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Primeiros

Socorros
ATENDIMENTO PRÉ HOSPITAL (A.P.H.)

Ambulância do Corpo de Bombeiro Militar em


1899-RJ
ÍNDICE

Conceito de Pronto Atendimento................................... 05


Anatomia Humana........................................................ 06
Sinais Vitais................................................................... 09
Diabete Mellitus............................................................ 14
Estado de Choque......................................................... 17
Tipos de Hemorragias.................................................... 19
Queimaduras................................................................. 22
Ferimentos.................................................................... 25
Traumatismo Cranioencefalico...................................... 26
Tipos de Fraturas.......................................................... 27
Técnica de Extricação, Mobilização e transporte de
vítimas.......................................................................... 28
Análise Primária e Secundária....................................... 32
Escala de Glasgow......................................................... 34
Compreendendo o ABCDE do trauma........................... 37
Ressuscitação Cardio Pulmonar..................................... 38
Parada Cardio Respiratória............................................ 37
Desfibrilador Externo Automático................................. 40
Afogamento................................................................... 42
Epilepsia....................................................................... 43
Infarto Agudo do Miocardio.......................................... 44
Acidente Vascular Cerebral........................................... 45
Engasgamento.............................................................. 46
Animais Peçonhentos.................................................... 48
Parto Emergencial......................................................... 54
Bibliografia .................................................................. 58
OS 10 MANDAMENTOS DO SOCORRISTA

1. Mantenha a calma e Atenção.

2. Tenha em mente a seguinte ordem de segurança quando você estiver


prestando socorro:

· PRIMEIRO EU (o socorrista)

· DEPOIS MINHA EQUIPE (Incluindo os transeuntes)

· E POR ÚLTIMO A VÍTIMA

Isto parece ser contraditório a primeira vista, mas tem o intuito básico de não
gerar novas vítimas.

3. Ao prestar socorro, é fundamental ligar ao atendimento móvel de emergência


ao chegar no local do acidente. Podemos por exemplo discar 3 números: 193
(número do corpo de bombeiros da cidade de São Paulo).

4. Sempre verifique se há riscos no local, para você e sua equipe, antes de agir no
acidente.

5. Mantenha sempre o bom senso e ética profissional.

6. Mantenha o espírito de liderança, pedindo ajuda e afastando os curiosos


.
7. Distribua tarefas, assim os transeuntes que poderiam atrapalhar lhe ajudarão e
se sentirão mais úteis.

8. Evite manobras intempestivas (realizadas de forma imprudente, e com pressa)

9. Em caso de múltiplas vítimas dê preferência àquelas que correm maior risco de


vida como, por exemplo, vítimas em parada cárdio-respiratória ou com
hemorragia.

10. Seja socorrista e não herói !!!


CONCEITO DE PRONTO ATENDIMENTO

É o tratamento imediato e provisório oferecido a uma vítima de acidente ou


enfermidade imprevista, normalmente se presta atendimento no local da
ocorrência, até que possa colocar em cuidados médicos, tendo como objetivo
evitar o agravamento das lesões e a morte do indivíduo.

Negligência: Na negligência, alguém deixa de tomar uma atitude ou apresentar


conduta que era esperada para a situação. Age com descuido, indiferença ou
desatenção, não tomando as devidas precauções.

Imprudência: A imprudência, por sua vez, pressupõe uma ação precipitada e sem
cautela. A pessoa não deixa de fazer algo, não é uma conduta omissiva como a
negligência. Na imprudência, ela age, mas toma uma atitude diversa da esperada.

Imperícia: Para que seja configurada a imperícia é necessário constatar a


inaptidão, ignorância, falta de qualificação técnica, teórica ou prática, ou ausência
de conhecimentos elementares e básicos da profissão.

Ética profissional: É o conjunto de normas éticas que formam a consciência do


profissional e representam imperativos de sua conduta.

Ética é uma palavra de origem grega (éthos), que significa propriedade do caráter.
Ser ético é agir dentro dos padrões convencionais, é proceder bem, é não
prejudicar o próximo. Ser ético é cumprir os valores estabelecidos pela sociedade
em que se vive.

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ANATOMIA HUMANA

Divisão e sub divisões


Classicamente o corpo humano é dividido em cabeça, tronco e membros. A
cabeça se divide em face e crânio. O tronco em pescoço, tórax e abdome. Os
membros em superiores e inferiores. Os membros superiores são divididos em
ombro, braço, antebraço e mão. Os membros inferiores são divididos em
quadril, coxa, perna e pé.

Grupos regionais
Os livros de anatomia humana geralmente dividem o corpo nos seguintes
grupos regionais:
• Cabeça e pescoço — acima da abertura torácica superior
• Membro superior — inclui a mão, antebraço, braço, ombro, axila, região
peitoral e região escapular.
• Tórax — é a região do peito entre a abertura torácica superior e o diafragma
torácico
• Abdômen — é a parte do tronco entre o tórax e a pelve.
• Costas — a coluna vertebral e seus componentes, as vértebras e os discos
intervertebrais
• Pelve e períneo — sendo aquele a região de transição entre tronco e membros
inferiores e este a região superficial entre sínfise púbica e cóccix
• Membro inferior — abaixo do ligamento inguinal, incluindo a coxa, articulação
do quadril, perna e pé.

Sistemas do corpo humano


O corpo humano pode ser subdividido, conforme a Terminologia Anatômica
Internacional (FCAT) em:
• Sistema circulatório: circulação do sangue como coração e vasos sanguíneos.
• Sistema digestório: processamento do alimento com a boca, estômago e
intestinos.
• Glândulas endócrinas: comunicação interna do corpo através de hormônios.
• Sistema imune: defesa do corpo contra os agentes patogênicos.
• Tegumento comum: pele, cabelo e unhas.
• Sistema linfático: estruturas envolvidas na transferência de linfa entre tecidos e
o fluxo sanguíneo.
• Sistema articular: junto com músculos e ossos proporciona mobilidade ao
corpo
• Sistema muscular: proporciona a força necessária ao movimento do corpo.
• Sistema nervoso: coleta, transfere e processa informação com o cérebro e
nervos.
• Sistema reprodutor: os órgãos sexuais.
• Sistema respiratório: os órgãos usados para inspiração e o pulmão.

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• Sistema esquelético: suporte estrutural e proteção através dos ossos.Junto com
músculos e articulações proporciona mobilidade ao corpo
• Sistema urinário: os rins e estruturas envolvidas na produção e excreção da
urina.

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SINAIS VITAIS (SSVV)

Temperatura Corporal

Possui variações individuais e condições ambientais impossibilitando delimitar a


temperatura pois não se distribui em diversas regiões do corpo.

Variações média normal

Temperatura Axilar (Tº) Média -35,8C – 37,0ºC

Temperatura Oral (Tº) Média – 36,3ºC – 37,4ºC

Temperatura Retal (Tº) Média – 37ºC – 38ºC

TERMINOLOGIAS

Hipotermia: Temperatura abaixo do valor normal, caracterizada por pele fria,


cianose nas extremidades e tremores.

Hipertermia: Temperatura acima do valor normal, caracterizada por pele quente,


calafrios, pele e boca seca, taquicardia, taquipnéia, mialgia, delírios e até
convulsões.

Febrícula ou estado sub febril: Variações de temperatura entre 37ºC a 37,5ºC

ASSISTENCIA IMEDIATA

Hipotermia

 Aquecer o individuo com cobertores , agasalhos, toalhas


 Oferecer ingestão de líquidos ou alimentos quentes
 Controlar a Temperatura até sua estabilização

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Hipertermia

 Aumentar a ingesta líquida


 Usar roupas leves
 Oferecer banhos mornos
 Utilizar compressas frias na região da nuca, axila, virilha
 Manter ambiente arejado e protegido de corrente de ar

PULSO ARTERIAL

Localização

 Radial - punho
 Carótida – pescoço lateral da tireóide
 Femural - inguinal
 Temporal – cabeça frontal aos ouvidos
 Dorsal do pé
 Braquial – face interna do braço
 Poplítea – atrás do joelho

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Frequências
Variável conforme idade e sexo.

Valores Normais (Média)

Pulso cheio: normal


Pulso filiforme (fraco): anormal

TERMINOLOGIAS

Normocardia: Frequência normal


Bradicardia: Frequência abaixo do normal
Taquicardia: Frequência acima do normal

Procedimento
• Manter o indivíduo sentado ou deitado
• Utilizar os três dedos médios da mão
• Localizar a artéria e contar os batimentos por um minuto (bpm)

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RESPIRAÇÂO

Constitui uma das funções vitais do organismo tendo variações por fatores como
exercícios físicos, estado emocional, variações climáticas.

