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TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE SÃO

PAULO
GABINETE DO CONSELHEIRO EDGARD CAMARGO RODRIGUES

CONSELHEIRO EDGARD CAMARGO RODRIGUES

PRIMEIRA CÂMARA DE 23/11/21 ITEM Nº41


PREFEITURA MUNICIPAL – CONTAS ANUAIS – PARECER

41 TC-005006.989.19-8
Prefeitura Municipal: Paulínia.
Exercício: 2019.
Prefeitos: Ednilson Cazellato e Antônio Miguel Ferrari.
Períodos: (01-01-19 a 22-01-19, 04-10-19 a 31-12-19) e (23-01-19 a
03-10-19).
Advogado(s): César Henrique Bruhn Pierre (OAB/SP nº 317.733),
Rafael Barroso de Andrade (OAB/SP nº 391.425), Diego Pimenta
Barbosa (OAB/SP nº 398.348), Gabriel Curci Tavares Risso (OAB/SP nº
400. 324), Dieggo Ronney de Oliveira (OAB/SP nº 403.301), Marcelo
Palavéri (OAB/SP nº 114.164), Flávia Maria Palavéri (OAB/SP nº
137. 889), Ruth dos Reis Costa (OAB/SP nº 188.312), Renata Maria
Palavéri Zamaro (OAB/SP nº 376.248), Olga Amélia Gonzaga Vieira
(OAB/SP nº 402.771), Tiago Alberto Freitas Varisi (OAB/SP nº
422. 843), Geise de Fátima Piva Vilela (OAB/MG nº 114.121) e outros.
Procurador(es) de Contas: João Paulo Giordano Fontes. Fiscalizada
por: UR-3.
Fiscalização atual: UR-3.

EMENTA: CONTAS ANUAIS. PREFEITURA.


CONTRATAÇÃO DE COMISSIONADOS EM
PERÍODO VEDADO PELA LEI DE
RESPONSABILIDADE FISCAL. PAGAMENTO DE
JUROS E MULTA INCIDENTES SOBRE ATRASO
NO RECOLHIMENTO DE ENCARGOS SOCIAIS.
INEFICAZ COBRANÇA DA DÍVIDA ATIVA. BAIXA
EFETIVIDADE DOS GASTOS PÚBLICOS
AFERIDOS PELO IEGM. DEFICIENTE GESTÃO
DOS RECURSOS DO ENSINO E DA SAÚDE.
RECOMENDAÇÕES. PARECER PRÉVIO
DESFAVORÁVEL.
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RELATÓRIO

Em exame as contas dos PREFEITOS DE PAULÍNIA,


referentes ao exercício de 2019.

À vista das falhas anotadas pela Unidade Regional de


CAMPINAS – UR-03 (evento 69-61), os Responsáveis, Sr. Antonio
Miguel Ferrari (evento 80) e Sr. Ednilson Cazelatto (evento 104), após
notificação (evento 73), apresentaram os seguintes esclarecimentos.

Antes de enfrentar as questões levantadas pela


Equipe de Fiscalização, o Responsável, Sr. Ednilson Cazelatto, pleiteia
sejam segregadas as responsabilidades pelos atos administrativos
praticados pelos dois gestores que exerceram o cargo de Prefeito no
exercício em exame (Antonio Miguel Ferrari – 254 dias de mandato e
Ednilson Cazellato – 111 dias de mandato).

A.2. - IEG-M – I-PLANEJAMENTO: – Índice C.


- Audiências públicas realizadas em dia de semana e em horário
comercial (8 às 18 h), inibindo a participação da classe
trabalhadora no debate.
Defesa (evento 104) – A realização das audiências públicas em horário
comercial justificou-se pela necessidade de se utilizarem a estrutura
física e os servidores disponíveis naquele horário. O procedimento não
inibiu a participação popular nas mencionadas reuniões.

- Inexistiram levantamentos formais dos problemas,


necessidades e deficiências do Município antecedentes ao
planejamento.
Defesa – Não houve.

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- A Prefeitura não ampliou a participação popular na elaboração


das peças orçamentárias.
Defesa – Não houve.

- Falta de mecanismos que permitam o monitoramento da


inclusão e da implantação das demandas levantadas nas
audiências públicas de elaboração das peças orçamentárias e
nem de coleta de sugestões pelos órgãos de controle e pela
sociedade.
Defesa – Não houve.

- Inexistiu estudo para elaboração/definição dos programas,


ações, metas e indicadores do PPA.
Defesa – Não houve.

- Não foram consideradas as seguintes variáveis para o


estudo/análise da previsão da receita: número de habitantes,
crescimento populacional, obras em andamento, benfeitorias
municipais, situação econômica do município e da região,
programas de governo Municipal, Estadual e Federal e efeito da
legislação.
Defesa (evento 104) – A Secretaria Municipal de Finanças é responsável
pelo desenvolvimento da política financeira e tributária do município,
bem como pela execução do orçamento-programa e do orçamento
plurianual de investimentos, cobrança amigável da dívida ativa, além do
controle e administração dos bens móveis, permitindo constante e
sistemático estudo para a previsão das receitas relativas aos exercícios
subsequentes.

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- Nem todos os programas do PPA articulam um conjunto de


ações que concorram para um objetivo comum preestabelecido,
visando a solução de um problema ou necessidade da sociedade.
Defesa (evento 104) - O processo de elaboração das peças de
planejamento tem início com a oitiva das reclamações e pleitos
apresentados pelas Secretarias Municipais, com vistas à distribuição de
recursos previstos nas diversas dotações orçamentárias.
Posteriormente, é elaborado projeto de lei destinado à aprovação do
orçamento anual, que conta com ampla publicidade legal, permitindo
aos Secretários obterem prévio conhecimento das receitas anuais para
execução das suas ações.

- Apenas parte dos indicadores do Plano Plurianual - PPA é


mensurável e está coerente com as metas físico-financeiras
estabelecidas.
Defesa – Não houve.

- Falta de divulgação do Anexo de Metas Fiscais.


Defesa – Não houve.

- As alterações orçamentárias decorrentes de remanejamento,


transposição e transferência de uma categoria de programação
para outra ou de um órgão para outro foram realizadas por
Decreto para atividades não contempladas na exceção prevista
no artigo 167, § 5º, da Constituição Federal.
Defesa (evento 104) – A Constituição Federal não impõe limites para a
abertura de créditos suplementares, bem como o artigo 42 da Lei
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Federal nº 4.320/64 determina que tais suplementações são

1Art. 42. Os créditos suplementares e especiais serão autorizados por lei e


abertos por decreto executivo.
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autorizadas por meio de lei e realizadas mediante Decreto do Executivo.


Decisões do E. Tribunal de Contas têm tolerado movimentações
orçamentárias em patamares superiores ao índice de inflação do
período.

- A Prefeitura informou não possuir estrutura administrativa


voltada ao planejamento.
Defesa – Não houve.

- Ausência de avaliações formais (relatórios) sobre a execução


orçamentária.
Defesa – Não houve.

- O Sistema de Controle Interno não dispõe de recursos


orçamentários para a operacionalização de suas atividades.
Defesa – Não houve.

- O Responsável pela UCCI (Unidade Central de Controle


Interno) exerce a função de forma não exclusiva.
defesa – Não houve.

- A Administração não realizou a segregação das funções


financeiras e de controle.
Defesa – Não houve.

- A Ouvidoria do Poder Executivo não conta com recursos


orçamentários para a operacionalização de suas atividades.
Defesa (evento 104) – O sistema de Ouvidoria do município conta com
modernos canais de fácil acesso à população. Existe a constante
modernização de tal ferramenta.

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- A Ouvidoria não elaborou Relatório de


Gestão. Defesa – Não houve.

- Falta de divulgação das peças que compõem o planejamento


com os indicadores de programas e metas de ações
governamentais previstos versus realizados.
Defesa – Não houve.

- O Executivo deixou de elaborar a "Carta de Serviço ao


Usuário".
Defesa (evento 104) – Adotaram-se medidas para corrigir o defeito.

- Falta de regulamentação e instituição do Conselho de Usuários.


Defesa para todos os itens (evento 80) – A despeito do princípio da
continuidade do serviço público, a alternância dos mandatários
prejudicou a estruturação e o planejamento administrativo.

B.1.1. - RESULTADO DA EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA:


- Déficit orçamentário de 0,39% não amparado por superávit
financeiro do exercício anterior.
Defesa – O déficit apontado (R$ 4.918.740,06) amparou-se pelo
superávit da execução orçamentária do exercício anterior (R$
18.811.166,17 – doc.05 – evento 104).

B.1.2. - RESULTADOS FINANCEIRO, ECONÔMICO E SALDO


PATRIMONIAL:
- O resultado orçamentário do período ensejou o aumento do
déficit financeiro do exercício anterior.

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Defesa – O superávit orçamentário no valor de R$ 24.014.248,01


acarretou o decréscimo de 13,98% do déficit financeiro (doc.05 –
evento 104).

B.1.3. - DÍVIDA DE CURTO PRAZO:


- A Prefeitura não possui recursos disponíveis para o total
pagamento de suas dívidas de curto prazo registradas no
Passivo Financeiro.
Defesa (evento 104) – O Executivo dispunha de recursos para suportar
as obrigações de curto prazo (índice de liquidez imediata – 1,02).

