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ORGANIZADORES:
PRODUÇÃO E SUPERVISÃO:
INTRODUÇÃO
Com o final dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Londres 2012, o
tema resultado esportivo entrou na agenda do governo federal da mídia
esportiva brasileira. O Plano Brasil Medalhas estabeleceu a meta de ser Top
5, investindo em 15 modalidades (atletismo, bocha, canoagem, ciclismo,
esgrima em cadeiras de rodas, futebol de 5, futebol de 7, goalball,
halterofilismo, hipismo, judô, natação, remo, tênis de mesa e voleibol
sentado). Entretanto, a discussão que é exposta na mídia se encaminha
para o montante investido em razão das medalhas ganhas, não passando
pelos meios adotados para que haja melhora de fato no rendimento do
atleta e, consequentemente, os resultados alcançados estejam em acordo
com os planejados. Por outro lado, o Comitê Paralímpico Brasileiro, desde a
sua fundação em 1995, tem demonstrado boas práticas de gestão, o que
tem levado a um grande desenvolvimento paralímpico do País.
Entretanto, essa visão macro, visualizada através das variáveis
socioculturais, vem diminuindo enquanto preditora do sucesso esportivo
{Shibli, 2008 #145}. Atualmente, pesquisadores já observam que outros
fatores, essencialmente intrínsecos, estão diretamente relacionados com o
sucesso esportivo individual do atleta. Diversos estudos apontam fatores
que influenciam a questão do sucesso esportivo atrelado ao atleta {Böhlke,
2009 #151;Conzelmann, 2003 #147;De Bosscher, 2008 #4;Duffy, 2001
#150;Gibbons, 2003 #146;Gould, 2002 #149;Greenleaf, 2001 #148} e,
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muitos desses fatores críticos estão diretamente ligados ao rendimento na
busca de resultados para o sucesso esportivo de uma nação.
Trabalhos têm sido realizados por diferentes autores no sentido de
determinar pontos comuns no desenvolvimento das políticas de esporte que
permitam comparação entre nações, eliminando as particularidades de cada
edição de uma competição, fazendo tornar-se possível a comparação ao
longo dos anos, permitindo análises baseada em evidências {De Bosscher,
2008 #4;Shibli, 2008 #145}. Esses estudos visam minimizar as fragilidades
da medição mais utilizada, o quadro de medalhas ou a classificação final de
uma competição ou evento.
Dessa maneira, o presente estudo apresenta como objetivo analisar o
cenário dos resultados esportivos gerais e os resultados esportivos do país
nos Jogos Paralímpicos, no sentido de projetar o alcance da meta
estabelecida pelo Brasil para os Jogos de 2016.
MÉTODOS
Trata-se de estudo exploratório e descritivo, de cunho documental
(Vergara, 2006). Os dados foram extraídos do site oficial do Comitê
Paralímpico Internacional (IPC, na sigla em inglês -
http://www.paralympic.org/) e do site Esporte Essencial. O estudo
considera os resultados obtidos por países medalhistas nos Jogos da edição
de Atlanta 1996 até os de Londres 2012, num total de cinco edições. Tal
escolha tem como base a criação do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB)
órgão responsável pelas diretrizes e o planejamento do segmento , em
1995 {CPB, 2010 #227}
Para a obtenção do índice referente aos resultados obtidos, utilizou-
se o Market Share (MS) com o intuito de padronizar uma medida que
permitisse comparações fidedignas em séries históricas. {De Bosscher,
2008 #4;Shibli, 2008 #145}.
A fórmula utilizada foi a seguinte: MARKET SHARE (MS) = ((Pontos
Conquistados/Total de Pontos) x 100), sendo o sistema de pontos usado no
presente estudo aquele que aborda os três primeiros colocados, oferecendo
três pontos para o primeiro lugar (ouro), dois pontos para o segundo lugar
(prata) e um ponto para o terceiro colocado (bronze). Utilizou-se o
programa MS Excel® para o cálculo do índice MS referente aos resultados
Paralímpicos desde 1996.
RESULTADOS
Foram computados os resultados dos 114 países medalhistas desde
os Jogos Paralímpicos de Atlanta 1996. Após a tabulação dos dados,
separaram-se os dez países melhores colocados mais o Brasil para a análise
preliminar dos resultados esportivos no período estudado. Na Tabela 1
observam-se as informações referentes a cada edição dos Jogos
Paralímpicos a partir de 1996. Estas informações balizam os resultados
numa série histórica, pois torna possível uma comparação a partir de
diferentes edições de Jogos.
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Tabela 1 – Resumo informativo das edições dos Jogos Paralímpicos a partir
de 1996
111
11,5
1 CHN 297 59,4 9 222 44,4 8,69 177 35,4 6,72 696 139,2 9,80
2 GBR 191 38,2 7,46 186 37,2 7,28 191 38,2 7,25 568 113,6 7,36
3 USA 176 35,2 6,87 171 34,2 6,69 204 40,8 7,74 551 110,2 6,96
4 AUS 186 37,2 7,26 168 33,6 6,57 166 33,2 6,30 520 104 6,87
5 ALE 107 21,4 4,18 178 35,6 6,96 162 32,4 6,15 447 89,4 5,44
6 ESP 120 24,0 4,68 127 25,4 4,97 136 27,2 5,16 383 76,6 4,86
7 FRA 103 20,6 4,02 123 24,6 4,81 126 25,2 4,78 352 70,4 4,41
8 CAN 116 23,2 4,53 98 19,6 3,83 104 20,8 3,95 318 63,6 4,20
9 RUS 91 18,2 3,55 87 17,4 3,40 90 18,0 3,42 268 53,6 3,48
10 UKR 84 16,8 3,28 78 15,6 3,05 95 19,0 3,61 257 51,4 3,26
14 BRA 59 11,8 2,30 56 11,2 2,19 51 10,2 1,94 166 33,2 2,20
Fonte: Elaborado pelos autores.
MM – Média de Medalhas Ganhas; MS – Market Share.
CONCLUSÃO
Após a análise preliminar dos dados levantados, é possível inferir que
o “Brasil Paralímpico” quando confrontado com os resultados obtidos, não
está adotando planos emergenciais voltados a uma competição específica,
mas sim mostrando que as metas estabelecidas no planejamento
estratégico estão sendo alcançada, com foco nas evidências. Saber aonde
quer chegar é o primeiro passo, mas de nada servirá se não souber o
caminho que se deve seguir.
REFERÊNCIAS
BÖHLKE, N.; ROBINSON, L. Benchmarking of elite Sport systems.
Management Decisions, v. 47, n. 1, p. 67-84, 2009.
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comparative study on Sports Policy factors Leading to International
Sporting Success. Oxford: Meyer & Meyer Sport, 2008. 176p.
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