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Fungicidas protetores no manejo da ferrugem asiática da soja

Protective fungicides in the management of asian soybean rust


DOI: 10.55905/revconv.16n.6-111

Recebimento dos originais: 26/05/2023


Aceitação para publicação: 26/06/2023

Roberta Yajima de Godoy Dias


Mestra em Agronomia
Instituição: Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP)
Endereço: Bandeirantes – PR, Brasil
E-mail: robertagodoy265@gmail.com

Aline Vanessa Sauer


Doutora em Agronomia
Instituição: Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP)
Endereço: Bandeirantes – PR, Brasil
E-mail: aline.sauer@uenp.edu.br

Erich dos Reis Duarte


Mestre em Agronomia
Instituição: Universidad de Ciencias Empresariales y Sociales (UCES)
Endereço: Paraguay - CABA, Argentina
E-mail: erich.duarte@agrogalaxy.com.br

Cristiano Reschke Lajus


Doutor em Agronomia
Instituição: Universidade Comunitária de Chapecó
Endereço: Chapecó – SC, Brasil
E-mail: clajus@unochapeco.edu.br

Priscila Weissheimer
Graduanda em Agronomia
Instituição: Universidade Comunitária de Chapecó
Endereço: Chapecó – SC, Brasil
E-mail: priscilaweissheimer@unochapeco.edu.br

Rodrigo Foltran
Doutor em Agronomia
Instituição: Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP)
Endereço: Botucatu - SP, Brasil
E-mail: rodrigofoltran@gmail.com

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Denise Renata Pedrinho
Doutora em Agronomia
Instituição: Universidade Anhanguera Uniderp
Endereço: Campo Grande – MS, Brasil
E-mail: denise.pedrinho@educadores.net.br

João Pereira Torres


Doutor em Agronomia
Instituição: Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP)
Endereço: Bandeirantes – PR, Brasil
E-mail: torres@uenp.edu.br

RESUMO
A ferrugem asiática da soja é motivada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi e tem sido objeto de
estudos e pesquisas em relação ao uso de fungicidas para seu controle e cuidados. Objetivou-se
avaliar os efeitos dos fungicidas pertencentes aos grupos inibidores da desmetilação (DMI -
Triazóis); inibidores da quinona oxidase (QoI – azoxistrobina) com fungicidas protetores
(Mancozeb, oxicloreto de cobre e clorotalonil), aplicados em diferentes estádios fenológicos da
cultura da soja para controle da ferrugem asiática. O experimento foi conduzido na safra
2015/2016 e 2016/2017, na estação experimental da Basf, Pesquisa e Desenvolvimento em
Bandeirantes - PR, com a cultivar 5909, Nidera RR. O delineamento experimental foi os blocos
ao acaso, com vinte e dois tratamentos e quatro repetições. Avaliou-se a severidade da doença,
incidência da doença, peso de mil grãos (PMG, g) e produtividade (kg ha-1 ). A testemunha
apresentou maior percentual de severidade da ferrugem asiática.

Palavras-chave: controle, Phakopsora pachyrhizi, Glycine max.

ABSTRACT
Asian soybean rust is caused by the Phakopsora pachyrhizi fungus and has been the subject of
studies and research regarding the use of fungicides for its control and care. The objective was
to evaluate the effects of fungicides belonging to the demethylation inhibitor groups (DMI -
Triazoles); quinone oxidase inhibitors (QoI – azoxystrobin) with protective fungicides
(Mancozeb, copper oxychloride and chlorothalonil), applied at different phenological stages of
the soybean crop to control Asian rust. The experiment was conducted in the 2015/2016 and
2016/2017 harvest, at the experimental station of Basf, Pesquisa e Desenvolvimento in
Bandeirantes - PR, with cultivar 5909, Nidera RR. The experimental design was randomized
blocks, with twenty-two treatments and four replications. Disease severity, disease incidence,
thousand-grain weight (GWP, g) and yield (kg ha-1) were evaluated. The control showed the
highest percentage of Asian rust severity.

Keywords: control, Phakopsora pachyrhizi, Glycine max.

