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RELATÓRIO DE FISCALIZAÇÃO
1. Introdução
2.1 Parte 1
Fato
Dessa forma, a entidade escolhida para realizar o empreendimento Eduardo Perez Filho I
em Terenos/MS foi a Associação Habitacional em Defesa da Moradia e Meio Ambiente –
AHDM (CNPJ: 07.809.517/0001-75).
Assim, verifica-se que a habilitação jurídica da Entidade Organizadora foi analisada pelo
setor jurídico da Caixa Econômica Federal – CEF, que não encontrou óbice à contratação
do empreendimento Entidade Organizadora (NJ JURIR/CG 05035/2014).
O volume jurídico sob análise trata principalmente sobre a regularização do terreno doado
pela Prefeitura de Terenos/MS que adquiriu o imóvel a ser destinado ao PMCMV.
Ante o exposto, não foram identificadas desconformidades nos atos praticados pela Caixa
Econômica Federal previstas nas normas do Programa Minha Casa Minha Vida
Modalidade Entidade em relação à contratação da Entidade Organizadora.
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Fato
- Área mínima do imóvel (32 m²), conforme verificado no projeto arquitetônico aprovado
(folha 299 do Volume de engenharia II) e confirmado na inspeção da obra realizada no dia
05 de junho de 2017;
Assim, não foi encontrada nenhuma desconformidade nos atos praticados pela Caixa
Econômica Federal previstos nas normas do Programa Minha Casa Minha Vida
Modalidade Entidade.
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2.2 Parte 2
Nesta parte serão apresentadas as situações detectadas cuja competência primária para
adoção de medidas corretivas pertence ao executor do recurso federal.
Fato
(ii) A existência no processo aprovado de documentos que comprovam que a CEF analisou
o projeto e efetuou eventuais correções necessárias.
(iii) A falta de elementos que indiquem que a CEF tenha realizado a análise de custos do
empreendimento de forma a atender o Decreto Presidencial nº 7.983/2013, que determina
que o custo global de obras e serviços de engenharia contratados e executados com
recursos dos orçamentos da União seja obtido a partir de composições de custos unitários,
previstas no projeto, menores ou iguais à mediana de seus correspondentes no Sistema
Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil – SINAPI. Foram
encontradas evidências de que os custos foram analisados, porém a memória de cálculo
dessa análise não constava do processo.
Dessa forma, foi solicitada a Memória de Cálculo das comparações realizadas pela Caixa
Econômica Federal nas análises realizadas na planilha orçamentária. A Caixa Econômica
Federal informou que a peça técnica que aprova as planilhas orçamentárias é o Laudo de
Análise. Nas análises técnicas de orçamentos feitas pela Caixa para empreendimentos de
interesse social, seguem-se os normativos Caixa, que estabelecem, entre outras diretrizes:
“Devem ser verificadas a compatibilidade dos custos dos serviços propostos com os
projetos e especificações, bem como a adequada incidência do percentual dos serviços em
relação ao custo total da intervenção.”
Assim, foram selecionados das planilhas orçamentárias da obra os serviços mais relevantes
por meio da metodologia conhecida como Curva ABC. Essa metodologia consiste em
agrupar os quantitativos dos itens idênticos e, em seguida, classificar toda a planilha em
ordem decrescente de participação com relação ao valor global da obra. Para a amostra
selecionada mostrar-se representativa, a análise comparativa dos itens de preço das
planilhas orçamentárias com a tabela SINAPI visou alcançar o índice de 80% do valor total
da obra.
k
m
2.2.5 Transporte local m 4.598,8 0,84 4.635,59 83357 0,87 4.000,96 634,63
de massa asfáltica ³ 0
- pavimentação x
urbana 20Km.
k
m
1.2.1 Boca de lobo U 6,00 640,25 4.609,80 83659 690,10 4.140,60 469,20
0 simples em n
alvenaria de tijolo i
maciço. d
.