INSPIRAÇÃO = Entrada de Oxigênio

EXPIRAÇÃO = Eliminação de dióxio de carbono

Valores Normais

Recem-nascido: R= 30 a 40 por minuto

Adulto: R= 14 a 20 por minuto

TERMINOLOGIAS

Eupnéia: Respiração normal

Bradpnéia: Frequência respiratória abaixo do normal

Taquipnéia: Frequência respiratória acima do normal

Dispnéia: Dificuldade respiratória

Apnéia: Parada respiratória

Estertorosa: Respiração ruidosa

Ortopnéia: O indivíduo só respira sentado


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PROCEDIMENTO
 Contar por um minuto a elevação do tórax

Hipertensão Arterial Sistêmica

A hipertensão arterial ou pressão alta é uma doença que ataca os vasos


sanguíneos, coração, cérebro, olhos e pode causar paralisação dos rins. Ocorre
quando a medida da pressão se mantém frequentemente acima de 140 por 90
Mmhg. Essa doença é herdada dos pais em 90% dos casos, mas há vários
fatores que influenciam nos níveis de pressão arterial, entre eles:

- fumo, consumo de bebidas alcoólicas, obesidade, estresse, grande consumo de


sal, níveis altos de colesterol, falta de atividade física, sabe-se que sua incidência
é maior na raça negra, aumenta com a idade, é maior entre homens com até 50
anos, é maior entre mulheres acima de 50 anos, é maior em diabéticos;

Sintomas: Os sintomas da hipertensão costumam aparecer somente quando a


pressão esta alta, podendo ocorrer dores no peito, dor de cabeça, tonturas,
zumbido no ouvido, fraqueza, visão embaçada e sangramento nasal.

PA= pressão sistólica

pressão diastólica

Pressão Sistólica: Maior força exercida pelo batimento cardíaco, resistência


periférica

Pressão Diastólica: Intensidade da contração ventricular

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Valores Normais

Pressão Sistólica: de 90 a 140 mmhg

Pressão Diastólica: de 60 a 90 mmhg

TERMINOLOGIA

Hipertensão Arterial: Pressão arterial elevada

Hipotensão: Pressão arterial abaixo do normal

Locais de verificação

Membros Superiores (MMSS) – artéria braquial

Membros Inferiores (MMII) – artéria poplítea

Procedimento

- Posicionar o indivíduo sentado ou deitado

- Manter o braço descoberto, apoiado, mantendo a altura do coração, com a palma


da mão voltada para cima

- Colocar o manguito logo acima da dobra do cotovelo

- Localizar a artéria e colocar o diafragma do estetoscópio sobrea mesma e as


extremidades da oliva nos ouvidos

- O primeiro batimento que se ouve é a pressão máxima ou sistólica, continuar a


descompressão considerando a pressão mínima ou diastólica no ultimo batimento
ou abafamento do som, após retirar todo o ar do manguito.

Diabetes Mellitus

A Diabetes Mellitus é uma doença cuja principal característica é o aumento de


açúcar no sangue. Ela altera o metabolismo do açúcar, da gordura e da proteínas.
A diabete se manifesta quando o corpo não produz a quantidade essencial de
insulina para que o açúcar do corpo se mantenha normal. Existem dois tipos:

Tipo I: Apenas 10% dos diabéticos têm a diabete tipo I, esse tipo se
manifesta principalmente em crianças e adolescentes. Nela, o pâncreas do
indivíduo produz pouca insulina ou nenhuma, pois as células betas, que são as
que produzem a insulina, são destruídas de uma forma irreversível e é necessário
receber injeções diárias de insulina. Deve-se controlar a insulina, a alimentação e
fazer exercícios.

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Tipo II: Também aparece em crianças e jovens, mas é mais comum depois dos 30
anos, em pessoas obesas e pessoas idosas. Neste tipo o pâncreas continua a
produzir a insulina, mas neste caso é o organismo que se torna resistente aos
seus efeitos. O tipo II é comum também para quem tem casos na família.

Principais sintomas do diabetes tipo 1:

• vontade de urinar diversas vezes

• fome frequente

• sede constante

• perda de peso

• fraqueza

• fadiga

• nervosismo

• mudanças de humor

• náusea e vomito

Principais sintomas do diabetes tipo 2:

 infecções frequentes

 alteração visual (visão embaçada)

 dificuldade na cicatrização de feridas

 Formigamentos.

 Glicemia de jejum

É um exame que mede o nível de açúcar no seu sangue naquele momento,


servindo para monitorização do tratamento do diabetes. Os valores de referência
ficam entre 65 a 99 miligramas de glicose por decilitro de sangue (mg/dL). O que
significam resultados anormais:

REFERÊNCIA

 Resultados entre 99 mg/dL e 140 mg/dL são considerados anormais


próximos ao limite e devem ser repetidos em uma outra ocasião

 Valores acima de 140 mg/dL já são bastante suspeitos de diabetes, mas


também devendo ser repetido em uma outra ocasião

 Valores acima de 200 mg/dL são considerados diagnósticos para diabetes.


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Como Ocorre todo o Processo?

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Tipos de insulina

 Insulina regular: é uma insulina rápida e tem coloração transparente. Após


ser aplicada, seu início de ação acontece entre meia a uma hora, e seu efeito
máximo se dá entre duas a três horas após a aplicação.

 Insulina NPH: é uma insulina intermediária e tem coloração leitosa. A sigla


NPH que dizer Neutral Protamine Hagedorn, sendo Hagedorn o sobrenome
de um dos seus criadores e Protamina o nome da substância que é
adicionada à insulina para retardar seu tempo de ação. Após ser aplicada,
seu início de ação acontece entre duas e quatro horas, seu efeito máximo se
dá entre quatro a 10 horas e a sua duração é de 10 a 18 horas

 Análogo de insulina: moléculas modificadas da insulina que o nosso corpo


naturalmente produz, e podem ter ação ultrarrápida ou ação lenta. Existem
alguns tipos de análogos ultrarrápidos disponíveis no mercado brasileiro, são
eles: Asparte, Lispro e Glulisina. Após serem aplicados, seu início de ação
acontece de cinco a 15 minutos e seu efeito máximo se dá entre meia a duas
horas. São encontrados também dois tipos de ação longa: Glargina e
Detemir. A insulina análoga Glargina tem um início de ação entre duas a
quatro horas após ser aplicada, não apresenta pico de ação máxima e
funciona por 20 a 24 horas. Já o análogo Detemir tem um início de ação
entre uma a três horas, pico de ação entre seis a oito horas e duração de 18
a 22 horas.

Os melhores locais para a aplicação de insulina são:

- Abdomen
- Coxa (frente e lateral externa)
- Braço (parte posterior do terço superior)
- Região da cintura
- Glúteo (parte superior e lateral das nádegas).

A doença mal cuidada pode trazer muitas complicações, como por exemplo, a
diminuição da circulação sanguínea que pode causar alterações no coração
(ataque cardíaco), nos olhos (cegueira), pernas (fraquezas,edemas), rins
(hemodiálise), pele (feridas, úlceras, amputações) e nervos (paralisia), etc.

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TRATAMENTO

- Controlar o açúcar no sangue através da glicemia capilar /dextro.


- Evitar uso de cigarro, bebida alcoólicas ou drogas.
- Controlar o estresse e manter higiene bucal após refeições para evitar bactérias.
- Estimular a exercícios e também dietas de acordo com o tipo e também com o
paciente.
- Fazer uso de medicamentos como a insulina e/ou hipoglicemiantes orais
conforme prescrição médica.

A prevenção ainda não existe, pois pouco se sabe sobre o aparecimento da diabete tipo I. Já nos
riscos da diabete tipo II é na alimentação e também nos exercícios físicos.

ESTADO DE CHOQUE/SÍNCOPE: É o colapso do sistema cardio vascular por


uma deficiência de circulação e oxigenação sanguínea inadequada aos tecidos do
corpo.

TIPOS DE CHOQUE
HIPOVOLÊMICO: É o choque que ocorre devido à redução do volume
intravascular por causa da perda de sangue, de plasma ou de água perdida em
diarreia e vômito..

CARDIOGÊNICO: Volume sanguíneo insuficiente para o bombeamento cardíaco.

ANAFILÁTICO: Resposta a uma substância desconhecida pelo sistema


imunológico a exposição causadora de alergia.

NEUROGÊNICO: É uma forma de choque distributivo que interrompe os impulsos


vasomotores.

SÉPTICO: É a resposta do organismo a uma reação do organismo a patogênicos


como bactérias , infecções .

CAUSAS:

 Hemorragias intensas (internas ou externas)


 Infarto
 Taquicardias
 Bradicardias
 Queimaduras graves
 Processos inflamatórios do coração
 Traumatismos do crânio e traumatismos graves de tórax e abdômen
 Envenenamentos
 Afogamento
 Choque elétrico e queimaduras
 Picadas de animais peçonhentos
 Exposição a extremos de calor e frio
 Septicemia 18
SINAIS E SINTOMAS

 Pele pálida, úmida, pegajosa e fria.


 Cianose (arroxeamento) de extremidades, orelhas, lábios e pontas dos
dedos.
 Suor intenso na testa e palmas das mãos.
 Fraqueza geral.
 Pulso rápido e fraco.
 Sensação de frio, pele fria e calafrios.
 Respiração rápida, curta, irregular ou muito difícil.
 Expressão de ansiedade ou olhar indiferente e profundo com pupilas
dilatadas.
 Agitação.
 Medo (ansiedade).
 Sede intensa.
 Visão nublada.
 Náuseas e vômitos.
 Respostas insatisfatórias a estímulos externos.
 Perda total ou parcial de consciência.
 Taquicardia

PROCEDIMENTO

 A vítima deve ser deitada de costas.