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1 INTRODUÇÃO
O Brasil ocupa o primeiro lugar como maior produtor de soja mundial. Na safra 2021/22
o país ultrapassou 125 milhões de toneladas do grão, e a previsão é que na safra 2022/23 este
número tenha acima de 23% de aumento com relação à safra anterior (CONAB, 2023).
A ferrugem asiática da soja (Phakopsora pachyrhizi) é considerada como a principal
doença da cultura, causando perdas de produtividade. Dentre os fungicidas utilizados no controle
da ferrugem incluem compostos dos grupos dos triazóis e estrobilurinas, ou combinações entre
eles. A utilização frequente dessas misturas, sob condições impróprias, tem resultado em
diminuição da sensibilidade do patógeno a estes grupos de fungicidas. Este comportamento já
foi observado em algumas regiões de cultivo de soja no país (Alvim et al. 2009). Alguns
fungicidas como o clorotalonil se demonstram mais efetivos no manejo de P. pachyrhizi tanto
em plantas vivas como em testes in vitro, podendo haver diferenças de respostas entre os
cultivares utilizados (Kajihara, Beriam, Furlan, Leite, 2021). A dificuldade no controle da
ferrugem da soja com fungicidas é crescente e mostra que o fungo tem uma elevada
adaptabilidade em campos de soja (Schmitz, Medeiros, Craig, Stammler, 2013).
Diante disso, objetivou-se avaliar a contribuição dos fungicidas protetores (mancozeb,
clorotalonil e oxicloreto de cobre) associados ou não às misturas dos produtos mais competitivos
do mercado (inibidores da desmetilação - triazóis; inibidores da quinona oxidase – estrobilurinas
e inibidores da succinato desidrogenase – carboxamidas), aplicados em diferentes estádios
fenológicos da cultura da soja para o manejo da ferrugem asiática.

2 MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi conduzido na Fazenda Escola da Universidade Estadual do Norte do
Paraná no Campus Luiz Meneghel, na cidade de Bandeirantes, estado do Paraná. A semeadura
da soja (Glycine max), cultivar NIDERA 5909 RR foi realizada no dia 11/11/2015 e 16/12/2016
no sistema de plantio direto, com espaçamento entre linhas de 0,45 metro e 14 sementes por
metro linear.
O delineamento experimental foi de blocos ao acaso, com vinte e dois tratamentos e
quatro repetições. Cada parcela foi constituída por cinco linhas de 6 metros de comprimento. Em
todos os tratamentos, as duas linhas externas e 0,5 metro nas extremidades de cada linha foram
consideradas como bordaduras. Os experimentos foram instalados nas safras 2015/2016 e

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2016/2017. A aplicação foi realizada através de um pulverizador costal pressurizado com CO2,
com um conjunto de barra com 6 bicos espaçados em 0,5 metro e aplicados a 0,5 metro da planta
com bico de ponta AD 015 D.
Dos fungicidas utilizados encontra-se princípio ativo do grupo químico dos triazois,
estribirulinas e ditiocarbamato. A tabela 1 apresenta os tratamentos e doses utilizadas.

Tabela 1. Descrição dos tratamentos, doses aplicadas, número e época de aplicações de fungicidas para o manejo
de Phakopsora pachirhizy na cultura da soja.
Tratamentos* Produtos Dose N° Estádio/
Ingrediente ativo Produto PC/há Aplicaçã Época
Comercial o
1 Testemunha
2 epoxiconazol + piraclostrobina Opera 0,5 1ª PF
fluxapiroxade + piraclostrobina Orkestra 0,3 2ª R1
fluxapiroxade + piraclostrobina Orkestra 0,3 3ª R5.1
3 epoxiconazol + piraclostrobina Opera 0,5
+ mancozeb Unizeb 1,5 1ª V9/PF
fluxapiroxade + piraclostrobina Orkestra 0,3
+ mancozeb Unizeb 1,5 2ª R1
fluxapiroxade + piraclostrobina Orkestra 0,3
+ mancozeb Unizeb 1,5 3ª R5.1
4 epoxiconazol + piraclostrobina Opera 0,5
+ oxicloreto de cobre Difere 0,5 1ª V9/PF
fluxapiroxade + piraclostrobina Orkestra 0,3
+ oxicloreto de cobre Difere 0,5 2ª R1
fluxapiroxade + piraclostrobina Orkestra 0,3
+ oxicloreto de cobre Difere 0,5 3ª R5.1
5 epoxiconazol + piraclostrobina Opera 0,5