3.1 Luminária aberta 30,00 118,73 4.274,28 74231/ 124,2 3.726,00 548,28
para iluminação 1
pública, para u
lâmpada a vapor n
de mercúrio até
400w e mista até
500w, com braço
em tubo de aço
galvanizado
D=50mm proj
hor=2.500mm e
proj vert=
2.200mm,
fornecimento e
instalação.
3.2 Reator para u 30,00 101,12 3.640,32 72281 101,73 3.051,90 588,42
lâmpada vapor de n
mercúrio uso
externo
220v/400w.
1.2.3 Regularização e m 316,40 4,17 1.583,27 5622 4,75 1.502,90 80,37
compactação ²
manual de terreno
com soquete.
3.4 Relé fotoelétrico u 30,00 42,43 1.527,48 83399 42,66 1.279,80 247,68
p/comando de n
iluminação
externa
Tabela – Comparativo da Orçamento da Infraestrutura com o SINAPI
Item Serviço Uni Quant Custo Custo Código Custo Custo Diferença
d. unitári total do unitári Total
o SINAP o SINAPI
I SINAP
I
220v/1000w -
fornecimento e
instalação.
3.5 Abraçadeira de u 30,00 38,75 1.395,00 83402 41,71 1.251,30 143,70
fixação de braços n
de luminárias de
4" - fornecimento
e instalação.
3.3 Lâmpada de u 30,00 36,47 1.312,92 73831/ 38,50 1.155,00 157,92
vapor de n 3
mercúrio de
400w/250v -
fornecimento e
instalação.
1.2.9 Chaminé para m 0,70 562,00 472,08 83715 596,60 417,62 54,46
poço de visita em
alvenaria.
1.2.6 Carga e descarga m 110,72 1,53 203,28 74010/ 1,61 178,26 25,02
mecânica de solos ³ 1
utilizando
caminhão
basculante 5,0m³
e pá carregadeira
sobre pneus.
Totais 770.602, 689.618,8 80.983,8
66 7 2
Fonte: SINAPI de julho/2016 e orçamentos do empreendimento.
Portanto, no que diz respeito aos valores de infraestrutura e habitações, a CEF aprovou
orçamentos sem sobrepreço aparente.
O item 4-ASSISTÊNCIA TÉCNICA foi aprovado sem detalhamento algum. Tal fato torna
inviável a análise da composição dos custos unitários dos serviços. Como o valor total do
investimento é de R$ 7.002.212,68, temos que 4,70% de seu valor é destinado a itens que
utilizam a unidade genérica. Para que sejam possíveis o acompanhamento e a fiscalização
do empreendimento, deveria existir a planilha de custos detalhada desse item, inclusive
apresentando as composições analíticas de preços unitários para todos os itens da planilha
orçamentária.
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“De acordo com as normas da CAIXA vigentes à época da emissão do LAE, o valor para
assistência técnica é correspondente ao custo de acompanhamento e gerenciamento da
execução do projeto. Na análise do QCI do empreendimento, foi verificado se o somatório
dos itens projeto, assistência técnica e administração da obra, financiados pelo FDS está
limitado a 8% do Valor da Operação, de acordo com as normas da CAIXA, não havendo
instrução, tampouco parâmetros para eventual analise de orçamento analítico do item
assistência técnica.”
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Os limites máximos aceitáveis são apenas limite e não aceitação tácita de valores de
orçamentos que estejam dentro dos mesmos. Portanto, estar dentro do limite não significa
que o orçamento é aceitável. Cada caso concreto deve ser analisado e os orçamentos
detalhados devem ser apresentados.
Quanto a alegação de não existir parâmetros, não foi considerada a afirmação, pois falta de
parâmetros deve ser suprida com a construção dos mesmos a partir das diversas obras que
a Caixa Econômica Federal trabalha, a qual demostraria, por meio da composição de
custos, os valores a serem alocados para o item.
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Fato
Com base nos últimos boletins de medição, foram identificados os principais serviços que
estão sendo ou que já foram executados, selecionando-se para inspeção aqueles que foram
objeto de vistoria pela CAIXA, com base na materialidade e na importância do serviço
para a plena funcionalidade da obra.