 Afrouxar as roupas da vítima no pescoço, peito e cintura.
 Verificar se há presença de prótese dentária, objetos ou alimento na boca e
os retirar.
 Os membros inferiores devem ficar elevados em relação ao corpo. Isto pode
ser feito colocando-os sobre apoio de uma almofada, cobertor dobrado ou
qualquer outro.

Este procedimento deve ser feito apenas se não houver fraturas desses membros;
Melhora o retorno sanguíneo e levar o máximo de oxigênio ao cérebro.
Não erguer os membros inferiores da vítima a mais de 30 cm do solo.
No caso de ferimentos no tórax que dificultem a respiração ou de ferimento na
cabeça, os membros inferiores não devem ser elevados.
No caso de a vítima estar inconsciente, ou se estiver consciente, mas sangrando
pela boca ou nariz, deitá-la na posição lateral de segurança (PLS), para evitar
asfixia ou engasgos.

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TIPOS DE HEMORRAGIAS

É todo tipo de extravasamento de sangue do organismo humano para fora dos


vasos sanguíneos. O sangue tem uma função vital e fundamental no organismo,
além de transportar os nutrientes e o oxigênio para as células. Também leva o gás
carbônico e outros resíduos e substâncias para os órgãos excretores do corpo.
O sangue tem funções nutritivas, excretoras e imunológicas essenciais ao nosso
organismo, o que leva a concluir que a perda de tal elemento em nosso corpo é
extremamente prejudicial e até mesmo mortal.
Uma hemorragia com muita perda de sangue não devidamente contida pode
levar a vítima a um estado de choque e/ou óbito. Já em casos de hemorragias de
menor proporção, pode trazer acarretar a um quadro de anemia (falta de
nutrientes, e baixa quantidade de glóbulos vermelhos no sangue).

Hemorragia externa: É o tipo de sangramento exterior ao corpo é facilmente


visível. Pode ocorrer em camadas superficiais da pele por corte ou perfurações,
ou mesmo atingindo áreas mais profundas através de aberturas ou orifícios
gerados por traumas. Pode ser contida, utilizando-se de técnicas de primeiros
socorros.

Hemorragia interna: A hemorragia interna se dá nas camadas mais profundas do


organismo com músculos, ou mesmo órgão internos. Ela pode ser oculta ou
exteriorizar-se através de algum hematoma (mancha arroxeada) na região da
hemorragia. A hemorragia interna costuma ser mais grave pelo fato de na maioria
dos casos ser “invisível”, o que dificulta sabermos a dimensão e a extensão das
lesões.

Hemorragia Arterial- quando uma artéria é rompida ou cortada o sangramento


ocorre em jatos intermitentes, na mesma pulsação das palpitações cardíacas. O
sangue nesse tipo de hemorragia, apresenta uma coloração vermelha clara e
brilhante. Costuma ser mais grave por ter uma perda mais rápida de sangue.

Hemorragia venosa- É o sangramento pelo rompimento ou corte de uma veia,


e tem uma coloração vermelha escura, típica de um sangue rico em gás
carbônico, tem um fluxo contínuo e mais lento que o da hemorragia arterial.

Hemorragia capilar- É um sangramento lento e com menos volume de sangue,


que ocorre nos vasos capilares (encontrados na extremidade interna da pele), e é
observado em arranhões, pancadas e pequenos cortes superficiais.

Principais Sinais de Hemorragia:Sede náuseas, confusão mental, aumento da


Fr e Fc, pulso fraco, alteração de visão dilatação de pupilas pele fria e pegajosa.
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O que fazer em casos de hemorragia?

 É necessário manter e transmitir a calma diante da situação, passando à


vítima confiança;

 Deite a pessoa em posição horizontal, pois facilita a circulação sanguínea


entre o coração e o cérebro;

 Usar luvas descartáveis e sobre o corte, perfuração ou ferimento uma


compressa com gaze, ou um pano limpo, fazendo uma pressão firme sobre
o local com uma ou com as duas mãos, ou mesmo com um dedo,
dependendo do tamanho e do local do ferimento;

 Se o pano ou gaze ficar encharcado com sangue, este não deve ser trocado,
mas mantido no lugar e colocado outro por cima, a fim de não interromper o
processo de coagulação do sangue que está sendo contido;

 Continuar a compressão até que a hemorragia estanque (no mínimo 10


min.);

 Em seguida, faça uma ligadura compressiva (que é um curativo bem preso e


com certa pressão sobre a região afetada).

 Durante todo esse processo deve-se manter a vítima calma e acordada, não
oferecer alimentos ou liquidos e mantê-la aquecida.
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 Se for localizada no braço ou na perna recomenda-se mantê-la elevada para
diminuir a saída de sangue;
 Se a lesão for localizada no abdômen e não for possível fazer o garrote,
recomenda-se colocar um pano limpo em cima da lesão e pressionar para
que o sangue não saia.
 Nunca retire o objeto que eventualmente esteja encravado no local da
hemorragia, faça pressão ao redor, ou amarre algo a redor de forma a tentar
minimizar o fluxo de sangue.

 As hemorragias podem ser causadas por diversos fatores que devem ser
identificados , mas é vital que seja controlada para garantir o bem-estar
imediato da vítima até chegar socorro avançado de emergência

No caso de hemorragias descontroladas, as quais não se puderam conter após


ter aplicado as técnicas acima mencionadas, pode ser que seja necessário o uso
de um torniquete, que consiste em colocar um pano logo acima do ferimento, de
maneira a interromper quase que integralmente a circulação sanguínea naquele
local. Visto que é uma técnica muito arriscada, o torniquete é recomendável
somente em última hipótese. Nos casos de hemorragias muito constantes em
seguida deve-se transportar a vítima imediatamente a uma unidade de saúde
mais próxima.

Epistaxe

É a perda de sangue pelo nariz. A hemorragia nasal pode ocorrer por traumatismo
craniano. Neste caso, especialmente quando o sangue sai em pequena
quantidade o corrimento não deve ser contido e o acidentado precisa de
atendimento especializado com urgência. A hemorragia do nariz é uma
emergência comum que geralmente resulta de um distúrbio local, mas pode
decorrer de uma grave desordem sistêmica.

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Procedimento:

- Apertar as narinas na região logo abaixo do osso do nariz, mantendo a pressão


por, pelo menos, 10 minutos;
- Sentar com as costas e cabeça ligeiramente inclinadas para a frente, como
mostra a figura;
- Colocar uma pedrinha de gelo sob a narina que sangra, para diminuir o
sangramento;
- Fazer um rolinho com um pedacinho de algodão e colocar dentro da narina que
sangra.
Após uma situação de hemorragia nasal, a vítima não deve assoar o nariz peço
rompimento dos vasos sanguíneos, durante pelo menos 4 horas. Caso a
hemorragia nasal se mantenha, ou aconteça várias vezes, o indivíduo deve
consultar um médico otorrino.

QUEIMADURAS
Queimaduras são lesões provocadas pela temperatura, geralmente calor, que
podem atingir graves proporções de perigo para a vida ou para a integridade da
pessoa, dependendo de sua localização, extensão e grau de profundidade.

PODEM SER TÉRMICAS, ELÉTRICAS OU QUÍMICAS

PRIMEIRO GRAU: atinge apenas a epiderme, produzindo pele enrugada e


avermelhada.

SEGUNDO GRAU: atinge a epiderme e derme, produzindo vermelhidão, edema,


bolhas, palidez e hiperalgia no local.

TERCEIRO GRAU: atinge a epiderme , derme e tecido subcutâneo, ocasionando


ulcerações, expondo tecidos musculares e até mesmo ósseo, a coloração da pele
é escura ou carbonizada , perda da elasticidade e pouca dor no local por estar
anestesiado naturalmente pelo ocorrido no local lesionado.
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QUADRO DE LUND E BROWDER

QUEIMADURAS MENORES: atinge menos que 15% da área corporal de um


adulto e menos que 10% da área corporal de uma criança.

QUEIMADURAS MODERADAS: atinge menos que 25% área corporal de um


adulto e menos de 20% da área corporal de uma criança.

QUEIMADURAS MAIORES: atinge mais que 25% área corporal de um adulto e


mais que 20% da área corporal de uma criança.

Além do grau de profundidade as queimaduras podem ainda ser classificadas


como graves, moderadas e leves.

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GRAVES

- Todo tipo de queimadura, de qualquer grau e extensão, se houver complicação


por lesão do trato respiratório.

- Queimadura de terceiro grau na face, mão e pé.

- Queimadura de segundo grau que tenha atingido mais de 30% da superfície


corporal.

MODERADAS

- Queimadura de primeiro grau que tenha atingido mais de 50% da superfície


corporal.

- Queimadura de segundo grau que tenha atingido mais de 20% da superfície


corporal.

- Queimadura de terceiro grau que tenha atingido até 10% da superfície


corporal, sem atingir face, mãos e pés.

LEVES

- Queimadura de primeiro grau com menos de 20% da superfície corporal


atingida.

- Queimadura de segundo grau com menos de 15% da superfície corporal


atingida.

- Queimadura de segundo grau com menos de 2 % da superfície corporal


atingida.

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FERIMENTOS

São lesões que surgem sempre que existe um traumatismo, seja em que
proporção for, desde um pequeno corte ou escoriação de atendimento doméstico
até acidentes violentos com politraumatismo e complicações.

