Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Historia A 12º Ano Resumo de Toda A Materia by SQ
Historia A 12º Ano Resumo de Toda A Materia by SQ
A Primeira Guerra Mundial decorreu entre 1914 e 1918. Em 1919 começaram a celebrar-
se os
primeiros acordos da paz (participando apenas os países vencedores). A Conferencia
da Paz pretendia,
assim, lançar as bases de uma nova Europa, através do estabelecimento de uma nova
ordem
internacional que garantisse a convivência pacífica entre as nações, surgindo um
novo mapa
geopolítico da Europa. As principais transformações ocorridas foram o
desmembramento dos
impérios, criação de novos países e alteração de fronteiras:
O império russo era chefiado pelo czar Nicolau II sob a forma de uma autocracia,
isto é, detinha o
poder absoluto, o que provocava desagrado;
Ao defender a liberalização do regime, o descontentamento do povo manifestou-se
sob várias formas
(surgiram as primeiras assembleias de operários, os sovietes), sendo a Revolução de
1905 (Domingo
Sangrento) uma delas, que originou uma certa abertura politica por parte do czar
(convocou eleições
para o Parlamento (Duma), criou partidos políticos e aboliu certos privilégios da
nobreza);
O descontentamento face ao regime político agravou-se com a participação da
Rússia na primeira
guerra mundial (milhares de mortos e desorganização da já débil economia russa);
A sociedade russa era composta maioritariamente por camponeses, a burguesia
ansiava para
modernizar o país e por um governo parlamentar, o operariado era um grupo
minoritário. Sendo tão
desigualitária, não deixou de provocar anseios revolucionários.
Marxismo-leninismo Aplicação prática das ideias de Marx por Lenine. Defendia que
o proletariado era
o que conquistava o poder (ditadura do proletariado), e igualava o poder do Estado
ao Partido
Comunista (Partido Único).
O centralismo democrático
A regressão do demoliberalismo
No início do século XX, havia cerca de 180 grandes núcleos urbanos (Londres, Paris,
Moscovo, etc.). Esta
crescente concentração populacional provocou significativas alterações na vida e
nos valores
tradicionais, ou seja, um novo modo de viver e de conviver no meio da multidão.
Adquire-se novas
formas de sociabilidade, tendo o crescimento urbano originado a criação de novos
comportamentos que
se massificaram (isto é, generalização dos mesmos hábitos e gostos). A
racionalização e a redução do
tempo de trabalho, assim como a melhoria do nível de vida permitiram dispor de
dinheiro e tempo para o
divertimento e prazer, fazendo com que a convivência entre os sexos se tornasse
mais ousada e
livre (que rompia completamente com as antigas regras sociais). Adere-se à prática
do desporto e ao uso
do automóvel.
A emancipação da mulher
Todas estas novas teorias põem em causa as “verdades absolutas” que sustentavam o
positivismo,
influenciando os comportamentos no quotidiano, pois nada mais é visto como absoluto
mas como
questionável e discutível.
As vanguardas: rupturas com os cânones das artes e da literatura
Nas primeiras décadas do século XX houve uma revolução imensa nas artes, criando-se
uma estética
inteiramente nova, que rompia com as tradições para mostrar uma nova visão da
realidade. Esse
movimento cultural ficou conhecido como o Modernismo (que revolucionou as artes
plásticas, a
arquitectura, a literatura e a musica). As principais vanguardas artísticas foram:
Nos anos 30, viveu-se uma trágica crise capitalista, iniciada nos EUA mas alargada
ao resto do mundo,
a que se deu o nome de “Grande Depressão”. Esta crise desencadeou-se a partir do
crash bolsista de
Nova Iorque (1929), que teve origem nos seguintes factores:
na especulação bolsista (
na crise de superprodução (o estilo de vida americano foi generalizado, dando-se
a quebra progressiva
das compras aos EUA pelo aumento da produção europeia, o que originou uma
acumulação de stocks, ou
seja, superprodução).
O crash da bolsa provocou a ruína de imensos investidores, o que significou a ruína
dos bancos
(falência). Muitas empresas acabaram por falir, o que provocou elevados índices de
desemprego.
Houve uma diminuição do consumo, os preços dos produtos agrícolas registaram uma
quebra acentuada e
destruíram-se produções. A nível social, teve efeitos desastrosos.