+ clorotalonil Bravonil 0,91 1ª V9/PF


fluxapiroxade + piraclostrobina Orkestra 0,3

+ clorotalonil Bravonil 0,91 2ª R1


fluxapiroxade + piraclostrobina Orkestra 0,3
+ clorotalonil Bravonil 0,91 3ª R5.1
6 Difenocolazole Score 0,3
+ ciproconazole + azoxystrobina Priore xtra 0,3 1ª V9/PF
Benzovindiflupir Elatus 0,25 2ª R1
Benzovindiflupir Elatus 0,25 3ª R5.1
7 Difenocolazole Score 0,3
ciproconazole + azoxystrobina + Priore xtra 0,25
Mancozeb Unizeb 1,5 1ª V9/PF

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benzovindiflupir Elatus 0,25
+ mancozeb Unizeb 1,5 2ª R1
benzovindiflupir Elatus 0,25
+ mancozeb Unizeb 1,5 3ª R5.1
8 Difenocolazole Score 0,3
ciproconazole + azoxystrobina Priore xtra 0,3
+ oxicloreto de cobre Difere 0,5 1ª V9/PF
benzovindiflupir Elatus 0,25
+ oxicloreto de cobre Difere 0,5 2ª R1
benzovindiflupir Elatus 0,25
+ oxicloreto de cobre Difere 0,5 3ª R5.1
9 Difenocolazole Score 0,3
ciproconazole + azoxystrobina Priore xtra 0,3 1ª V9/PF
+ clorotalonil Bravonil 0,91
benzovindiflupir Elatus 0,25 2ª R1
+ clorotalonil Bravonil 0,91
benzovindiflupir Elatus 0,25
+ clorotalonil Bravonil 0,91 3ª R5.1
10 trifloxistrobina + protioconazol Fox 0,4 1ª V9/PF
trifloxistrobina + protioconazol Fox 0,4 2ª R1
trifloxistrobina + ciproconazol Shere Max 0,2 3ª R5.1
11 trifloxistrobina + protioconazol Fox 0,4
+ mancozeb Unizeb 1,5 1ª V9/PF
trifloxistrobina + protioconazol Fox 0,4
+ mancozeb Unizeb 1,5 2ª R1
trifloxistrobina + ciproconazol Shere Max 0,2
+ mancozeb Unizeb 1,5 3ª R5.1
12 trifloxistrobina + protioconazol Fox 0,4
+ oxicloreto de cobre Difere 0,5 1ª V9/PF
trifloxistrobina + protioconazol Fox 0,4
+ oxicloreto de cobre Difere 0,5 2ª R1
trifloxistrobina + ciproconazol Shere Max 0,2
+ oxicloreto de cobre Difere 0,5 3ª R5.1
13 trifloxistrobina + protioconazol Fox 0,4
+ clorotalonil Bravonil 0,91 1ª V9/PF
trifloxistrobina + protioconazol Fox 0,4
+ clorotalonil Bravonil 0,91 2ª R1
trifloxistrobina + ciproconazol Shere Max 0,2
+ clorotalonil Bravonil 0,91 3ª R5.1
14 Mancozeb Unizeb 1,5 1ª V9/PF
Mancozeb Unizeb 1,5 2ª R1
Mancozeb Unizeb 1,5 3ª R5.1

