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Se pararmos para observar, no dia a dia, nos lugares que frequentamos,

podemos notar que cada vez mais o número de crianças por família vem
diminuindo drasticamente. Ao olharmos para trás, para ser mais exato, no
século passado, o número de filhos por família não era inferior a cinco, em
comparação com a atualidade essa numeração não passa dos dois, raramente
dos três.
Como tudo tem uma consequência, senão de imediato, futuramente,
essa diminuição das taxas de natalidade irão nos tornar uma das sociedades
com o maior índice de idosos do planeta. Isso ocorre devido à diminuição das
taxas de natalidade e aumento na expectativa de vida, segundo a OMS
(Organização mundial de saúde) o crescimento dos idosos reflete o
comportamento da população brasileira nas últimas décadas, que tem uma
taxa de natalidade abaixo da taxa de reposição.
Segundo Sordi (2015) no Brasil, há mais de quinze anos nascem menos
crianças que o necessário para repor os pais, ou seja, os casais estão tendo
uma média de filhos inferior a dois. Enquanto isso, as pessoas estão vivendo
por mais tempo. O resultado desta equação é um crescimento muito rápido na
proporção de idosos no país.
Com a diminuição das taxas de natalidade, a população vai
envelhecendo aos poucos. De acordo com estimativas elaboradas e divulgadas
pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o número de idosos
deverá aumentar. Por volta do ano de 2050, haverá, no Brasil, 73 idosos para
cada 100 crianças. A pesquisa divulgou ainda que no ano de 2050 a população
brasileira será de aproximadamente 215 milhões de habitantes.
Ainda de acordo com o IBGE entre 2005 e 2015, a proporção de
pessoas com mais de 60 anos de idade cresceu em velocidade superior à da
média mundial, saindo de 9,8% para 14,3%. O relatório ressalta que o país
está se aproximando da taxa projetada em países desenvolvidos.
Esse crescimento da população idosa também trás um ponto a ser
pensado, como observado esses índices são gigantescos e as previsões
tecnicamente são as mesmas, e a tendência é dobrar. Porém vale ressaltar
que viver mais não significa viver melhor, isso porque com esse aumento
populacional de idosos vêm à tona as condições de vida dessas pessoas, até
porque uma pessoa idosa não consegue exercer todo tipo de função que uma
pessoa de trinta anos, ela necessita de um cuidado redobrado com a saúde,
segurança, alimentação e bem estar.
Muitos são inseguros, sem condições financeiras, com dificuldade de
locomoção, péssimo atendimento de saúde, dificuldade em ter acesso à
educação ou algum tipo de lazer. A má qualidade de vida dos idosos brasileiros
é uma realidade que pode ser notada diariamente, tanto em grandes cidades
como no campo, como senão bastassem todos esses fatores, ainda existem os
descasos como maus tratos, agressões físicas e verbais, o abandono, por
parte de familiares, funcionários ou mesmo conhecidos.
As razões para isso se dar em uma sociedade como a nossa são as
mais diversas, o descaso com os direitos e a precariedade nos serviços
básicos “oferecidos” pela rede publica nada mais são do que os reflexos de um
governo negligente praticado através de uma péssima gestão dos recursos. Já
do ângulo social, segundo Pereira (2009) existe um desejo insaciável pelo novo
e belo e um desprezo pelo avelhantado e experiente. Priorizam-se as pessoas
pelo critério da idade e menosprezam-se a história existencial dos idosos se
esquecendo de que um dia todos nós envelhecemos.
A OMS recomenda que os governos estruturem os serviços de saúde para
atender melhor os idosos e que deem apoio às famílias que cuidam de pessoas
com mais de 80 anos, além de que toda a sociedade tenha projetos de
participação para os maiores de 60, combatendo o isolamento e a solidão. Isso
seria realmente lindo se funcionasse na pratica, porém o que vemos no dia a dia é
muito diferente do que seria politicamente correto. Infelizmente, nosso país não
está preparado para atender às necessidades desse publico.
Nem mesmo a criação de um estatuto exclusivo aos idosos foi capaz de
sanar esses colapsos existentes, a Política Nacional do Idoso assegura, em
seu art. 2º, direitos que garantem oportunidades para a preservação de sua
saúde física e mental, bem como seu aperfeiçoamento moral, intelectual,
espiritual e social em condições de liberdade e dignidade. A realidade é que os
direitos e necessidades dos idosos ainda não são plenamente atendidos. No
que diz respeito à saúde do idoso, o Sistema Único de Saúde (SUS) ainda não
está preparado para amparar adequadamente este individuo.
Por essa razão é muito comum, ver e ouvirmos nos meios de
comunicação sobre de casos de morte e complicações por negligência, e neste
contexto, prevalecem às doenças crônicas e suas derivações: hipertensão
arterial, doença coronariana, sequelas de acidente vascular cerebral, limitações
provocadas pela insuficiência cardíaca e doença pulmonar obstrutiva crônica,
amputações e cegueira provocadas pelo diabetes além da dependência
determinada pelas demências.
Se formos analisar os problemas sociais em nosso país é algo constante
e que não atinge apenas os idosos, mas sim a população de modo geral.

https://www.aterceiraidade.com/cuidado-com-idosos/violencia-idoso-
combater/

Leia mais: https://oglobo.globo.com/sociedade/qualidade-de-vida-de-idosos-


brasileiros-esta-abaixo-da-media-global-mostra-relatorio-14098752#ixzz4hMEO9RIM
stest

http://zh.clicrbs.com.br/rs/vida-e-estilo/vida/noticia/2015/09/numero-de-
idosos-quase-triplicara-no-brasil-ate-2050-afirma-oms-4859566.html

https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2016/12/02/brasil-
teve-aumento-da-populacao-idosa-acima-da-media-mundial.htm

http://exame.abril.com.br/brasil/quem-sao-e-como-vivem-os-idosos-do-
brasil/

http://padrerobson.paieterno.com.br/2009/03/29/idosos-vitimas-do-
descaso-social/

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