;
e portantonão deve ter expressãopública. 2) A Palavrado Conhecimento;
2. Deve haver disciplina e orientaçãoquanto a
"mensagens de Espíritos.
3) Discernimento
em línguas";
3. O dom de interpretação precisaser fiel, à língua
falada,e obedecera deÍiniçãoque limitaestama- TNTRODUçÃO
nifestaçãoa louvor,adoraçãoou a oração;
Exlste, nas igrejas pentecostais,renovadase evan-
4. A interpretação de línguasestá quasedesapare- gélicas,de modogeral,uma confusãoa respeitodos dons
cida do nossomeio,privandoo povo de Deusdas de revelaçãodivina que tem polarizadoo povo de Deus.
riquezasdo louvore oraçãono Espírito; Por um lado, temos os que ignoram completamenteo
5. A culpa destalacunacai diretamente nos ombros aspectosobrenatural dos dons, não permitindoqualquer
da liderançacarismáticaque segue a tradição manifestaçãonestesentido,enquantooutros procurama
pentecostalem vez de examinaras Escrituras; sua orientaçãototal por intermédiode "revelações"e
"visões".
6. O abuso do dom de proÍeciaexige ação enérgi-
ca da parte dos dons ministeriais no sentidode: SomosinÍormadosde que este assuntochega a em-
1) doutrinaro povo sobre o uso bíblico deste polgar certascomunidades ao ponto de dominaro fun-
dom, e 2) disciplinaros que estão sob sua cionamentoda igreja,não sendopossívelnem realizarum
autoridadeespirituale que aproveitam a profecia culto sem antes recebera "ordem do céu", por revela-
para criar uma plataforma para suas próprias ção.
idéiase opiniões; NestesGasosexageradoso EspíritoSantoestá sendo
7. Que Deus tem muíto para ensinar a todos nós responsabilizado por tudo que está sendo falado e pra-
e, se andarmosem fé, honestidade e humÍldade, ticado.Veio ao nossoconhecimentoque, após uma reu-
conheceremosa Verdadee a Verdadenos liber- nião, certo líder chega a perguntarse alguémteve uma
tará.
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visão ou revelaçãoe que a reunião é consideradaquase
um desperdício se não houver algumas declarações de Antes de falarmosdas revelaçõese visões,que cons-
ordem revelatória, mística e altamente orientadora. como tituem o ponto dominante de certos ambientes carismá-
se Deus houvesse reservado o melhor vinho para o fim tÍcos, tratemosdos três dons de revelação.
e que, Íinalmente,o EspíritoSanto resolveudar o recado
ao povo. 1. A PALAVRADA SABEDORIA
Ante este problema, queremos examinar as Escritu- Esta manifestaçãodo Espírito Santo, dentro do al-
ras para ver se existem exemplos, em o Novo Testamen- cance de todos os que são batizadosno Espírito,tem por
to, que admitam essas orientações revelatórias e se os finalidadecolocar na boca do instrumentousado uma par-
dons de revelação contêm o aspecto de dar ordens ao cela da sabedoria divina.
povo, individual ou coletivamente, conforme a prâ-
tica atual de "revelações" em muiÌos grupos carismátí- O aspecto mais óbvio deste dom é que se trata de
cos e ígrejas avivadas. "uma palavra" da sabedoria e não de toda a sabedoria.
Devemos eliminar a idéia de que a concessão nos tor-
TESE nará mais sábios.

1. Para agradar a Deus é necessárioconhecero que O aumento da nossa sabedoria nos é prometido em
a Palavra de Deus afirma e usar a Bíblia como Tiago 1:5. lsto não se refere a uma maniÍestaçãodo Es-
regra,não baseandoa doutrina"naquilo que acon- pírito Santo. "Sê, porém, algum de vós necessitade sa-
tece" nas reuniões; bedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente'e
nada lhes impropera;e ser-lhe-áconcedida".
2. Que os três dons de revelaçãotêm uma interpre-
tação dentro das Êscrituras Sagradas e não po- O dom da palavra de sabedoria diz respeito a situa-
dem sofrer modificação, conÍorme os nossos de- ções singulares e especíÍicasquando, após esgotar to-
sejos; da a sabedoria que já nos foi dada, vem o Espírito Santo
para, atravésde revelação,compartilharconosco uma pa-
3. Que existe disciplinajá definida na Bíbtia coibin- lavra extra da sabedoriadivina.
do o exagero no campo das revelações e que
esta disciplÍnadeve ser conhecidae aplicada pe- Quantas vezes, em gabinetes pastorais, este dom
la liderança responsávelpela conduta do povo nas tem sido exercido, sem ser identificadocomo tal. Quan-
reuniões. tas vezes, durante um diálogo com incrédulos, a pessoa
fala além da sua sabedoria, através da manifestação do
4. Sem intenção de sufocar o entusiasmo, límitar Espírito Santo. Quantas vezes, testemunhando de Jesus
a participação dos crentes, ou voltar à frieza or- Cristo a um amigo ou parente ainda não salvo, uma pa-
lavra da sabedoria é colocada na boca do servo de Deus
para derrubar os argumentos do incrédulo e levá-lo à
salvação.
O próprio instrumento usado admira a força do seu
argumento,a agudezada sua lógica e a profundidadeda
-18-
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sua sabedoria,sem saber, muitas vezes, que foi usado
como um instrumentonas mãos do Espírito Santo, falan- apenas à conseqüênciadessa "revelação". Através do Es-
pírito, o pastor sabia de um fato que fugia ao conheci-
do uma palavra da sabedoria divina.
mento humano.
Tentar transformar este dom em profecias sobre o
futuro, ou um aviso para atuação da igreja, ou de seus
membros, é violar completamenteo sentido do dom da
palavra do conhecimento.