Quanto ao andamento da obra, na análise dos processos e dos projetos, bem como pela
inspeção física e pelas informações prestadas pela CAIXA, constatou-se que a obra está
adiantada em relação ao cronograma estabelecido e, se a entidade organizadora mantiver o
mesmo ritmo verificado até o presente momento, a obra deverá ser concluída no segundo
semestre de 2017.
Fato
Assim, de acordo com os itens “e” e “f” do Anexo I da Instrução Normativa nº 39, de 19 de
dezembro de 2014, que regulamenta o Programa Minha Casa Minha Vida – Entidades –
PMCMV - E, as atribuições da CRE e da CAO são:
Dessa forma, conclui-se que as representantes dos beneficiários que integram a Comissão
de Representantes do Empreendimento – CRE não cumprem as atribuições previstas na
Portaria nº 39, de 19 de dezembro de 2014, de gerir e movimentar os recursos financeiros
destinados a produção e legalização do empreendimento e prestação de contas do
Programa Minha Casa Minha Vida - Entidades no município de Terenos/MS (Contrato nº
0420.112-35).
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Dessa forma, não faz sentido a afirmação de que a responsabilidade pela atuação das
comissões de acompanhamento seja da entidade organizadora, visto que a função dessas
comissões seria de evitar desvios e garantir o cumprimento de metas e prazos pela entidade
organizadora.
Quanto à manifestação apresentada pela AHDM de que não procede o relato da não
participação da Comissão de Representantes no Empreendimento – CRE na gestão dos
recursos financeiros do projeto, não foi apresentada nenhuma documentação que
demonstrasse a improcedência da declaração prestada pelo membro da CRE, D. G. S., à
equipe da CGU, tais como atesto em notas fiscais, relatórios porventura elaborados e
assinados pela CRE, etc.
Dessa forma, em face das declarações prestadas pela representante dos beneficiários na
CRE e ante a ausência de documentação comprobatória adicional por parte da EO, conclui-
se que a Comissão de Representantes do Empreendimento Eduardo Perez Filho I, em
Terenos/MS, não está participando efetivamente da gestão dos recursos financeiros,
limitando-se a simplesmente assinar os documentos que devem ser enviados à Caixa para
liberação dos pagamentos à AHDM.
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Fato
Consta, ainda, que ela teria trabalhado no Residencial Nossa Senhora Caacupê II, em
Laguna Caarapã/MS, outro empreendimento construído pela AHDM, além de outros
empreendimentos habitacionais no Estado.
A técnica social contratada também foi responsável pela elaboração do Projeto de Trabalho
Técnico Social – PTTS, que foi aprovado em 21 de agosto de 2014 após três solicitações
de ajustes por parte da DM Consultoria Social (CNPJ 06.040.149/0001-80), empresa
terceirizada pela Caixa para a análise dos PTTS.
Assim, após o parecer os valores referentes aos projetos de trabalho social apresentados
pela técnica social passaram a incluir despesas indiretas com percentual máximo de 5,97%
sobre o total das despesas apresentadas.
Na análise das ações do PTTS, também se verificou que a AHDM tem encontrado
dificuldade na execução dos eventos junto aos beneficiários do empreendimento Eduardo
Perez Filho I em Terenos/MS (oficinas, palestras, cursos e apresentações). Comparando-se
todas as versões do PTTS apresentadas pela EO, verifica-se que houve diversas
adequações no quantitativo dessas ações, passando de 10 eventos na proposta original para
08 na proposta aprovada em 21 de agosto de 2014. Já na reprogramação aprovada pela
Caixa em 23 de janeiro de 2017, o quantitativo de eventos passou para 11.
- Na etapa pré obra estavam previstos a seleção das famílias e formação das comissões de
Acompanhamento da Obra e de Representantes (CAO e CRE);
- Na etapa pós obra estão previstos os cursos de geração de renda, a palestra de educação
patrimonial, oficina de jardinagem e horticultura, o encerramento do trabalho das
comissões, o evento de encerramento do PTS e a avaliação final.
