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A mente cativa

Milosz, Czes?aw

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Um esforço solitário, como define seu autor, mas também um ensaio, um texto político, por
vezes um romance.

Certamente um livro essencial para compreender o sovietismo e o que significou, para muitas
pessoas, submeter a própria mente ao Método, o Método que é uma poção ou uma pílula «que
conseguiu produzir um meio de transmitir “uma visão de mundo” de forma orgânica».

É dessa forma – o poeta Czes?aw Mi?osz parece nos dizer com uma prosa cálida, que deixa
rastros de luz – que se apagam as dúvidas metafísicas, que se aplaca a sede de conhecimento,
que surge uma sensação de serenidade e paz mental capaz de seduzir, entre outros, também
os intelectuais.

E é assim que a mente, sempre vulnerável, torna-se escrava das doutrinas sociopolíticas – do
marxismo-leninismo como do pensamento totalitário em geral –, o espírito se faz servo e o
pensamento cede ao canto das sereias do conformismo.

O que há na origem dessa mente prisioneira, como se pode aceitar «o terror totalitário em troca
de um futuro hipotético»?

Que força impulsiona artistas e intelectuais a negociar a sua liberdade artística e de


pensamento em troca de um cantinho seguro, a render-se a esse processo de adequação e a
continuar desempenhando tal papel sem pestanejar?

Justamente desse papel – o Ketman – nos fala o autor, descrevendo a dupla verdade dos
intelectuais que, mesmo mantendo internamente suas convicções, em público mostram apenas
o que não resulta desagradável ao regime, até identificar-se cada vez mais com o personagem
interpretado.

Arte perigosa essa do mascaramento constante, uma teatralidade quotidiana de atores


conscientes de sê-lo, apaixonados pelas barreiras erguidas ao seu redor.

O que resulta daí é o livro comovente de um poeta, um relato inusitadamente próximo de nós,
um ensaio capital sobre a capacidade que o totalitarismo tem de ocupar a mente,
Vejadesfigurando-a,
o livro "A mente cativa" e
noum conviteSocial
site Estrutura à lembrança de que «a rebelião interna às vezes é necessária
para a saúde e pode ser um tipo especial de felicidade».

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