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Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais – PUC MINAS

Programa de Pós-Graduação em Geografia - Tratamento da Informação Espacial

Atividade: Criação e análise de um Índice de Vegetação por Diferença Normalizada


(NDVI) - Montes Claros/MG

Disciplina: Sensoriamento Remoto

Docente: Prof. Jorge Batista de Souza

Aluno: Hérick Lyncon Antunes Rodrigues

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O Índice de Vegetação por Diferença Normalizada (NDVI) é um parâmetro


utilizado para estimar a quantidade e a saúde da vegetação em uma determinada área.
É calculado a partir de imagens de satélite que medem a refletância da luz visível e
infravermelha próxima. O NDVI é amplamente utilizado para monitorar a cobertura
vegetal e avaliar a vegetação em várias aplicações, como estudos ambientais,
agricultura, silvicultura e detecção de mudanças climáticas.
O Sentinel-2A é um satélite de observação terrestre lançado pela Agência
Espacial Europeia (ESA) como parte do programa Copernicus. Ele é equipado com um
sensor de imagem multiespectral que captura dados em várias bandas espectrais, o
que permite uma análise detalhada da vegetação e do ambiente terrestre. O cálculo de
NDVI, é realizado a partir das informações obtidas nas bandas espectrais vermelha
(RED) e infravermelha próxima (NIR), respectivamente a banda 4 e banda 8 do satélite
Sentinel-2A. A banda vermelha tem uma resposta maior à reflectância da clorofila
presente nas plantas, enquanto a banda NIR é sensível à reflectância da estrutura
celular das plantas. O cálculo do NDVI é realizado pela fórmula:

NDVI = (NIR - RED) / (NIR + RED)

Nesse contexto, o Bioma Cerrado é um dos principais biomas do Brasil, ele se


estende por diversos estados, incluindo Minas Gerais, onde está localizada a cidade de
Montes Claros, situada na mesorregião do norte de Minas Gerais. Uma das
fitofisionomias encontradas no Cerrado é a Mata Seca. Essa formação vegetal é
caracterizada por apresentar uma vegetação mais densa e alta do que as demais
fitofisionomias do Cerrado, com árvores de porte médio a alto.
A cidade de Montes Claros, por estar localizada na mesorregião do norte de
Minas Gerais, possui características climáticas típicas do Cerrado, com estação seca
bem definida. Durante o período seco, Montes Claros enfrenta um clima mais seco e
quente, com baixa umidade relativa do ar e menor disponibilidade de água. Já no
período úmido, as chuvas são mais frequentes, proporcionando um aumento da
umidade e das condições favoráveis para o desenvolvimento da vegetação. Nesse
contexto, o NDVI pode ser utilizado para monitorar as variações na vegetação durante
os períodos seco e úmido em Montes Claros.
Ao analisar a imagem do Sentinel-2A, com o cálculo do NDVI, é possível obter
informações valiosas sobre a saúde da vegetação em Montes Claros (Figura 01).
Durante o período seco, é comum observar uma diminuição nos valores do NDVI
devido à redução da umidade do solo e à falta de chuvas, o que pode resultar em uma
vegetação menos densa e mais estressada. As árvores perdem parte de suas folhas
para reduzir a transpiração e economizar água. Algumas espécies podem apresentar
um comportamento semidecíduo, perdendo todas as folhas durante a estação seca e
as recuperando quando as chuvas retornam.
Já durante o período úmido, quando há uma maior disponibilidade de água e
chuvas na região, é esperado que os valores do NDVI aumentem, indicando uma
vegetação mais saudável e densa. Isso ocorre porque as plantas têm maior acesso à
água, o que promove seu crescimento e desenvolvimento. As árvores recuperam suas
folhas perdidas, ocorre o florescimento de muitas espécies e a vegetação apresenta
um aspecto mais exuberante e verde. Os rios e córregos próximos à Mata Seca
também podem apresentar maior volume de água, contribuindo para a manutenção
da biodiversidade local.
Portanto, ao comparar o NDVI, gerado a partir das imagens do satélite Sentinel-
2ª, durante os períodos seco (18 de setembro de 2021) e úmido (31 de janeiro de
2021) em Montes Claros (Figura 01), é possível identificar as variações na saúde e
densidade da vegetação, bem como avaliar os efeitos das condições climáticas
sazonais na área. Essas informações são valiosas para monitorar a vegetação,
identificar áreas de degradação ou desmatamento e auxiliar no planejamento
ambiental e na gestão dos recursos naturais.
Comparando o perfil de NDVI criado para os períodos seco e úmido em Montes
Claros, observa-se a diferença nos valores ao longo do gráfico (Figura 02). Valores mais
altos indicam vegetação densa e saudável, enquanto valores mais baixos indicam áreas
com menor densidade de vegetação. Analise também as mudanças de tendência ao
longo do transecto e identifique áreas com maior variação no NDVI.
Pode-se observar também, pontos em comum ao longo do gráfico, que foram
identificados como Áreas de Preservação Permanente (APP). Essas áreas estão
próximas aos rios, o que garante acesso à água mesmo durante a estação seca. Além
disso, a umidade do solo nas APPs é mantida graças à proximidade com o lençol
freático. Os rios também trazem sedimentos e nutrientes que enriquecem o solo,
favorecendo o crescimento da vegetação. Esses pontos de APP permaneceram estáveis
independentemente das condições climáticas sazonais.

Figura 01: Índice de Vegetação por Diferença Normalizada (NVDI) do Período Seco e Húmido em Montes
Claros - MG
Figura 02: Perfil Índice de Vegetação por Diferença Normalizada (NVDI)

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