2. A PALAVRADO CONHECIMENTO DE ESPÍRITOS


3. DISCERNIMENTO

Prevalece para este dom a mesma restrição referen- O terceiro dom, o de revelação,é em nossa experi-
ao dom da palavra da sabedoria,a saber: é apenas ência de vinte anos de ministériocarismático,o mais ig-
!e
"uma palavra" e não todo o conhecimento. norado e esta Íalha é grandementesentida. Discernir es-
píritos pela revelaçãodo EspíritoSanto faz-se mister em
Entre as palavrasdescrÍtivasdo verbo conhecer,en- TODOS os aspectos da obra de Deus.
contramos as seguintes: "ter noção de", ,,saber,,, ,,teÍ
ouvido", "distinguir" e "julgar". A definiçãodo dom não Notemos, primeiramente,que o dom não se limita,
pode fugir da definíção gramatical das palavras usadas como imagina a maioria dos crentes,ao discernimentode
para descrevê-lo. espíritosdemoníacos.Este dom não é conÍinado ao tra-
balho de saber se uma pessoa está ou não possessa
. Destarte, em palavras simples, o dom da palavra do por demônios, não obstante ser através deste dom que
conhecimentosignifica o seguinte: saber, através da re- podemos ter certeza da presença de espíritos malignos
velação do Espírito Santo, de um fato que está Íora do na pessoade alguém.Quem já lidou com endemoninhados
conhecimentohumano. sabe perfeitamente que os sintomas podem enganar;
Um exemplo da operação deste dom ocorreu numa que a opinião dos parentes não ajuda na avaliação do
igreja que procurava por um dos seus membros desapa- problema e que nem todos os que se dízem endemoni-
recido de casa há seis dias. Procuravam-noem todas as nhados de fato o são. Por isso somentepelo dom de dis-
partes da cidade. Ao sexto dia, o pessoal da igreja resolve cernimento de espíritos temos certeza da natureza do
suspender a busca para dedicar-se, à oração. De repen- problema.
te, o pastor disse, "Deixemos de orar. O rapaz já está
Pelo exame simples e gramatical das palavras que
em sua casa. Será encontrado junto ao fogão preparando
descrevem este dom, chegaremos à conclusão de que
sua comida". Levantou-se a igreja, e indo, encontrou o
ele trata do discernimentode toda espécie de espíritos,
rcpaz nas condições descritas. Foi o uso correto
tanto humano como malÍgnos.
no dom da "palavra de conhecimento".
Quantos problemasseriam evitadosna igreja se Íun-
. _Houve qüem considerasseisto uma profecia porque, cionasse,correta e biblicamente,o dom do discernimento
de Íato, confortou os ouvintes. Mas o conforto limitoú-se
de espíritos. A desonestidadedo espírito humano, que
-20- -21 -
leva comunidadesinteiras a escândalose desgraças,po- instruçãoa alguém,
i de prognósticos,
instrumento
deria ser evitada por alguém que tratasse desse espírito
revelandopor discernimentoo problemaantes de se agra-
, ou mesmo de orientaçãoà igreja, da parte de
i quemquer que seja;
var. Quantasvidas já se perderam por falta deste dom.
6) O dom da palavrado conhecimento, o mais aber-
Poderíamosfazer aqui uma lista dos problemas que
existem na comunidadecarismática,provenientesde es- to e susceptívelde má interpretaçãoneste senti-
píritos carnais de ambição, ciúmes, facções, adultérios, do, emboraincluaa revelaçãode Íatos humana-
etc. lmaginemoscomo seria se, através do dom de dis- mente impossíveisde serem conhecidos,NÃO
cernimento,estes espíritoscarnais e destruidorespudes- VAI além deste ponto, ou seja: a aÍirmaçãodo
sem ser identificadose o problema enfrentadoantes de fato, não incluindo,sob hipótesealguma,permis-
se tornar uma vergonha, destruindo vidas e, em certos são paraalguémdar ordensa respeitode outrem.
casos, até igrejas inteiras.
7) Dentrodo dom de discernimentode espíritos,te-
CONCLUSÕES mos aindaque aprendermuitoe devemosexplo-
rar com humanidadee zelo os diversosaspectos
1) Cada um destes dons tem sua Íunção específica deste dom, buscando-oem todas as situações
dentro do campo de revelação e deve ser con- em que o povo de Deusse envolve;
sideradodentro do limite que a própria iíngua pre-
Depoisdestaexplicação, dois
aindanão enfrentamos
coniza.
Erandesproblemasque causamconfusãoentre os cren-
2) Cada um destes dons é parcial e circunstancial- tes, a saber: revelaçõese visões.
não visando o aumentogeral de nossa sabedoria,
do nosso conhecimentoou da nossa capacidade REVELAçÃO
para discernir espíritos.

3) Que os primeirosdois dons, sob consideração,são Há dois versículosque Pauloescreveuaos Coríntios