A grande depressão não atingiu apenas os EUA. Os países que estavam dependentes de
empréstimos e
crédito dos EUA (Áustria, Alemanha), e os que exportavam matérias-primas
(Austrália, Brasil, Índia)
também sofreram, o que originou uma crise a nível mundial (excepção feita, á URSS,
que não seguia o
modelo económico capitalista).
Em suma, os anos 30 foram tempos de profunda miséria e angustia: diminuição de
investimento,
produção, consumo, as falências, e o desemprego, além da queda dos preços
(deflação). A gravidade da
crise exigiu, como veremos mais á frente, medidas de intervenção do Estado na
economia,
instalando a descrença no capitalismo liberal.
AS OPÇÕES TOTALITÁRIAS
-FASCISMO E NAZISMO
A ideologia fascista foi liderada pela Itália (fascismo) e Alemanha (nazismo), que
tinha como
características:
o totalitarismo (primazia do Estado sobre o individuo) e o antiparlamentarismo
(ao contrário do
sistema pluripartidário, presente nas democracias, impunha-se o partido único);
o culto do chefe/elites (a separação de poderes deixa de existir, centralizando-
se na figura de um
líder inquestionável que personifica a Nação. Adere-se á ideia do governos dos
“melhores” (elites), que
tinham que prestar adoração ao seu chefe incontestado)
o culto da força e da violência (a oposição política é considerada um entrave,
por isso, deve ser
aniquilada pela repressão policial, logo, a violência está na essência dos regimes,
valoriza-se o instinto e
acção);
a autarcia como modelo económico (implementação de uma politica económica de
intervenção do
Estado para se atingir um ideal de auto-suficiência e acabar com o desemprego);
o nacionalismo exagerado (devia-se sacrificar tudo pela pátria);
utilização da censura, polícia política e propaganda como meio de difundir os
ideais do regime.
Nazismo (1933-1945) Sistema político imposto na Alemanha, criado por Adolf Hitler.
Tem os
mesmos princípios que o fascismo, acrescenta-se, porém, o racismo e anti-semitismo
que foi
praticado de forma violentíssima. Proclamou a superioridade da raça alemã, negando
completamente
outras etnias (daí as perseguições aos judeus).
Elites e o enquadramento das massas nos regimes fascistas
As elites, como já foi visto, eram compostas por membros considerados superiores,
que tinham de ser
respeitadas pelas massas (populações). A ideologia fascista difundiu-se através da
propaganda, de
modo a levar as populações a aceitar os valores fascistas. Surgiram diversas
organizações com a
finalidade de incutir os ideais fascistas nas populações (ou seja, enquadrar as
massas):
Organizações de juventude (As crianças (até ao estado adulto) integravam
organizações onde lhes
eram incumbidos os valores fascistas, como o culto do chefe e do Estado);
Partido Único (a filiação no Partido Fascista (Itália) ou no Partido Nazi
(Alemanha) permitia aos
cidadãos o desempenho de cargos públicos, e o acesso a um estatuto superior)
A ideologia fascista defendia a violência, pois achava que era nessa situação que o
homem desenvolvia
as suas qualidades. Assim, foi utilizada pelos fascistas para chegar ao poder,
assim como para se
manterem no poder. A violência fascista consolidou-se através do estabelecimento
das seguintes
organizações:
Milícias armadas (grupos armados que aterrorizavam qualquer forma de oposição
politica);
Polícias políticas (que assegurava que não houvesse qualquer tipo de repressão ao
regime);
Campos de concentração (criados, na Alemanha, eram locais onde as vitimas do
regime fascista
eram sujeitas a trabalhos forçados, a tortura e ao assassínio em câmaras de gás)
O intervencionismo do Estado
A New Deal permitiu uma recuperação económica, superando a crise que afectou o
mundo capitalista. O
liberalismo económico passou a aceitar o intervencionismo estatal como estratégia
de sobrevivência.
PORTUGAL NO PRIMEIRO PÓS GUERRA
Em 1928, foi nomeado para o governo, a fim de exercer funções de ministro das
Finanças, António de
Oliveira Salazar que, devido á sua acção, conseguiu um saldo positivo para o
orçamento de Estado,
tendo sido nomeado chefe do governo em 1932 devido a esse “milagre económico”,
passando a controlar
todos os sectores (daí a que o regime seja normalmente denominado por Salazarismo).