Assim, o PTS não termina junto com a obra, visando ampliar os benefícios recebidos pelas
famílias que passarão a morar no empreendimento.
A proposta e orçamento detalhado dos cursos serão então encaminhados a CAIXA para
análise e aprovação. Atualmente estão sendo realizadas estudos junto aos beneficiários
para a elaboração e apresentação da proposta.”
Apesar da AHDM ter informado que mesmo após a conclusão da edificação das casas
ainda serão realizadas as atividades do PTTS, a dúvida sobre a realização de todas as
atividades previstas no plano de trabalho ocorreu em função do ritmo durante a etapa
durante as obras.
2.2.5. Fragilidade na análise dos Projetos de Trabalho Técnico Social pela empresa
terceirizada pela Caixa, permitindo incrementos financeiros na reprogramação do
PTTS, sem vinculação com aumento das atividades.
Fato
Cabe ressaltar que os três volumes do respectivo processo (nº 420.112-35) foram entregues
sem nenhuma numeração de página. Assim, foram considerados para fins de referenciação
a numeração das folhas conforme a sequência das folhas do arquivo digital gerado na
digitalização desses volumes. Entretanto, conforme registrado no item 2.2.6 deste relatório,
a Caixa não exigiu e não dispunha das cópias dos documentos comprobatórios das
despesas realizadas pela Entidade Organizadora – EO na execução do PTTS, apenas dos
relatórios apresentados pela EO, juntamente com as listas de presenças e registro
fotográfico dos eventos realizados.
Valor
Relatório NF Observações:
liberado (R$)
Este valor está contido em 2 NFs, pois
primeiramente foi passado pela AHDM o
1° - Período: 1 a 3 54, 58
6.972,08 adiantamento de 4% para inicio dos trabalhos,
(abr/2014 a out/2016) (parte)
equivalente a NF 54 - R$ 2.881,20. O restante, R$
4.090,88, foi comprovado com parte da NF 58.
2° - Período: 4 (nov/2016 58 O valor total da NF 58 é de R$ 6.612,96, sendo
2.522,08
a dez/2016) (parte) R$4.090,88 do 1º período e R$2.522,08 do 2º)
Não há nota fiscal em virtude da ausência de gastos
3° - Período: 5 (nov/2016 no 3º Relatório. As despesas foram apresentadas no
0,00 -
a dez/2016) 2º Relatório, que corresponde ao mesmo período
(novembro a dezembro de 2016).
4° - Período: 6
3.303,61 61 -
(jan/2017)
Foi emitida a NF 61 com valor incorreto de R$
5° - Período: 7 (fev e 3.303,61. O erro foi constatado e, em substituição,
3.240,03 67
mar/2017) foi emitida a NF 67 com o valor correto. Foi
informado que a NF 61 será cancelada.
Note-se que algumas das atividades que haviam sido excluídas da versão aprovada pela
Caixa (reuniões com informes sobre a obra/PTTS e palestras) foram reinseridas e também
aportados novos recursos financeiros. Além disso, foram incluídas a aquisição de materiais
para atividades recreativas, uma reunião de preparação para entrega dos imóveis
(contemplando kits arquitetônicos dos imóveis, descartados no PTTS inicialmente
aprovado), com respectivo incremento financeiro. Por fim, o evento sobre Geração de
Renda, previsto tanto na versão inicial do PTTS como no aprovado inicialmente pela
Caixa, teve alterações no volume de recursos financeiros, saindo de R$ 1.167,35 para R$
8.844,40 (aprovado) e reduzindo para R$ 5.369,20 (reprogramado). Entretanto, nas
planilhas de custos apresentadas pela EO não estão detalhadas as ações a serem realizadas,
constando apenas a seguinte informação:
Outro ponto a se destacar é a falta de detalhamento por parte da EO dos valores referentes
às despesas operacionais e administrativas que integram as despesas indiretas do projeto
(R$ 898,05 na versão original e R$ 2.973,84 na reprogramação do PTTS). Sem esse
detalhamento, não há como se verificar se esse valor se refere ao gasto total da AHDM
para manutenção de suas atividades ou apenas à parcela do rateio de suas despesas
operacionais para o projeto do PMCMV no empreendimento Eduardo Perez Filho I, em
Terenos/MS. A título de exemplo, em consultas aos sistemas corporativos do governo
federal foi identificado que no período de 2014 e 2015 tanto a matriz da AHDM, localizada
em Goiânia/GO, como sua sucursal localizada em Sidrolândia/MS, não possuíam
funcionários na Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), ou seja, teoricamente não
teriam despesas com pessoal.