limitados por serem apenas "uma palavra de" e que causamproblemas:
não toda a sabedoriaou conhecimento;
t) | Coríntios14:6"Agora,porém,irmãos,se eu for
4) Que, embora sendo dons de revelação,não con- ter convoscoÍalandoem outraslínguas,em que
sideramosque eles nos dão permissãopara ten- vos aproveitarei,se vos não Íalar por meio de
tar "revelar" coisas sobre a vida particular revelação,ou de ciência,ou de profecia,ou de
de ninguém, com a intenção de posteriormente doutrina?"
disciplinarou dar ordens concernentesa assuntos
pessoais; 2) | Coríntios14:26"Que fazer,pois,irmãos?Quan-
do vos reunis,um tem salmo,outro doutrina,este
5) Não vemos margem alguma em o Novo Testamen- traz revelação,aqueleoutra línguae ainda outro
to para transformar qualquer destes dons em Seja tudo feito para edificação."
interpretação.
-22- -23-
Paulo diz nestes versículos que ele Íalava à igreja enquantoque para o ex-espíritasignifica outra coisa. To-
por meio de revelação e que, nas reuniões de crentes, daq estas definições, entretanto, são erradas em referên-
eles devem lrazet revelações. cia'à revelaçãobíblica por estarem ligadas a lendas,tra-
dições, encantaçõese espíritos desencarnados.
Não fazemos objeção nenhuma a estas aÍirmações.
Repetimos,qual seria a revelaçãoque Paulo levava
Acreditamos nelas e apoiamos o Apóstolo, integral- à igreja? Era a revelação da verdade, baseada no livro
mente. O problema surge na definição do que seja "re- de Gênesis,conÍirmadapelos profetas,e que estava sen-
velaçãol'. Que tipo de revelação o Apóstolo levava à igre- do vivida,pela primei(avez pela igreja primitivacomposta
ja? Que tipo de revelaçãoele pedia dos crentes? dos apóstolos,discípulose outros membros do corpo de
No primeiro versículo citado Paulo une a palavra
I Cristo.
"revelação" à ciência, profecia e doutrina, colocando es- O problema de Paulo era semelhante ao nosso: a
ses quatro elementos em contraste com as línguas es-
tranhas que não seriam entendidas,senão com o dom
complementarde interpretação.
t verdade revelada por Deus aos patriarcas, em alianças
e por meio de profecias,fora encobertae sufocadapelos
escribas e fariseus. Dogmas e tradições, regras e práti-
cas, dominavama cena religiosae somente uma revela-
Será que Paulo lrazia ao culto público da igreja re- ção seria capaz de trazer o povo da nova aliança de volta
velações sobre a vida secreta dos membros? Teria esta à riqueza da sua herança.
revelação caráIer inquisitório acerca de coisas erradas na Paulo não se considerava dono desta revelação, nem
vida particular dos membros? Não descobrimostal tipo pensava que Deus iria revelar somente a ele tudo que
de revelação em carta alguma escrita por Paulo, nem deveria ser dito. Portanto,ele encorajou aos corintianos
qualquerdefiniçãosubjetivada palavra "revelação".
a levar revelaçõesaos cultos, falando abertamentesobre
Quando Paulo, de fato, apontou pecados ou erros verdades antigas, renovadas por revelação.
de conduta dentro da igreja, ele não disse jamais ser a Acreditamos ser este o caráter das revelações men-
acusação procedente de revelação. Por exemplo, disci- cionadas por Paulo em sua carta aos Coríntios.
plinando a própria igreja de Coríntios disse: "Geralmen-
O exame do segundo versículo acima citado mostra
te se ouve que há entre vós imoralidade..." (l Coríntios
5:1) Paulo não atribuiu a informaçãoa uma revelação,mas
ao que Íora comentado em muitos lugares.
I que o propósito da participaçãodos membros era minis-
trar, edificar, doutrinar e louvar a Deus. No contexto de
todo o capítulo, não há indícios de que essas "revela-
O CARATER DE REVELAÇÃO ções" tivessem o caráter de trazer novidades, desenter-
ü rar segredos pessoais ou revelar futuro. A prática destas
coÍsasé uma violênciaao sentidoclaro e evidentedo tex-
Qual seria, então, a revelação que ele levava à igre- to bíblico e deve ser condenada,disciplinadae excluída,
ja? Primeiramente é necessáriodesmistificara palavra"re- sua prática, pelo povo carismático.
velação". Quando entramos na igreja trouxemos a baga-
gem das definições aprendidas no passado. Para o ex- Somente uma ressalvaÍaz-se necessária:Deus, o so-
católico, a palavra "revelação" tem uma certa imagem, berano, não se limita à definições ou regras. Tem sem-

-24- -25-
pre liberdade para ignorar tudo que já foi feito ou dito Uma onda de visõesestá assolandoa comunidadeca-
e fazer qualquertipo de revelaçãoque lhe aprouver.Tra- rismática e a igreja evangélicade modo geral. Examine-
tamos, neste estudo, entretanto, das regras e não, das rnos as visões registradasno livro dos Atos dos Apóstolos
excessões que, quando ocorrem, são reconhecidaspor para termos uma base de julgamento para as visões, bí-
todos como atos de Deus. blica e corretamente.
Não queremosfechar a porta a uma visão verdadei-
CONCLUSÃO ra. Mas não queremos cair na ingênua ignorância pra-
ticada por grande número de pessoasrenovadas,nos dias
As revelaçõesdadas e pedidas pelo Apóstolo Paulo atuais.
se reÍeriam, e ainda se referem, à revelações da ver-
dade encoberta e esquecida pelas tradições e dogmas {
VISÃO DE SAULO DE TARSO (Atos 9:1-8)
humanos. Só pelo Espírito Santo é que entendemos as
Riquezas da Bíblia e esta revelação merece divulgação Apesar de não ser deÍinida neste texto como visão,
entre todo o povo de Deus. não podemos ignorar o Íato de que Deus se revelou a
Aproveitar o convite de Paulo para revelar coisas a Saulo de maneira singular, pois seus companheirosnão
respeito da vida de alguém Íoge completamenteàs nor- participaramde tudo que aconteceu.Saulo, de fato, te-
mas bíblicas. ve uma visão na qual ouviu a voz de Jesus e recebeu
ordens que inÍluiriam no seu Íuturo. Certos Íatos desta
Se a revelaçãotrazida a uma comunidade carismá- visão merecem estudo:
tica não obedecer as normas bíblicas, deve ser ela jul-
gada e corrigida na hora, com a necessáriafirmeza, pa- a) A visão foi para Saulo, para mais ninguem.
ra não deixar na mente dos ouvintes a idéia errada de b) As ordens por ele recebidas não incluíram nin-
que temos o direito de Íazer "revelações" uns sobre guém mais;
outros com impunidade.Tal atitude levaráo povo de Deus
a toda sorte de acusações,facções e inimizades. c) A visão foi acompanhadapor outros fenômenos,
a saber: sua queda e sua cegueira (curada poste-
VISÕES riormentepela imposiçãode mãos de Ananias).

