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RESUMO
Os líquens fazem parte de um grupo bastante diverso, ocorrendo em variados
ambientes. Podem ser encontrados em troncos e galhos, no solo, sobre rochas, folhas e em
todo tipo de substrato que permaneça estável. O microclima, variação espacial e variação do
substrato são fatores que afetam diretamente a composição em espécies de liquens epifíticos.
vertical dos liquens, além da resposta fisiológica do talo. Dessa forma, os liquens vão se
de alimento, surgindo um padrão de distribuição dessas epífitas. Este estudo teve como
objetivo verificar a influência desses fatores físicos sobre a diversidade e a abundância dos
liquens nos troncos de árvores, utilizando a média aritmética simples, obteve-se o resultado
em porcentagem da abundância de liquens nos diferentes pontos cardeais (norte, sul, leste,
dos líquens em relação ao sol, eles ocupariam mais as porções norte e sul. Visto isso foi-se
observado que a distribuição dos liquens em torno dos troncos das árvores é influenciada pela
localidade do fungo nos pontos cardeais da árvore que recebem menos influência de luz solar.
O epifitismo é responsável por parte significativa da diversidade que faz das florestas
tropicais úmidas um dos mais complexos ecossistemas da Biosfera. As espécies arbóreas que
servem como suporte para as epífitas são denominadas forófitos e pertencem a inúmeras
famílias de plantas. Dentro dos forófitos, os principais mecanismos motrizes que limitam a
luz e umidade, além das características do substrato (Sanger & Kirkpatrick 2016).
mais jovens do dossel, os quais representam um forte filtro ambiental para o estabelecimento
da flora epifítica e permite que as espécies de epífitas encontrem diferentes hábitats verticais
para sobreviver. Assim, as distribuições verticais das epífitas são determinadas pela
diversificação de condições e recursos dentro dos forófitos, tais como a intensidade de luz,
substrato, bem como pela quantidade de ramificações, diâmetro e inclinação dos ramos.
Portanto, as epífitas mostram, muitas vezes, padrões distintos de distribuição entre zonas
zoneamento vertical. A divisão dos forófitos nessas zonas ecológicas tem a finalidade de
úmidas, principalmente nos Neotrópicos. Entre outras, uma importante razão para esta
diversidade é a presença de extensas áreas com altos índices pluviométricos (Benzing 1990).
táxons, o que não significa uma baixa abundância de indivíduos com esse hábito. Com
relação à altitude, a flora epifítica varia na composição, tendendo a ser melhor representada
hospitaleiro para as espécies posteriores, possuindo alta finalidade com o meio ao qual está
inserido, por serem sensíveis a mínimas alterações ambientais a umidade do ar, acidez do
substrato rochoso ou pH (MOTA FILHO et al., 2006) podendo ser utilizados como
como a incidência de luz solar também podem influenciam na sua distribuição e crescimento
dos liquens ao redor dos troncos de árvores, visto que esses fungos são sensíveis a alterações
2. OBJETIVO
Conferir a hipótese de que os líquens tendem a ocorrer nas porções sul e norte dos
3. MATERIAL E MÉTODOS
Figura 1 - Vista aérea com precisão de 200 metros da área de estudo corada em vermelho.
tamanho semelhante na qual foi utilizado: uma fita métrica para observar apenas os líquens
apresentados aproximadamente entre 1,60 e 1,40m de altura do solo, e uma bússola que
4. RESULTADO
troncos das árvores, nos quatro pontos cardeais. E obtendo o percentual das 20 árvores a
porção sul tem em média 37,25% de sua área ocupada por liquens, já a porção leste possui
26,2% da área total ocupada, seguida da porção norte com 23,55% e a porção oeste possuindo
12,8% da área ocupada pelas epífitas, possuindo um desvio padrão de aproximadamente 7,70.
Gráfico 1 = Distribuição de líquens em média + desvio padrão nos pontos cardeais sul, leste, norte e
oeste.
sombreadas do tronco de árvores, onde não há a incidência de sol direto, a nossa hipótese
consentia de que os líquens tenderiam a ocupar as porções sul e norte em troncos de árvores.
A realização desse estudo corroborou com nossa hipótese, pois, foram encontrados as
segunda posição em maior distribuição dos fungos, ainda assim, o norte perde a segunda
Existem artigos, por exemplo, que expõem a capacidade desses fungos no monitoramento da
qualidade de ar (Martins et al 2013). Ainda assim, partindo dos dados obtidos neste trabalho
foi-se possível entender de forma mais clara de como os liquens são influenciados por fatores
abióticos (nesse caso a luz solar) na distribuição em tronco de árvores, ou seja, os liquens
notoriamente podem ser usados como biomonitores ou bioindicadores devido a sua grande
6. CONCLUSÃO
A partir dos resultados obtidos conclui-se que os liquens sofrem influência a exposição da
radiação solar, interferindo no seu crescimento ao redor do tronco das árvores, isso é
percebido pela alta porcentagem da presença desses fungos na porção sul, seguido por uma
alta incidência de distribuição na porção norte, visto que esse pontos cardeais geralmente
estão localizados em áreas mais sombreadas das árvores os liquens tendem a desenvolver-se
BENZING, D.H. 1990. Vascular epiphytes: general biology and related biota. Cambridge
University Press, Cambridge.
Martins, Suzana Maria de Azevedo, Käffer, Márcia Isabel e Lemos, Alessandra. Liquens
como bioindicadores da qualidade do ar numa área de termoelétrica, Rio Grande do Sul,
Brasil. Hoehnea [online]. 2008, v. 35, n. 3 [Acessado 12 Dezembro 2022], pp. 425-433.
Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S2236-89062008000300011>. Epub 13 Maio 2013.
ISSN 2236-8906. https://doi.org/10.1590/S2236-89062008000300011.
WAECHTER, J.L. O epifitismo vascular na planície costeira do Rio Grande do Sul. 161p.
1992. Tese (Doutorado em Ecologia e Recursos Naturais) – Centro de Ciências Biológicas e
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ZOTS, G. 2016. Plants on Plants – The Biology of Vascular Epiphytes.