- Expansão de 20,27% do endividamento de curto prazo em


relação ao exercício anterior.
Defesa – Não houve.

B.1.8.1. - DESPESA DE PESSOAL:


- Superação dos limites com despesa de pessoal nos dois
primeiros quadrimestres do exercício.
Defesa (evento 80) – As despesas com pessoal permaneceram abaixo
do limite legal no terceiro quadrimestre do exercício. Instituiu-se, em
outubro de 2.019, o Plano de Demissão Voluntária, autorizado pela Lei
Municipal nº 3.721/19. Defesa (evento 104) - Houve nomeação de
servidores efetivos para o provimento de cargos em comissão, bem
assim a adequação do pagamento de horas extras.

B.1.9. - DEMAIS ASPECTOS SOBRE RECURSOS HUMANOS.


- Excesso de vagas não providas, denotando falta de
planejamento da Administração.
Defesa – Não houve.

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- Existência de cargos em comissão desprovidos das


características de direção, chefia e assessoramento, previstas no
artigo 37, inciso V, da Constituição Federal.
Defesa (evento 80) – As nomeações para os cargos em comissão de
“Assessor Especial de Políticas Públicas I e II” foram amparadas por lei
municipal.

- Pagamento de gratificações a servidores em descompasso com


a jurisprudência do E. Tribunal de Justiça e do E. Tribunal de
Contas.
Defesa – Não houve.

B.1.9.1 - COMPLEMENTAÇÃO DE APOSENTADORIAS E PENSÕES:


- Despesas com complementação de aposentadorias com
recursos do Tesouro sem a compensação financeira de ativos e
inativos.
Defesa (evento 80) – O pagamento da aludida complementação de
aposentadorias pautou-se na Lei Municipal nº 18/2001.

B.1.9.2 - INCONSTITUCIONALIDADE DAS LEIS


COMPLEMENTARES:
- Lei Complementar Municipal nº 65/2017 – Instituiu o plano de
cargos, salários e vencimentos dos servidores do magistério sem
corrigir a deficiência da Lei Municipal nº 3.168/10, que
transformou o cargo de Educador Infantil em Professor de
Educação Infantil, cujo provimento ocorreu sem prévia
habilitação em concurso público.
Defesa (evento 80) – Ação Direta de Inconstitucionalidade da Lei
Municipal nº 65/2017 tramita junto ao Poder Judiciário.

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- Lei Municipal nº 66/2017 – Transformou cargos públicos de


nível básico em cargo genérico de agente de apoio operacional.
Servidores ocupantes de diversos cargos foram alçados àqueles
de natureza administrativa sem a aprovação prévia em concurso
público.
2
Defesa (evento 80) – O § 3º do artigo 41 da Constituição Federal
ampara as mencionadas movimentações de servidores criticadas pela
Fiscalização.

B.2. - IEG-M – I-FISCAL – Índice B.


- Falhas relacionadas à política de concessão de renúncia de
receitas.
Defesa – Não houve.

B.3.1. - BENS PATRIMONIAIS.


- Ausência de Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros - AVCB
para os imóveis da Prefeitura.
Defesa – Não houve.

- Falta de evidências de que os imóveis de propriedade da


municipalidade contam com Escritura Pública e Registro no
Cartório de Imóveis, bem como inexistência de avaliação dos
bens móveis e imóveis do Município.
Defesa – Não houve.

B.3.2. - FORMALIZAÇÃO DAS LICITAÇÕES, INEXIGIBILIDADES E


DISPENSAS.

2Art.41 (...)
§ 3º Extinto o cargo ou declarada sua desnecessidade, o servidor estável ficará
em disponibilidade remunerada, até seu adequado aproveitamento em outro cargo
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- Contratação, por dispensa de licitação, de serviços de


Transporte Público Urbano.
Defesa (evento 80) – As sucessivas trocas dos Chefes do Executivo,
observadas entre novembro de 2018 e outubro de 2019 (Dixon Ronan
Carvalho – até novembro de 2018; Ednilson Cazelatto – de novembro
de 2018 até 22 de janeiro de 2019; Antonio Miguel Ferrari – de 23 de
janeiro de 2019 até 03 de outubro de 2019 e Ednilson Cazelatto – de 04
de outubro de 2019 até os dias atuais), que acarretou incertezas quanto
ao processamento dos certames licitatórios da espécie, também
motivou a situação de emergência dos contratos de transporte público
de passageiros e de alunos, prestação de serviço essencial que não
deve ser interrompido. Defesa (evento 104) – Os contratos criticados
neste item já estão sendo apreciados em processos específicos de
acompanhamento, com as devidas informações prestadas nos
respectivos autos (TC-015198/989/19, TC-017834/989/19, TC-
023539/989/19, TC-023569/989/19, TC-023570/989/19 e TC-
019464/989/19).

B.3.2.1 - IRREGULARIDADES EM CERTAMES E CONTRATAÇÕES


DECORRENTES DE AUDITORIA REQUERIDA PELO PODER
JUDICIÁRIO (TC-001216.989.20).
- Contrato de locação nº 07/2015 - impropriedades: Ausência da
fase interna de licitação, fragilidade nas avaliações do imóvel e
falta da demonstração da vantagem da contratação, em
desatendimento aos incisos I e II do parágrafo único do artigo
26 da Lei Federal n° 8.666/93.
Defesa – As particularidades e conveniências da locação do imóvel
justificaram a prorrogação do contrato. Cumpriram-se todas as etapas
do processo de prorrogação, com destaque para a redução dos valores

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da locação de R$ 33.000,00 para R$ 27.000,00 (docs.07 e 07.4 –


evento 104).

- Termos de Convênios para Atendimento a Pessoas com


Deficiência - Contratação de prestação de serviço por empresa
com finalidade lucrativa, ainda que o instituto do ajuste tivesse
sido denominado como Convênio. Ocorrência de fuga de
licitação. O serviço contratado consiste em educação especial,
todavia os recursos repassados oneram exclusivamente a
Função Saúde. O Termo de Convênio possui vigência
indeterminada, em desconformidade com o artigo 57 da Lei
Federal n° 8.666/93.
Defesa – Confirmada e recebida a prestação dos serviços conveniados,
coube ao gestor realizar os respectivos pagamentos relativos aos
ajustes firmados pelo antecedente Chefe do Executivo, em 04 de julho
de 2.014 (evento 80). Defesa (evento 104) - A Lei Municipal nº
2.669/2003, alterada pela Lei Municipal nº 2.860/2007, que criou a
Bolsa Especial para Atendimento às Pessoas com Deficiências, autoriza
o Executivo a firmar convênios com escolas especiais para o
atendimento de tal natureza (doc.07.1 – evento 104).

- Termos de prorrogação dos contratos nºs 446/16 e 72/17 –


Locação de veículos para o setor de saúde – Impropriedades:
Ausência de demonstração da vantagem da terceirização da
frota municipal em detrimento da aquisição/manutenção de
veículos próprios. Falta de estudo de dimensionamento da frota.
Precariedade das propostas apresentadas na prévia pesquisa de
preços. Impossibilidade de aferição da compatibilidade dos
preços contratados com os praticados no mercado. A despeito de
parecer jurídico contrário, a municipalidade firmou os termos

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aditivos determinando a abertura de certame para realizar nova


contratação. Até a realização da Fiscalização, não houve a
abertura de certame licitatório para substituir o ajuste de
empresa para locação de veículos, remanescendo vigente o
contrato com a empresa Luiz Viana Transportes Ltda.
Defesa – Após a autorização para que se efetivasse a terceira
prorrogação dos contratos, o Chefe do Executivo determinou a abertura
de nova licitação, em 08 de maio de 2.019 (doc.07 – evento 104).

- Custeio de Tratamento de Saúde em Caráter Personalíssimo -


Impropriedades: Afronta ao princípio da isonomia e à Súmula n º
01 deste Tribunal. Falta de comprovação da economicidade das
despesas pagas, tendo em vista a incompatibilidade com a
tabela referencial dos conselhos profissionais.
Defesa – O custeio do tratamento de saúde derivou de ordem judicial
em Mandado de Segurança nº 1000352-20.2020.8.26.0428 (evento
80). A despeito de o pagamento decorrer de determinação da justiça, o
Departamento de Reabilitação convocou os pacientes para reavaliação,
com vistas a observar se o sistema de saúde do município tem
condições de absorver o tratamento de alguns enfermos (doc.07.2 –
evento 104)

- Contratação Direta para a Prestação de Serviços de Terapia


“ABA”, sem pesquisa de mercado.
Defesa – Sentença judicial autorizou o tratamento dos enfermos na
clínica contratada. O deslocamento dos pacientes com autismo para
outro estabelecimento acarretaria retrocessos na condução dos
trabalhos clínicos. Instaurou-se uma comissão para elaborar edital de
licitação voltada à seleção de escolas especiais para a prestação dos
serviços da aludida terapia (doc.07.2 – evento 104).