"E acontecerá nos últimos dias, diz o Senhor, que VISÃO DE PEDRO ANTES DO ENCONTRO COM
derramarei do meu Espírito sobre toda a carne. . . vos-
sos jovens terão visões e sonharão vossos velhos". (Atos CORNÉLlO(Atos 10:9-16)
rl
2:17).
Esta visão nos informa muitas coisas a respeito da
Acreditamos em visões como parte do derramamento natureza das visões e suas Íinalidades. São seus elemen-
do Espírito Santo para os dias Íinais que antecedem a tos principais:
vinda do Senhor Jesus Gristo. Por outro lado, é neces-
a) Deus tinha que quebrar um "tabu" e, pela primeira
sário confessar que não acreditamos em muitas coisas
que pessoas "estão vendo" hoje em dia. vez, permitir que o Evangelho Íosse pregado na

-27-
-26-
Mais uma vez descobrimos fatos idênticos aos das
casa de um pagão gentio,forasteiroquanÌo às
Aliançascom Abraão; outras visões e certas regras começam a aparecer.
a) Esta visão foi recebida pela própria pessoa que
b) Para realizartal coisa, nada menos que uma vi-
devia obedecer às instruções dadas. O mesmo fa-
são seriasuÍiciente; to é evidente nas duas visões já citadas;
c) Pedro,teimoso,foi obrigadoa ouvirnão duas,mas b) O fato de o instrumento da visão não ser um
três vezesa ordem,acompanhada de visão,para anjo, nem o próprio Jesus, não diminui o valor
obrigá-loà obediência; da experiência.Esta visão, embora sobrenatural,
d) A visãoÍalavraapenassobreo que o próprioPe- envolveu dois homens, Paulo e o varão da Ma-
ou ordem
dro deveriafazer.Não incluíainstruções cedônia;
para mais ninguém.Deus não deu a visão a um e) Paulo obedeceu imediatamente,sem questionar,
terceiro,pedindoque falassea Pedro.Sabemos à visão, sabendo que vinha do Senhor,e, em vez
quais teriam sido os resultadosse Deus falasse
por intermédiode terceiros. . de entrar para o Oriente, dobrou para o Ociden-
te. Por isso enviamos missionáríosà India e à
e) Estavisãovisavaa um novohorizonteno planoda Chína.
pregaçãodo Evangelho.
VISAO DE PAULO EM CORINTO (Atos 18:1-11)
Verificamosque uma visão é algo sério e não um
passatempode uma pessoaque nada mais tenha a tazer Em Corinto a perseguição tornou-se atroz. O Senhor
3enãosentira presençade Deusparaver e ouvir coisas. apareceu, de noite, a Paulo numa visão, afirmando que
Verificamos, também,que uma visão tem um propósito não devia ter medo, mas antes, devia falar e não Íicar
mu ito am p lo na economiadivinae nunc a s e limit o ua calado. Jesus continuou a dar ânimo ao Apóstolo com
corrigirpequenoerro ou mudar uma atitudepessoalde estar palavras: "Porquanto eu estou contigo e ninguém
a l gu é m . ousará fazer-le mal". Em conseqüênciadesta visão, Paulo
desta visão de Pedro levaram-no continuou durante seis meses em Corinto pregando o
As conseqüências Evangelho.
a umatransÍormação radicalem sua filosoÍiasobrea obra
de Jesuscom tamanharepercussão que sacudiuos alicer- Mais uma vez descobrimos os mesmos pontos dentro
ces da igreja em Jerusalém,onde Pedroteve que defen- de uma visão. Ordens pessoais, não por intermédio de
der-sepor sua conduta. tercerros,nem ordens dirigidas a outrem. Esta visão não
envolveua mais ninguém.Só a Jesus e o Apóstolo.
(Atos16:6-10)
VISÃODO VARÃODA MACEDÔNlA
AFTRMAÇÃODE PAULO SOBRE A VISÃO CELESTTAL
Estavisãoocorreuà noite.Um varãoapareceuà beira
da camade Pauloe suplicou-lheque passasse à sua terra (Atos 26:19)
para ajudá-losna obra do Evangelho.Os fatos relatados
Perante o Rei Agripa, afirmou Paulo que não foi de-
òão simplese não precisamde maioresexplicações.

-28- -29-
rioso.A visãosempretinhaordensclaras,atravésde pes-
soas (o anjo, Jesuse o varãoda Macedônia)que falavam
diretamente à pessoainteressada. Concluímosque estas
visões não incluíam símbolos. Mesmo a visão de
Pedro,que incluíabichosde toda sorte,não foi propria-
menteum mistérioporqueo Senhordeu logo a seguira
interpretação: "Ao que Deuspurificounão consideres
co-
mascoÍoi realmenteuma vlsao' mum" (Atos10:15)
Deixamosde detalharas outrasduasvisõesde Paulo
Finalmente, cada visãomarcouuma encruzilhada no
porqueseguemas mesmasnormasdas demaisvisõesre-
progressoda obra de Deus na igreja primitiva.Para ori-
gistradasno livro dos Atos.
entaçãomais simplesou relacionadacom coisasde ca-
1) Paulo na Fortaleza(Atos 22:17-18) ráter pessoal,é evidenteque Deusnão usa yisões.
2) Visão sobre o naufrágio(Atos 27:21-26) A disciplinadas nossasvidasvem pela palavrae os
dons ministeriaisque Deus estabeleceuna igreja. Para
INTERPRETAçÃO estascoisasnão há necessidades de visões.