Todos os ferimentos causam:

- Dor

- Sangramentos

- Vulneráveis a inflamações e/ou infecções.

FERIMENTO POR ARMA DE FOGO (FAF)

Critérios de avaliação da lesão

 Distância do disparo, velocidade e tamanho do projétil


 Característica dos orifícios entrada e a saída
 Trajetória pelo corpo

Na abordagem primária, para facilitar a memorização, convencionou-se o “ABCD


do trauma” para designar uma sequência fixa de passos, utilizando-se as primeiras
letras das palavras (do inglês) que definem cada um dos passos:

1) Passo “A” (Airway) – Vias aéreas com controle cervical;

2) Passo “B” (Breathing) – Respiração (existente e qualidade);

3) Passo “C” (Circulation) – Circulação com controle de hemorragias;

4) Passo “D” (Disability) – Estado neurológico;

5) Passo “E” (Exposure) – Exposição da vítima (para abordagem secundária).

PROCEDIMENTO

 Notificar o Serviço de Atendimento Móvel de Emergência ou SAMU e


comunicar as condições da vítima
 Verificar e monitorar SSVV
 Avaliar as condições do local atingido, zelar pela manutenção da
hemodinâmica, função das vias aéreas e manobras ressuscitatórias.
 Observar sistema neurológico utilizando a escala de coma de glasglow

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FERIMENTO POR ARMA BRANCA (FAB)

Ferimento penetrante ou punção causado por objetos não letais, a forma e o


comprimento do objeto que irá determinar a gravidade do ferimento, podendo
esse atingir órgãos vitais sendo assim de forma nenhuma tente retirar esses
objetos, exponha o ferimento e o proteja a fim evitar maiores lesões.

Classificação quanto à:

 Profundidade
 Complexidade
 Contaminação
 Natureza do agente agressor

PROCEDIMENTO

 Notificar o Serviço de Atendimento móvel de Emergência e comunicar


condições da vítima
 Verificar e monitorar SSVV
 Avaliar as condições do local atingido, zelar pela manutenção da
hemodinâmica, função das vias aéreas e manobras ressuscitatórias.

TRAUMATISMO CRÂNIOENCEFÁLICO (TCE)

Fraturas Abertas: São aquelas que permitem a comunicação entre as meninges


ou o cérebro e o meio exterior. Há ruptura do couro cabeludo com exposição do
local da fratura.

Fraturas Fechadas: São as que afetam o osso sem, expor o conteúdo da caixa
craniana, não existe solução de continuidade da pele.

Os tipos de lesões encefálicas são:

Diretas: Produzidas por corpos estranhos que lesam o crânio, perfurando-o e


lesionando o encéfalo.

Indiretas: Produzidas pelo impacto do cérebro na calota craniana, ocasionando


hemorragias dentro do crânio. O hematoma acarreta pela compressão do tecido
cerebral. A hipertensão intracraniana provocada pela hemorragia e edema causa
lesão nas células cerebrais.

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Sinais e sintomas

• Cefaléia e/ou dor no local da lesão;


• Náuseas e vômitos;
• Alteração da visão e nível de consciência podendo chegar a
inconsciência;
• Ferimento ou hematoma no couro cabeludo;
• Sinais de deformidade do crânio (depressão ou abaulamento);
• Pupilas alteradas (anisocoria);
• Sangramento observado através do nariz ou dos ouvidos;
• Líquido claro (líquor) que flui pelos ouvidos ou pelo nariz;
• Alteração dos sinais vitais;

PROCEDIMENTO

• Manter a permeabilidade das Vias Aéreas (abertas), a respiração e a


circulação;
• Suspeite de lesão cervical associada ao acidente e adote os
procedimentos apropriados;
• Controlar as hemorragias (não detenha a saída de sangue ou líquor
pelos ouvidos ou pelo nariz);
• Proteger os ferimentos abertos;
• Manter a vítima calma e em repouso;
• Atentar a vítima para a possibilidade de entrar em convulsão;
• Monitore o estado de consciência e SSVV;
• Trate o choque e evite a ingestão de líquidos ou alimentos;
• Observar sinais de náuseas e vômitos.
OBS: Nunca tente remover objetos transfixados na cabeça.

FRATURAS

SIMPLES: não há comunicação extra corpórea.

IMCOMPLETA: há uma interrupção incompleta na continuidade do


osso.

COMPLETA: há uma interrupção completa na continuidade do osso.

28
Tipos de exposição
Fechada: protegido por partes moles e com pele íntegra.

Aberta ou exposta: em contato com o meio externo, com o osso exteriorizado ou


não. A pele lesionada podendo ocorrer pelo trauma, pelos fragmentos ósseos e
pelo manuseio inadequado da vítima, tornando uma fratura fechada em aberta.

TÉCNICA DE EXTRICAÇÃO, MOBILIZAÇÃO E TRANSPORTE DE


VÍTIMAS
COMO FAZER UM TORQUINETE

São utilizados somente para controlar hemorragias nos casos em que a vítima
teve o braço ou a perna amputada traumaticamente ou esmagadas e onde
procedimentos normais de estancamento não obtiveram êxito.

O acidentado com torniquete tem prioridade no atendimento e deve ser


acompanhada durante o transporte. É importante lembrar também de marcar e
anotar por escrito, de preferência no próprio corpo do acidentado, a indicação de
que há torniquete aplicado, o local e a hora da aplicação, assim:

TQ BRAÇO D ou E as 10h15m

29
Tipos de Imobilização

30
Técnica de movimentação de vitimas SEM suspeita de lesão na coluna
cervical

31
32
Outras Lesões Importantes

• Luxações: São lesões em que a extremidade de um dos ossos que compõem


uma articulação é deslocada de seu lugar. O dano aos tecidos pode ser muito
grave, afetando vasos sanguíneos, nervos e a cápsula articular.

• Entorses: Lesões de ligamentos. Podem ser de grau mínimo ou grave causando


ruptura completa do ligamento. As formas graves produzem perda da estabilidade
da articulação, às vezes acompanhada por luxação.

• Distensões: Lesões de músculos ou seus tendões. Geralmente são causadas


por hiper-extensão ou por contrações violentas. O grau de lesão é variável,
podendo ser mínimo ou grave com ruptura do tendão.

Antes de enfaixar uma entorse ou distensão, aplicar bolsa de gelo (nunca direto
na pele) ou compressa de água gelada na região afetada para diminuir o edema e
a dor. Caso haja ferida no local da entorse, agir conforme indicado no item
referente a ferimentos; cobrir com curativo seco e limpo, antes de imobilizar e
enfaixar. Ao enfaixar qualquer membro ou região afetada, deve ser deixada uma
parte ou extremidade à mostra para observação da normalidade circulatória
através do digitálico. As bandagens devem ser aplicadas com firmeza mas sem
apertar, para prevenir insuficiência circulatória.

AVALIAÇÃO GERAL

ANÁLISE PRIMÁRIA:

- Constatar a responsividade da vítima.


- Constatar respiração (VER, OUVIR, SENTIR)
- Constatar circulação sanguínea (PALPAÇÃO CARÓTIDA)

ANÁLISE SECUNDÁRIA

Verificar cefalo-podálica de traumatismos e hemorragias;

33
CABEÇA

Inspecione e faça a palpação do couro cabeludo em busca de traumatismos e


deformidades. --
Inspecione sangramentos auriculares, oculares , nasais e oral.
Inspecione o tamanho, a simetria das pupilas usando lanterna pois reage a luz.

PESCOÇO: Faça uma leve palpação da coluna cervical averiguando a


sensibilidade e deformidades.

TRONCO: Palpação escapular, torácica, abdominal e pélvica a fim de averiguar


sinais de traumatismos, deformidades e/ou sangramentos.

AVALIAÇÃO DAS PUPILAS

As pupilas quando normais (isocóricas) são do mesmo diâmetro e possuem


contornos regulares.
Pupilas contraídas podem ser encontradas nas vítimas viciadas em drogas. As
pupilas indicam um estado de relaxamento ou inconsciência, geralmente tal
dilatação ocorre rapidamente após uma parada cardíaca.
As pupilas desiguais são geralmente encontradas nas vítimas com lesões de
crânio ou acidente vascular cerebral. Na morte, as pupilas estão totalmente
dilatadas e não respondem à luz.

Analise as alterações, respostas motoras e sensoriais :

1. Observar a reação das pupilas à luz, classificando-as em: reativas ou


arreativas;
2. Observar a simetria entre as pupilas classificando-as em: isocóricas ou
anisocóricas;
3. Observar o tamanho das pupilas classificando-as em: midriáticas (midríase)
ou mióticas (miose).
4. Observar reatividade, igualdade e tamanho das pupilas.

34
TIPO MOTIVADOR DE ALTERAÇÔES
Midríase Morte cerebral
Miose Uso de alguns tipo de drogas ílicitas
Anisocórica Lesão cerebral localizada ex: TCE

O que devemos fazer perante um acidente?

