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Considerando a abordagem de cada um dos textos motivadores, reflita e elabore um texto dissertativo-
argumentativo a respeito do envelhecimento da população brasileira tomando como eixo para sua discussão um
ou mais dos seguintes tópicos: a) impactos sociais e políticas públicas, b) saúde e qualidade de vida, c) Direitos:
aposentadoria e previdência ou d) conflito de gerações.
Texto 1
LEI No 10.741, DE 1º DE OUTUBRO DE 2003
[...] Art. 1º É instituído o Estatuto do Idoso, destinado a regular os direitos assegurados às pessoas com
idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos. Art. 2º O idoso goza de todos os direitos fundamentais inerentes à
pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-se lhe, por lei ou por outros
meios, todas as oportunidades e facilidades, para preservação de sua saúde física e mental e seu
aperfeiçoamento moral, intelectual, espiritual e social, em condições de liberdade e dignidade. Art. 3º É obrigação
da família, da comunidade, da sociedade e do Poder Público assegurar ao idoso, com absoluta prioridade, a
efetivação do direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à
cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária. [...]
Brasil. Presidência da República. LEI Nº 10.741, DE 1º DE OUTUBRO DE 2003. Brasília, 1 de outubro de 2003.
Texto 2 - Metade das cidades do país ainda não dá voz aos idosos
Envelhecimento rápido
“A situação é muito grave e só tende a piorar. As pessoas não conseguem fazer um pé de meia para ter
uma renda estável e segura depois que se aposentam”, afirma Alexandre Kalache, presidente do Centro
Internacional de Longevidade Brasil. “É natural que cresça o número de pessoas idosas que vivem sozinhas
porque a população em geral está envelhecendo, mas o crescimento é muito alto e o número de instituições de
longa permanência ou asilos não é suficiente para atender às necessidades.” Segundo o Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE), entre 2012 e 2017, a população de idosos no País saltou 19,5%, de 25,4 milhões
para mais de 30,2 milhões de pessoas. No mesmo período, o número de homens e mulheres com 60 anos ou
mais nos albergues públicos cresceu 33%, de 45,8 mil para 60,8 mil. Se forem considerados também os
alojamentos privados, a cifra sobe para 100 mil. O desamparo familiar cresce mais rápido que a expectativa de
vida — e o País carece de um projeto para reforçar os cuidados prolongados e a assistência na velhice.
O motorista Valter Alves, 64 anos, que há quatro meses se instalou em um centro municipal de acolhida
para idosos no bairro de Pinheiros, em São Paulo, é um dos novos moradores desses alojamentos públicos.
Alves, que trabalhou a vida toda dirigindo carros e caminhões, fez parte do quadro de funcionários de uma
floricultura, de um banco, e chegou a pilotar um guincho, nunca conseguiu guardar dinheiro para se sustentar na
velhice. Agora, às vésperas da aposentadoria, marcada para janeiro do ano que vem, ele também desistiu de
procurar trabalho. “Por causa da idade, as pessoas acham que você não consegue mais fazer as mesmas coisas”,
lamenta. Alves foi casado por 25 anos, é pai de quatro filhos e avô de seis netos. Costuma receber visitas dos
familiares e, apesar do isolamento, diz gostar do abrigo, que considera “sossegado”. “As pessoas são tranquilas
e de fácil convivência”, afirma. “Não tenho muito que fazer por aqui, mas eu gosto de dominó e ajudo na cozinha
lavando louça de vez em quando”, diz ele.
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