CONCLUSÃO
Depoisde delinearos limitese restriçõesconcer-
nentesàs visões,queremosafirmar,energicamente, que
Deusainda usa destefenômenocomo parte do carisma,
principalmente
nestesdias de atividadeespiritualinten-
siva.
Pessoalmente,o autor deste estudo poderiaentrar
em detalhessobre uma única visão que teve, quandodu-
ranteum períodode cinco horas,seguindo-se a uma ope-
raçãocirúrgica,Deusentrouno seu quartodo hospitale
Se revelou.Duranteestas horas de diálogo,de espanto
e instruções,recebeuorientaçãosobre sua vida pessoal,
sobreo seu ministérioe sobrea obra espiritualque Deus
lhe confiarano Brasil.Jamaisme esquecereidesta visão
e jamais revelareios pormenoresdeste encontrosagra-
do. Foi uma revelaçãosobrea minhaprópriavida,sobre
o meu futuro e sobre o futuro da obra de Deus,incÍuin-
vqnlo
Nenhumadessasvisões constavade pessoas do ordens que eu pessoalmente teria de cumprir.
de algo miste-
"coisas" ou ouscãndouma interpretação
-31 -
-30-
Portanto,seria difícil encontraralguémque acredi-
tassemaisque eu na realidadede visõespois o que me emocionalismo,de "revelações privativas" e de ,,visões"
ocorreuestá carimbadopara semprena minha mentee gue nada fazem senão confundir e dividir o povo, crian-
no meu espírito.Acrescento,porém, que a visão a que do um apetite para o espetacular e, cada vez mais, dimi-
me refiro obedece rigorosamenteos limites da disci- nuindo o valor da pregaçãoungida da palavrade Deus.
plina que descrevemos acima referentea visões.
Os dias exigem da liderança ministerialcarismática
Talvezpor isso, eu não tenho muita paciênciacom uma coragem à altura dos perigos que enfrentam, inter-
quem aÍirmahaver recebidoseis visões"para a igreja" namente,e o desafio do inimigo, externamente.
durantea últimasemanae que para o bem-estarda co-
rnunidadetodosteriamque ouvi-loe obedecer-lhe.A cul- Não podemos falhar em nossa tarefa sagrada!
pa destascoisasrecai sobrea liderançaque permite"re-
velações"e "visões" serem relatadassem a respectiva
conÍirmação,nem pela Palavrade Deus,nem pelo julga-
mentodos que ouvemtais "visões".

PALAVRAFINAL

lncumbeao ministériocarismáticoÍazer um estudo


profundamente bíblicosobreo tema: "Como é que Deus
fala nos dias atuais". Neste estudo devemosdeterminar
se poderemosÍugir às definiçõesbíblicasdos dons do
EspíritoSanto,fazendo-nos veículo para qualquernovi-
dade e revelação.Temosque acertarestaquestão:"Quem
na igrejatem o direitoe autoridadeespiritualpara dou-
trinar,disciplinare dar direçãoà própriaigreja?".
Determinaremos, então,se Deusultrapassouos após-
tolos, profetas,evangelistas,
pastorese mestrespara fa-
zer as três coisasbásicasdo ministério,a saber,"o aper-
feiçoamento dos santos... o desempenho do seu servi-
ço e a edificaçãodo corpo de Cristo" (EÍésios
4:12).
Possívelmente,
depois de termos conclusõessólidas
nesteestudosugerido,estareínostratandodesta onda de

-32-
-33-
CAPÍTULO III

Os Três D o n s d e Po d e r
(l Coríntios12:7-101
' 1) Os dons de curar
2) Operaçõesde milagres
3) Fé

I NT R O D U Ç Ã O
R primeiravista, os três dons de poder parecem
rnuito mais óbvios em sua interpretaçãoe mais simples
na sua função.Eles não apresentam o mistériodo dis-
cernimentode espíritosnem a confusãoque proliferano
momentoconcernenteao dom de profecia.
Os dons de poder são, entretanto,tão sobrenaturais
em sua origeme tão misteriosos em sua Íunção quanto
os dons de inspiração e revelação.
Enquantoos dons de inspiraçãoe revelaçãoparecem
ter uma manifestaçãomais restritaaos membrosdo cor-
po de Cristo,os dons de poder se manifestamtanto den-
tro como Íora da comunidadeCristã.
São estes três os dons que demonstramo aspecto
sobrenatural do envolvimentodivinonos problemas huma-
nos. Deus fala mais alto pelos dons de poder, que são
mais evidentese espetaculares, do que pelosoutrosdons
do Espírito.

-35-
TESE íermidades.Um pregador,conhecido nosso, tem sucesso
extraordinárionas oraçõespor surdose mudos,conseguin-
1. Apesar do caráter espantosodestes dons de po- do a cura imediataem quasetodos os casos que lhe Íoram
der, eles estão ao alcance de todas as pessoas apresentados.Confessou-meque tinha certeza que Deus
batizadas no Espírito Santo. lhe dera o dom específicode curar este tipo de enfermi-
dade.
2. Para não cairmos no erro de interpretaçõestradí-
cionais dos dons de cura, de operação de mila- Há vários aspectosdo ministériopúblico de cura di-
gres e da fé, faz-se mister um acurado exame bÊ vina que achamos necessárioexaminá-losà lutz das Es-
blico que nos conduza às definições e ao con- crituras.A cura divina tem sido usada por alguns minis-
texto neotestamentários. tros como uma isca, ou meio de propaganda,e mesmo
como instrumentode promoção pessoal.
3. É necessáriauma compreensãorenovadada cura
divina, ignorada por grande parte da igreja Cristã, Quem tem o direito de usar esta manifestaçãodo
e abusadapor outra parte. Os dons de cura care- Espírito?Nas últímastrês décadas a cura divina tem sido
cem de um maior esclarecimentoem face dos plataÍormaexclusivade evangelistasque ganharam fama
acontecimentosdos últimos trinta anos. através deste ministério.