Dessa forma, fica evidenciada a fragilidade na análise realizada pela empresa contratada
pela Caixa na proposta de Trabalho Técnico Social apresentada pela AHDM, em virtude
das inconsistências verificadas nos valores aportados como despesas
operacionais/administrativas (R$ 2.973,84) e do acréscimo de R$ 4.201,85 na
reprogramação do evento de Geração de Renda (R$ 5.369,20 – R$ 1.167,35 = R$
4.201,85), sem o detalhamento dos respectivos quantitativos.
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2.5.1 Acréscimo de valores, acima dos percentuais definidos pelo Programa, não são
permitidos, exceto como contrapartida da EO.
Incrementos financeiros dentro dos limites do Programa, somente serão possíveis em
função do acréscimo de metas, decorrente do desdobramento das ações do projeto ou da
prorrogação do prazo. Ou seja, não é possível o incremento financeiro pelo Agente
Financeiro, sem correlação com o aumento de atividades.”
“A empresa Silva Teruya Consultoria e Projetos Sociais Ltda. - ME, inscrita no CNPJ sob
n° 12.024.635/0001-08, com sede em Campo Grande - MS, foi contratada pela AHDM
para realizar o trabalho social conforme contrato anexo.
Esclarece que as despesas indiretas são custos suportados pela empresa contratada e não
pela AHDM, importante ressaltar que a realização do trabalho social é complexa, envolve
despesas com encargos, contratação de serviços terceirizados, inclusive lanches e aluguel
de equipamentos para desenvolvimento dos trabalhos em prol das famílias.
A empresa é quem disponibiliza equipe, pois o trabalho social envolve gestão de projeto
técnico; planejamento das ações; criação e elaboração de material gráfico, como folders e
cartilhas; constantes esclarecimentos e articulações com os beneficiários, com o setor
público e parceiros; instalar e operar equipamentos como faixas, banners, data show,
notebook e som; escrever atas das reuniões; providenciar relatório fotográfico; colher
assinaturas nas listas de presença durante os eventos; aplicar questionários de avaliação
das atividades, contornar imprevistos; servir lanches, realizar atividades com crianças;
elaborar relatórios para a Caixa Econômica Federal.”
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Tanto a Caixa quanto a AHDM apresentaram respostas genéricas que não esclarecem a
inclusão de despesas sem nenhum detalhamento que permita aferir se os valores previstos
seriam compatíveis com os valores praticados no mercado local.
As declarações da Caixa de que “(...) incrementos financeiros (...) somente serão possíveis
em função de acréscimo de metas (...)” e que “(...) não é possível o incremento financeiro
(...) sem correlação com o aumento de atividades.” não procedem, pois os valores
propostos pela AHDM para o Trabalho Social já foram aprovados pela Caixa e, uma vez
que a comprovação dos gastos é realizada apenas com os relatórios elaborados pela EO,
analisados e aprovados sem qualquer verificação in loco durante a execução do projeto,
certamente os respectivos valores serão liberados à EO, independentemente dos custos
efetivamente incorridos para a execução das atividades do Trabalho Social.