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- Aquisição de produtos médicos desprovida de licitação e de


prévio empenho.
Defesa – Os pagamentos escoraram-se em sindicâncias administrativas
para tratar da matéria (evento 80). Houve aquisição direta de materiais
ortopédicos para atendimento de urgências, enquanto não encerrados
os respectivos processos licitatórios para tal finalidade (doc.07.5 –
evento 104).

- Pagamento de despesas de transporte e de refeições


contabilizadas como indenizações.
Defesa – evento 80 - Após o recebimento dos serviços prestados, coube
ao gestor promover os respectivos pagamentos.

B.3.3. - DÍVIDA ATIVA.


- Adoção de poucos mecanismos de cobrança extrajudicial da
dívida.
Defesa – Aproximadamente 45% dos títulos protestados são
recuperados pelo município. A implantação de novo sistema de receitas
tributárias possibilitará ampliar a cobrança administrativa da dívida
ativa (doc.07.3 evento 104).

B.3.4. - OBRAS PARALISADAS:


- A municipalidade possui obra paralisada de construção da
Escola de Educação Infantil – Creche Bairro Bedel.
Defesa – Não houve.

B.3.5. - PAGAMENTOS DE JUROS E MULTAS.


- Pagamento do montante de R$ 107.570,55, relativo à
incidência de juros e multas.

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Defesa (evento 104) – Alertou-se as Secretarias Municipais para


evitarem o encaminhamento intempestivo de notas fiscais ao setor de
finanças com vistas ao devido pagamento. Pequenos atrasos relativos
aos recolhimentos dos encargos sociais não trouxeram prejuízos hábeis
a macular a totalidade dos demonstrativos examinados.

C.1.1. - REDE MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO.


- Existência de demanda não atendida no Ensino Infantil
(creche). Apesar do déficit de vagas, houve despesas em
subfunções relativas ao ensino médio, superior e profissional no
Município.
Defesa (evento 104) – A Administração atendeu todas as famílias que
solicitaram vagas em creches. Despesas com os ensinos médio e
superior somente foram realizadas após o atendimento da totalidade
das crianças da educação infantil.

- Problemas estruturais, elétricos e hidráulicos detectados


durante as fiscalizações dos 1º e 2º quadrimestres nas unidades
escolares.
Defesa – Houve efetiva manutenção das 58 unidades de ensino entre os
exercícios de 2019 e 2020 por meio da Ata de Registros de Preço nº
04/2020 (doc.08 – evento 104).

- A Municipalidade não executou a limpeza das caixas d’água


das escolas a cada seis meses.
Defesa – Homologou-se o Pregão Eletrônico nº 160/2020 objetivando a
contratação de empresa especializada na limpeza e desinfecção dos
reservatórios de água (doc.08 – evento 104).

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- Ausência do Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros nas


escolas, bem como de licença emitida pela Vigilância Sanitária
nas creches.
Defesa – Adotaram-se medidas para a emissão dos Autos de Vistoria do
Corpo de Bombeiros. Conforme o artigo 6º da portaria nº 01 da
3
Vigilância Sanitária , as creches estão dispensadas de obtenção da
licença sanitária (doc.08 – evento 104).

C.1.2. - FISCALIZAÇÃO ORDENADA DA EDUCAÇÃO.


TRANSPORTE ESCOLAR:
- Veículo com placa EFU 2482 - Os alunos transportados não
utilizavam os cintos de segurança, pneus não se encontravam
em condições aceitáveis de utilização, o condutor não portava o
registro atualizado de cada escolar transportado, contendo
nome, data de nascimento e telefone.
Defesa – Não houve.

- A Prefeitura não tem controle dos alunos transportados por


itinerário/veículo.
Defesa – Não houve.

- Inexistem dados individualizados dos veículos utilizados no


transporte escolar, contendo as informações das manutenções
realizadas.
Defesa – Não houve.

3 Art. 6º - Ficam dispensados, atualmente, da Licença sanitária (LS), apesar de


estarem sujeitas à autuação da Vigilância sanitária, os estabelecimentos
compreendidos nas CNAE relacionados no Anexo III desta Portaria. – 8511-2 –
Educação Infantil – Creches.
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- Os veículos não foram submetidos à inspeção semestral junto


à CIRETRAN (ou oficina credenciada) para verificação dos
equipamentos obrigatórios.
Defesa – Não houve.

- Existência de condutores que não possuem comprovante de


aprovação em curso especializado de transporte escolar.
Defesa – Não houve.

- Ausência de responsável pela função de fiscal/gestor do


serviço de transporte escolar na unidade visitada.
Defesa – Não houve.

- Veículo com placa KON 5445 - falta do registrador instantâneo


inalterável de velocidade (cronotacógrafo), os alunos
transportados não utilizavam os cintos de segurança, o condutor
não portava o registro atualizado de cada escolar transportado,
contendo nome, data de nascimento e telefone.
Defesa – Não houve.

- Veículo com placa CPI 5804 - os alunos transportados não


utilizavam os cintos de segurança.
Defesa – Não houve.

MERENDA ESCOLAR: - As instalações físicas da área de preparo


dos alimentos apresentavam as seguintes ocorrências:
problemas nos azulejos e falta de alvará ou licença de
funcionamento emitido pela Vigilância Sanitária.
Defesa – Não houve.

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- Inexistência de Relatório de Inspeção de Boas Práticas emitido


pela Vigilância Sanitária.
Defesa – Não houve.

- Ausência de cardápio especial para alunos com necessidade de


atenção nutricional.
Defesa – Não houve.

- Falta de aplicação de testes de aceitabilidade junto aos alunos


que receberam a merenda.
Defesa – Não houve.

- Inexistência de registro sobre a última fiscalização do


Conselho de Alimentação Escolar - CAE.
Defesa – Não houve.

- Não havia o AVCB – Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros no


prazo de validade.
Defesa – Não houve.

- Não foram realizadas limpeza e higienização periódicas das


caixas d’água.
Defesa – Não houve.

- As portas e janelas das áreas de armazenamento dos


alimentos não possuíam telas milimetradas.
Defesa – Não houve.

- Ausência de controle de itens estocados.

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Defesa para todos os itens – Houve regularização dos defeitos


apontados (doc.08 – evento 104).

C.2. IEG-M – I-EDUC – ÍNDICE C+:


- Nenhum estabelecimento de creche possui sala de aleitamento
materno.
Defesa – As creches da rede municipal (próprias e conveniadas) sempre
priorizaram o aleitamento materno, especialmente até os seis meses de
vida da criança A Prefeitura mantém o Programa PRO-AMAM, criado
pela Lei Municipal nº 3.243/11, com vistas ao estímulo à amamentação
(doc.08 – evento 104).

- A Administração não realizou manutenção / troca periódica


dos brinquedos do pátio infantil nas creches e pré-escolas.
Defesa – A rede de educação infantil conta com brinquedos pedagógicos
higienizados diariamente, bem como com “playgrounds” nos grandes
espaços abertos (doc.08 – evento 104).

- Nem todas as escolas estavam adaptadas para receber


crianças com deficiência.
Defesa – A Secretaria de Obras e Serviços Públicos adotou medidas
para adaptar todas as unidades escolares objetivando receber crianças
com deficiência (doc.08 – evento 104).

- Somente algumas escolas possuem bibliotecas ou salas de


leitura.
Defesa – A leitura dos livros pelos alunos das creches é praticada em
salas de aula, refeitório e jardins. Todas as escolas do ensino
fundamental e médio possuem bibliotecas ou salas de leitura (doc.08 –
evento 104).

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- A Prefeitura possuía mais de 10 alunos por computador para


as turmas dos anos iniciais e finais do ensino fundamental.
Defesa – Quatro colégios do município contam com salas de informática
devidamente equipadas. Nas demais unidades do ensino fundamental
disponibilizaram-se atendimentos de tal natureza financiados com
recursos do programa Federal “PDDE – Qualidade/Educação
Continuada” (doc.08 – evento 104).

- Mais de 10% do quadro de professores dos anos iniciais do


ensino fundamental eram temporários.
Defesa – A Secretaria Municipal de Educação contava, em 2019, com
811 professores efetivos e 77 temporários, quantidade inferior àquela
apontada pela Fiscalização (doc.08 – evento 104).

- Não houve entrega do kit escolar às creches, às pré-escolas e


aos anos iniciais e finais do ensino fundamental.
Defesa – A Administração realizou o Pregão Eletrônico nº
02/2018/FNDE/MEC com vistas à aquisição de kits de material escolar,
cuja entrega ocorreu no início do ano letivo de 2.020 (doc.08 – evento
104).

- Insuficiência de vagas em creches.


Defesa – O Executivo atendeu todas as crianças cujas famílias
solicitaram vagas em creches (doc.08 – evento 104).

- A Prefeitura Municipal possui turmas de creche, de pré-escola,


do ensino fundamental com quantidade de alunos acima do
número recomendado pelo Conselho Nacional de Educação –
CNE, em seu Parecer nº 8, de 05 de maio de 2010.

19
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE SÃO PAULO
GABINETE DO CONSELHEIRO EDGARD CAMARGO RODRIGUES

Defesa – A Lei Complementar Municipal nº 63/2017 estabeleceu a


quantidade máxima de alunos por turma, tanto para a educação
4 5
infantil como para o ensino fundamental (doc.08 – evento 104).