4. Devemosverificar se as operaçõesde milagresé Não fazemosobjeção quanto ao uso dos dons de curar
um dom desaparecidoou se faz parte do "equi- como parte do ministério de evangelização.Lamentamos,
pamento" usado para servir ao Senhor e qual a entretanto, a ênfase exclusivista, subentendida, pregada
Íunção deste dom tão raro e misterioso. por pessoasdizendo que, para orar pelos enfermosé ne-
cessário um manto especiai ou ordenaçãoespecífica,ou
5. A fé, sendo uma maniÍestaçãodo Espírito, tem ainda, um encontro com um anjo que confira este minis-
um caráter diferenteda "medida da fé que Deus tério milagroso.
reparti u a cada um". (Romanos12:3).
Frasescomo: "o homem que Deus escolheupara tra-
I - OS DCNS DE CURAR zer libertação à sua geração" e "o homem misterioso",
afimentama idéia errada de que para orar pelos enfer-
Nota-se, logo, que este dom do Espírito está na Íor- mos é necessárioser uma pessoa especial.
ma plural: (o único dos nove dons que tem esta Íorma).
Não é "o dom de curar", mas sim "os dons de curar". Não vemos nada disto nos dons de curar que o Es-
pírito "distribui, como lhe apraz, a cada um, individual-
Será que existe um dom de curar correspondente a mente". (l Coríntios 12:11)
cada tipo de doença ou enÍermidade?Esta teoria encon-
lra argumentopelo fato de que algumaspessoasque exer- Enfatizamosmais: o "Íim proveitoso" que é a razâo
cem os dons de curar tèm tido sucesso marcante com dos dons espirituais(l Coríntios 14:7) não pode ser, nunca,
certos tipos de doenças enquanto que suas orações não a popularidade pessoal ou a criação de uma reputação
são atendidasquando oram por pessoas com outras en- de "grande homem de Íé".

-36- -37-
ï
,ii
Concluímos que o ministériode curar enfermos,pe- mulheres,ministrose leigos,a buscarestesdonsde curar
los dons de curar, está disponívela todos os membros e ministraruns aos outrosno poderdo EspíritoSanto.
do corpo de Cristo (os batizadosno EspíritoSanto).Esta
conclusãose conformacom a declaraçãode Jesus:"Es- CONCLUSÕES
t e s si na ishã o de acompanharaquelesqu e c rê e m. . . s e
impuserem as mãossobreenfermos, elesficarãocurados" 1) Os dons de curar não são para uso exclusivoda
( Mar co s1 6 :17,18). mas para todas as pessoas
liderançaministerial,
que qualquerpessoa,quer seja mi- de fé, que buscame usam os dons;
Acrescentamos
nistroou leigo,que ore pelos enfermos,deve Íazê-locom 2) Que é condenável,e biblicamenteinjustificável,
humanidade, sabendoque ele nadamaisé que um instru- a propaganda e o sensacionalismo ligadoscom o
mentode bênção,ínstrumentoeste substitutível. ministériopúblicode cura divina;
Deploramos os anúnciose a propaganda sensacional 3) Que estesdons de curar,emborafuncionando
que em muitoscasosacompanham o ministérioda cura. ern
Nunca,nas SagradasEscrituras, lemosque Jesus,ou os são mais para o povo de
caráter evangelístico,
apóstolos,usarama cura para atrair o povo, prometendo Deus. Certamenteque não interessaa Deus de-
milagresde toda sorte, como fazem algunspregadores volvero pecador,curado,à lama da sua rebelião
hoje em dia. Condenamos este tipo de carnalidadein- espiritual.
Como disseJesusà mulhersamaritana,
justificávelno contexto das Escrituras.A promoçãode a cura divinaé "o pão dos filhos".(Marcos7:27)-
homens,ou ministérios, pelo uso dos dons de curar, é
completamente erradae devemos,como parteda lideran- il - oPERAçÕESDE MTLAGRES
ça carismática,fazer bem clara a nossa posiçãoquanto
a este aspecto. Estedom carecede um trabalhode desmistiÍicação"
Deixemosde lado as definiçõesvulgarese popularesda
Conquantoseja óbvio,pelo contextodos quatroEvan- palavra"milagre"para abraçarmoso seu sentidobíblico"
gelhose o Livrode Atos,que a cura divinatem o seu as-
pecto evangelístico, isto é, Íora da comunidadedos cren- Os milagresde Jesus se encontramnas seguintes
tes, parece-nos que este ministériotem sua Íunçãomais classificações:
acentuadaentreos membrosda igreja.(l Coríntioscapí-
t u lo s 12 e 14 ) . 1) Milagresrelativosà natureza:acalmara tempesta-
de, transformarágua em vinho,multiplicação
dos
O ApóstoloTiago enfatizaeste aspectodizendo:"Es- pães e peixes,etc;
tá alguémENTREVóS doente?"(Tiago5:14).Pareceque
uma responsabilidade normalda função dos presbíteros 2) Milagresrelativosà saúde: cura de leprosos,ce-
da igrejaprimitivafoi ministrara cura divinaatravésdos gos, libertaçãode endemoninhados, etc.
dons de curar. Devemospromover,ativamente,o minis-
tério de cura divinaprincipalmenteentreo povode Deus, 3) Milagresrelativosà vida: ressurreiçãoda filha de
preparando todosos membrosda comunidade, homens.e Jairo, do Íilho da viúva de Nain,de Lázaro,etc.