Quanto à manifestação apresentada pela AHDM, em que pese a terceirização da execução
do Trabalho Social pela EO junto à empresa Teruya Consultoria e Projetos Sociais Ltda. –
ME, é imperativo que a AHDM exija da empresa terceirizada a apresentação do
detalhamento dos custos suportados por ela (diretos e indiretos), para que a Caixa tenha
condições de analisar com propriedade e adequadamente a compatibilidade dos valores
propostos com as atividades definidas pela AHDM a serem realizadas com as famílias
beneficiárias do Projeto.
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Fato
Em ação de controle realizada pela CGU no Estado de Mato Grosso do Sul, mais
especificamente nos Loteamentos Campina Verde – Módulo I e II, na qual foram
apresentadas a documentação comprobatória das despesas (notas fiscais e recibos), foram
verificadas várias inconsistências como emissão de notas fiscais em série para eventos em
datas distintas, notas fiscais emitidas em datas distintas à realização das reuniões, além de
outras falhas. Nesse caso específico, a Caixa teria se posicionado no sentido de que a
legislação/normativos internos não previam o monitoramento e o acompanhamento da
execução do trabalho social com recursos do FDS.
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“Diante do exposto, informamos que conforme normativo interno Caixa, nas análises nos
casos de FDS e PNHR é dispensável a apresentação de notas fiscais e recibos, devendo o
trabalho ser medido de acordo com as atividades previstas em projeto, sendo suficiente a
apresentação dos relatórios, entretanto, a EO deve ser orientada a manter todos os
documentos em arquivo próprio, para eventuais verificações dos órgãos de controle. No
caso da entidade Organizadora AHDM, a mesma contratou uma empresa para execução
do projeto aprovado, devendo esta empresa emitir nota fiscal referente ao valor executado
a cada medição”.
“Em relação às notas fiscais, a empresa contratada as emite depois da aprovação dos
relatórios pela CAIXA, cujo repasse para a empresa é então feito pela AHDM. Seguem
anexos os e-mails contendo análises da CAIXA e as notas fiscais das respectivas
liberações.”
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Análise do Controle Interno
Fato
O Edital nº 01/2013 (fls. 37-42 do volume I), elaborado pela Associação Habitacional em
Defesa da Moradia – AHDM, prevê que a seleção terá como base na Lei nº 11.977, de 07
de julho de 2009, e os seguintes normativos do Ministério das Cidades: Instrução
Normativa nº 14, de 10 de julho de 2009, Resolução nº 194, de 12 de dezembro de 2012,
Portaria nº 610, de 26 de dezembro de 2011 e Portaria nº 198, de 09 de maio de 2012.
O referido edital tem como objeto a seleção de 177 beneficiários a serem contemplados
pelo PMCMV no município de Terenos/MS, que serão distribuídos da seguinte forma:
Ressalta-se que o processo de seleção foi realizado mediante cadastramento prévio dos
candidatos, que eram avisados sobre: a existência do Programa Minha Casa Minha Vida
(PMCMV) nas unidades da Prefeitura (CRAS, Promoção Social, etc.); a necessidade de
cadastramento; e a necessidade de manutenção dos dados cadastrais atualizados. Segundo
relato dos entrevistados, esse processo teria se iniciado em 2014.
A partir das entrevistas realizadas, foram apresentadas duas questões objetivas, sendo que
100% das respostas foram conforme o quadro a seguir:
Além disso, foram apresentadas outras quatro questões aos beneficiários sobre forma de
divulgação do programa, da seleção de beneficiários e do resultado da seleção, conforme
quadro a seguir:
No processo, foram juntados à Ata nº 01/2014, registro fotográfico da reunião e lista dos
participantes com os respectivos números de telefone e assinaturas.
A partir das entrevistas e da análise dos volumes do processo relativo ao Trabalho Técnico
Social, verificou-se que a seleção dos candidatos foi realizada de forma transparente por
meio de sorteios realizados em ginásios de esportes com a participação de todos os
candidatos.
3. Conclusão
Com base nos exames realizados, conclui-se que a aplicação dos recursos federais não está
adequada e exige providências de regularização por parte dos gestores federais.