Este projecto político de Salazar (1933) caracterizou-se por diversos aspectos:
CARÁCTER ANTI-DEMOCRÁTICO
Defendia um Estado forte (ditatorial, autoritário, anti-parlamentar e anti-
democrático), que recusava as
liberdades individuais e a soberania popular: “Tudo no Estado, nada Fora do
Estado”. Salazar foi um
forte opositor da democracia liberal e do pluripartidarismo. No entanto, também
negava os ideais
marxistas e a luta de classes. Na sua óptica, o interesse de todos devia sobrepor-
se às conveniências
individuais. Assim, os direitos individuais dos cidadãos não eram respeitados. Os
opositores políticos eram
perseguidos e encerrados em prisões políticas, o que demonstra o carácter
repressivo do regime
salazarista. Os meios repressivos utilizados pelo regime eram a censura e as
polícias políticas. Prestava-
se o culto ao chefe, isto é, destacava-se a figura de Salazar, considerado
“Salvador da Pátria”, que a
propaganda política alimentava. Havia um partido único, a União Nacional.
CARÁCTER CONSERVADOR E NACIONALISTA
CARÁCTER CORPORATIVISTA
CARÁCTER INTERVENCIONISTA
Foi o meio encontrado para mediatizar o regime, em que era proporcionado uma
“atmosfera saudável”
à imposição dos valores nacionalistas e patrióticos.
No final do conflito, estava definido um novo mapa político europeu, marcada pela
emergência de
duas grandes potências, vencedoras da Guerra, perante uma Europa destruída e
desorganizada,
emergindo, então, um novo desenho geopolítico que se sustenta na formação de
definição de duas
grandes áreas de influência: a área soviética (URSS) e a área americana (EUA).
A divisão da Europa reforçou a desconfiança e conduziu ao endurecimento de posições
entre os dois blocos
geopolíticos, que marcaria o período da Guerra Fria.
A ruptura entre os EUA e a URSS deveu-se à extensão da influência soviética na
Europa de Leste, ou
seja, a extensão do comunismo provocou a crítica das democracias da Europa
Ocidental e dos EUA.
Churchill utilizou a célebre expressão “cortina de ferro” para se referir ao
isolamento da Europa de
Leste, que estavam fechados ao diálogo com as democracias ocidentais.
Havia consciência de que estava eminente uma grave crise económica, pois os países
europeus
encontravam-se arruinados e desorganizados. Assim, em 1944, na Conferência de
Bretton Woods, um
grupo de economistas reuniu-se a fim de estabelecer uma nova ordem económica e
financeira
internacional e relançar o comércio com base em moedas estáveis. As principais
directrizes económicas
que resultaram da conferência foram:
A criação do: Fundo Monetário Internacional (assistência financeira aos
países em
dificuldades), do Sistema Monetário Internacional (que assentou no dólar
como moeda-
chave), do Banco Internacional para a Reconstrução e Desenvolvimento
(apoiava
projectos de reconstrução das economias).
Apesar de todos os esforços para desenvolver a economia mundial, a Europa
continuava frágil. Com receio
que a crise europeia se estendesse aos EUA, os americanos decidiram tomar medidas
imediatas. Surge,
assim, o Plano Marshall (1947), que consistiu na ajuda prestada pelos EUA à Europa
após a Segunda
Guerra Mundial. Este programa de auxílio foi acolhido com entusiasmo pela
generalidade dos países, e
foi verdadeiramente essencial à recuperação europeia, pois os países beneficiários
receberam 14000
milhões de dólares. Para operacionalizar esta ajuda, foi criada a OECE (Organização
Europeia de
Cooperação Económica).
Em 1949, dá-se a resposta da URSS ao Plano Marshall, com a criação do Plano Molotov
e COMECON,
que estabeleceu as estruturas de cooperação económica da Europa de Leste.
A divisão do mundo em dois blocos antagónicos consolidou-se e os tempos da Guerra
Fria estavam
cada vez mais próximos…
O mundo capitalista
Política de alianças
O acentuar das tensões políticas conduziu á formação de alianças militares que
simbolizaram o
antagonismo militar, ou seja, os EUA e a URSS procuraram estender a sua influência
ao maior número
possível de países. Criou-se a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN),
liderado pelos EUA
(sendo o objectivo principal a segurança colectiva, isto é, ter a capacidade de
resposta perante a um
ataque armado) e, em resposta, foi constituído o Pacto de Varsóvia, liderado pela
URSS, para a defesa
militar do seu bloco.
