FICHAMENTO

BIBLIOGRAFIA:BERMAN, Marshall. Introdução: Modernidade — Ontem, Hoje e

Amanhã. In: ______________. Tudo que é sólido desmancha no ar: A aventura da
modernidade. São Paulo: Companhia das Letras, 1986. p.15-40.

Palavra-chave Citação Pág. Comentário

Paradoxo A experiência ambiental da 9 A modernidade colocou a humanidade
modernidade anula todas as em uma situação paradoxal. Ao
fronteiras geográficas e mesmo tempo que ultrapassou
raciais, de classe e barreiras geográficas e étnicas,
nacionalidade, de religião e aproximando as pessoas. No entanto,
ideologia: nesse sentido, ela também separa. Promove
pode-se dizer que a mudanças intensas ( para o bem ou
modernidade une a espécie para o mal), gera conflitos,
humana. Porém, é uma desigualdades e instabilidades. São
unidade paradoxal, uma mudanças que ao mesmo tempo que
unidade de desunidade: ela traz a evolução, também degenera.
nos despeja a todos num Trata-se de uma constante
turbilhão de permanente contradição, que provoca um
desintegração e mudança, de sentimento de angústia em que
luta e contradição, de experiencia. Um catastrófico
ambigüidade e angústia. crescimento que os afasta do habitat
ancestral em direção a algo que se
modifica a cada dia, sempre em
direção ao desconhecido.

Raízes Em conseqüência disso, 11 Na terceira fase do modernismo, já

encontramo-nos hoje em
meio a uma era moderna que
perdeu contato com as raízes
de sua própria modernidade.
expandiu-se no mundo todo ao ponto
de multiplicar-se e gerar vários
fragmentos. Esses fragmentos
incalculáveis, já perderam a conexão
com as raízes da sua modernidade.
São fragmentos superficiais. Foi
experienciado algo que nunca houve
antes em matéria de industrialização e
ciência, no entanto, cada vez que o
homem domina mais a natureza, mais
ele escraviza o próprio homem em
nome desse propósito. Dá-se então a
sua decadência.

Novos homens Logo, a classe dos “novos De acordo com Marx, só os homens de
homens”, homens que são vanguarda teriam condições de
legitimamente modernos, governar as forças de vanguarda, os
conseguirá absolver as operários. Pois eles são frutos dos
contradições da tempos modernos, assim como as
modernidade, superar as máquinas. Eles teriam condições de
pressões esmagadoras, os absorver todas as intempéries e
terremotos, as misteriosas contradições do mundo moderno. O
distorções, os abismos
 sociais e pessoais, em cujo
interior todos os homens e
mulheres modernos são
forçados a viver.
Valores A moderna humanidade se
vê em meio a uma enorme
ausência e vazio de valores,
mas, ao mesmo tempo, em
meio a uma desconcertante
abundância de possibilidades
Monolito fechado A modernidade ou é vista
com um entusiasmo cego e
acrítico ou é condenada
segundo uma atitude de
distanciamento e indiferença
neo-olímpica; em qualquer
caso, é sempre concebida
como um monolito fechado,
que não pode ser moldado
ou transformado pelo homem
moderno.
Cárcere Portanto, não só a sociedade
moderna é um cárcere, como
as pessoas que aí vivem
foram moldadas por suas
barras; somos seres sem
espírito, sem coração, sem
identidade sexual ou pessoal
— quase podíamos dizer:
sem ser.
discurso sempre se volta ao agente
primitivo da modernidade, a burguesia.
15 Ao mesmo tempo que a humanidade
cresce e se desenvolve intensamente,
há uma força contrária à
autodestruição. Ao mesmo tempo que
ela se aproxima, se distancia e se
individualiza. Por conta da imprudência
e do avançar da falta de moralidade e
ausência de valores, se faz necessário
conjuntos de leis que preservem a
humanidade que se volta contra si
mesma e se perde dentro do seu
próprio caos.
18 Os pensadores do século 19 eram
entusiastas e ao mesmo tempo
inimigos da vida moderna e lutavam
contra suas contradições. Já os
pensadores do século 20 se
diferenciavam de seus antecessores
em suas polarizações ou indiferenças.
Passou a ser algo inflexível. Um
exemplo disso são os futuristas
italianos defensores da modernidade e
inimigos da tradição, posteriormente
foram devorados pelo que então
defendiam.
22 Segundo o autor, Max Weber não
depositava fé nem nos críticos da sua
época, muito menos no povo. Portanto,
utilizava-se do liberalismo como
política. Weber e outros pensadores,
questionaram o fato das ''massas''
terem a capacidade de governarem a
si mesmos e também de governarem a
todos. Seriam produto desse cárcere,
que eles mesmo se aprisionam, com
desejos e angústias produzidos pelo
sistema social dominante. Homens e
mulheres não passariam de
reproduções mecânicas dessa
modernidade. Como se não
estivessem nem mesmo vivos.
Tendências O modernismo nos anos 60
pode ser grosseiramente
dividido em três tendências,
com base em sua atitude
diante da vida moderna como
um todo: afirmativo, negativo
e ausente.
Década Insípida Foi a ausência de tais visões
e iniciativas generosas que
fez dos anos 70 uma década
insípida. Virtualmente
ninguém hoje parece
interessado em estabelecer
as amplas conexões
humanas que a ideia de
modernidade implica. Por
isso, o discurso e a
controvérsia sobre o sentido
da modernidade, tão acesos
dez anos atrás, praticamente
deixaram de existir.
Retomada Apropriar-se das
modernidades de ontem
pode ser, ao mesmo tempo,
uma crítica às modernidades
de hoje e um ato de fé nas
modernidades — e nos
homens e mulheres
24 O primeiro desses se esforça para
ausentar-se da vida moderna,
preocupa-se apenas com a arte
propriamente dita, o meio seria a
mensagem. Esse distanciamento
buscava ''libertar'' os artistas modernos
das impurezas da vida moderna. No
entanto, uma arte que não há
sentimentos pessoais ou relações
pessoais não estaria condenada a
parecer sem vida? Ao lado disso
temos um modernismo que busca
destruir todos os valores e tradições.
Já a visão afirmativa do modernismo
buscou eliminar as fronteiras entre a
arte e as demais atividades humanas,
encorajando muitos artistas a
produzirem performances
interdisciplinares. Alguns passaram a
se autodenominar ''pós-modernistas''.
No entanto, nunca desenvolveram uma
perspectiva crítica que esclarecesse
até que ponto deveriam ver e
denunciar os limites do que acontecia
no mundo.
27 Muitos artistas passaram a viver no
mundo do estruturalismo, ignorando a
questão da modernidade e da história.
Cientistas sociais desintegraram
aspectos da modernidade, tratando-os
isoladamente. Uma passividade e
desesperança tomou conta de muitos
intelectuais.
31 Retomar as raízes modernistas talvez
seja uma solução para recuperar os
poderes de renovação. Trazendo um
crescimento não contraditório em que
construímos um futuro sem destruir
esse passado, e nos conectamos com
ele. Em que respeitamos toda nossa
modernos — de amanhã e diversidade étnica, nacional, classista
do dia depois de amanhã. e sexual para que possamos manter
nossa identidade, espalhando-a mas
sem deturpá-la.