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15 oxicloreto de cobre Difere 0,5 1ª V9/PF
oxicloreto de cobre Difere 0,5 2ª R1
oxicloreto de cobre Difere 0,5 3ª R5.1
16 clorotalonil Bravonil 0,91 1ª V9/PF
clorotalonil Bravonil 0,91 2ª R1
clorotalonil Bravonil 0,91 3ª R5.1
17 epoxiconazol + piraclostrobina Opera 0,5 1ª Prim. Pustulas
fluxapiroxade + piraclostrobina Orkestra 0,3 2ª R1
fluxapiroxade + piraclostrobina Orkestra 0,3 3ª R5.1
18 epoxiconazol + piraclostrobina Opera 0,5
+ mancozeb Unizeb 1,5 1ª Prim. Pustulas
fluxapiroxade + piraclostrobina Orkestra 0,3
+ mancozeb Unizeb 1,5 2ª 15DAPA
fluxapiroxade + piraclostrobina Orkestra 0,3
+ mancozeb Unizeb 1,5 3ª 15DASA
19 Difenocolazole Score 0,3
+ ciproconazole + azoxystrobina Priore xtra 0,3 1ª Prim. Pustulas
Benzovindiflupir Elatus 0,25 2ª 15DAPA
Benzovindiflupir Elatus 0,25 3ª 15DASA
20 Difenocolazole Score 0,3
ciproconazole + azoxystrobina + Priore xtra 0,25
Mancozeb Unizeb 1,5 1ª Prim. Pustulas
benzovindiflupir Elatus 0,25
+ mancozeb Unizeb 1,5 2ª 15DAPA
benzovindiflupir Elatus 0,25
+ mancozeb Unizeb 1,5 3ª 15DASA
21 trifloxistrobina + protioconazol Fox 0,4 1ª Prim. Pustulas
trifloxistrobina + protioconazol Fox 0,4 2ª 15DAPA
trifloxistrobina + ciproconazol Shere Max 0,2 3ª 15DASA
22 trifloxistrobina + protioconazol Fox 0,4
+ mancozeb Unizeb 1,5 1ª Prim. Pustulas
trifloxistrobina + protioconazol Fox 0,4
+ mancozeb Unizeb 1,5 2ª 15DAPA
trifloxistrobina + ciproconazol Shere Max 0,2
+ mancozeb Unizeb 1,5 3ª 15DASA
*Foi adicionado óleo mineral na proporção de 0,5% do volume de calda nos tratamentos com Azoxistrobina +
Ciproconazole, volume de aplicação 200 l/ha.
Fonte: Do autor

A produtividade de grãos foi obtida após a colheita realizada no dia 22 de março de 2016,
coletando uma área útil de 10 m²/parcela e trilhando as plantas mecanicamente. Após a pesagem

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das amostras das parcelas, os resultados da produtividade de grãos foram corrigidos a umidade
de 13% e transformados em kg/ha.
Os dados foram submetidos à análise de variância pelo teste F e as diferenças entre as
médias dos tratamentos comparadas pelo teste Tukey 5%.

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
A análise de variância revelou efeito significativo (P≤0,05) do fator princípio ativo em
relação à variável resposta incidência (Tabela 2). Os tratamentos que apresentaram menor
incidência da doença tiveram associação com fungicidas protetores, comprovando que é
fundamental a mistura com fungicidas sítio-específicos na cultura da soja para aumentar a
eficiência de controle, diminuindo o risco de resistência do patógeno aos fungicidas (Godoy et
al. 2020).

Tabela 2. Incidência da ferrugem na soja em tratamentos com aplicação de fungicidas aplicados em diferentes
épocas.
Incidência
Tratamentos
---(%)---
Testemunha 94,25 a**
Oxicloreto de cobre 83,50 ab
Fluxapiroxade + Piraclostrobina 79,75 abc
Clorotalonil 77,75 abc
Fluxapiroxade + Piraclostrobina 76,75 abcd
Mancozeb 75,50 abcde
Fluxapiroxade + Piraclostrobina + Oxicloreto de cobre 67,75 abcdef
Fluxapiroxade + Piraclostrobina + Clorotalonil 67,25 abcdef
Fluxapiroxade + Piraclostrobina + Mancozeb 64,75 abcdef
Fluxapiroxade + Piraclostrobina + Mancozeb 56,25 abcdefg
Trifloxistrobina + Protioconazol + Mancozeb 48,50 bcdeg
Trifloxistrobina + Protioconazol + Mancozeb 46,50 bcdeg
Trifloxistrobina + Protioconazol 38,75 bcdeg
Benzovindiflupir 37,75 cdefg
Trifloxistrobina + Protioconazol 35,50 cdefg
Trifloxistrobina + Protioconazol + Oxicloreto de cobre 34,75 cdefg
Benzovindiflupir 32,50 defg
Benzovindiflupir + Mancozeb 30,75 efg
Benzovindiflupir + Mancozeb 29,50 fg
Benzovindiflupir + Clorotalonil 28,75 fg
Benzovindiflupir + Oxicloreto de cobre 25,00 fg
Trifloxistrobina + Protioconazol + Clorotalonil 18,75 g
**Médias seguidas de mesma letra não diferem significativamente entre si pelo teste de Tukey (P≤0,05).
Fonte: Do autor