- Menos de 50% dos estabelecimentos de pré-escola e de anos


iniciais e finais do ensino fundamental possuem turmas em
tempo integral e menos de 25% dos alunos dos anos iniciais e
finais do ensino fundamental concluíram o ano letivo em período
integral durante o exercício de 2019.
Defesa – Todas as unidades de creche (municipais e conveniadas) e
EMEIs da municipalidade contam com turmas em período integral. A
Secretaria Municipal de Educação registrou no Plano Plurianual a
necessidade de ampliação/construção de escolas em tempo integral
para os alunos da educação fundamental (doc.08 – evento 104).

D.1.1. – SAÚDE - DEMANDA REPRIMIDA DE PROCEDIMENTOS


CIRÚRGICOS, EXAMES DE MÉDIA E ALTA COMPLEXIDADE E
CONSULTAS.

20
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE SÃO PAULO
GABINETE DO CONSELHEIRO EDGARD CAMARGO RODRIGUES

- Apesar da demanda reprimida por cirurgias, exames e


consultas, as salas 4 e 5 do Centro Cirúrgico permanecem
inativas, o tomógrafo continua parado e existe o aproveitamento
tímido dos serviços colocados à disposição da Prefeitura pela
Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, por meio da Central
de Regulação de Oferta de Serviços de Saúde – CROSS. No
Centro de Especialidades, responsável pelas consultas, existe
pequena carga horária dos especialistas e estrutura limitada,
com quantidade insuficiente de consultórios.
Defesa (evento 80) – Pacientes de toda a região tratam-se no
município, sobrecarregando o seu sistema de saúde. Defesa (evento
104) – Os pontos criticados pela Fiscalização foram sanados, bem como
a carga horária dos especialistas que atuam no Centro de
Especialidades é respeitada e controlada pela Secretaria de Saúde. A
Central de Regulação assumiu a responsabilidade pela organização do
acesso dos usuários do SUS às consultas, exames e procedimentos
especiais com vistas a garantir atendimento integral e equânime aos
munícipes. No início de setembro de 2.020, as atividades ambulatoriais
e eletivas retornaram de forma escalonada, respeitando o
distanciamento determinado pelas autoridades sanitárias. (doc.09 –
evento 104). A Prefeitura adquiriu materiais ortopédicos para atender a
demanda reprimida de procedimentos cirúrgicos, bem como efetuou
manutenções preventivas para viabilizar a abertura das salas cirúrgicas.
Realizaram-se mutirões de cirurgias ginecológicas e de catarata com
vistas a reduzir a demanda reprimida (doc.09.7 – evento 104).

D.1.2. - REDE MUNICIPAL DE SAÚDE.


- Ociosidade e falta de aparelhamento nos setores de
enfermaria ginecológica e o centro obstétrico do Hospital
Municipal de Paulínia.

21
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE SÃO PAULO
GABINETE DO CONSELHEIRO EDGARD CAMARGO RODRIGUES

Defesa – Houve planejamento para a ocupação das áreas no segundo


semestre de 2.020. Porém, em decorrência da Pandemia, a Unidade
Respiratória foi instalada na enfermaria de ginecologia, enquanto
efetuaram-se adaptações no Centro Obstétrico para abrigar a UTI Geral
e o Departamento de Oncologia (doc.08 – evento 104).

- Defeitos estruturais e hidráulicos detectados nas unidades de


saúde durante as fiscalizações realizadas nos 1º e 2º
quadrimestres de 2019.
Defesa (evento 104) – Adotaram-se medidas para debelar a falha
detectada.

- Nem todas as suas Unidades de Saúde controlam a frequência


de seus servidores por meio de Ponto Eletrônico (Biometria).
Defesa (evento 104) – Em todas as repartições públicas estão sendo
instalados pontos eletrônicos de biometria.

- Desabastecimento e falta de controle de medicamentos.


Defesa – A municipalidade implantou sistema de controles de
medicamentos nas unidades e centrais de abastecimento.

- Ausência de AVCB, bem como de licença emitida pela


Vigilância Sanitária.
Defesa – A administração adotou providências para a expedição dos
documentos reclamados pela Fiscalização (doc.09 – evento 104).

D.1.3. - FISCALIZAÇÃO ORDENADA NA SAÚDE - HOSPITAIS,


UPAs e UBSs:
- Demora no atendimento.

22
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE SÃO PAULO
GABINETE DO CONSELHEIRO EDGARD CAMARGO RODRIGUES

Defesa – A Administração segue a classificação de riscos baseada no


Protocolo de Manchester, que dimensionou o tempo adequado de
espera dos pacientes em decorrência da sua patologia (doc.09.1 –
evento 104).

- As escalas das jornadas de trabalho dos médicos, dos


enfermeiros e dos demais profissionais da saúde não estão em
local acessível ao público.
Defesa – As escalas de jornadas de trabalho ficam à disposição do
público em geral em local de fácil visualização (doc.09.1 – evento 104).

- Existência de medicamentos com prazo de validade vencido.


Defesa – A Administração mantém controle sobre o prazo de validade
dos medicamentos (doc.09.1 – evento 104).

- Até a data de realização da fiscalização ordenada, o hospital


ainda não se encontrava em integral operação.
Defesa – Em junho de 2019, encontravam-se em funcionamento o
Departamento de Oncologia, Ambulatórios de Urologia e Ortopedia
(doc.09.1 – evento 104).

- As novas áreas de Enfermaria Ginecológica e Centro Obstétrico


não estavam em atividade.
Defesa – Existia o planejamento para a ocupação de tais áreas até o
segundo semestre de 2.020. Em fevereiro de 2.020, em decorrência da
Pandemia, a enfermaria de ginecologia foi adaptada para funcionar
como Unidade Respiratória e, em setembro de 2.020, o Centro
Obstétrico foi utilizado como UTI Geral. Atualmente, todas as áreas do
hospital encontram-se em atividade (doc.09.1 – evento 104).

23
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE SÃO PAULO
GABINETE DO CONSELHEIRO EDGARD CAMARGO RODRIGUES

D.2. IEG-M – I-SAÚDE – ÍNDICE C:


- Os recursos financeiros municipais destinados ao Sistema
Único de Saúde (SUS) não são movimentados em contas
bancárias próprias.
Defesa – Não houve.

- A Prefeitura não apresentou os Relatórios dos 1º e 2º


Quadrimestres de 2019 em audiência pública na Câmara
Municipal.
Defesa – Não houve.

- Nem todas as unidades de saúde (estabelecimentos físicos)


possuem AVCB (Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros) ou
CLCB (Certificado de Licença do Corpo de Bombeiros).
Defesa – Não houve.

- Havia unidades de saúde que necessitavam de reparos


(conserto de janelas, rachaduras, infiltrações, fiação elétrica,
substituição de azulejos danificados, etc.), em dezembro de
2019.
Defesa (evento 104) – Realizaram-se reformas para a melhoria da
infraestrutura das UBSs São José, Centro 1, João Aranha e Parque da
Represa (doc.09.4 – evento 104).

- A Prefeitura realizou menos de sete consultas e de dois


exames de pré-natal em gestantes no ano de 2019.
Defesa – O município ampliou as horas médicas de
ginecologistas/obstetras ofertando mais atendimentos. Houve
implantação de protocolos de pré-natal para consultas de enfermagem
(doc.09.4 – evento 140).

24
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE SÃO PAULO
GABINETE DO CONSELHEIRO EDGARD CAMARGO RODRIGUES

- A Administração não adotou a Estratégia de Saúde da Família


em sua rede de serviços como a estratégia prioritária de
organização da Atenção Básica.
Defesa (evento 104) – A Secretaria de Saúde implantou novo modelo
de atenção na rede básica, realizando reuniões para a discussão de
casos, visitas domiciliares e cadastramento das Equipes de Atenção
Básica.

- O Executivo não disponibiliza serviço de agendamento de


consulta médica nas UBSs de forma não presencial, falta de
controle de absenteísmo de consultas e ausência do Prontuário
Eletrônico do Paciente.
Defesa (evento 104) – O sistema ESUS-AB encontra-se em processo de
instalação e contemplará o agendamento de consultas de forma não
presencial, o controle de absenteísmo de consultas e o Prontuário
Eletrônico do Paciente.

- A Prefeitura não formalizou termo de adesão ao "Programa


Recomeço: uma vida sem drogas"
Defesa – Não houve.

- A Administração não possui Centro de Atenção Psicossocial -


CAPS AD II e nem Unidade de Acolhimento Infantil.
Defesa – Não houve.

- Apenas parte dos serviços assistenciais ofertados pelo CAPS


está disponibilizada no sistema de regulação municipal.
Defesa – Não houve.

25
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE SÃO PAULO
GABINETE DO CONSELHEIRO EDGARD CAMARGO RODRIGUES

- A Prefeitura não aderiu formalmente ao programa “De Volta


para Casa”
Defesa – Não houve.

- Ausência do componente municipal do Sistema Nacional de


Auditoria (SNA).
Defesa – Não houve.

E.1. - IEG-M – I-AMB – ÍNDICE C:


- A Prefeitura não estimula projetos e/ou ações que promovam
o uso racional de recursos naturais.
Defesa – Não houve.