A primeira atitude a tomar perante um acidente será sempre acionar de imediato


o serviço de emergência local após averiguar a proteção da vítima e de nós
próprios, sendo necessário:

Manter a calma, é a primeira atitude a tomar no caso de um acidente. Cada


pessoa reage de forma diferente, principalmente se também estiver envolvido no
acidente e o pânico se instalar entre as vítimas;

Avaliar de imediato a segurança do local onde ocorreu o acidente,


desenvolvendo ações para promover a segurança, de forma a evitar o
agravamento do acidente ou a ocorrência de novos acidentes;

Efetuar uma rápida avaliação da vítima.

Afastar os curiosos, quando a sua permanência implica em risco de vida para si


próprio e/ou para o socorrista sinalizar o local .

É importante ter sempre presente a sequência destas ações. Nenhuma ação


pode ser iniciada em que outra tenha sido terminada.
35
SINALIZAÇÃO DO LOCAL E A SEGURANÇA

Para que se consiga uma efetividade real na prestação do socorro devemos


solicitar ajuda de alguém que esteja no local, de modo a garantir a segurança no
local.

Como Sinalizar? E garantir a segurança de todos?

Estacionar o veículo fora da faixa de rodagem, após o local do acidente,


identificado com os quatro indicadores de mudança de direção ligados.
Colocar de imediato o colete refletor.
Efetuar a sinalização do local do acidente, não esquecendo que a mesma deve
iniciar-se antes do local do acidente, ser visível. Para isso é necessário:

Demarcar: Colocar um triângulo refletor perpendicularmente em relação ao


pavimento e ao eixo da faixa de rodagem, a uma distância não inferior a 30
metros da retaguarda do veículo ou da carga a sinalizar de forma a ficar bem
visível a uma distância de pelo menos 100 metros.O objetivo é alertar os
condutores para que tenham possibilidade de diminuir a velocidade ou mesmo
parar, prevenindo novas ocorrências de acidente. Para isso, é importante
certificar-se que nenhuma vítima se encontra fora do veículo ou nas imediações
do local do acidente e se houver focos de incêndio tentar combatê-los com um
extintor ou com areia e/ou terra.

Aproveitar o fato de a vítima estar ainda consciente para se conseguir o máximo


de informações possível, pois em qualquer altura o estado de consciência pode-
se alterar.

O que devemos perguntar ?


Seu nome, onde mora, telefone de contato familiar . Assim esta sendo analisado
o nível de consciência. Tem dores? Onde? Em que zonas do seu corpo? Tem
sensibilidade no seu corpo (sente tocar no corpo).

O que devemos fazer?


A vítima não nos consegue transmitir nenhum tipo de informação porque está
inconsciente, uma das prioridades será avaliar SSVV, lesões, traumas e
hemorragias

O que não se deve fazer à vítima em caso de acidente?


Existem algumas atitudes que não devemos ter perante uma vítima de acidente e
que poderão comprometer a sua vida.

36
Não mobilizar a vítima

A mobilização de uma vítima só deverá ser realizada, se houver risco iminente de


explosão, incêndio ou outra situação que faça perigar a vida, caso contrário,
aguardar sempre a chegada da equipe de emergência e colaborar com
informações adquiridas.

Por vezes, algumas vítimas, apesar de conseguir sair do veículo e deambular,


devem ser vigiadas de forma a identificar precocemente alguns sinais de
agravamento da sua situação clínica, como é o caso de náuseas ou vômitos,
dores de cabeça, sangramento do nariz ou outro orifício visível.

Não retirar o capacete de um motociclista

Após um acidente é frequente os motociclistas apresentarem lesões medulares


graves por traumatismo da coluna vertebral (cervical ou dorso-lombar), pelo que, o
capacete só deve ser removido em caso de parada cardiorespiratória em que seja
necessário iniciar manobras de reanimação, uma vez que o capacete serve de
estabilizador e imobilizador da coluna cervical.

Não efetuar garrotes para estancar as hemorragias

Hoje em dia este procedimento só é realizado em situações bem definidas e


geralmente efetuado por profissionais de saúde, devendo ser apenas feita
Compressão Manual Direta ou Indireta do local.

Não oferecer a vítima.

Não oferecer nenhum tipo de líquidos, nem alimentos a vítimas conscientes e


inconscientes, uma vez que a situação clínica poderá implicar procedimentos
cirúrgicos à chegada ao hospital, para além de que algumas destas situações
podem evoluir para o coma, podendo o indivíduo vomitar e provocar agravamento
a sua situação.

37
Compreendendo o ABCDE do Trauma

A- ESTABILIZAÇÃO DA COLUNA CERVICAL E DA VIA AÉREA:


O movimento excessivo pode tanto causar, quanto agravar lesões neurológicas.
As vias aéreas devem ser rapidamente verificadas para assegurar que estão
abertas e limpas.

B- MANUTENÇÃO DE UMA VIA AÉREA ADEQUADA:


Uma vez que a via aérea estiver pérvia, a qualidade e quantidade de ventilação
do paciente devem ser avaliadas, mantendo-se uma administração de oxigênio
eficaz aos pulmões.

C- ESTABILIZAÇÃO DA CIRCULAÇÃO E SANGRAMENTO:


O controle da hemorragia é uma prioridade. Em casos de hemorragia externa,
aplicação de pressão direta no local da hemorragia. Muitas causas de
hemorragias são de difícil controle fora do hospital.O tratamento pré- hospitalar
consiste e um serviço médico equipado para o controle cirúrgico da hemorragia.

D- DEFICT NEUROLÓGICO:
A escala de Coma de Glasglow é uma ferramenta utilizada para determinar o
nível de consciência de forma simples e rápida da função cerebral.

E- EXPOSIÇÃO E CONTROLE DE HIPORTEMIA:


A etapa inicial no processo de avaliação é tirar as roupas do paciente porque sua
exposição é fundamental para encontrar todas as lesões. Baseia-se em uma
etapa extensa, onde se avalia o paciente como um todo, realizando o exame
céfalo-podálico

PARADA CARDIO-RESPIRATÓRIA (PCR)

PCR é a interrupção da circulação sanguínea que ocorre em consequência da


interrupção súbita e inesperada dos batimentos cardíacos ou da presença de
batimentos cardíacos ineficazes. Após uma PCR o indivíduo perde
a consciência em cerca de 10 a 15 segundos devido à parada de circulação
cerebral.

Caso não haja retorno à circulação espontânea e o paciente não seja submetido
a ressuscitação cardiopulmonar, a lesão cerebral começa a ocorrer em cerca de 3
minutos e após 10 minutos de ausência de circulação as chances de
ressuscitação são quase nula.

38
RESSUCITAÇÃO CARDIO PULMONAR (RCP)

Checar o estado da vítima (nível de consciiência)

Se a vítima não responde, Chame 192 ou 193 e depois retorne a vítima. Na


maioria dos casos de emergência, os teleoperadores podem oferecer assistência
de como iniciar uma RCP.

Incline levemente a cabeça para trás e escute a respiração (VER, OUVIR E


SENTIR).

Se a vítima não tem movimento respiratório, feche o nariz com os dedos. Assopre
(ventile).

Verifique se o tórax eleve. Dê duas respirações de dois segundos cada uma por
30 compressões na frequência de 100/min.

Se, após das ventilações a vítima não voltou a respirar, verifique se não tem
circulação (batimento cardíaco) se não houver, proceda:

1. Posicionar a vítima sobre uma superfície rígida, posicionar as mãos


espalmadas no terço médio do osso esterno, dois dedos acima do apêndice
xifoide.
2. Efetuar 30 compressões torácicas, no ritmo de 100 compressões por minuto.
3. Efetuar 2 ventilações.
4. Manter as compressões e ventilações na frequência 30:2.
5. Verificar o pulso central a cada 2 minutos: se não houver pulso, RCP deve ser
reiniciada pelas 30 compressões torácicas.
6. O socorrista que ventila é responsável por avaliar a eficácia da compressão, controle
do tempo e verificação do pulso.
7.A troca de posição entre socorristas deve ser feita durante a verificação do pulso
central, não devendo exceder a 3 ciclos.

NUNCA TREINE COMPRESSÂO EM UMA PESSOA COM BATIMENTOS NORMAIS

39
RCP EM CRIANÇAS

- Chame alto e dê um suave golpe sobre o ombro da


criança. Se não responde, ponha a criança em uma superfície plana e rígida.

- Abra as vias aéreas, inclinando a cabeça suavemente para trás.

- Se a criança não respira, cubra o nariz e a boca com a sua boca e dê duas
pequenas insuflações de boca a boca;

- Cada uma deve durar 1.5 a 02 segundos.

- Verifique se o tórax eleva-se a cada respiração.

COMPRESSÕES
 a cada 02 minutos numa frequência de 100 bpm se não houver pulso a
RCP deve ser reiniciada pelas 30 compressões torácicas.

vítima idade Ventilação massagem x/pm compressã


o
adulto - 2 30 100 4 a 5cm
criança 1 a 8 anos 2 5 100 2,5 a 4cm
bebê 28d a 1 1 5 120 1 a 2,5cm
ano
recém- 0 a 28d 1 3 120 1 a 1,5cm
nascido

40
Figura : Corrente da sobrevicência da AHA, Guidelines CPR 2010

DESFIBRILADOR EXTERNO AUTOMÁTICO (D.E.A.)