A prosperidade económica e a sociedade de consumo
No decorrer de 25/30 anos após a guerra, os países europeus recuperaram e viveram
uma excepcional
recuperação económica (a produção industrial cresceu, houve uma revolução nos
transportes, cresceu
o numero de empresas, a agricultura modernizou-se, o sector terciário expandiu-se,
etc.). Este
desenvolvimento económico fez nascer a sociedade de consumo, isto é, as populações
são incitadas a
comprar um número crescente de bens que ultrapassam a satisfação das necessidades
básicas (lar
materialmente confortável, bem equipado com electrodomésticos, rádio, TV, telefone,
automóveis, etc.),
tudo isto possível devido ao pleno emprego e bons salários (resultados da
recuperação económica). A
forma que se arranjou para estimular o consumo, foi através da publicidade.
A afirmação do Estado-Providência
A Grande Depressão já tinha demonstrado a importância de um Estado económica e
socialmente
interventivo. O Estado torna-se, por esta via, o principal agente económico do
país, o que lhe permite
exercer a sua função reguladora da economia. O país pioneiro do Welfware State,
isto é, o Estado do
bem-estar (Estado Providência), foi o Reino Unido, onde cada cidadão tem
asseguradas as suas
necessidades básicas. Ao Estado caberá a tarefa de corrigir as desigualdades, daí o
seu
intervencionismo. As medidas principais do EP foram a nacionalização da economia e
o garantir de
reformas que abrangesse situações como maternidade, velhice, doenças. Este conjunto
de medidas visa
um duplo objectivo: por um lado reduz a miséria e o mal-estar social; por outro,
assegura uma certa
estabilidade á economia. O Estado-Providência foi um factor da prosperidade
económica.
O mundo comunista
O expansionismo soviético
Após a 2ª Guerra, a URSS foi responsável pela implantação de regimes comunistas,
inspirados no
modelo soviético, por todo o mundo, ou seja, estendeu a sua influência à Europa,
Ásia e África.
Os países europeus que aderiram ao modelo soviético foram a Bulgária, Albânia,
Roménia e Polónia.
Estes novos países socialistas receberam a designação de democracias populares
(designação atribuída
aos regimes em que o Partido Comunista, afirmando representar os interesses dos
trabalhadores, se
impõem como Partido Único, controlando as instituições do Estado).
Como resposta à OTAN, a URSS cria o Pacto de Varsóvia, com objectivos idênticos: a
assistência mútua
entre os países membros.
Os países asiáticos que sofreram influência soviética foram a Mongólia, China e
Coreia. O ponto fulcral
da expansão comunista na América Latina foi Cuba, onde um punhado de
revolucionários sob o
comando de Fidel Castro e do Che Guevara derrubaram o governo apoiado pelos EUA.
A emigração
A urbanização
Após a guerra mundial, o fomento económico das colónias também passou a constituir
uma preocupação
ao governo. Angola e Moçambique receberam uma atenção privilegiada. Os
investimentos do Estado nas
colónias, a partir de 1953, foram incluídos nos Planos de Fomento. O objectivo
desta preocupação
reforçada, era mostrar à comunidade internacional que a presença portuguesa era
essencial ao
desenvolvimento desses territórios, através de medidas como a criação de infra-
estruturas, incentivos
ao investimento nacional, estrangeiro e privado, criação do EPP (Espaço Económico
Português, com
vista à abolição de entraves comerciais entre Portugal e as suas colónias), reforço
da colonização
branca e desenvolvimento dos sectores agrícola, extractivo e industrial.
Tornou-se difícil para o Governo Português manter a sua política colonial. Depois
da segunda guerra
mundial, e com a aprovação da Carta das Nações Unidas, o Estado Novo viu-se
obrigado a rever a sua
política colonial e a procurar soluções para o futuro do nosso império.
Em termos ideológicos, a “mística do império” é substituída pela ideia da
“singularidade da
colonização portuguesa”. Os portugueses tinham mostrado uma grande capacidade de
adaptação à
vida nas colónias onde não havia racismo e as raças se misturavam e as culturas se
espalhavam. Esta
teoria era conhecida como luso-tropicalismo.
No campo jurídico, a partir de 1951, desaparece o conceito de colónia, que é
substituído pelo de
província ultramarina e desaparece o conceito de Império Português, substituído por
Ultramar
Português. A presença portuguesa em África não sofreu praticamente contestação até
ao início da guerra
colonial. Excepção feita ao Partido Comunista Português que no seu congresso de
1957 (ilegal),
reconheceu o direito à independência dos povos colonizados.
Entretanto, em 1961, no seguimento da eclosão das primeiras revoltas em Angola,
começam a notar-
se algumas divergências nas posições a tomar sobre a questão do Ultramar.
