A Constituição Federal de 1988, mais especificamente o seu artigo 6,
assegura o direito a saúde como inerente a todo cidadão brasileiro. No entanto, tal prerrogativa não tem se reverberado com ênfase na prática quando se observa a doação de órgãos na sociedade brasileira, dificultando assim, a universalização desse direito social tão importante. Diante dessa perspectiva, faz-se imperiosa a análise dos motivadores do quadro.
Diante desse cenário, deve-se ressaltar os mitos religiosos e tabus acerca da
doação de órgãos para coibir tal problemática. Nesse sentido, no Egito Antigo, após a morte do faraó, era comum o processo de mumificação e a retirada dos órgãos, a fim de conservá-los para uma “próxima vida”. Entretanto, na sociedade hodierna, muitas famílias preferem enterrar os seus entes com todos os órgãos, prática essa que de maneira egoísta encurta a vida de muitos que dependem de um órgão e não possuem plano de saúde para custear um transplante, aumentando assim a fila de espera no SUS.
Ademais, é fundamental apontar a maior demanda de pacientes do que de
órgãos disponíveis para sanar o tocante. Nessa perspectiva, a crise do Modelo de Produção Fordista foi decorrente de um acúmulo de estoque, em que se tinha mais carros que compradores disponíveis. No entanto, na situação atual brasileira, a procura por órgãos é maior do que a que se tem disponível para atender a nação, seja pela ausência de campanhas eficientes que favoreçam a doação de órgãos e retroalimentem os estoques, impulsiona assim a redução da expectativa de vida de muitos.
Depreende-se, portanto, a necessidade de se combater esses obstáculos.
para isso, é imprescindível que o Governo, por intermédio do Ministério da Saúde, possa elaborar campanhas nos veículos publicitários, por meio de vídeos que abordem os benefícios que uma pessoa pode promover pelo simples ato de doar órgãos, a fim de tornar o transplante de órgãos algo mais democrático e reduzir as filas de espera, efetivando assim a Constituição Federal.
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