- A Administração realiza poda/manutenção das árvores apenas


por solicitação.
Defesa – Não houve.

- Inexistência de um plano emergencial com ações para


fornecimento de água potável à população em caso de sua
escassez.
Defesa – Não houve.

- Falta de ações e medidas de contingenciamento para os


períodos de estiagem.
Defesa – Não houve.

- Os Planos Municipais de Saneamento Básico e de Gestão


Integrada de resíduos Sólidos não possuem cronograma com as
metas a serem cumpridas.
Defesa – Não houve.

26
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE SÃO PAULO
GABINETE DO CONSELHEIRO EDGARD CAMARGO RODRIGUES

- A Prefeitura não disponibilizou a coleta seletiva porta a porta


por associações ou cooperativas de catadores, bem como na
modalidade Pontos de Entrega Voluntária (PEVs).
Defesa – Não houve.

- Não há periodicidade na coleta seletiva realizada no


Município. Defesa – Não houve.

- Falta de orientação e incentivo da Administração por meio de


ações ou campanhas sobre a importância da coleta seletiva.
Defesa – Não houve.

- Inexistência do Plano de Gerenciamento de Resíduos da


Construção Civil (PGRCC).
Defesa – Não houve.

- Ausência do Plano de Gerenciamento dos Resíduos de Serviços


de Saúde (PGRSS).
Defesa – Não houve.

F.1. IEG-M – I-CIDADE – ÍNDICE B+:


- Inexistência do Conselho Municipal de Proteção e Defesa Civil
devidamente regulamentado.
Defesa – Não houve.

- Ausência de sinal, dispositivo ou sistema de alarme para


desastres com o objetivo de avisar a população durante a
ocorrência do evento.
Defesa – Não houve.

27
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE SÃO PAULO
GABINETE DO CONSELHEIRO EDGARD CAMARGO RODRIGUES

- A Prefeitura não possui cadastro da lista de fornecedores para


coleta e distribuição de suprimentos de ajuda humanitária.
Defesa – Não houve.

- Falta de estudo de avaliação da segurança de todas as escolas


e centros de saúde.
Defesa – Não houve.

- Não foram estabelecidas metas de qualidade e desempenho


para o transporte público coletivo municipal.
Defesa – Não houve.

- A Administração deixou de realizar pesquisa de satisfação dos


usuários do transporte público coletivo.
Defesa – Não houve.

- Falta de regulamentação do transporte remunerado privado


individual de passageiros.
Defesa – Não houve.

- Nem todo calçamento público possui acessibilidade para


pessoas com deficiência e restrição de mobilidade.
Defesa – Não houve.

- Somente parte das vias públicas no Município conta com


manutenção adequada.
Defesa – Não houve.

28
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE SÃO PAULO
GABINETE DO CONSELHEIRO EDGARD CAMARGO RODRIGUES

G.1.1. - LEI DE ACESSO À INFORMAÇÃO E LEI DA


TRANSPARÊNCIA FISCAL:
- Nem todos os relatórios permitem a gravação em diversos
formatos eletrônicos de modo a facilitar a análise das
informações.
Defesa (evento 104) – Administração disponibiliza todas as informações
nos moldes da Lei de Transparência no ícone “PORTAL
TRANSPARÊNCIA”.

- O “site” da Prefeitura e o Portal da Transparência possuem


elementos de acessibilidade para deficientes, todavia há
margem para ampliação desses elementos.
Defesa (evento 104) - O “layout do site” da Prefeitura contém
informações públicas, além de notícias da administração sempre
atualizadas, espaço para consultas públicas e divulgação dos atos
administrativos.

G.2. - FIDEDIGNIDADE DOS DADOS INFORMADOS AO SISTEMA


AUDESP.
- Divergências entre os dados informados pela origem e aqueles
constantes do Sistema Audesp.
Defesa (evento 104) – Defeito corrigido.

G.3. - IEG-M – I-GOV TI – ÍNDICE C+:


- A Prefeitura não disponibiliza, periodicamente, programas de
capacitação e atualização para os servidores de Tecnologia da
Informação.
Defesa – Não houve.

29
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE SÃO PAULO
GABINETE DO CONSELHEIRO EDGARD CAMARGO RODRIGUES

- Inexistência de um Plano Diretor de Tecnologia da Informação


(PDTI) vigente.
Defesa – Não houve.

- Falta de Política de Segurança da Informação formalmente


instituída e de cumprimento obrigatório.
Defesa – Não houve.

H.1. PERSPECTIVAS DE ATINGIMENTO DAS METAS PROPOSTAS


PELA AGENDA 2030 ENTRE PAÍSES-MEMBROS DA ONU,
ESTABELECIDAS POR MEIO DOS OBJETIVOS DE
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL –ODS.
- Potencial não atendimento das metas de desenvolvimento
sustentável da ONU.
Defesa (evento 104) – O Executivo adotou medidas voltadas ao
cumprimento das metas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável
– ODS.

H.3. - ATENDIMENTO À LEI ORGÂNICA, INSTRUÇÕES E


RECOMENDAÇÕES DO TRIBUNAL:
- Cumprimento parcial das Instruções e recomendações deste
Tribunal.
Defesa (evento 104) – Envidaram-se esforças para atender as
Instruções e recomendações deste Tribunal.

Unidade de Economia da Assessoria Técnica


destaca que as movimentações financeiras não provocaram desajuste
fiscal, uma vez revelados déficits orçamentário (0,39% da receita
realizada) e financeiro (R$ 90.020.675,70) abaixo do patamar tolerado
por este Tribunal (um mês de arrecadação), destacando a adimplência

30
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE SÃO PAULO
GABINETE DO CONSELHEIRO EDGARD CAMARGO RODRIGUES

do Executivo em relação aos precatórios, aos encargos sociais e às


prestações dos parcelamentos dos débitos previdenciários, além dos
resultados econômico e patrimonial positivos e da redução de 4,91% do
saldo da dívida consolidada em relação ao exercício anterior. Entende
que a baixa recuperação das importâncias inscritas em dívida ativa
(8,31% do estoque) pode ser objeto de recomendação. Opina pela
aprovação dos balanços em exame (evento 116.1).

Assessoria Jurídica observa a regular aplicação dos


recursos no ensino e na saúde, o recolhimento integral dos encargos
sociais, a realização de despesas com pessoal aquém do teto legal, bem
como a correta transferência de duodécimos ao Legislativo. Manifesta -
se pela regularidade dos demonstrativos em perspectiva (evento
116.2).

Chefia de ATJ acolhe os pareceres das Assessorias


Técnicas que oficiaram nos autos (evento 116.3).

D. Ministério Público recomenda a emissão de


parecer desfavorável à aprovação das contas à vista do déficit
orçamentário sem respaldo em superávit financeiro do exercício
anterior, da excessiva modificação da peça orçamentária, da expansão
da dívida flutuante (20,27%), da insuficiência de recursos para honrar
os compromissos de curto prazo registrados no Passivo Financeiro, da
manutenção do déficit financeiro, de irregularidades no quadro de
pessoal, da manutenção de cargos comissionados sem as características
de direção, chefia e assessoramento, do pagamento de benefícios
institucionais a servidores e de gratificações a comissionados, da
ausência de Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros nos imóveis da
Prefeitura, dos dispêndios com encargos moratórios (R$ 107.570,55),

31
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE SÃO PAULO
GABINETE DO CONSELHEIRO EDGARD CAMARGO RODRIGUES

da demanda reprimida na educação infantil (creche), de problemas


estruturais nas escolas e da deficiente gestão das políticas voltadas à
saúde.

SDG manifesta-se pela reprovação das contas à vista


de graves irregularidades observadas gestão dos setores de ensino e da
saúde, notadamente diante dos problemas estruturais em seus prédios
e da demanda reprimida de vagas nas creches e de procedimentos
cirúrgicos, exames de alta e média complexidade e consultas, a
despeito dos expressivos recursos financeiros direcionados àqueles
setores.

Critica também a complementação de aposentadorias


com recursos do tesouro, bem assim os dispêndios (R$ 107.578,55)
com o pagamento de juros e multa em face do atraso na liquidação dos
encargos devidos ao INSS, a existência de cargos em comissão sem as
características de direção, chefia e assessoramento, a concessão de
abonos cumulativos sem contraprestação de serviços específicos, o
pagamento de prêmio de assiduidade e desempenho, os déficits
orçamentário e financeiro, as alterações orçamentárias em montante
correspondente a 31,45% das despesas inicialmente fixadas, a falta de
adoção dos mecanismos disponíveis para a cobrança da dívida ativa e a
realização de despesas sem licitação (evento 130).