O DEA é um desfibrilador externo automático ou semiautomático projetado para


uso fácil, portátil, compacto e alimentado por bateria, que pode ser usado tanto
em adultos como em crianças em situações de emergência.

O equipamento normalmente usa dois eletrodos autoadesivos de


desfibrilação/monitoração para monitorar os sinais de ECG e, se necessário,
transmitir energia desfibrilatória para o paciente.

Indicações

O aparelho DEA é indicado para uso em vítimas de parada cardíaca súbita


quando o paciente estiver:
Inconsciente e sem resposta a estímulos
Sem respirar
Para pacientes com idade inferior a 8 anos, utilizar sempre eletrodos adesivos do
tipo infantil/pediátrico
O aparelho DEA deve ser usado por médicos, por profissionais devidamente
treinados e qualificados como enfermeiros, policiais e bombeiros, ou por
recomendação e orientação médica.

Contra indicações

O aparelho DEA não deve ser usado se o paciente apresentar algum dos
seguintes sinais:
 Estiver consciente e/ou respondendo a estímulos
 Estiver respirando
 Estiver com o pulso capaz de ser detectado.

Existem algumas situações especiais para a utilização do DEA:


√ Portador de marca-passo (MP) ou cardioversor-desfibrilador implantável: se
estiver na região onde é indicado o local para aplicação das pás, afaste-as, pelo
menos, 8cm ou opte por outro posicionamento das pás (anteroposterior, por
exemplo), pois, estando muito próximas, pode prejudicar a análise do ritmo pelo
DEA.
√ Remova excesso de pêlos somente da região onde serão posicionadas as pás,
com uma lâmina que geralmente está no Kit DEA; outra alternativa é depilar a
região com um esparadrapo ou com as primeiras pás e, depois, aplicar um
segundo jogo de pás.
41
√ Tórax molhado: secar a região, se a vítima estiver sobre uma poça d'água não
há problema, porém se essa poça d'água também envolver o socorrista, remova a
vítima para outro local, o mais rápido possível.

√ Adesivos de medicamentos/hormonais: remova o adesivo se estiver no local


onde será aplicada as pás do DEA.

√ Crianças de 1 a 8 anos: utilize o DEA com pás pediátricas e/ou atenuador de


carga. Se o kit DEA possuir somente pás de adulto, está autorizada a utilização
das mesmas, porém se o tórax for estreito pode ser necessária a aplicação de
uma pá anteriormente (sobre o esterno) e outra posteriormente (entre as
escápulas), para que as pás não se sobreponham. As pás infantis não devem ser
utilizadas para adultos, pois o choque aplicado será insuficiente.

√ Lactentes (0 a 1 ano): um desfibrilador manual é preferível, porém se não estiver


disponível, utilize o DEA com pás pediátricas e/ou atenuador de carga. Se este
também não estiver disponível, utilize as pás de adulto, uma posicionada
anteriormente (sobre o esterno) e a outra posteriormente (entre as escápulas); o
prejuízo para o miocárdio é mínimo e há bons benefícios neurológicos.

Exigências de treinamento para manuseio do DEA

Treinamento em desfibrilação e/ou treinamento no aparelho ao ser utilizado, pois


existem várias marcas e modelos, conforme exigido pelos regulamentos locais,
municipais, estaduais ou federais
Quaisquer treinamentos complementares solicitados pelo médico responsável
Conhecimento e entendimento completos do material apresentado junto ao
equipamento (manual do usuário).

Exigências legais

O uso do DEA é regulamentado pelo Decreto n° 49.277 de 4 de março de 2008.


O Artigo 2° do Decreto institui que "os aeroportos, shopping centers, centros
empresariais, estádios de futebol, hotéis, hipermercados e supermercados, casas
de espetáculos e locais de trabalho com concentração acima de 1.000 (mil)
pessoas ou circulação média diária de 3.000 (três mil) ou mais pessoas, os clubes
e academias com mais de 1.000 (mil) sócios e as instituições financeiras e de
ensino com concentração ou circulação média diária de 1.500 (mil e quinhentas)
ou mais pessoas deverão manter aparelho desfibrilador externo automático em
suas dependências, determinando um fluxo que permita a disponibilidade ao
paciente em até 5 (cinco) minutos após constatado o evento".

42
AFOGAMENTO
É a obstrução respiratória,asfixia e hipoxemia causado pela preenchimento de
água , líquido hipertônico quando comparado aos líquidos corporais, é
rapidamente absorvido pelos alvéolos para a circulação pulmonar,provocando
hipovolemia, hemodiluíção e hemólise.

Sinais e Sintomas

Dispnéia progredindo para taquipnéia

Chiados,,roncos e tosse

cianose

dor no peito e taquicardia

confusão mental

convulsão,

inconsciência e PCR.

Cuidados imediatos

Manter via aérea, respiração e circulação, se necessário inicie a RCP

43
Epilepsia (convulsão)
É uma série de contração dos músculos voluntários e informações
desencontradas entre as sinapses neurológicas, ataques repetitivos com rápido
restabelecimento neurológico, podendo ser parcial ou generalizado.

Sinais e Sintomas: Incontinência urinária, relaxamento do esfíncter, palidez,


sudorese, taquipnéia, dispnéia, apnéia, cianose, desvio ocular sustentado e
secreção salivar em excesso na cavidade oral.

Cuidados Imediato

- Solicitar ajuda acione o serviço de emergência

- Manter via aéreas abertas e avalie SSVV

· Tentar evitar que a vítima caia desamparadamente, cuidando para que a cabeça
não sofra traumatismo.

· Retirar da boca próteses dentárias móveis (pontes, dentaduras) .

· Afastar a vítima de locais e ambientes potencialmente perigosos, como por


exemplo: escadas, portas de vidro, janelas, fogo, eletricidade, máquinas em
funcionamento.

· Não interferir nos movimentos convulsivos, mas assegurar-se a vítima não está
se machucando.

· Afrouxar as roupas da vítima no pescoço e cintura.

· Virar o rosto da vítima para o lado, evitando assim a asfixia pela língua, vômitos
ou secreções.

· Não colocar nenhum objeto rígido entre os dentes da vítima.

- Tentar introduzir um pano ou lenço enrolado entre os dentes para evitar


mordedura da língua

· Quando passar a convulsão, manter a vítima deitada até ficar responsiva.

44
Infarto Agudo do Miocárdio (IAM)

É a destruição tecidual no miocárdio impedindo que o fluxo sanguíneo circule,


obstruindo as artérias coronárias, não recebendo fluxo sanguíneo e oxigênio por
um período prolongado causando desconforto torácico e dor.

Sinais e Sintomas

O sintoma mais importante e típico do IAM é a dor ou desconforto intenso


retroesternal (atrás do osso esterno) que é muitas vezes referida como aperto,
opressão, peso ou queimação, podendo irradiar-se para pescoço, mandíbula,
membros superiores e dorso.
Frequentemente esses sintomas são acompanhados por náuseas, vômitos,
sudorese, palidez, formigamento e sensação de morte iminente. A duração é
caracteristicamente superior a 20 minutos. Dor com as caraterísticas típicas, mas
com duração inferior a 20 minutos sugere angina do peito, onde ainda não ocorreu
a morte do músculo cardíaco.

45
Acidente Vascular Cerebral/ Encefálico (AVC/AVE)

Ocorre quando há um entupimento ou o rompimento dos vasos que levam sangue


ao cérebro provocando a paralisia da área cerebral que ficou sem circulação
sanguínea adequada.

Sinais e Sintomas

Inicialmente, incluem muitas vezes a elevação súbita de temperatura e pressão


sanguínea, cefaleia,rigidez do pescoço, fotofobia,vômitos e convulsões.

Adormecimento súbito da face, braço ou perna, especialmente em apenas um


lado do corpo.

Confusão mental súbita,dificuldade para falar ou compreender.

Problema visuais súbitos em um ou ambos os olhos.

Dificuldade súbita para andar,tontura,perda do equilíbrio e da coordenação.

Dor de cabeça intensa e súbita da causa desconhecida.

46
ENGASGAMENTO
MANOBRA DE HEIMLICH técnica em J (PRÁTICA)

1. Fique de pé ou ajoelhado atrás da vitima circunde seus braços ao redor da


cintura da vitima.
2. Feche o punho de uma mão com o polegar voltado contra o abdome da
vitima na linha média,levemente acima do umbigo e bem abaixo do osso
esterno.
3. Agarre seu punho com a outra mão e pressione o punho contra o abdome
da vítima,aplicando uma compressão rápida para cima.

imagem fonte: blogemergenciaoutdoor PSOR

Desobstrução de vias aéreas em lactentes

1. Ajoelhe-se ou sente-se com o lactente em seu colo.


2. Descubra o tórax do lactente.
3. Segure o lactente em pronação (de barriga para baixo) com a cabeça
levemente mais baixa que o tórax,apoiada no seu antebraço. Apóie a
cabeça e a mandíbula do lactente em sua mão. Tome cuidado para não
comprimir os tecidos moles do pescoço do lactente. Apoie seu antebraço
sobre sua coxa ou colo, para dar suporte ao lactente.
4. Aplique ate 5 golpes, no centro das costas entre as escapulas do lactente,
com o calcanhar da mão. Aplique cada golpe com forca suficiente para
tentar deslocar o corpo estranho.
5. Verifique se ainda ha o corpo estranho nas vias aéreas, se o lactente tornar-
se não responsivo inicie a RCP.
6. Alterne a sequencia de 5 golpes nas costas e 5 compressões torácica ate
que o objeto seja removido.