Confrontam-se, então, 2
teses divergentes: a integracionista e a federalista. A 1ª defendia a política até
aí seguida, lutando por
um Ultramar plenamente integrado no Estado português; a 2ª considerava não ser
possível, face à
pressão internacional e aos custos de uma guerra em África, persistir na mesma via.
Defendia a
progressiva autonomia das colónias e a constituição de uma federação de Estados que
garantisse
os interesses portugueses. Os defensores da tese federalista chegaram a propor ao
Presidente a
destituição de Salazar. Destituídos acabaram por ser eles, saindo reforçada a tese
de Salazar, que
ordenou que o Exército Português avançasse para a Angola, dando início a uma guerra
que se
prolongou até à queda do regime, em 1974.
A luta armada
O isolamento internacional
A carta das nações unidas estabeleceu que todas as nações tinham o direito á sua
autodeterminação.
Contudo, Portugal recusou-se a aceitar esta ideia dizendo que as províncias
ultramarinas faziam parte
de Portugal. Tal postura conduziu, inevitavelmente, ao desprestígio do nosso país,
que foi excluído de
vários organismos das Nações Unidas e alvo de sanções económicas por parte de
diversas nações
africanas. A recusa de todas as ofertas e planos (como a ajuda americana por
exemplo), remeteu Portugal
para um isolamento, evidenciado na expressão de Salazar, “orgulhosamente sós”.
A Primavera Marcelista
Operação “Fim-Regime”
A operação militar teve início com a transmissão, pela rádio, das canções-senha,
que permitia às unidades
militares saírem dos quartéis para cumprirem as missões que lhes estavam
destinadas. A resistência
terminou cerca das 18h, quando Marcello Caetano se rendeu pacificamente ao general
Spínola.
Entretanto, já o golpe militar era aclamado nas ruas pela população portuguesa,
cansada da guerra e da
ditadura, transformando os acontecimentos de Lisboa numa explosão social por todo o
país, uma
autêntica revolução nacional que, pelo seu carácter pacífico, ficou conhecido como
a “Revolução dos
Cravos”. A PIDE foi a última a render-se na manhã seguinte.
A caminho da democracia
O período Spínola
Das eleições de 1975, sai vitorioso o Partido Socialista, que passa a reclamar
maior intervenção na
actividade governativa. Vivem-se os tempos do Verão Quente de 1975, em que esteve
iminente o
confronto entre os partidos conservadores e os partidos de esquerda. É em pleno
“Verão Quente”
que um grupo de 9 oficiais do próprio Conselho da Revolução, encabeçados pelo major
Melo Antunes,
crítica abertamente os sectores mais radicais do MFA: contestava o clima de
anarquia instalado, a
desagregação económica e social e a decomposição das estruturas do Estado. Em
consequência, Vasco
Gonçalves foi demitido. Era o fim da fase extremista do processo revolucionário. A
revolução
regressava aos princípios democráticos e pluralistas de 25 de Abril, que serão
confirmados com a
Constituição de 1976.
No início dos anos 80, a União Soviética encontrava-se numa situação preocupante.
Foi na conjuntura de crise que surge Mikhail Gorbatchev, eleito secretário-geral do
PCUS em 1985. Sem
querer por em causa a ideologia e o sistema político vigente, Gorbatchev entendeu,
no entanto, ser
necessário iniciar:
um processo de reestruturação económica, perestroika (assiste-se a uma
descentralização da
economia, através da adaptação da economia planificada a uma economia de mercado,
onde passa a ser
reconhecida a livre iniciativa e a livre concorrência);
uma política de transparência, glasnot (foi reconhecida a liberdade de expressão,
aboliu-se a
censura e acabou-se com as perseguições políticas, visando a participação mais
activa dos cidadãos na
vida política)
Para além da reconversão económica e a abertura democrática, Gorbatchev também
pretendia uma
aproximação ao mundo ocidental, nomeadamente no sentido do desarmamento, para se
chegar a um
clima internacional estável.
Com o colapso do bloco soviético, os EUA passaram a reunir todas as condições para
se afirmarem como a
grande superpotência mundial. A hegemonia que os EUA detêm sobre o resto do mundo
alicerça-se
numa incontestada capacidade militar, numa próspera situação económica e no
dinamismo
científico e tecnológico que evidencia.