SÍNTESE DO APURADO

32
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE SÃO PAULO
GABINETE DO CONSELHEIRO EDGARD CAMARGO RODRIGUES

Pareceres anteriores:

6
Exercício de 2016: Desfavorável (TC-004430.989.16-0)

6 TC-004430.989.16-0 – Contas do Prefeito de Paulínia – Exercício de 2016 – Parecer


Desfavorável à aprovação das contas em face dos déficitS orçamentário (6,37% da
receita arrecadada) e financeiro (R$ 162.734.304,84 – 2 meses de arrecadação), da falta
de liquidez para suportar os compromissos de curto prazo (índice de liquidez imediata –
0,11), do incremento da dívida ativa (R$ 17.984.193,27), da falta de instituição da
Contribuição da Iluminação pública, das excessivas alterações orçamentárias (36,63%
da despesa inicial fixada) do recolhimento parcial dos valores devidos ao INSS, da falta
de pagamento das prestações relativas aos acordos de parcelamento da dívida
previdenciária, dos excessivos pagamentos de subsídios aos Agentes Políticos, das
irregularidades na execução do contrato nº 76/2011 voltado à coleta e transporte de
resíduos domiciliares, comercial e de varrição de vias públicas, bem como de falhas no
setor de ensino. Segunda Câmara – Sessão de 04 de dezembro de 2.018. Relator: e.
Conselheiro Dimas Ramalho. Pedido de Reexame (TC-020332.989.19-3) Conhecido e
desprovido, afastando as irregularidades afetas à execução dos contratos.Tribunal Pleno
– Sessão de 27 de novembro de 2.019 – Relator: e. Conselheiro Dimas Ramalho.

33
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE SÃO PAULO
GABINETE DO CONSELHEIRO EDGARD CAMARGO RODRIGUES

7
Exercício de 2017: Desfavorável (TC-006908.989.16-3)
8
Exercício de 2018: Desfavorável (TC-004665.989.18-2)

É o relatório.
GCECR
JMCF

7 TC-006908.989.16-3 – Contas do Prefeito de Paulínia – Exercício de 2017 – Parecer


Desfavorável à aprovação das contas em face os resultados insatisfatórios verificados in
loco nas áreas de educação e saúde, as irregularidades constatadas no quadro de
pessoal e o descumprimento das vedações previstas no artigo 22, parágrafo único, da
Lei de Responsabilidade Fiscal. Primeira Câmara – Sessão de 19 de novembro de 2.019
– Relator: e. Conselheiro Edgard Camargo Rodrigues. Pedido de Reexame (TC-
002478.989.20-5) Conhecido e Desprovido. Tribunal Pleno – Sessão de 21 de outubro
de 2.020 – Relator: e. Conselheiro Antonio Roque Citadini.

8 TC-004665.989.18-2 – Contas do Prefeito de Paulínia – Exercício de 2018 –


Parecer Desfavorável à aprovação das contas em face das excessivas despesas
com pessoal (56,77% da RCL), do déficit financeiro (R$ 104.656.904,38 – 31 dias
de RCL), do incremento das dívidas de curto e longo prazo em relação ao
exercício de 2017, das alterações orçamentárias (25,42% da despesa fixada –
inicial) acima do índice de inflação do período, da majoração dos subsídios dos
Agentes políticos por meio de Decreto, dos expressivos gastos com locação de
imóveis (R$ 3.701.754,68) e da falta de sistema de controle interno. Primeira
Câmara – Sessão de 01 de dezembro de 2.020 – Relator: e. Conselheiro Sidney
Estanislau Beraldo. Pedidos de Reexame (TC-004424.989.21-8 e TC-
004871.989.21-6) pendentes de apreciação em 04 de outubro de 2.021.
34
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE SÃO PAULO
GABINETE DO CONSELHEIRO EDGARD CAMARGO RODRIGUES

TC–005006.989.19-8

VOTO

Título Situação Ref.

Aplicação no Ensino – CF, art. 212 33,40% (25%)

FUNDEB – Lei federal nº 11.494/07, art. 21, caput e §2º 100% (95% - 100%)

Pessoal do Magistério – ADCT da CF, art. 60, XII 100% (60%)

Despesa com Pessoal – LRF, art. 20, III, “b” 51,93% (54%)

Saúde – ADCT da CF, art. 77, III 23,49% (15%)

Execução Orçamentária Déficit – 0,39%

Resultado Financeiro Déficit R$ 90.020.675,70

Índice de Efetividade da Gestão Municipal

ÍNDICE ASSUNTO RESULTADO

i-AMB Índice Municipal do Meio Ambiente : Infraestrutura, C


Contingenciamento, Resíduos Sólidos, IQR, Programa
Ambiental, Plano Municipal de Saneamento.

i-CIDADE Índice Municipal de CidadesProtegidas: B+

35
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE SÃO PAULO
GABINETE DO CONSELHEIRO EDGARD CAMARGO RODRIGUES

Contingenciamento, Infraestrutura, Pessoal, Plano de


Mobilidade Urbana, SIDEC (DEFESA CIVIL)

i-EDUC Índice Municipal de Educação: Avaliação Escolar, C+


Conselho Municipal de Educação, Infraestrutura, Material
Escolar, Merenda, Mínimo Constitucional, Plano Municipal
de Educação, Professor, Transporte Escolar, Uniforme,
Vagas.

i-FISCAL Índice Municipal de Gestão Fiscal: Dívida Ativa, Dívida B


Fundada, Execução Orçamentária, Finanças, Gestão
Fiscal, Precatórios, Transparência.

i-GOV TI Índice Municipal de Governança de Tecnologia da C+


Informação: Diretrizes de TI, Pessoal, Sistema AUDESP,
Transparência.

i-PLANEJAMENTO Índice Municipal do Planejamento: Investimento, C


Pessoal, Programas e Metas.

i-SAÚDE Índice Municipal da Saúde : Atenção Básica, C


Atendimento à População,Campanha,Conselho
Municipal de Saúde, Equipe de Saúde da Família,
Infraestrutura, Mínimo Constitucional, Profissionais da
Saúde.

RESULTADO DO IEGM- Índice de Eficiência da Gestão Municipal = C+

A B+ B C+ C

Altamente Efetiva Muito Efetiva Efetiva Em fase de adequação Baixo nível de adequação

Preliminarmente, cabe destacar a impossibilidade de


se deferir pleito do Responsável, Sr. Ednilson Cazelatto, para que se
segreguem as responsabilidades dos gestores que responderam pela

36
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE SÃO PAULO
GABINETE DO CONSELHEIRO EDGARD CAMARGO RODRIGUES

Prefeitura de Paulínia no exercício de 2019, tendo em conta que o


Tribunal de Contas emite parecer sobre a integralidade da gestão
administrativa, sem mensurar as ações individuais dos mandatários que
atuaram em determinado período.

9
Nos termos do artigo 2º da Lei Federal nº 4.320/64 ,
a execução orçamentária deve caminhar na trilha dos princípios da
anualidade, universalidade e unidade, cabendo ao controle externo
apreciar os balanços anuais de forma indivisível, sem que se distingam
as ações empreendidas por um determinado gestor.

Com relação à apreciação propriamente dita das


contas dos Prefeitos de Paulínia, afetas ao exercício de 2.019, verifica -
se o escorreito pagamento dos subsídios aos agentes políticos, fixados
por meio da Lei Municipal nº 3.447/15, sem concessão de Revisão Geral
Anual no período auditado. Apresentaram-se, ainda, as declarações de
bens dos mandatários municipais, nos termos da Lei Federal nº
8.429/92.

Houve adequado recolhimento das importâncias


devidas ao INSS, ao Instituto de Previdência dos Funcionários Públicos
do Município de Paulínia – PAULIPREV, ao FGTS e ao PASEP, bem assim
o Executivo adimpliu as prestações oriundas dos acordos de
parcelamento da dívida previdenciária (INSS e PAULIPREV), além dos
débitos afetos ao Programa Especial de Regularização Tributária – PERT,
à Empresa Municipal de Desenvolvimento de Paulínia - EMDEP, ao
Departamento de águas e Energia Elétrica - DAEE e à Agência

9 Art. 2° A Lei do Orçamento conterá a discriminação da receita e despesa de


forma a evidenciar a política econômica financeira e o programa de trabalho do
Governo, obedecidos os princípios de unidade universalidade e anualidade.
37
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE SÃO PAULO
GABINETE DO CONSELHEIRO EDGARD CAMARGO RODRIGUES

Metropolitana de Campinas - AGECAMP. A Municipalidade dispõe de


Certificado de Regularidade Previdenciária (Arquivo 13 – Evento 69).
A Administração promoveu repasses à Câmara em
quantia (R$ 27.803.810,89) correspondente a 2,08% da Receita
Tributária Ampliada do Exercício Anterior (R$ 1.338.826.902,16),
aquém do limite (4,5%) imposto pelo inciso IV do artigo 29-A da
10
Constituição Federal .

Atrelada ao regime ordinário de pagamento de


precatórios, a Administração liquidou a integralidade do montante (R$
R$ 24.246.136,30) devido no período, bem assim os requisitórios de
baixa monta exigíveis no exercício (R$ 1.263.551,48). Certidão da
Diretoria de Execuções de Precatórios e Cálculo – DEPRE – do E.
Tribunal de Justiça (evento 69 - Arquivo 12), expedida em 10 de julho
de 2.020, atesta que o Executivo encontra-se adimplente quanto à
liquidação da sua dívida judicial.