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Imagem fonte:site www.neobaby.com.br

Imagem fonte: blogaesperadoenzo

48
Animais Peçonhentos
Envenenamento Ofídico

O Brasil é o país que possui a mais rica variedade de ofídios do mundo, e as não
venenosas existem em grande maioria. Como o que nos interessa são as que
causam acidentes graves.

São acidentes causados por ofídios, escorpiões, aranhas, vespas, abelhas e


algumas formas marinhas de vida animal que se constituiu em introdução, no
corpo humano através de presas, ferrões, etc.

A toxidade do veneno varia em função do tamanho e estado de nutrição do animal


agressor, a quantidade de veneno inoculada, o peso e estado de saúde da vítima.

Não será necessário que você seja capaz de classificar insetos, aranhas,
artrópodes e ofídios em gênero e espécie. Tal atividade é reservada aos
estudiosos desta área, mas o que veremos a seguir é o mínimo indispensável que
você deve saber sobre esses animais, para que seja possível utilizar a técnica
adequada para cada situação.

No Brasil existem quatro grandes gêneros, que são:

Corais: São encontradas na Região Centro, Sul e Nordeste.

Cascavéis: facilmente reconhecida pelo “guizo” existente na ponta da cauda.


Ocorrem nas Regiões Sul e Centro.

Surucucu ou Surucutinga: encontradas na Região Amazônica e Zona da Mata


Nordestina.

Jararacas, e deste gênero fazem parte a Urutu Cruzeiro, Jararacuçu, etc. Estas
serpentes são responsáveis por cerca de 90% dos acidentes ofídicos do Brasil e
são encontradas em todo território nacional.

Reconhecimento de Serpentes: A maneira mais segura de se confirmar se um


ofídio é do gênero venenoso, ou não, é a presença de Fosseta Loreal (pequeno
orifício situado entre as narinas e os olhos das serpentes venenosas) e a
dentição. As venenosas possuem duas grandes presas ocas (semelhantes à
agulha de injeção), para inocular o veneno.São chamadas Solenóglifas.

49
A presença das presas e da fosseta loreal confirma a periculosidade das
serpentes do gênero botrópico (jararaca), crotálico (cascavel) e laquético
(surucucu), porem tal classificação não é válida para as serpentes do gênero
micrurus (corais). Estas são reconhecidas pelos anéis coloridos, preto, vermelho
e brancos ou amarelos, que circundam seu corpo.

A diferenciação entre coral verdadeira e falsa se faz pela dentição.As verdadeiras


são Proteróglifas (assim chamadas porque possuem duas pequenas presas
inoculadoras de veneno, localizadas no meio da mandíbula), enquanto as corais
falsas são Opistóglifas (possuem duas pequenas presas, no fundo da mandíbula,
porem sem canal inoculador de veneno).

Dentição As cobras venenosas são chamadas Solenóglifas, que significa presas


grandes, ocas, na frente da boca, que funcionam como agulha de injeção.

Se você se deparar com um acidente provocado por animal peçonhento, lembre-


se de que, dificilmente, ele será fatal, imediatamente, ou em poucos minutos
após a picada. Os casos fatais ocorrem um ou dois dias, após o acidente, e
geralmente se dá por falta total de tratamento sorológico. Portanto mantenha a
calma e haja da seguinte forma:
• Procure identificar e capturar o animal agressor, se possível;
• Se não conseguir identificar, trate como se o animal fosse venenoso.

Ação do Veneno
De modo geral, o veneno atua em todos os órgãos do corpo humano, mas sua
ação é mais freqüente e ocasiona maiores complicações na área neurológica
(depressão ou parada respiratória), hematológicas (inoculação e hemorragias),
nefrológicas (insuficiência renal) e cardiovasculares (hipotensão e choque).
Porém, dependendo da espécie de serpente, o veneno acentua uma
determinada forma de atuação.

Envenenamento Botrópico
Jararacas – Jararacuçu, Urutu, Jararacas do rabo branco, Cruzeiro, Cotiara,
Surucucurana – do gênero BOTHROPS – cujo veneno provoca hemorragia. A
ação do seu veneno localizado:
• Dor imediata;
• Inchaço (edema);
• Calor e rubor no local picado;
• Hemorragia no local da picada ou distante dele.

50
As complicações que podem surgir:
• Bolhas;
• Grangrena;
• Abscesso;
• Insuficiência renal aguda.

Envenenamento Laquético
Os acidentes com a Surucucus, também chamadas Pico de Jaca, Surucutinga –
do gênero LACHESIS – são muito raros no Brasil. O seu veneno no organismo do
acidentado provoca reações semelhantes ao veneno das Jararacas:

• Inchaço no local da picada;


• Diarréia;
• Hemorragia.

JARARACAS/ SURUCUCUS/ CASCAVÉIS

Envenenamento Crotálico
Quando esse aparece, limita-se a um pequeno e discreto inchaço, ao redor do
ferimento, que pode passar despercebido. Mas o veneno das cascavéis é de
muita potência, sendo os acidentes provocados por essas cobras muito graves,
levando à morte, caso não sejam tomadas providências.
São estes alguns sinais e sintomas de envenenamento:
- Dificuldade em abrir os olhos;
- “Visão dupla”;
- “Cara de bêbado”;
- Visão turva;
- Dor muscular;
- Sensação de “formigamento” no membro afetado;
- Dificuldade de falar
- Após 06 a 12 horas: Escurecimento da urina.

Envenenamento Elapídico
A ação do veneno das corais no organismo é muito rápida, de grande potência e
mortal, se não for cuidado a tempo. Por isso, os sintomas e sinais aparecem em
questão de minutos.

São estes os principais sinais e sintomas:


• Dificuldades em abrir os olhos;
• Dificuldade em engolir;
• “Cara de bêbado”;
• “Formigamento” e “adormecimento”;
• Falta de ar;
• Insuficiência respiratória aguda.

51
Procedimento

- Procure identificar o animal agressor (não perca tempo em fazer isso), se o


capturar, leve-o morto para o hospital.
- Avalie sinais vitais.
- Limpe o local com água ou solução de PVPI (degermante).
- Oxigênio (se acidente, com Elapídico, Crotálico ou Escorpião) 05 litros/min
cateter nasal ou 12 litros/min com máscara.
- Mantenha o paciente deitado.

Cobra Corais
• Em caso de acidente com Botrópico (Jararaca), e se a vítima estiver com edema
no membro, eleve o membro, para aliviar o edema.

• É importante que você faça um círculo em volta do local da picada com uma
caneta, a fim de marcar o local da inoculação do veneno.

Aranha Reconhecimento

Acidentes leves e benignos causados por Armadeiras e Viúvas Negras causam


apenas dor discreta no local da picada, enquanto os provocados pela Tarântula e
a Aranha Marrom, provocam equimose local ou pequena necrose.

Nos casos graves originados pelas aranhas Armadeira e Viúva Negra, a dor é
bem mais interna, e a vítima apresenta sudorese, náuseas, vômitos, hipertermia e
hipertensão, evoluindo para coma e choque.

Casos graves originados por picadas de Aranha Marrom produzem dor forte no
local da picada, náuseas, vômitos, hipertermia e grandes equimoses no membro
afetado, geralmente acompanhados por flictemas hemorrágicas.

Tratamento
O mesmo que o tratamento para ofídicos.

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Escorpião

Reconhecimento
Procure identificar e capturar o animal agressor, porem não perca tempo
nesse trabalho.
- Dor local muito intensa;
- Náuseas e vômitos;
- Dores abdominais;
- Convulsões;
- Entorpecimento e “formigamento” no membro afetado;
- Espasmo do músculo do maxilar causando dificuldade de abrir a boca;
- Contrações e espasmos musculares generalizados;
- Choque;
- Edema.

Tratamento
O mesmo que o utilizado para ofídicos.

ARANHAS

Aranha Marrom (Loxosceles)

Pequena (4 cm), pouco agressiva, de hábitos noturnos; encontrada em pilhas de


tijolos, telhas e no interior das residências. A picada não produz dor imediata. A
evolução é mais freqüente para a forma "cutânea", evoluindo para eritema
(vermelhidão), edema e dor local (6 a12 h); entre 24 h e 36 h aparece um ponto
de necrose central (escuro) circundado por um halo isquêmico (claro) – Lesão
em alvo; até 72 h, febre, mal-estar e ulceração local. Na forma "cutâneo-visceral"
(mais grave), além do quadro acima, entre 12h e 24h após a picada, surgem
febre, cefaléia, náuseas, vômitos, urina escura (cor de lavado de carne), anúria e
insuficiência renal aguda.

O tratamento consiste em assepsia no local, curativo local,compressas frias;


medidas de suporte e soroterapia específica.

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Aranha Armadeira (Phoneutria)

Muito agressiva, encontrada em bananeiras, folhagens, entre madeiras, pedras e


no interior das residências. Tem coloração marrom escura com manchas claras e
atingem 12 cm de diâmetro. Nos acidentes com as armadeiras a dor é imediata e
em geral intensa, podendo irradiar para a raiz do membro acometido.

