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Universidade Federal Rural de Pernambuco - UFRPE Benveniste morre em 1976, tornando-se, por sua abordagem enunciativa,

um iniciador no próprio campo estruturalista. Foi o responsável por


Unidade Acadêmica de Serra Talhada- UAST
introduzir na ordem do dia, senão diretamente ao menos indiretamente, um
Licenciatura Plena em Letras – Português/Inglês conjunto de questões concernentes a uma Linguística bastante diferenciada
da que até então era feita. Com ele, os temas da
Linguística II
subjetividade/intersubjetividade, da referência, da significação, da relação
Aluna: Marta Oliveira. universal/particular tomam outras proporções.

Émile Benveniste, “O teórico da enunciação”. 2. A Teoria Enunciativa e suas proporções

1. Breve resumo biográfico Sua abordagem enunciativa desperta o interesse de filósofos e


psicanalistas; como foi o caso de Jacques Lacan, que em 1956 solicitou a
Nascido Ezra Benveniste, na Síria, em 1902, Benveniste, naturalizado Benveniste sua colaboração no primeiro número da revista La
francês em 1924. Em 1918, assiste a um curso de Antoine Meillet, psychanalyse. Finalmente, em 1970, suas posições ganham terreno devido
discípulo de Ferdinand de Saussure, fundador da Linguística Moderna, à publicação de um artigo sobre a enunciação na revista de linguística
seguindo, portanto, uma formação linguística. Ingressa, em 1937, como Langages. Sua última publicação foi Problèmes de linguistique générale
professor no Collége de France. II, em 1974.

Apesar de ser grande especialista em indo-europeu, comparatista de 3. Émile Benveniste e suas atuações
numerosas línguas antigas e modernas, Benveniste somente consegue
assegurar a divulgação de suas teses entre os linguistas após a publicação Projetam-se na obra de Benveniste, no mínimo, três perspectivas:

do primeiro volume de Problèmes de linguistique générale (em português, A. As reflexões linguísticas stricto sensu, incluindo as comparatistas
Problemas de Linguística Geral), em 1966, por ser um período em que se e, em especial, as referências à obra de Ferdinand de Saussure. É
pensa a linguagem abstraindo-se do sujeito. esse lado da obra de Benveniste que permite listá-lo junto aos
linguistas mais notáveis de seu tempo. Nesse sentido, é possível Podemos pensar então que o sujeito foi uma consequência do
dizer que o sistema de pensamento benvenistiano configura-se anseio de Benveniste pela descoberta da significação. Apesar
numa epistemologia, ou ainda, que produziu uma epistemologia. disso, tornou-se referência, nos estudos da linguagem, e há quem
B. Há, também, um fazer interdisciplinar das ciências do homem em reconheça que sua maior contribuição para a linguística moderna é
que a linguagem tem papel fundamental. É o diálogo teórico posto a questão da subjetividade. Outros pensam que o maior destaque
em prática. Talvez por esse prisma possamos afirmar que não foi seu entendimento da subjetividade, mas sim a abertura do
Benveniste produz em um terreno limítrofe que lhe permite falar, caminho para que ela fosse trabalhada à sua maneira, ou não, no
em uma interdisciplinaridade, de filosofia, antropologia, seio da linguística.
sociologia, psicanálise, cultura, etc
C. Finalmente, há a prospecção de uma NOVA Linguística: a "A linguagem reproduz o mundo, mas submetendo-o à sua

Linguística da Enunciação. Conhecido por ser um dos fundadores organização típica." (Émile Benveniste)

dessa terceira perspectiva, Émile Benveniste continua sendo até


Bibliografia:
hoje um dos linguistas mais estudados no Brasil. Sua reflexão
atualmente é, portanto, bastante difundida tanto na esfera dos http://celsul.org.br/Encontros/08/saussure_e_benveniste.pdf
Estudos da Linguagem como em áreas afins, como a Antropologia http://www.esa.esaportugues.com/programa/Lingua/enuncia.htm
e Psicanálise.
http://www.revistas.ufg.br/index.php/sig/article/viewFile/2794/2785
4. Contribuições da Teoria Enunciativa de Benveniste
BENVENISTE, E. Problemas de Linguística Geral I. 5. ed. Campinas, SP:
A referência é parte integrante da enunciação. Sobre a concepção Pontes, 2006.
de língua e linguagem, percebemos que é entendida como o lugar e
FLORES, V. N. Introdução à Linguística da Enunciação. 2. ed. São
o fundamento da subjetividade, e esta, por sua vez, é percebida e Paulo:Ed. Contexto, 005.
tem valor numa relação dialógica, intersubjetiva.

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