-38- -39-
A Bíblia usa outras palavraspara descrevermilagres, 2) Curas milagrosastêm sido registradasem todas
tais como: "sinais", "prodígios", "maravilhas",etc. (Atos as épocas da igreja e este ponto dispensa maiores co-
4:30) Paulo afirma que "as credenciaisdo apostoladofo- mentários neste estudo. Basta dizer que temos provas
ram apresentadas... por sinais, prodígios e poderes mi- incontestáveisde milagres reÍerentesà saúde que pode-
raculosos" (ll Coríntios 12:12). riam satisÍazer alé o mais descrente dos homens.
Pergunta-se:Temos o direito de esperar as mesmas
3) Milagres reÍerentesà natureza:desde que Pedro
maravilhas,os mesmos sinais e milagres em nossos di-
andou sobre as águas, seguindo o exemplo de Jesus'
as? Esta é uma pergunta crítica e essencial dentro da
tem havido milagresdesta naturezaregistradosna litera-
nossa crença carismática.
tura de todas as partes da igreja Cristã. Como separar
Quem afirma que os milagres foram somente para o real da lenda; como julgar com precisão a veracidade
a "época apostólica", usados para estabelecimentoda dos milagres?A respostaa esta perguntatem sido a preo-
igreja dentro do paganismodaqueles dias, ou para cre- cupação de muitas pessoas. Não estamos assim preo-
denciar os apóstolos,está fazendo uma declaração que pados.
atinge a totalidade da sua teologia e afeta de maneira
absoluta a sua Íé nos carismas do Espírito Santo no sé- O valor e o propósitode um milagre referentea na-
culo XX. tureza consiste no resultado imediato e momentâneodo
acontecimento e não no relatório posterior, provado
Acreditamosque os dias de milagres não passaram. e documentado,como se Deus precisassede nossa ajuda
Não é difícil documentar os atos milagrosos dos apósto- para provar que ainda é capaz de colocar uma moeda
los e discípulosdurante as quatro décadas que se segui- na boca dum peixe.
ram à Ascenção. O resgistro é claro e aberto neste as-
sunto.
Passandoao período da história,chamado de "idade
escura", a decadênciae charlatanismotomaram posse da
igreja de modo geral. Verificamos raras exceções de ho-
mens de piedade,santidadee honestidade.
Chegando à época dos foguetes para a lua, e do
computadoreletrônico,perguntamos:será que ainda exis- interpretarlínguas estranhaspor nos mesmos,sem a un-
te fé no sobrenatural,nos sinais, prodígios e milagres? ção do Espírito Santo.
1) Milagres relativos à VIDA. No reavivamentoque Então, temos nós motivo para aguardar a operação
sacudiu a Indonésia,durante os últimos oito anos, prin- de milagres? Certamenteque SIM' Quando, para servir
cipalmenteentre os presbiterianos,há o registro de inú- a Deus como convém, for necessáriaa operação de mi-
meros casos de ressurreição. O Dr. Clyde Taylor, de lagres, temos a cefteza de que o. mesmo Espírito San-
Washington,D.C., EEUU., Presidenteda AssociaçãoNa- tol que atuava nos tempos passados e ainda vive, Íará
cional dos Evangélicos,foi pessoalmente ao Oriente on- a vohtade de Deus por meio de Milagres,mesmo no sé-
de verificou sete casos de ressurreição; culo mecanizadoe materialistaem que vivemos.

-4 0 - -41 -
CONCLUSÃO
ria em todas as circunstâncias;nem aumenta seu nível
1) 9s milagres ainda Íazem parte da economia de de sabedorlacomo o estudoda filosoÍiadá ao estudantea
Deus como parte integrante do Cristianismo vivò sabedoria dos velhos e modernos pensadores.
e'eficaz;
As maiores autoridadescarismáticasque escrevem
2) Em qualquer_terreno, seja da nalureza, seja re_ sobre os nove dons do Espírito Santo são quase unâni-
ferente a saúde ou à vida, o envolvimentoâivino ,rnesem dlzer que estes dons representaminspiração,re-
e milagroso ainda faz parte da nossa herança; velação e poder em caráter de emergência,sendo uma
porção dobrada e redobrada do Espírito em mcmentos
3) Além de realizar milagres, soberanamente,Deus ,de desaÍio, necessidadee de atuação do ministério.
nos concede este dom para que o Seu povo possa
participar de maneira sobrenaturalda Sua'obra. Sendo os dons (preÍerimos a palavra manifestação
na operaçãode milagres,dom ainda em viqor no em Íace da nuance de possessãopessoal implicada pela
Século XX. palavra dom) parciais, circunstanciaise de Íunção limi-
tada, aplicamos estas regras ao dom sob consideração,
ilt-FÉ a saber, a fé.
Da mesma meneira que Íizemos uma distinção entre Há várias operaçõesda Íé, além do DOM sob consi-
as línguas estranhascomo conseqüênciado bãtismo no deração. Entre elas destacamosapenas cinco:
Espírito Santo; (Atos 2:4; 10:46; 19:6) e o DOM da varie_
dade de línguas; como fazemos a distinção entre a sa_ a) A fé que salva o pecador "Porque pela graça sois
bedoria que o crente recebe em respostãà oraçao (Tia_ salvos, mediante a Íé; e isto não vem de vós, é
go 1:5; 3:13-18)e o DOM da patavra da sabedoiia, Í'aze- dom de Deus" (Efésios2:8). Este dom de Deus é
mos também a distinçãoentre a Íé que Deus deu a todos distinto do dom do Espírito.
(Romanos12:3) e o DOM da fé.
b) A Íé nas promessasde Deus "Simão Pedro, ser-
. Estas.distinções se fazem necessáriaspelo caráter vo e apóstolo de Jesus Cristo, aos que conosco
singular destas "maniÍestaçõesdo Espírito,,'(l Coríntios obtiveram fé igualnnentepreciosa na justiça do
12:7): nosso Deus e Salvador Jesus Cristo; visto como
pelo seu divino poder nos têm sido doadas to-
1) Todos os dons são parciais;
das as cousas que conduzemà vida e à piedade,
2) Todos os dons são circunstanciais; pelo conhecimento completo daquele que nos
chamou para a sua própria gloria e virtude" (ll
3) Todos os dons têm uma função limitada. Pedro 1 :1,3).
Por exemplo: o dom da palavra da sabedoria não c) A fe que nos Íaz iustos "E é evidente que pela
significa a entrega ao crente da sabedoria divina sem
lei ninguém é justificado diante de Deus porque
limites; nem garante ao veículo usado pelo dom. sabedo_
o justo viverá pela fé" (Gálatas 3:11).
-42- -43-
d) A f_é.que faz possívet a vida de identiÍicação
o Cristo crucificado ,.porqueeu, mediantèa piJ_
com Acrcdltamoeque em qualquer situação em que seja
pria tei morri para a lei, a Íim de uiue, nor;oeaárlaa manlÍestaçãodeste dom, o crente mais hu-
Estou cruciÍicado_com Cristo; togo, nãõ faiiduà miltlo pode desÍrutá-lo.
;a io"-",
quem vive, mas Cristo vive em mim; e esse
viver Por outro lado, parece-nos razoável que este dom
que agora tenho na carne, vivo pela fé
no Filho do poder dlz respeito mais à realizaçãodo trabalho do
de Deus, que me amou e a si mesmo
gou por mim" (Gálatas2:19,20). Evnngelhoem sua expressão multifacetada.
"J "nïi"_
e) A fé que nos faz herdeiros das grandes promes* Sem dúvida nenhuma o dom da Íe outorgou poder
sas da Aliança ,,para que não vos torneis indo_ divino a Martim Lutero, João Wesley e outros homens e
lentes, mas. imitadores daqueles que, pela mulheresem todas as épocas da histÓriada igreja para