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O tratamento com trifloxistrobina + protioconazol + clorotalonil, apresentou uma
eficiência maior que 80% para a incidência de ferrugem asiática na soja, diferindo
significativamente em relação aos seguintes tratamentos: testemunha, oxicloreto de cobre,
fluxapiroxade + piraclostrobina, clorotalonil, fluxapiroxade + piraclostrobina, mancozeb,
fluxapiroxade + piraclostrobina + oxicloreto de cobre, fluxapiroxade + piraclostrobina +
clorotalonil, e fluxapiroxade + piraclostrobina + mancozeb.
Conforme apresentado na tabela 3, a análise de variância revelou efeito significativo
(P≤0,05) do fator ano em relação à variável resposta à incidência da ferrugem na soja.

Tabela 3. Incidência da ferrugem na soja em relação ao ano de cultivo.


Incidência
Ano
---(%)---
2017 50,25 a**
2016 54,34 b
**Médias seguidas de mesma letra não diferem significativamente entre si pelo teste de Tukey (P≤0,05).
Fonte: Do autor

A análise de variância revelou efeito significativo (P≤0,05) do fator princípio ativo em


relação à variável resposta severidade da ferrugem asiática da soja em função dos diferentes
manejos da doença (Tabela 4). A testemunha apresentou diferença significativa com a maior
severidade em relação aos demais tratamentos.

Tabela 4. Severidade da ferrugem asiática da soja em tratamentos com aplicação de fungicidas aplicados em
diferentes épocas.
Severidade
Tratamentos
---(%)---
Testemunha 18,84 a**
Fluxapiroxade + Piraclostrobina + Mancozeb 3,50 b
Oxicloreto de cobre 2,75 b
Fluxapiroxade + Piraclostrobina 2,38 b
Clorotalonil 2,29 b
Mancozeb 1,47 b
Fluxapiroxade + Piraclostrobina + Oxicloreto de cobre 1,39 b
Fluxapiroxade + Piraclostrobina + Clorotalonil 0,86 b
Fluxapiroxade + Piraclostrobina 0,55 b
Benzovindiflupir 0,43 b
Trifloxistrobina + Protioconazol + Mancozeb 0,34 b
Benzovindiflupir + Mancozeb 0,33 b

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Trifloxistrobina + Protioconazol 0,26 b
Benzovindiflupir + Oxicoloreto de cobre 0,25 b
Fluxapiroxade + Piraclostrobina + Mancozeb 0,24 b
Trifloxistrobina + Protioconazol + Oxicloreto de cobre 0,24 b
Benzovindiflupir + Clorotalonil 0,22 b
Trifloxistrobina + Protioconazol + Clorotalonil 0,17 b
Trifloxistrobina + Protioconazol + Mancozeb 0,17 b
Trifloxistrobina + Protioconazol 0,11 b
Benzovindiflupir 0,10 b
Benzovindiflupir + Mancozeb 0,08 b
**Médias seguidas de mesma letra não diferem significativamente entre si pelo teste de Tukey (P≤0,05).
Fonte: Do autor

De acordo com a pesquisa realizada por Carvalho (2022), a testemunha também obteve
maior índice de severidade, ocasionando uma maior porcentagem de desfolha da soja, sendo um
dos parâmetros avaliados para a estimativa de danos e avaliação de tratamentos em ensaios de
controle de ferrugem asiática da soja.
A análise de variância não revelou efeito significativo (P>0,05) do fator ano em relação
à variável resposta severidade da ferrugem asiática da soja (Tabela 5).

Tabela 5. Severidade da ferrugem asiática da soja em relação ao ano de cultivo.


