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POSSÍVEIS TEMAS
DE REDAÇÃO
PARA O ENEM
10 possíveis temas para a redação do Enem

É sempre uma grande aventura para os vestibulandos tentar adivinhar qual


será o próximo tema da redação do Enem. Essa é uma tarefa muito difícil,
mas de acordo com as pistas que a Cartilha do Participante nos informa,
sabemos que a proposta estará relacionada a alguma discussão de ordem
social, científica, cultura e/ou política. A partir disso, analisando as
atualidades do cenário nacional e mundial, conseguimos traçar algumas
possibilidades.

1. As dificuldades para a concretização da doação de órgãos no Brasil


A doação de órgãos ou de tecidos é um ato voluntário que consiste em um
doador manifestar a vontade de doar uma ou mais partes do corpo para
auxiliar no tratamento de outras pessoas. Para ser um doador é necessário
manifestar esse desejo em vida, uma vez que a doação ocorre após a morte.
No entanto, o que poucas pessoas sabem é que existem algumas doações
que podem ser feitas em vida, como o rim, parte do fígado e da medula
óssea.

O "doador vivo" deve ter boas condições de saúde e concordar com a


doação juridicamente. De acordo com a lei, membros de uma família
podem ser doadores, mas não parentes só podem doar com autorização
judicial. Já em relação à doação após a morte, o doador deve informar esse
desejo aos familiares, uma vez que são eles que decidirão sobre a doação.

De acordo com o Ministério da Saúde, o Brasil possui o maior programa


público de transplante de órgãos, tecidos e células do mundo, que é
garantido a toda a população por meio do SUS, responsável pelo
financiamento de cerca de 95% dos transplantes no país. Apesar do grande
volume de cirurgias realizadas, a quantidade de pessoas em lista de espera
para receber um órgão ainda é grande. Recentemente, tivemos o caso do
apresentador Fausto Silva que recebeu a doação de um coração. Leia mais
sobre isso aqui.
2. As manifestações de violência nos estádios brasileiros de futebol
O brasileiro é conhecido mundial por uma paixão nacional: o futebol. No
entanto, o divertimento em assistir aos jogos dos times em estádio é
ignorado, pois no país há um índice elevado de violência no futebol
brasileiro. De acordo com um levantamento realizado pelo jornal Estadão,
ocorre um episódio de violência a cada quatro dias. Até março de 2022, 15
casos violentos já tinham ocorrido em pouco tempo, entre ônibus atacados,
invasões de campos e brigas entre torcedores dentro e fora dos estádios.

Por esse motivo, ainda que timidamente, algumas mudanças foram feitas no
estatuto da CBF em uma Assembleia Geral Extraordinária para uma
movimentação contra a violência nos estádios, a partir da criação de um
grupo de estudos e da convocação de representantes de diferentes
segmentos da sociedade para debater o tema.

Em entrevista publicada no jornal Folha de São Paulo, o consultor de


segurança e ex-secretário nacional de Segurança Pública, José Vicente da
Silva defende que o problema está diretamente ligado à sensação de falta de
penalização entre os infratores. No Brasil, há casos recentes de violência
também, leia aqui e aqui.

3. Os desafios do uso de inteligências artificiais na contemporaneidade


A Inteligência Artificial também conhecida como IA é um avanço
tecnológico que permite que sistemas simulem uma inteligência similar à
humana. Ela vai além da programação de ordens específicas para tomar
decisões de forma autônoma, baseada em padrões de enormes brancos de
dados. Pode parecer difícil de entender, mas você já deve ter entrado em
contato com algumas delas: Alexa, ChatGPT, Siri, entre outros. Leia mais
sobre isso aqui.

Mas, a grande questão que podemos refletir sobre isso é até que ponto essa
utilização é feita de forma ética? Para trabalharmos esse conceito é
importante diferenciarmos a ética e a moral. Por moral entende-se o estudo
fundamentado dos valores morais que orientam o comportamento humano
em uma sociedade, enquanto a moral são os costumes, regras, tabus e
convenções estabelecidas por cada sociedade.

A questão ética por trás do uso da IA está relacionada ao fato de que nossos
dados continuam sendo armazenados, analisados, compartilhados e
vendidos. Mesmo que exista a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais
(LGPD), em vigor no Brasil desde 2020, essas informações ainda podem ser
utilizadas ao nosso favor ou contra nós. Outro problema gravíssimo em
relação à ética é o uso do ChatGPT, por exemplo, para a confecção de
trabalhos escolares e uma possível perda da reflexão crítica dos alunos.
Alguns cientistas pioneiros da IA também alertam sobre problemas, leia uma
recente notícia sobre um poderoso da Google aqui.