pela longanimidade,herdam as promessas,, e que pudessem superar a sua própria lraqueza, medo e
(He_ limitações,possiblitandoassim, em ocasiões de crise e
breus 6:12).
desafio, umá expressão ou realizaçãopelo dom da fé que
Poderíamosdetalhar ainda outros beneÍícias a hora e as circunstânciasexigiam.
da nos_
sa Íé que não caem dentrc do campo do dom
ãu ;ó.
Este dom refere mais ao nosso trabalho p"r" ó"ri Lembro-mede haver lido uma biografiade Lutero em

que ao nosso caráter ou a nossa herança
cristã pela fé. que o autor fez questão de dizer que o Íundador da re-
forma protestantemanifestavao "dom da fé".
A FUNÇÃO DO DOM
Poderia, o autor deste estudo, citar muitos exemplos
Sugerimosesta possibilidade:assim como o amor quando colegas, tanto ministros como leigos, manifesta-
o "Ír.uto" do Espírito e é básico para os outros
é ram o dom da Íé. Falo apenas do caso que o Rev. Oral
frutos, Roberts me contou. Quando o Senhor lhe Íalcju para Íun-
espirituais,assim o dom da fé é básico para a manifesta_
ção dos demais dons. dar uma universidadepara oferecer educação em nível
superior de caráter Cristão à juventude,ele perguntou a
. - Rejeitam_os,ao mesmo tempo, a idéia de que o dom Deus como seria possívelse não tinha nem dinheiro para
da_fé se maniÍestapara criar ,,hômensde Íé;,, Íazer o estudo preliminar. Descobriu que deveria usar o
e sucessosganham nome e renome pessoal.üá.-ob;;; mesmo material usado por Deus quando criou o univer-
so. Deus Íez tudo do nada. Deus falou e tudo que existe
Seria muito fácil deÍinir o dom da fé pelos atos passou a existir. Roberts começou, nesse mesmo dia, a
ex_
traordináríosdos heróis e mártires; apóstolos patriãicái,
e ïalar na universidadecomo se fosse já uma realidade
mas isto daria uma impressãoerradá, embora tãtaOo
còi_ e desde aquele dia primeiro,nunca duvidou que Deus lhe
retamente sobre o dom sobrenatural da fé.
daria o suficiente para lazer tudo conforme as instruções
divinas. lsto é o dom da fé'
, Tão.queremos,entretanto,colocar uma cerca ao re_
oor oo d.om da fé, dizendo que ele só Íunciona
cunstânciasde extrema emerg'ência,ou em casos
em cir_ Lembro-me de uma senhora, crente, que orava pela
de enor_ conversão de seu esposo que era traficante e viciado em
me repercussão.
drogas,já tendo passadomais de 25 anos em penitenciá-
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rias. Ela tinha uma Íé viva de que o seu marido seria
salvo. Em 1965 este homem assístiua uma reunião diri_
gida por meu pai e converteu-se.Desde então Jack Brown
tem pregado o Evangelhoem centenasde penitenciárias, CAPITULOFINAL
universidadese hospitais,testemunhandoda sua salvação
e reabilitação total. A Senhora Brown tinha o dom da
fé. A relatlvaproÍundidadodestesestudose obvia a qual-
tluor devoto do ostudo de assuntos carismáticos' Este
CONCLUSÕES dofolto ó reconhecldopelo seu autor'

1) O dom da fé é distinto da fé que Deus dá ao O Intulto não Íoi, entretanto,apresentaruma análise


pecador produzindoa salvaçãoeterna,como tam_ exaustivados nove dons do Espírito, mas apenas venti-
lar o assunto à luz da revelação do Espírito Santo, de-
bém é diferente da fé que nos assegura as pro-
sejando provocar no leitor o exame pessoale muito mais
messas bíblicas;
profundo.
2) Todos os crentes batizados no Espírito Santo têm três ca-
Embora limitados e incompletos, os
o direito de pedir o dom da fé, não para o seu a convicção (acredita-
pítulos apresentados,representam
engrandecimento,mas para a maior glória de
mos) da grande maioria do povo pentecostal-renovado-
Deus;
carismáticode todas as comunidadescristãs.
3) Sendo um dos dons de poder, o dom da Íé tem
A sua experiênciaem constantesviagensde pesquisas
sua expressão maior na obra de evangelìzaçãoe
e conÍraternizaçãocom as diversas igrejas e grupos ca-
combate às forças negativas, diabólicas e demo_
rismáticostem confirmado a direção teológica e filoso-
níacas que enfrentamosna realizaçãoda obra de
Íica do povo sobre o qual cai a chuva serôdia,dando-lhe
Deus. Sendo assim, o dom da fé será manifesto
o deseio de apresentar estes estudos que representam
com mais freqüência pelos dons ministeriais, ou a expressão da Íé e prática no que se refere às manifes-
seja, pelos apóstolos, profetas, evangelistas,pas_ tações dos dons espirituais.
tores e mestres;
Que estes estudosinspiremno leitor um desejo maior
4) Este dom é limitado pelas circunstânciase pelo
de buscar, com zelo, os melhoresdons!
tempo necessário à sua manifestaç,ão,não au_
mentando, irreversivelmente,o nívet da Íé atingi_
do pela maturidade do crente.

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