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Queridos irmãos esta primeira semana da quaresma possui uma dupla polaridade
litúrgica: inicia-se com o mandamento do amor ao próximo, passará a temática da
oração e depois retornará ao amor ao próximo nos indicando dois caminhos
importantes de serem seguidos durante a quaresma.
Na primeira leitura ouvimos as palavras do livro do Levítico que nos exorta a sermos
santos como Deus é Santo e o que impressiona é vermos que a continuação da
leitura não faz referência a práticas espirituais como se poderia esperar, mas a
conduta ética do homem que caminha sob o olhar de Deus. Basicamente se fala de
desistir das oportunidades de lesar o próximo em vantagem pessoal usando sempre
de justiça e frear em o desejar o mal, mesmo não tendo possibilidade ou coragem de
realizá-lo.
De forma idêntica o Evangelho que hoje ouvimos nos traz a mesma realidade. Este
julgamento de sabor apocalíptico tem como critério o amor que foi dado ou negado
ao próximo estando em condições de realizá-lo. Tratar com dignidade e amor efetivo
o próximo é agir assim com Deus. Impressiona o fato que nenhum dos dois grupos
tinha conhecimento que o que faziam ou negavam seria atribuído a Nosso Senhor.
Obviamente não estamos diante de uma dicotomia entre o ser e fazer, fé e não fé,
entre oração e ação, porque todos lembrados nesse evangelho conhecem o Cristo e
o chamam de Senhor, estamos diante de um quadro onde pessoas através da oração
encontraram motivos e deixaram-se transformar para acolher àqueles que lhes
estavam ao lado, aproveitando das boas oportunidades para exercer gratuitamente
a caridade. Do outro lado vemos aqueles que a valorizaram pouco e por isso,
dedicaram-se a coisas que julgavam mais importantes, mas que não mereciam tal
prioridade.
Nossa vida consiste sempre em buscar os meios e pela graça de Deus crescermos em
humanidade também. O amor nos é dado como mandamento porque antes nos foi
dado como graça em vista de se tornar um dom, dom de nós mesmos aos outros.
Claro considerando sempre a razoabilidade a que cada contexto nos projete.
Homilia 28/02/2023
1Ter Quaresma - Seminário Nossa Senhora de Fátima
Essa realidade se transporta para o evangelho que apenas ouvimos. Jesus primeiro
nos adverte a não imaginarmos que nossas palavras possuam efeitos mágicos e que
a repetição seja capaz de produzir o efeito preterido. Lembra que os pagãos agem
assim. Os longos mantras antigos que tinham a intenção de demonstrar a
perseverança da pessoa até conseguir, com cansaço da divindade ou pelo efeito
acumulado de um suporto poder dessa oração, aquilo que desejavam.
A mensagem é simples: O Pai sabe do que realmente precisamos e, por ser bom, já
deseja nos dar. Essa confiança deve orientar nossa oração. Se trata autenticamente
de uma oração de súplica, na qual os 7 pedidos dizem respeito a tudo aquilo que
precisamos sem estabelecer um objeto concreto a ser pedido. A liberdade é sempre
de Deus para decidir como seu nome será santificado, como o Reino virá até nós,
que vontade deve se realizar em nossas vidas, que tipo de pão nos dará, como nos
livrará do Maligno.