Severidade
Ano
---(%)---
2017 1,33 a**
2016 2,03 a
**Médias seguidas de mesma letra não diferem significativamente entre si pelo teste de Tukey (P≤0,05).
Fonte: Do autor

A análise de variância revelou efeito significativo (P≤0,05) do fator princípio ativo em


relação à variável resposta peso de mil grãos (Tabela 6). A testemunha, oxicloreto de cobre,
clorotalonil, fluxapiroxade + piraclostrobina, não diferiram significativamente, apresentando o
menor peso de mil grão ao serem comparados com os demais tratamentos.

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Tabela 6. Peso de mil grãos em diferentestipos de manejo da para ferrugem asiática da soja.
Peso de mil grãos
Tratamentos
---(g)---
Benzovindiflupir + Mancozeb 181,04 a**
Benzovindiflupir + Clorotalonil 180,70 a
Benzovindiflupir 178,81 ab
Trifloxistrobina + Protioconazol 177,30 ab
Benzovindiflupir 177,28 ab
Fluxapiroxade + Piraclostrobina 177,08 ab
Fluxapiroxade + Piraclostrobina + Oxicloreto de cobre 176,28 ab
Fluxapiroxade + Piraclostrobina + Mancozeb 174,78 ab
Trifloxistrobina + Protioconazol + Oxicloreto de cobre 174,76 ab
Fluxapiroxade + Piraclostrobina + Mancozeb 174,73 ab
Trifloxistrobina + Protioconazol + Clorotalonil 171,93 abc
Benzovindiflupir + Mancozeb 171,24 abc
Benzovindiflupir + Oxicoloreto de cobre 170,64 abc
Trifloxistrobina + Protioconazol + Mancozeb 169,03 abc
Trifloxistrobina + Protioconazol + Mancozeb 168,35 abc
Fluxapiroxade + Piraclostrobina + Clorotalonil 165,98 abcd
Mancozeb 162,78 abcd
Trifloxistrobina + Protioconazol 162,49 abcd
Fluxapiroxade + Piraclostrobina 160,12 bcde
Clorotalonil 154,41 cde
Oxicloreto de cobre 147,47 de
Testemunha 140,56 e
**Médias seguidas de mesma letra não diferem significativamente entre si pelo teste de Tukey (P≤0,05).
Fonte: Do autor

Em relação ao peso de mil grãos, é evidente que não houve interação significativa desta
com a aplicação do mancozeb isolado. Conforme estudo realizado por Alves & Juliatti (2018),
quando foi adicionado o mancozeb com fluxapiroxade + piraclostrobina houve incremento ao
peso de mil grãos, porém os mesmos resultados não foram obtidos nesta pesquisa, não havendo
diferença significativa quando aplicado sem a adição de mancozeb, levando em consideração do
ano do estudo, podendo haver alterações nesse parâmentro, devido as condições climáticas de
cada propriedade rural.
A análise de variância não revelou efeito significativo (P>0,05) do fator ano em relação
à variável resposta peso de mil grãos (Tabela 7).

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Tabela 7. Peso de mil grãos submetida a diferentes manejos da para ferrugem asiática da soja em relação ao ano de
cultivo.
Peso de mil grãos
Ano
---(g)---
2017 168,99 a**
2016 168.99 a
**Médias seguidas de mesma letra não diferem significativamente entre si pelo teste de Tukey (P≤0,05).
Fonte: Do autor

No rendimento da cultura da soja não houve diferença significativa na testemunha e


aplicação dos diferentes fungicidas protetores nos demais tratamentos para o controle da
ferrugem asiática (Tabela 8), sendo esse resultado também obtido por Cagliare (2018), porém os
rendimentos obtidos de 3882,71 kg/ha na testemunha, enquanto no melhor tratamento com os
fungicidas a base de (Trifloxistrobina + Protioconazol + Clorotalonil) obteve-se 5350,3 kg/ha, o
que representa 1467,59 kg por hectare a mais de produtividade, correspondendo a 37,79% de
incrimento versus a testemunha.