10 Art. 29-A. O total da despesa do Poder Legislativo Municipal, incluídos os


subsídios dos Vereadores e excluídos os gastos com inativos, não poderá ultrapassar
os seguintes percentuais, relativos ao somatório da receita tributária e das
transferências previstas no § 5 o do art. 153 e nos arts. 158 e 159, efetivamente
realizado no exercício anterior.
IV - 4,5% (quatro inteiros e cinco décimos por cento) para Municípios com população
entre 500.001 (quinhentos mil e um) e 3.000.000 (três milhões) de habitantes;
38
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE SÃO PAULO
GABINETE DO CONSELHEIRO EDGARD CAMARGO RODRIGUES

Consoante apontado pela Equipe de Inspeção, a


abertura de créditos adicionais, bem como a realização de
transferências, remanejamentos ou transposições alcançaram valor (R$
483.733.384,21) correspondente a 31,45% da Despesa Fixada Inicial,
patamar superior ao limite previsto no artigo 8º da Lei Municipal nº
11
3.645/2018 (LOA/19 - 25% da Receita Fixada Inicial) , demonstrando

o inadequado planejamento orçamentário e inobservância ao princípio


da transparência. Deve a origem, portanto, observar as prescrições do
artigo 165, § 8º, da Constituição Federal quanto à elaboração do

11 Art.8º O Poder Executivo é autorizado, nos termos da Constituição Federal, a:


I - Realizar operações de crédito até o limite estabelecido pela legislação em vigor;
II - Abrir créditos adicionais suplementares até o limite de 25% (vinte e cinco por
cento) do orçamento das despesas, nos termos da legislação vigente;
III - Transpor, remanejar ou transferir recursos em 25% (vinte e cinco por cento) do
orçamento das despesas, de uma categoria de programação para outra, desde que
dentro da mesma Secretaria, em atendimento às necessidades da Administração; IV -
Transpor, remanejar ou transferir recursos em 12% (doze por cento) do orçamento das
despesas, de uma categoria de programação para outra, entre
Secretarias diferentes, em atendimento às necessidades da Administração; V -
Contingenciar parte das dotações, quando a evolução da receita comprometer os
resultados previstos.
§ 1º - Não onerarão o limite previsto no inciso II, os créditos destinados a suprir
insuficiência nas dotações orçamentárias relativas à pessoal ativos, inativos e
pensionistas, dívida pública, precatórios judiciais e despesas à conta de recursos
vinculados.
§ 2º - A lei poderá autorizar e, desde que assim expresso, criar diretamente crédito
adicional.
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TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE SÃO PAULO
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projeto de lei orçamentária, bem assim equalizar as fases de


planejamento e execução do orçamento, de modo a evitar a ocorrência
de elevados percentuais de alterações de tal natureza.

Todavia tais movimentações do orçamento não


prejudicaram em demasia o equilíbrio das contas almejado pelo § 1º do
12
artigo 1º da Lei de Responsabilidade Fiscal , pois evidenciado diminuto
déficit orçamentário (0,39% - R$ 4.918.740,06 das Receitas Realizadas
– 1,40 dia de arrecadação), bem assim retração de 13,98% do déficit
financeiro em relação ao exercício anterior, alcançando montante (R$
90.020.675,70) equivalente a 25,70 dias de arrecadação (RCL/2019 –
R$ 1.260.516.126,48), patamar tolerado pela jurisprudência deste
Tribunal. Também observada evolução dos resultados econômico
(182,08%) e patrimonial (9,20%) quando cotejados com aqueles
apurados em 2.018.

Parágrafo único. Excluem-se deste limite, os créditos adicionais


suplementares,decorrentes de leis municipais específicas aprovados no exercício.
12 Art. 1o Esta Lei Complementar estabelece normas de finanças públicas
voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal, com amparo no Capítulo II do
Título VI da Constituição.
§ 1o A responsabilidade na gestão fiscal pressupõe a ação planejada e
transparente, em que se previnem riscos e corrigem desvios capazes de afetar o
equilíbrio das contas públicas, mediante o cumprimento de metas de resultados
entre receitas e despesas e a obediência a limites e condições no que tange a
renúncia de receita, geração de despesas com pessoal, da seguridade social e
outras, dívidas consolidada e mobiliária, operações de crédito, inclusive por
antecipação de receita, concessão de garantia e inscrição em Restos a Pagar.
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Demais, a despeito do crescimento da dívida


flutuante (20,27%) em relação a 2018, após deduzir os valores inscritos
em restos a pagar não processados, a equipe de inspeção verificou que
o Executivo possuía liquidez face aos compromissos de curto prazo
registrados no Passivo Circulante (índice de liquidez imediata – 1,02).
Também notou o decréscimo de 4,91% do passivo de longo prazo em
relação ao antecedente exercício (2018).

As despesas com pessoal e reflexos mantiveram-se


acima do limite de 54% da Receita Corrente Líquida, previsto na alínea
13
“b” do inciso III do artigo 20 da Lei Complementar nº 101/00 no

b) 54% (cinquenta e quatro por cento) para o Executivo.


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primeiro (54,69% da RCL) e no segundo (55,68% da RCL)


quadrimestre do exercício em apreço. Entretanto, verificou-se a
recondução dos dispêndios de tal natureza no terceiro e último
quadrimestre do exercício (2019), pois limitados a 51,93% da Receita
Corrente Líquida, mantendo-se abaixo do aludido teto legal no decorrer
14
do período subsequente (2.020) .

A Prefeitura concedeu abono aos funcionários por


meio da Lei Municipal nº 3.345/2013, bem assim pagou prêmio de
assiduidade e desempenho, conforme o previsto na Lei Municipal nº
3.362/2014, transformou cargos da Administração, amparado nas Leis
Complementares Municipais nº 65 e 66/2.017, além de ter efetuado a
complementação de aposentadoria e pensões com recursos do Tesouro,
amparado na Lei Complementar Municipal nº 18/2.001.

14 Despesas com Pessoal – Exercício de 2.020 – dados extraídos do relatório de


fiscalização inserto no evento nº 105-97 do TC-003354.989.20-4.
1º Quadrimestre/2.020 - 50,71% da RCL
2º Quadrimestre/2.020 - 50,98% da RCL
3º Quadrimestre/2.020 - 50,46% da RCL
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À vista de potencial inconstitucionalidade das


mencionadas leis municipais, acolho proposta da equipe de inspeção e
determino seja cópia do item “B.1.9 – Demais Aspectos Sobre Recursos
Humanos” do relatório de fiscalização (evento 69-61) encaminhada ao
d. Ministério Público Estadual, para as providências que julgar
oportunas.

Contudo, a Fiscalização observou que, no decorrer do


exercício, os gastos com pessoal permaneceram acima do limite
15
prudencial de despesas da espécie , sujeitando a Prefeitura às
vedações impostas nos incisos I, II, III, IV e V do parágrafo único do
16
artigo 22 da Lei de Responsabilidade Fiscal .

151º Quadrimestre – 54,69% da RCL


2º Quadrimestre – 55,68% da RCL
3º Quadrimestre – 51,93% da RCL
16Art. 22. A verificação do cumprimento dos limites estabelecidos nos arts. 19 e 20
será realizada ao final de cada quadrimestre.
Parágrafo único. Se a despesa total com pessoal exceder a 95% (noventa e
cinco por cento) do limite, são vedados ao Poder ou órgão referido no art. 20 que
houver incorrido no excesso:

I - concessão de vantagem, aumento, reajuste ou adequação de remuneração a


qualquer título, salvo os derivados de sentença judicial ou de determinação legal
ou contratual, ressalvada a revisão prevista no inciso X do art. 37 da Constituição;
II - criação de cargo, emprego ou função;

III - alteração de estrutura de carreira que implique aumento de despesa;

IV - provimento de cargo público, admissão ou contratação de pessoal a qualquer


título, ressalvada a reposição decorrente de aposentadoria ou falecimento de
servidores das áreas de educação, saúde e segurança;
V - contratação de hora extra, salvo no caso do disposto no inciso II do § 6o do art.
57 da Constituição e as situações previstas na lei de diretrizes orçamentárias.
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Nada obstante, diversamente do previsto no inciso IV


do mencionado dispositivo legal (artigo 22, parágrafo único da Lei de
Responsabilidade Fiscal) e, em prejuízo à aprovação das presentes
contas, a Administração nomeou 119 servidores para o provimento de
cargos em comissão, cujas atribuições daqueles denominados “Assessor
Especial de Políticas Públicas I e II” não possuem as características de
direção, chefia e assessoramento definidas no inciso V do artigo 37 da
17
Constituição Federal . Da mesma forma, a Administração não exigiu

nível de escolaridade universitário para o provimento do cargo


comissionado de Assistente de Gabinete (Arquivo 17 – evento 69),
18
contrariando o item 8 do Comunicado SDG nº 32/2015 .

Já o ensino municipal mereceu aplicação de valor


equivalente a 33,40% da receita resultante de impostos (artigo 212 da
19
CF ) e 100% dos recursos do FUNDEB constituíram a quantia destinada

17Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da


União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios
de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao
seguinte:
V - as funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes
de cargo efetivo, e os cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de
carreira nos casos, condições e percentuais mínimos previstos em lei, destinam -
se apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento;

18Comunicado SDG nº 32/2015 - O Tribunal de Contas do Estado de São Paulo,


em sua permanente tarefa de orientação aos seus jurisdicionados, recomenda a
observância de aspectos relevantes na elaboração das leis orçamentárias anuais e
demais instrumentos de interesse que podem, assim, ser resumidos:(...)
8. As leis devem definir com clareza as atribuições e a escolaridade exigidas para
provimento de cargos em comissão de Direção e Assessoria exclusivos de nível
universitário, reservando-se aos de Chefia a formação técnico-profissional
apropriado. (g.n.)