4. O combate ao capacitismo na sociedade brasileira


A palavra "capacitismo" significa a discriminação de pessoas com deficiência
ou ainda a subestimação da capacidade e aptidão de pessoas em virtude de
suas deficiências. O debate vem sendo recorrente na sociedade e ganhou
evidência durante os Jogos Paralímpicos de Tóquio quando diversos
comentários e brincadeiras com pessoas com deficiência foram
compartilhados.

De acordo com informações divulgadas pelo Ministério dos Direitos


Humanos e da Cidadania junto com o IBGE, o Brasil tem 18,6 milhões de
pessoas com deficiência. Por isso é importante que esse tema seja discutido
amplamente para diminuirmos os casos de preconceito e discriminação com
pessoas com deficiência na sociedade brasileira.

O influenciador digital Ivan Baron é um ativista da causa e apresenta


diariamente em suas redes sociais informações sobre o capacitismo e
exemplos para termos práticas anticapacitistas na sociedade. Seu papel é tão
relevante na sociedade que foi um dos representantes do povo brasileiro na
cerimônia de posse do presidente Lula em 2023. Leia mais sobre isso aqui.

5. A dificuldade de garantir o acesso à justiça aos brasileiros


De acordo com o Princípio Constitucional de Acesso à Justiça, o Estado não
pode se negar a solucionar qualquer conflito em que o indivíduo alegue
sentir-se lesionado ou ameaçado de algum direito. Isso está relacionado ao
Artigo 5º da Constituição Federal de 1988 em que todos, sem distinção,
podem acessar à justiça.
A grande questão é que muitos brasileiros não podem pagar por um
advogado para ter acesso à justiça e não sabem como ter acesso à justiça
gratuita. De acordo com uma matéria intitulada "Acesso à justiça no Brasil:
pra que?" publicada na Revista Direito em Debate, no Brasil esse acesso é
um problema para a maioria da população, uma vez que desconhecem seus
direitos. Leia mais informações sobre isso aqui e aqui.

6. Os problemas relacionados o trabalho análogo à escravidão no Brasil


De acordo com a lei brasileira, o trabalho análogo à escravidão consiste em
casos de violação ao direito de ir e vir, ameaça de violência física ou
psicológica e condições de vida degradantes. O artigo 149 do Código Penal
Brasileiro define que "é caracterizado pela submissão de alguém a trabalhos
forçados ou a jornada exaustiva, quer sujeitando-o a condições degradantes
de trabalho, quer restringindo, por qualquer meio, sua locomoção em razão
de dívida contraída com o empregador ou seu preposto."

O podcast da Folha "Mulher da Casa Abandonada" retratou a história de uma


mulher acusada de manter uma empregada em situação análoga à
escravidão. A série foi um sucesso e tem grande relevância social. Além de
ter grande repercussão nas redes sociais, ainda chamou atenção para esse
problema ainda recorrente na sociedade brasileira ao mencionar casos
recentes sobre o tema. Atrelado a isso, recentemente ainda houve os relatos
dos trabalhadores da colheita de uva resgatados em Bento Gonçalves (RS)
que viveram cenários de violência cotidiana e violações a direitos humanos
básicos. Leia mais sobre isso aqui e aqui.

7. Os efeitos negativos de uma alimentação irregular no Brasil


A má alimentação é resultado de uma dieta desequilibrada carente em
ingestão daquilo que o nosso corpo realmente necessita frutas, verduras,
legumes, cereais e grãos, além de ter o consumo excessivo das chamadas
gorduras ruins, sódio e açúcares. A comprovação dos resultados negativos
da má alimentação vem com um estudo recente publicado pelo Instituto de
Medição e Avaliação da Saúde da Universidade de Washington (Health
Metrics and Evaluation), pois o levantamento constatou que a má
alimentação foi responsável por quase 11 milhões de mortes em 2017, contra
10,4 milhões de mortes causadas pela pressão arterial alta e 8 milhões pelo
cigarro.