Ocorrem edema, eritema, parestesia e sudorese no local da picada onde


encontra-se em forma de pontos, especialmente crianças apresentam náuseas,
vômitos,sudorese, hipotensão e choque.

No tratamento indica-se soroterapia.

Tarântula (Scaptocosa Iycosa)

Causa acidentes leves sem necessidade de tratamento específico. Aranha


diurnos, encontrada à beira de barrancos, em gramados e jardins de residências.
Não faz teia. Pode haver pequena dor local, com possibilidade de evoluir para
necrose, pouco agressiva.

Caranguejeira (Mygalomorphae)

Quando ameaçada ou manipulada, esfrega suas patas posteriores no abdômen e


lança pêlos com farpas em grande quantidade ao seu redor, provocando irritação
da pele e alergia. Não há tratamento específico

Escorpiões

Existem diversas espécies, mas somente o gênero Tityus tem interesse médico.
Os escorpiões picam com a cauda, medem de 6 a 8 cm, têm hábitos noturnos,
escondendo-se durante o dia sob cascas de árvores, pedras, troncos, dentro de
residências etc. A vítima apresenta dor local de intensidade variável (pode chegar
a insuportável), em queimação ou agulhada e com irradiação; pode ocorrer
sudorese e piloereção no local.

Manifestações sistêmicas: lacrimejamento, sudorese,tremores, espasmos


musculares, priapismo, pulso lento e hipotensão. Podem ocorrer arritmias
cardíacas, edema agudo de pulmão e choque. O tratamento inclui medidas
gerais e soroterapia específica

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Parto Emergencial
Fases do trabalho de parto

Primeira Fase – Dilatação: A dilatação do colo uterino tem início com as


contrações e termina no momento em que o feto entra no canal de parto.
Segunda Fase – Expulsão: A partir do momento em que o feto está no canal de
parto até o nascimento do bebê.
Terceira Fase – Dequitação: Após o nascimento do bebê até a completa
expulsão da placenta (10 a 20 minutos).

1. RECONHECIMENTO:

- Eliminação através da vagina de secreção (muco) com raias de sangue.


-Contrações uterinas de forte intensidade (enrijecimento da musculatura
abdominal acompanhado de dor).
- Rompimento da bolsa de água (bolsa amniótica).
- Observar a cor do líquido da bolsa: normal = líquido claro Liquido escuro c/
grumos verde = indica sofrimento fetal.
O trabalho de parto é um processo lento que pode durar horas, não se
restringindo apenas ao nascimento.

2. CONDUTA:
1.Assegure a privacidade da parturiente se possível um familiar acompanhando e
orienta-la
2. Verificar SSVV e providenciar uso de EPI (Equipamento de Proteção
Individual)
3.Realizar entrevista previa se já teve outro parto anterior, se realizado
acompanhamento médico durante a gestação e anormalidades no pré natal.
4. Em caso de hemorragia, transportar a gestante em decúbito lateral e ministrar
oxigênio
1. RECONHECIMENTO DO PARTO IMINENTE.
- Presença de contrações uterinas de forte intensidade e frequentes (cerca de 5
contrações no período de 10 minutos).
- Visualização da cabeça do bebê no canal do nascimento (coroamento).
- Sensação intensa de evacuação.

2. CONDUTA NO TRABALHO DE PARTO IMINENTE.


1. Solicitar autorização da parturiente ou de seu familiar antes de decidir assisti-la
na própria residência, caso não dê tempo para transportá-la ao hospital.
2. Manter um familiar junto da parturiente durante todo o atendimento.
3. Deitar a parturiente sobre lençóis limpos.
4. Verificar os sinais vitais.
5. Remover as roupas que possam impedir o nascimento, sem expor a
parturiente.
6. Colocar a parturiente com as pernas fletidas (posição ginecológica).
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7. Lavar as mãos, calçar as luvas.

8. Fazer assepsia da região genital e coxas da parturiente, com água e sabão.

9. Abrir o Kit para Parto.

10. Orientar a parturiente para respirar fundo e fazer força durante as contrações,
como se estivesse evacuando,
deixando-a descansar no período de relaxamento (intervalo das contrações).

11. Durante a expulsão, amparar com uma das mãos a cabeça do bebê, evitando
que ela saia com violência e com a polpa dos dedos indicador e médio da outra
mão abaixar levemente abaixar a parte posterior da vagina.

12. Caso o cordão umbilical esteja envolvendo o pescoço do bebê (circular de


cordão), afrouxá-lo, removendo-o no sentido da nuca para o abdome do bebê.

13. Limpar a face do bebê com um pano limpo.

14. Com as duas mãos em forma de "V", pegar a cabeça na mandíbula e atrás da
base do crânio, tomando o cuidado de não pressionar o pescoço do bebê.

15. Forçar a cabeça suavemente para baixo até passar o ombro superior e depois
para cima, até passar o outro ombro.

16. Segurar firmemente o bebê, evitando que ele caia.

17. Limpar as vias aéreas e a cabeça sem retirar o verniz do corpo do bebê.

18. Estimular o bebê passando os dedos suavemente nas costas ou dar tapinhas
leves nas solas dos pés.

19. Envolver o bebê com panos limpos inclusive a cabeça, mantendo-o aquecido
e mantê-lo no mesmo nível que o corpo da mãe.

20. Manter observação constante do padrão respiratório do bebê.

21. Colocar os clamps no cordão umbilical. O primeiro a 4 dedos (mais ou menos


8 cm) do abdome do bebê e o Segundo clamp a dois dedos da mãe (mais ou
menos 4 cm).

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22. Cortar o cordão entre os dois clamps, com bisturi estéril.

23. Aguarda a saída espontânea da placenta durante aproximadamente 15 min.


Nunca tentar puxá-la.

24. Após a saída da placenta, verificar se saiu inteira e acondicioná-la em saco


plástico.

25. Remover os lençóis sujos, colocar um absorvente higiênico na vagina da


parturiente.

26. Massagear o abdome da parturiente, verificando se o útero mantém


contraído.

27. Verificar novamente os sinais vitais (da mãe e do bebê).

28. Manter a mãe em repouso.

29. Transportar para o hospital a mãe, o bebê e a placenta. Caso a mãe seja
hipertensa, diabética, cardiopata, a apresentação do feto não seja cefálica
(pélvica, membros), apresente hemorragia vaginal, prolapso de cordão, líquido
amniótico esverdeado; transportar imediatamente ao hospital em decúbito lateral
esquerdo, administrando oxigênio durante o transporte.

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Hemorragia Pós-Parto

Caracterizada pela perda de grandes quantidades de sangue imediatamente após


o parto. Ela é a maior causa de morte de mães após o trabalho de parto, devido a
possibilidade de levar ao estado de choque e, posteriormente, à morte.

Esta hemorragia ocorre logo após a saída da placenta, devido ao fato do útero
não contrair-se espontaneamente podendo levar à morte. Também pode ocorrer
até o primeiro mês depois do parto, casos tenham ficado vestígios da placenta
ainda colada ao útero, no entanto, este último não se configura como um
sangramento que coloca a vida da mãe em risco de morte.

Quando existe uma perda de sangue abundante, ou seja, maior que 500 ml, é
necessárias uma transfusão de sangue para que o coração, pulmão, cérebro e
rins não sejam afetados pela falta de sangue consequentemente de oxigênio.

Causas da hemorragia pós-parto

Algumas das possíveis causas da hemorragia pós-parto são:

• Trabalho de parto prolongado ou anormal


• Uma grande distensão do útero durante a gravidez
• Uso de medicamentos como relaxante muscular
• Ferida no útero causada por um parto espontâneo
• Dificuldade na coagulação sanguínea

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Fontes na internet

http://www.minhavida.com.br/saude/temas/diabetes

http://www.fiocruz.br/biosseguranca/Bis/manuais/biosseguranca/manualdeprimeiro
ssocorros.pdf

http://pt.slideshare.net/AdrianoPires/protocolo-de-atendimento-inicial-ao-paciente-
vtima-de-leso-em-face-por-arma-de-fogo

http://www.faroldoconhecimento.com.br/livros/Educa%C3%A7%C3%A3o%20f%C
3%ADsica/Primeiros%20socorros/Primeiros_Socorros_-_Bombeiro_Militar.pdf

http://pt.wikipedia.org/wiki/Infarto_agudo_do_mioc%C3%A1rdio

http://pt.wikipedia.org/wiki/Parada_cardiorrespirat%C3%B3ria

http://www.bombeirosemergencia.com.br/reanimacaorcp.html

http://www.faroldoconhecimento.com.br/livros/Educa%C3%A7%C3%A3o%20f%C
3%ADsica/Primeiros%20socorros/Primeiros_Socorros_-_Bombeiro_Militar.pdf

http://www.significados.com.br/etica-profissional/

http://pt.wikipedia.org/wiki/Anatomia_humana

http://www.bombeirosemergencia.com.br/analiseprimaria3.html

http://www.tuasaude.com/hemorragia-pos-parto/
file:///C:/Users/Sheila/Downloads/EMCIA_Apostila%20Color%20-
%20alteração%20atual%20FINAL_PINHEIRO.pdf

Site ministério da saúde

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