44
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aos profissionais do Magistério, de acordo, portanto, com o disposto no


20
artigo 60, inciso XII, do ADCT .

Além disso, constou do relatório de inspeção a


utilização da integralidade do montante advindo do FUNDEB no período
examinado, em atendimento à regra do artigo 21, § 2º, da Lei Federal
21
nº 11.494/07 .

Entretanto, a baixa qualidade dos elevados


investimentos direcionados ao ensino, que maculam a aprovação das
presentes contas, também contribuiu para a rejeição dos balanços do

19Art. 212. A União aplicará, anualmente, nunca menos de dezoito, e os Estados,


o Distrito Federal e os Municípios vinte e cinco por cento, no mínimo, da receita
resultante de impostos, compreendida a proveniente de transferências, na
manutenção e desenvolvimento do ensino.

20 Art. 60. Até o 14º (décimo quarto) ano a partir da promulgação desta Emenda
Constitucional, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios destinarão parte dos
recursos a que se refere o caput do art. 212 da Constituição Federal à manutenção
e desenvolvimento da educação básica e à remuneração condigna dos
trabalhadores da educação, respeitadas as seguintes disposições:
XII - proporção não inferior a 60% (sessenta por cento) de cada Fundo referid o no
inciso I do caput deste artigo será destinada ao pagamento dos profissionais do
magistério da educação básica em efetivo exercício
21 Art. 21. Os recursos dos Fundos, inclusive aqueles oriundos de complementação da
União, serão utilizados pelos Estados, pelo Distrito Federal e pelos Municípios, no
exercício financeiro em que lhes forem creditados, em ações consideradas como de
manutenção e desenvolvimento do ensino para a educação básica pública, conforme
disposto no art. 70 da Lei 9.394, de 20 de dezembro de 1996.
§ 2o Até 5% (cinco por cento) dos recursos recebidos à conta dos Fundos,
inclusive relativos à complementação da União recebidos nos termos do § 1 o do
art. 6o desta Lei, poderão ser utilizados no 1o (primeiro) trimestre do exercício
imediatamente subsequente, mediante abertura de crédito adicional.

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Executivo de Paulínia, afetos ao antecedente exercício, tratados no


processo TC-004665.989.18-2, notadamente em face da falta de
manutenção e dos desarranjos estruturais nos prédios das escolas
municipais.

Ainda que a Secretaria Municipal de Educação tivesse


noticiado a realização de obras de manutenção das unidades escolares

46
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE SÃO PAULO
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22
(doc.08 e anexo I – evento 104), remanesceram graves defeitos , bem
como a falta do Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros para diversas

22

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unidades escolares, comprometendo a segurança dos alunos,


professores e demais profissionais que atuam no setor.

Da mesma forma, apesar da expressiva quantia


destinada ao setor no exercício (R$ 456.385.179,25), o resultado das
Fiscalizações Ordenadas realizadas, em 2019, nos setores de transporte
23 24
de alunos e da merenda escolar indicou a inação da Prefeitura para

23

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corrigir as diversas impropriedades constatadas nas anteriores


inspeções intentadas naquelas mesmas áreas (transporte de alunos e
merenda escolar).

A despeito da ligeira evolução da efetividade da


gestão do ensino em relação ao período anterior (IEGM – I EDUC –
2018 – Nota “C” e 2019 – Nota “C+”), remanesceram defeitos
absolutamente impróprios em município que conta com elevado
orçamento anual para investimentos no setor.

Assim, embora tivesse a defesa demonstrado a


inexistência de demanda reprimida por vagas nas creches, observaram-
se, dentre outras, a inadequação das escolas para crianças com
deficiências, inexistência de sala de aleitamento materno e de local para
acondicionamento de leite nas creches, ausência de biblioteca ou sala
de leitura em algumas escolas, excessiva quantidade de alunos por
computador para as turmas dos anos iniciais e finais, e existência de
poucos colégios com turmas de ensino em tempo integral.

24

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TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE SÃO PAULO
GABINETE DO CONSELHEIRO EDGARD CAMARGO RODRIGUES

De igual sorte, à saúde municipal direcionaram-se


23,49% da receita de impostos, percentual superior ao mínimo exigido
pelo artigo 77 do ADCT.

Diante da sempre expressiva arrecadação do


município, houve investimentos no setor em significativa importância de
R$ 319.987.606,62, demonstrando que as fragilidades apontadas pela
equipe de inspeção não derivaram da escassez de recursos, mas de
inadequado planejamento orçamentário e deficiente execução das suas
respectivas políticas públicas.

Confirma-se tal premissa diante da piora da


efetividade da gestão do setor de saúde, cuja nota “C+” registrada nos
exercícios de 2017 e de 2018 regrediu para “C” no período em apreço,
pior patamar possível de aferição utilizado pelo IEG-M.

Referida involução, que também compromete os


balanços em perspectiva, decorreu, dentre outros, da existência de
Unidades Básicas de Saúde com problemas estruturais, do
desabastecimento de medicamentos por prazo superior a um mês,
notadamente, do inadequado funcionamento do Hospital Municipal de
Paulínia, bem como da indesejada demanda reprimida por

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TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE SÃO PAULO
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25 26
procedimentos cirúrgicos , exames de média e alta complexidade e
27
consultas médicas . Existiam pacientes aguardando a realização de

25

26

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exames de Polissonografia, Tomografia e Colonoscopia desde 2018 e


consultas nas especialidades de cirurgia geral e urologia desde 2.017.

Não menos importante, a ociosidade dos setores de


enfermaria ginecológica e do centro obstétrico, o elevado tempo de
espera para atendimento aos pacientes, a falta dos Autos de Vistoria do
Corpo de Bombeiros e os Alvarás de Funcionamento da Vigilância
Sanitária para as unidades do setor, a ausência da Estratégia de Saúde
da Família em sua rede de serviços, a inexistência de adesão aos
programas “Recomeço” e “De Volta para Casa”, além da inexistência de
controle eletrônico de frequência dos médicos.

Outro ponto a desabonar as contas refere-se ao


pagamento de multas e juros no valor de R$ 107.570,55, em
decorrência da intempestiva liquidação de encargos devidos ao Instituto
Nacional do Seguro Social – INSS, exigíveis no exercício, onerando
indevidamente os cofres da Prefeitura, em ofensa aos princípios da
economicidade e eficiência.

Por fim, conforme anotado por SDG, contribuem para

27

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a rejeição dos balanços a falta da adoção de mecanismos de cobrança


da dívida ativa, cujo estoque cresceu 10,19% no período em exame,
atingindo R$ 174.566.984,14, bem como a baixa efetividade das
políticas públicas aferidas pelo IEG-M (2019 – Nota “C+”), notadamente
à vista das fragilidades observadas no i-Amb, i-GOV-TI, i-Saúde e i-
Planejamento.

Nestas circunstâncias, acompanho o d. Ministério


Público e SDG e Voto pela emissão de parecer desfavorável à
aprovação das contas dos PREFEITOS DE PAULÍNIA relativas ao
exercício de 2.019, nos termos do artigo 2º, inciso II da Lei
Complementar nº 709/93 e do artigo 56, inciso II do Regimento
Interno.

Recomende-se ao Executivo que adote medidas para


corrigir as diversas impropriedades apontadas pelo IEGM sob as
perspectivas Planejamento, Fiscal, Saúde, Educação, Gestão Ambiental,
Gestão da Proteção à Cidade e Tecnologia da Informação, com vistas ao
cumprimento das metas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável
estabelecidas pela Agenda 2030 entre países-membros da ONU,
privilegie a licitação para a aquisição de bens e serviços, providencie a
expedição do Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros para todos os
próprios da Prefeitura, regularize a situação dos imóveis que não
possuem escritura pública ou registro no cartório de imóveis, prossiga a
construção da Escola de Educação Infantil “Creche Bairro Bedel”,
reavalie os termos do contrato de locação de imóvel nº 07/15, corrija os
defeitos observados na celebração de convênios para a prestação dos
serviços de tratamento de pessoas com deficiências, reveja a aquisição
direta de produtos médicos, emita relatórios que permitam a sua
gravação em diversos formatos eletrônicos, aperfeiçoe o Portal da

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TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE SÃO PAULO
GABINETE DO CONSELHEIRO EDGARD CAMARGO RODRIGUES

Transparência e o “site” da Prefeitura para ampliar a acessibilidade de


pessoas com deficiências e atente para as Instruções e recomendações
deste Tribunal.

Aconselhável à Fiscalização verificar, na próxima


inspeção, se as medidas noticiadas pela origem suplantaram os defeitos
anotados nos itens Limpeza das Caixas d”água das Escolas, Locação de
Veículos para a Saúde, Prestação dos serviços de terapia “ABA” e
Fidedignidade dos Dados Informados ao Sistema Audesp.

É O MEU VOTO.

GCECR
JMCF

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