Cabe destacar, ainda, que uma alimentação irregular não ocorre somente
pela ingestão de fast-foods, pois, no Brasil, ocorre atualmente um cenário de
intensificação da fome. De acordo com um estudo da Rede Brasileira de
Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar (PENSSAN), três em cada dez
famílias brasileiras tiveram dificuldades para comprar alimentos e tiveram
que reduzir a quantidade de algum item sofrendo insegurança alimentar
moderada ou grave. Durante o período da pandemia no Brasil houve um
aumento significativo sobre a alimentação irregular e cenários de
insegurança alimentar. Leia mais sobre isso aqui.

8. Os desafios para a diminuição do número de dependentes químicos no


Brasil

O uso abusivo e a dependência em substâncias químicas é um problema


global. No Brasil, em 2021, o Sistema Único de Saúde (SUS) registrou 400,3
mil atendimentos a pessoas com transtornos mentais e comportamentais
devido ao uso de drogas e álcool. O número mostra um aumento de 12,4%
em relação a 2020, ano com 356 mil registros. O SUS garante o atendimento
e acompanhamento para quem tem qualquer tipo de dependência química,
embora ainda seja um problema frequente no país.

De acordo com o Relatório Mundial sobre Drogas 2023, do Escritório das


Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), indica um aumento no
número de pessoas que usam drogas injetáveis, devido à insuficiência dos
serviços de tratamento e outras intervenções. Leia mais sobre isso aqui.

Essas informações são relevantes para a sociedade e ainda podemos


destacar espaços como a Cracolândia, em São Paulo, que possuem pessoas
marginalizadas e cenas constante de consumo de drogas. MC Hariel abriu

aqui.
9. As dificuldades das pessoas que enfrentam sozinhas a maternidade
O
para caracterizar a solidão e os desafios que as mães, sem cônjuge e com
praticamente nenhuma rede de apoio, enfrentam no dia a dia para cuidar de
seus filhos. De acordo com dados divul solo
não se refere apenas a ausência de um cônjuge, mas sim ao fato de todas as
responsabilidades recaírem unicamente sobre a mãe. A maternidade impõe
uma série de desafios para as mulheres e, no contexto das mães solo, esses
desafios se tornam maiores

Atrelado a isso, destaca-se que os desafios consistem em relação às


mulheres que não possuem auxílio paterno das crianças, além das mulheres
que optaram por uma gestação independente. Esse tema é de importante
relevância para a sociedade devido ao Projeto de Lei 3717/21 que assegura,
por 20 anos, uma série de benefícios paras as mães solo.

Uma das alterações feitas pelo projeto na Lei de Diretrizes e Bases da


Educação Nacional busca dar prioridade aos filhos de mãe solo na
distribuição de vagas nas escolas públicas de educação infantil (creche e
pré-escola). Essa prioridade pode ser sobre o conjunto de vagas existentes
ou sobre as vagas mais próximas da residência. Já em relação à
Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), o projeto insere um artigo para
prever que a mãe solo terá direito a regime de tempo especial, com maior
flexibilidade para redução da jornada e uso do banco de horas. Leia mais
aqui e aqui.

10. Desafios para combater o desaparecimento de pessoas no Brasil


O desaparecimento de pessoas é um problema global amplo, heterogêneo e
com poucas estatísticas. No Brasil, os registros passaram a integrar o Anuário
Brasileiro de Segurança Pública, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública
(FBSP), desde 2017 e vem registrando uma média de aproximadamente 80
mil boletins de ocorrência sobre esse problema a cada ano.

A lei nº 13.812, de 16 de março de 2019, instaurou a primeira política federal


permanente voltada a solucionar e a prevenir casos de desaparecimento de
pessoas: a Política Nacional de Busca de Pessoas Desaparecidas (PNBPD).
Nesse sentido, o Cadastro Nacional de Pessoas Desaparecidas (CNPD) foi
criado como uma ferramenta fundamental para uma resposta do poder
público brasileiro aos casos de desaparecimento no Brasil, crescentes a
cada ano. Essa medida unifica as informações sobre desaparecidos no país.

De acordo com registros feitos em delegacias reunidos pelo Sistema


Nacional de Localização e Identificação de Desaparecidos (Sinalid), mais de
um terço dos desaparecidos no Brasil são crianças e adolescentes de até 17
anos, são 30 mil desaparecidos atualmente nessa faixa etária. No total, o país
tem 84,9 mil pessoas desaparecidas. Veja alguns dados atuais sobre essa
questão aqui e aqui.

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