O poder americano afirmou-se apoiado pelo gigantismo económico e pelo investimento
maciço no
complexo industrial militar. Os EUA têm sido considerados os "polícias do mundo",
devido ao papel
preponderante e activo que têm desempenhado, afirmando a sua supremacia militar.
A sua hegemonia assenta, igualmente, na prosperidade da sua economia. Os EUA
afirmam-se como os
maiores exportadores, devido ao dinamismo das suas empresas de bancos, turismo,
cinema, música.
O sector primário não foi, porém, abandonado. Em resultado da elevada
produtividade, os EUA mantêm-
se como os maiores exportadores de produtos agrícolas.
A sua indústria também revela grande dinamismo, tendo como consequência a liderança
dos EUA em
sectores de produção de automóveis, têxteis sintéticos, produtos farmacêuticos,
etc.
Durante a presidência de Bill Clinton, tornou-se prioridade o desenvolvimento do
sector comercial,
procurando-se estimular as relações económicas com a região do Sudoeste Asiático
(criando a APEC -
Cooperação Económica Ásia-Pacífico), e estipulou a livre circulação de capitais e
mercadorias entre os
EUA, Canadá e México (através da NAFTA – Acordo de Comércio Livre da América do
Norte)
Finalmente, a hegemonia dos EUA resulta também da sua capacidade de inovar, reflexo
do progresso
científico-tecnológico que evidencia. São os que mais investem na investigação
científica,
desenvolveram os tecnopólos (parques tecnológicos, empresas ligadas à tecnologia).
O sector terciário
ocupa um enorme peso na economia americana (cerca de 75 %).
A União Europeia
Desde a sua criação, em 1957, que a União Europeia (naquela altura, CEE) tem vindo
a consolidar-se quer
pela integração de novos estados-membros, quer pelo aprofundamento do seu projecto
económico e
político. Assim, integraram-na:
Nos anos 70 – Inglaterra, Irlanda e Dinamarca (1973) – Europa dos 9;
Nos anos 80 – Grécia (1981), Portugal e Espanha (1986) – Europa dos 12;
Nos anos 90 – Áustria, Suécia, Finlândia (1995) – Europa dos 15.
Recentemente entraram os Países Bálticos: Chipre, República Checa, Eslovénia,
Eslováquia, Hungria,
Polónia, Letónia, Lituânia, Malta (Europa dos 25).
O principal objectivo da CEE era a união aduaneira, concretizada em ’68. No início
dos anos 80 vigorava
a Europa dos 9, porém, o projecto europeu encontrava-se estagnado.
Decidido a relançar o projecto europeu, Jacques Delors, concentrou-se na renovação
da CEE:
Em '86 foi assinado o Acto Único Europeu, que previa o estabelecimento de um
mercado único,
onde, para além de mercadorias, circulassem livremente pessoas, capitais e
serviços.
Em '92 celebrou-se o Tratado da União Europeia (Tratado de Maastricht) que
estabelece uma União
europeia (UE), fundada em três pilares: o comunitário, de cariz económico e, de
longe, o mais
desenvolvido; o da politica externa e da segurança comum (PESC), e o da cooperação
nos domínios
da justiça e dos assuntos internos. Foi instituída a cidadania europeia e definiu-
se o objectivo da
adopção da moeda única. A 1 de Janeiro de 1999, onze países inauguram oficialmente
o euro, que
completou a integração das economias europeias. O euro entra em vigor em 2002.
Têm sido muitos os obstáculos à criação de uma Europa política: os países que não
se identificam na
totalidade com o projecto europeu, ou os que resistem às medidas que implicam a
perda da soberania
nacional, a integração de mais países (conjugar interesses de países diferentes),
que não tem favorecido o
caminho de uma Europa mais unida, a incapacidade da EU de resolver questões como o
desemprego, etc.
O Espaço económico da Ásia-Pacífico
A questão de Timor
Timor foi dos poucos casos na Ásia onde se instaurou uma democracia através de um
processo de
autodeterminação.
Em 1974, a “Revolução dos Cravos” agitou também Timor Leste, que se preparou para
encarar o futuro
sem Portugal. Na ilha, onde não tinham ainda surgido movimentos de libertação,
nasceram três partidos
políticos (A UDT (União Democrática Timorense), que defendia a união com Portugal
num quadro de
autonomia; A APODETI (Associação Popular Democrática Timorense), favorável à
integração do
território da Indonésia; E a FRETILIN (Frente Revolucionária de Timor Leste
Independente), com
um programa independentista, ligado aos ideais de esquerda.)