O texto discute a relação entre ensino, leitura e escrita com base na teoria da enunciação de Émile Benveniste. O autor divide o texto em quatro tópicos que abordam a desconexão entre universidade e escola, as críticas à teoria de Benveniste, uma interpretação da relação entre leitura, escrita e ensino e o texto como ato enunciativo de escrita e leitura.
O texto discute a relação entre ensino, leitura e escrita com base na teoria da enunciação de Émile Benveniste. O autor divide o texto em quatro tópicos que abordam a desconexão entre universidade e escola, as críticas à teoria de Benveniste, uma interpretação da relação entre leitura, escrita e ensino e o texto como ato enunciativo de escrita e leitura.
O texto discute a relação entre ensino, leitura e escrita com base na teoria da enunciação de Émile Benveniste. O autor divide o texto em quatro tópicos que abordam a desconexão entre universidade e escola, as críticas à teoria de Benveniste, uma interpretação da relação entre leitura, escrita e ensino e o texto como ato enunciativo de escrita e leitura.
Ensino, escrita, enunciação: uma questão de leitura
FLORES, Valdir do Nascimento. Ensino, escrita, enunciação: uma questão de leitura.
In: CAMPOS, Sulemi Fabiano; BARZOTO, Valdir Heitor (org.). Ensino da leitura e da escrita. Natal, RN: EDUFRN, 2014. p. 89-108.
Resenhado por: Julia Ohana Alves Medeiros Graduanda em Letras Língua portuguesa Disciplina: LET0578 Leitura e Produção de Texto Acadêmico I – 2023.1
O capítulo intitulado “Ensino, escrita, enunciação: uma questão de leitura”, de
autoria de Valdir do Nascimento Flores, faz parte do livro Ensino da Leitura e da Escrita, que é o volume IV da Coleção Ciências da Linguagem Aplicadas ao Ensino. Neste texto, o autor aborda uma discussão sobre a leitura e a escrita, tendo por base teórica a linguística enunciativa, ancorada no pensamento de Émile Benveniste. O autor do texto, Valdir do Nascimento Flores, é professor na Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Tem Graduação em Letras-Língua Portuguesa, Mestrado em Letras-Língua Portuguesa pela UFRGS (1992), Doutorado em Linguística pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (1997), Pós- doutorado na Université de Paris XII-Val-de-Marne (2007-2008), e Pós-doutorado na Université de Paris X – Nanterre (2009-2010). Os temas de suas pesquisas circunscrevem-se aos campos da Fonoaudiologia e da Linguística da Enunciação. O capítulo está dividido em quatro tópicos, além da introdução e das considerações finais. No primeiro tópico, intitulado “Escola e Universidade: primeira interação”, o autor faz uma breve e necessária reflexão acerca da conexão entre o que se pesquisa e se ensina nos bancos das universidades e o que é ensinado nas escolas de nível fundamental e médio, revelando um verdadeiro fosso entre um e outro. No entanto, o autor vislumbra possíveis maneiras de reduzir essa disparidade e foca na relação didática trinitária, que contempla professor, aluno e conhecimento, estabelecendo uma correlação com aspectos da teoria enunciativa de Émile Benveniste. No segundo tópico, intitulado “Sobre a teoria de Émile Benveniste”, o autor tece severas críticas acerca da dificuldade de leitura da teoria enunciativa, uma vez que os textos deixados por Benveniste não constituem um modelo acabado, um “conjunto coeso de proposições teóricas e metodológicas” (FLORES, 2014, p. 96), mas são textos com muita flutuação terminológica e conceitual, o que pode gerar interpretações diversas acerca da teoria e algumas vezes até opostas aos princípios teóricos do autor. No terceiro tópico, Flores (2014) propõe uma interpretação da reflexão enunciativa de Benveniste, considerando a relação entre leitura, escrita e ensino. Ele adentra a teoria em O aparelho formal da enunciação, obra de Benveniste, e trata da enunciação falada e da enunciação escrita. No entanto, ao nosso sentir, ficou prejudicada a temática do ensino nesse tópico. No quarto e último tópico, intitulado “Escrita e leitura: o texto pelo viés enunciativo”, o autor vislumbra o texto como ato enunciativo de escrita e de leitura e aproxima, de forma clara, a teoria enunciativa da questão prática do texto produzido pelo aluno. A partir da exposição das ideias trazidas pelo texto, compreendemos que ele se dirige a estudiosos das ciências da linguagem e, por tratar da temática da leitura e da escrita, verificamos que pode ser do interesse de toda a comunidade acadêmica do Curso de Letras, sendo uma obra relevante na compreensão da temática proposta. Além disso, percebemos um profundo conhecimento do autor acerca da teoria da enunciação de Benveniste, que pode ser útil não só aos estudiosos da leitura e da escrita, mas também a mestrandos e doutorandos que estudam a linguística de modo geral, razão pela qual recomendamos fortemente a leitura do capítulo.