Tabela 8. Rendimento da cultura da soja submetida a diferentes manejos para ferrugem asiática da soja.
Rendimento
Tratamentos
---(kg/ha)---
Trifloxistrobina + Protioconazol + Clorotalonil 5.350,30 a**
Fluxapiroxade + Piraclostrobina + Clorotalonil 5.289,12 a
Fluxapiroxade + Piraclostrobina + Mancozeb 5.272,04 a
Trifloxistrobina + Protioconazol + Mancozeb 5.186,51 a
Trifloxistrobina + Protioconazol 5.174,03 a
Benzovindiflupir 5.035,03 a
Fluxapiroxade + Piraclostrobina + Mancozeb 4.847,40 a
Trifloxistrobina + Protioconazol 4.793,29 a
Benzovindiflupir + Mancozeb 4.786,39 a
Fluxapiroxade + Piraclostrobina + Oxicloreto de cobre 4.752,50 a
Fluxapiroxade + Piraclostrobina 4.661,66 a
Benzovindiflupir + Oxicoloreto de cobre 4.644,57 a
Benzovindiflupir + Clorotalonil 4.628,22 a
Benzovindiflupir + Mancozeb 4.616,95 a
Trifloxistrobina + Protioconazol + Oxicloreto de cobre 4.588,31 a
Trifloxistrobina + Protioconazol + Mancozeb 4.569,54 a
Fluxapiroxade + Piraclostrobina 4.550,41 a
Benzovindiflupir 4.531,40 a
Mancozeb 4.313,75 a
Clorotalonil 4.140,45 a
Oxicloreto de cobre 3.983,02 a
Testemunha 3.882,71 a
**Médias seguidas de mesma letra não diferem significativamente entre si pelo teste de Tukey (P≤0,05).
Fonte: Do autor

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Além disso, a presente pesquisa se assemelha aos resultados obtidos por Juliatti et al.
(2014), na avaliação da associação de alguns fungicidas protetores à triazóis e estrobilurinas na
cultura da soja em relação ao rendimento dos grãos não houve diferenças significativas na
produtividade média das áreas tratadas com as misturas puras azoxistrobina + ciproconazol,
piraclostrobina + epoxiconazole e tebuconazol + picoxistrobina em relação às áreas tratadas com
essas misturas e com adição de mancozebe, por outro lado o fungicida a base de Fluxapiroxade
+ Piraclostrobina obteve uma produtividade de 4550,41 kg/ha sem fungicida protetor e quando
associou-se fungicida protetor a base de Clorotalonil, essa produtividade saltou para 5289,12
sacas por hectare, com um incremento de 738,71 kg/ha, correspondente a 16,23% na
produtividade com a inserção desse fungicida protetor no manejo de ferrugem.
A análise de variância não revelou efeito significativo (P>0,05) do fator ano em relação
à variável resposta rendimento (Tabela 9).

Tabela 9. Rendimento da cultura da sojha submetida a diferentes manejos para ferrugem asiática da soja em
relação ao ano de cultivo.
Rendimento
Ano
---(kg/ha)---
2017 168,99 a**
2016 168,99 a
**Médias seguidas de mesma letra não diferem significativamente entre si pelo teste de Tukey (P≤0,05).
Fonte: Do autor

Percebe-se que, as recomendações do controle químico para a ferrugem asiática da soja


com as aplicações adequadas, podem reduzir os danos ocasionados pela doença, possibilitando
o incremento da produtividade, devido a eliminação do fungo e diminuição da incidência da
doença nas propriedades (Carvalho, 2022).

4 CONCLUSÕES
A associação de fungicidas protetores mostrou-se eficiente para o controle de ferrugem,
além da sua capacidade de multissítios, o que dificulta a resistência das doenças no manejo.
Os fungicidas pertencentes aos grupos químicos Trifloxistrobina + Protioconazol e
Fluxapiroxade + Piraclostrobina, quando associados com fungicidas protetores (mancozeb,
oxicloreto de cobre e clorotalonil), aplicados em diferentes estádios fenológicos da cultura da
soja para controle da ferrugem asiática, apresentaram produtividades superiores, quando

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comparadas com os mesmos grupos quimícos sem o uso dos protetores, além do incremento de
produtividade em relação a testemunha, que apresentou maior percentual de severidade da
ferrugem asiática.
Para a variável resposta peso de mil grãos, os tratamentos que apresentaram menores
índices foram a testemunha. Todos os Tratamentos com fungicidas apresentaram de alguma
forma um incremento de produtividade comparado a testemunha.

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